Agatha Melina - Nightmare
Jan 24, 2023 0:41:02 GMT
Post by jottavi on Jan 24, 2023 0:41:02 GMT
por Kalyna Demchak
Desde seu EP Inspire, Agatha Melina entrou em um espiral de boas decisões, trazendo cada vez mais um trabalho mais incrível que o outro. Nós não podemos dizer que esse álbum supera a obra prima do Forget Me Not, porém ele fica em pé de igualdade. Agatha consegue transpassar seus sentimentos em uma estética um tanto quanto surrealista, incorporando a paralisia do sono, pesadelos e outras coisas do mundo do inconsciente e transformando em... Seus próprios sentimentos.
É possível perceber que absolutamente tudo nesse álbum foi pensado; cada nota, cada letra e cada melodia, Melina sabe exatamente aonde quer chegar e aonde quer levar o seu ouvinte. Nightmare é uma viagem maravilhosa, inovadora na carreira de Agatha, que segue inovando mesmo após quatro álbuns de estúdios e dois EPs e o mais importante; a parte final nos mostra que a jornada de descobrimento de Agatha está tomando caminhos satisfatórios. Estamos ansiosos para o que virá por aí, mas não queremos apressar a Agatha, pois ela já provou que não importa quanto tempo leve, teremos o trabalho mais perfeccionista e polido possível.
97
por Arthur Arryn
Com perfeição lírica e um ótimo rock, temos o retorno da lendária Agatha Melina, que não traz nada além do que já conhecemos que é do feitio dela: alta música em alta qualidade. Porém, nesse álbum, o seu forte também parece ser um prelúdio de sua ruína. Com algumas produções melódicas que poderiam estar em Violence e conteúdo lírico com raizes que parecem paralelas ao seu último álbum Forget Me Not e também seus EPs Inspire e Expire, ela traz uma fusão de seu auge artístico, o que trabalha a favor de Melina por um lado, já que Nightmare é indubitavelmente um de seus maiores trabalhos, mas também trabalha contra ela por outro lado: todos já conhecem e amam essa Agatha. Quantas vezes mais ela pode nos mostrar uma Agatha tão intrigante e avassaladora quanto essa e quantas facetas mais ela tem?
Quanto ao album em si, todas as faixas são igualmente excelentes, as letras são impecáveis, sinceras e cruas, com melodias que remetem ao tema central do álbum, e é interessante como ele evolui seguindo seu título, já que todo ele soa como o começo de um pesadelo que vai evoluindo, se tornando mais e mais lúcido, até que chegamos em Diminish It e sentimos ele lentamente se esvair enquanto “acordamos”, processo esse continuado por Fight The Wind e concluído, finalmente, pela genialmente posicionada Rise, outro e última faixa do álbum, que como seu próprio título sugere, é o momento em que o eu-lírico acorda de seu pesadelo. Rise não tem versos escritos, mas é praticamente um truque da musicoterapia, já que ela nos dá a sensação de finalmente se livrar do pesadelo, mas parte da angústia dele ainda está presente. Bem pensado, bem escrito e com cadência decente, Nightmare é um álbum magistral e histórico para a indústria. Em relação à discografia da grande Agatha Melina, ela tem trabalhos mais impactantes e característicos.
92
por Magnolia Rachel Rotenberg
Nightmare de Agatha Melina traz uma ambientação sinistra muito querida pela equipe da Ghosted International Media Group, em si sendo um conceito extremamente interessante, e se tratando do calibre que Agatha Melina costuma trazer em tudo que toca, podemos dizer que Nightmare é um passo um pouco mais seguro do que agradável.
O nome do álbum em si parece ser uma boa tradução do rumo que as faixas tomam, progressivamente se tornando mais macabras (como num pesadelo) antes de ressonar numa calmaria, logo quando se desperta. A capa é um exemplo incrível de como um photoshoot simples pode criar uma atmosfera que traduz muitos sentimentos de uma vez só, com Agatha aparecendo dentre uma névoa sombria, como se estivesse cruzando a própria tormenta, com uma expressão do rosto de já estar acostumada com a dor. A fonte retorcida do título “Nightmare” acentua ainda mais o desconforto, como se as letras fossem feitas de raízes fortes demais, que se apoderam dos pensamentos, traduzindo o ponto focal do álbum. Infelizmente isso já se perde na contra capa, estilhaçando a atmosfera sombria que a capa cria, como se todo o cachê tivesse sido investido somente na capa, e se lembrassem no último minuto que deviam fazer uma contra-capa, colocando um bloco preto para destacar as letras do fundo… decepcionante no mínimo.
A introdução “Morphine” realmente faz parecer que está entrando num estado de sono, inevitável, trágico, atormentador, como se fosse algo que não pudesse ser evitado; os vocais chegam a ser fantasmagóricos, me deixaram todo arrepiado assim que ouvi pela primeira vez, enquanto a letra já discorre essa agonia mencionada. Infelizmente, isso é interrompido por um tempo já na segunda faixa. A primeira vez que ouvi Dreams não sabia como me sentir, já que a sonoridade parece ser uma boa transição que incorpora elementos da carreira de Melina, mas a letra chega a soar redundante para eu, fã assídua das narrativas da Agatha, e infelizmente isso se torna comum, até o fim do álbum, com falas que não conseguem evocar o poder das metáforas, acabando só como exemplos um pouco batidos, pouco palpáveis e pouco desenvolvidos do que está sendo dito. O hook do single Dreams é vocalizado de forma bem interessante, principalmente quando leva ao quase rap de Agatha da bridge da faixa, mas não sendo salvo pela letra. Infelizmente, o Nightmare fica cozinhando nesta água morna pelas próximas duas faixas, sem trazer muito gosto tanto no instrumental quanto nas letras. Iron Wings tem o instrumental mais fraco do álbum, como se pudesse ser qualquer outra coisa, em qualquer outro álbum, com uma mensagem muito similar a diversas outras músicas do projeto, deixando muito denso e com a impressão “nossa, esse tema deve ser tão importante para ser discutido de maneira rasa através de 6 ou 7 faixas não é mesmo?”, acontecendo o mesmo com Journey, mas essa ganha pontos pela distorção caótica da bridge, que vai revelar (finalmente) as energia individual do álbum Nightmare.
Eu só senti que o álbum começa de verdade em “Paralyze”. A faixa simplesmente te acerta no meio da cara com esse som perturbador distorcido, misturando o eletrônico com o rock de uma forma extremamente sombria e muito bem feita. “Lonely” escorrega um pouco em ser parecida com “Iron Wings” ou “Journey”, mas que se torna bem mais funcional e contrastante por vir após “Paralyze”, sendo um dos exemplos de que pesar um pouco mais a mão na estrutura do álbum faria bem ao Nightmare. A fantasmagórica “Biophobia” volta a arrepiar os poros de qualquer um, parecendo mais um (?) começo de narrativa no álbum, mais uma vez bagunçando um pouco o que poderia ser uma sonoridade coesa e interessante. O maior destaque do álbum “Shooting Star” é simplesmente uma obra prima, inclusive, na letra. Os versos parecem murmúrios num imenso vazio de desespero, completamente desolados, com as guitarras só trazendo mais o tormento. A modulação do vocal da Agatha no drop é o que cobre esta faixa de ouro, simplesmente o ponto mais perfeito, sendo um dos melhores singles da cantora. Suffocate e Lovable trazem mais proposta ao álbum, finalmente incrementando melhor a sonoridade com algo bem concreto.
As últimas quatro faixas trazem o capítulo sonoro final para o Nightmare, carregando mais instrumentos orgânicos e mais sentimentais, com a faixa “The Fortress” sendo de longe, outro dos destaques do álbum, que com certeza renderia outro passo perfeito para a era. A letra da angelical “Diminish It” finalmente mostra algum crescimento do que foi debatido na maioria das outras faixas, ainda que em termos fracos. Já “Fight The Wind” e a outro “Rise” terminam por vez com a evocação do desloamento inconformado que o álbum trás… mas bagunçando novamente o que parecia ser um final grandioso.
Nightmare é um bom álbum, mas certamente, poderia aproveitar mais alguns dias ou meses no forno para polir as narrativas, evitar redundância que ocorre na maioria das faixas, organizar os temas e os sons, e gerar uma obra prima. Claro que devo avaliar o álbum pelo que se propõe, mas novamente, como fã de Agatha, Nightmare poderia ser um melhor sucessor ao maestral álbum Forget Me Not, deixando o projeto estagnado por um bom tempo, depois se desenrolando muito rápido dentre as faixas, para terminar sem muito a oferecer.
Na noite do dia 11 de Janeiro de 2027, a equipe da GIM foi ao hospital abandonado "Renwick Smallpox” para desenvolver esta análise que acabou de ler. A equipe toda ficava bem assustada e animada com os nervos à flor da pele em ter um álbum sombrio numa localidade como aquela. Tivemos muita influência termal, com as temperaturas baixando para 4° durante a execução do disco. Os microfones detectaram bastante atividade em TODAS as salas ao redor de onde estávamos, sendo possível escutar pratos doloridos com as histórias contadas, mas que iam sumindo a partir de certo ponto, com as letras se tornando repetitivas. Como o álbum é longo o suficiente, usamos o baralho de Tarô para alguma tentativa de comunicação em relação ao “Nightmare”. A primeira carta puxada foi “A Lua” virada para cima, representando como os medos e ilusões foram projetados nas letras sofridas do disco. A segunda carta foi outra “A Lua”, porém desta vez virada para baixo, mostrando como a compositora, provavelmente presa nos mesmos medos, acaba deixando isso respingar da mesma forma, sem repensar em transformar as letras em algo ao nível incrível que Melina consegue. Por fim, a última carta puxada foi “A Torre” virada para baixo, que indicou como, mesmo na mudança de sons, os temas se mantinham os mesmos sólidos e enterrados, até o fim.
77