Kierah - Vacations on the Moon
Jan 22, 2023 21:01:54 GMT
Post by jottavi on Jan 22, 2023 21:01:54 GMT
por Enes Kurt
Sendo um dos grandes titãs da música, Kierah desde o início de sua carreira foi uma artista que sempre buscou a reclusão. Nunca foi de fazer grandes divulgações, ou de estar presente na mídia por tanto tempo, e talvez seja por isso que as letras de Kierah são tão reais.
Hoje em dia, é muito difícil ver um álbum em que as emoções são mostradas de maneira crua e visceral, e conseguir explorar músicas sobre paixões, términos e coisas do gênero de uma forma extremamente… Puras, mas sem perder a qualidade das letras.
Kierah é uma grande artista por se entregar de corpo e alma ao que escreve, e Vacations On The Moon é mais uma comprovação disso. Kierah é uma artista que só escreve quando realmente está sentindo aquilo que está dizendo, e isso pode demorar quase uma década (intervalo entre Massive Attack e Vacations On The Moon) quanto em um ano, mas quando vir, vai vir um trabalho impecável.
O synthpop foi explorado de uma maneira muito coesa, e que não nos deixa cansados, mostrando também uma larga evolução em sua carreira.
O Vacations On The Moon é um trabalho excepcional, assim como tudo que ela já lançou na carreira. Uma coisa podemos ter certeza; Kierah não dá ponto sem nó.
91
por Matt Gavin
Vacations on the Moon nos transporta direto para uma discoteca nos anos 60... porém, como se fossem os anos 60 em Tatooine ou algum outro planeta do universo de Star Wars. Kierah cria um universo de uma maneira que nenhum outro artista conseguiu, e isso é genial, é quase como se ela fosse, ainda que como uma diva pop, moldada por The B-52s ou David Bowie, e isso é um gigantesco elogio. O conteúdo lírico não é inovador mas isso não poderia se fazer menos necessário quando a inovação é claramente um esforço muito bem recompensado em todos os outros detalhes desta ótima obra que é um exemplo insubstituível de como experimentar na música pop, assim como sempre é a própria Kierah. Contudo, nem tudo são rosas e há um pequeno desvio em Vacations on the Moon que de maneira nenhuma é suficiente para tornar o projeto menos genial: as faixas Out of Fashion e Masochistic, que mesmo sendo ótimas, quebram um pouco do imaginário e do cenário em que as faixas anteriores e posteriores nos apresentam, já que Out of Fashion nos apresenta ao fundo uma batida que é mais característica dos anos 2000, ainda que bem diferente das tendências da época, enquanto Masochistic está mais para vintage pop terráqueo ao invés do imaginário espacial predominante no álbum e isso destrói um pouco a sensação incomparável que o restante do álbum nos dá de que nós estamos em uma balada de Os Jetsons. Ainda sim, as faixas Cry, Broken, In Your Pocket e a ótima Souveniers são mais do que suficientes para nos transportar de volta à animação e alegria da balada espacial criada anteriormente. Há também Go To Sleep, que apesar de se encaixar bem no conceito do álbum, não pode evitar parecer como uma faixa filler ou um pretexto para incluir uma colaboração, costume comum, mas mau hábito, na indústria pop. Ainda sim, mesmo com seus ínfimos erros, algumas artistas pop matariam por um Vacations on the Moon em sua discografia mas se igualar ao nível de reinvenção e criatividade de Kierah é uma tarefa extremamente difícil.
90
por Cathleen Prior
Encerrando o ano com um novo passo, Kierah finalmente lança o seu terceiro álbum de estúdio, chamado “Vacations on the Moon”.
Trazendo o synthpop como o destaque principal, as produções do álbum são ótimas. As faixas conseguem ter uma ligação e tornam o álbum coeso. “Vacations on the Moon”, a primeira faixa, é a introdução perfeita que esse álbum poderia ter. O início como uma mensagem de comissários de voo foi espetacular.
A participação da Vienna Lorenzi em uma das faixas também é divertida, ainda mais quando conseguimos ouvir ela cantar novamente. As reviravoltas do instrumental são ótimas, sem contar a “energia patricinha” que é exalada por quase quatro minutos aqui. O outro single, “Out of Fashion” também é uma tremenda faixa, sendo a melhor para iniciar os trabalhos do álbum.
Só deveríamos dar uma atenção maior para “Masochist”, uma faixa esplêndida, com uma grande letra. Por favor, façam esta música como single da Era. Ela merece. Mas, ainda não é a melhor música do projeto. A coroa é entregue para “In Your Pocket”, o synthpop fica mais excluído dessa vez, mas a energia dançante e a letra que ela traz são ótimas colocações no álbum.
O álbum tem pontos baixos e pontos altos, mas te garanto que os baixos não tornam a experiência ruim. As composições são ótimas, conseguindo conversar com os instrumentais e com as outras faixas. Kierah estabelece um alto padrão para álbuns Pop’s após “Vacations on the Moon”, sendo uma verdadeira viagem para a lua.
87
por Emmet Fox
Ainda na onda de lançamentos inspirados nas faixas dos anos 2000, Kierah retorna ao cenário pop com a promessa de vingar todos os anos de sumiço. Seu álbum, que vai do pop à presença constante de sintetizadores. À primeira vista o conceito do álbum aparenta ser simplório, mas essa impressão se desfaz quando, a partir da análise do todo, percebe-se a abordagem acertada tanto no instrumental quanto no lírico das decepções amorosas de uma garota madura. Esta crítica se baseará em três eixos, construídos tendo como base a ordem das canções.
O primeiro compreende as três primeiras faixas e de início já temos uma das melhores do álbum, Vacations on the moon. Seu conteúdo lírico é envolvente e te faz prosseguir sem medo para as próximas faixas. Contudo, as duas músicas que se seguem levam o ânimo para baixo: Sweet Escape parece estar fora de lugar e Drive Me Mad, apesar de ser uma ótima composição, peca por ser uma canção muita longa para um conteúdo sucinto.
O segundo eixo é o mais descontraído do álbum de Kierah. Go To Sleep e Out Of Fashion são duas ótimas canções; a primeira, simples no conteúdo, é viciante e a segunda, por sua vez, é altamente dançante. O terceiro e último eixo, composto pelas últimas cinco canções, encerra com chave de ouro o álbum. As faixas Cry, Broken e Souveniers destacam-se dentre este grupo por seu forte conteúdo lírico e instrumentais que as engradecem. O ponto mais baixo é In Your Pocket e Masochistic, não por serem ruins, mas pela qualidade elevada das demais.
Kierah retorna e mostra todo o seu talento em um álbum coeso e despretensioso. Abusando de seu talento com as palavras, a artista emana as dores da paixão de forma descontraída que é, em simultâneo, repleto de dores e de saudades.
80