Rhys Roux - Sunset Overdrive
Jan 19, 2023 14:32:08 GMT
Post by jottavi on Jan 19, 2023 14:32:08 GMT
por Matt Gavin
Sunset Overdrive é um bom álbum, considerando o que ele se propõe a ser. Ele é um conjunto de hits garantidos e uma ótima coletânea de verão, com músicas não tão ousadas mas atemporais, com certeza uma opção indispensável para DJs de cidades litorâneas e bom o sufiicente para criar um cenário, ainda que seja um cenário mais genérico e pouco cinematográfico. Além disso, o conteúdo lírico é um pouco melhor que o padrão da música eletrônica, a faixa Speaker até se atreve a criar um tipo de narrativa breve e interessante, duas pessoas mutuamente interessadas usando o som alto como desculpa para se aproximarem fisicamente, o que é, mesmo que básico, adorável. Nessa obra, Rhys não tem medo de ser básico, mas também mostra que não tem nada de errado nisso, quando o básico é executado de forma primorosa. Ele não se propoe a ser nada além de puro e bom entretenimento, e sinceramente, nem todo mundo precisa ser como Dark Bae, Klaus Henderson ou Apollyon, afinal, qual seria a graça destes se não houvesse alguém para ser completamente diferente? Sunset Overdrive é um ótimo exemplo de como fazer a falta de risco valer a pena, afinal, toda faixa nele tem sua particularidade, ainda que todas sejam exatamente do mesmo imaginário e com a mesmíssima fórmula engessada. Nada aqui é inovador e revolucionário, mas tudo é divertido e confortável o suficiente para conquistar seu ouvinte.
70
por Troy Winters
Separado por duas partes, uma parte inicial e uma parte pós-interlude, Rhys Roux em seu trabalho de estreia nos apresenta essas duas partes de si no álbum. A primeira, um pouco mais concreta, é coerente no que se pensa em entregar, produções que se encaixam e funcionam juntas e separadas, mas acaba caindo em uma sonoridade muito datada, batendo numa tecla que não funciona tão bem se não bem trabalhada, como por exemplo, True Colors, que é de longe a melhor da primeira parte. Após a interlude, nós é apresentado algo novo, uma capacidade de entregar músicas muito mais estruturadas, que funcionam além de um tempo ou lugar, as músicas nesta segunda parte tem potenciais grandes, o que deveria ser o foco principal de Rhys, acaba se tornando apenas um relance do que o DJ pode entregar de melhor.
66
por Daniel Frahm
Quando pensamos em ouvir “Sunset Overdrive”, naturalmente surge uma série de inseguranças por partir de um álbum de um DJ, que é produtor e que geralmente participa do corpo de trabalho dos outros artistas, dificilmente produzindo um para si. E isso pode se tornar um desafio, pois quando você é tão bom fazendo música para os outros, criando a identidade sonora dos outros, como fica a sua própria identidade sonora? Como reproduzir algo especial em cima de um método que já é tão repetido e tão replicado que é quase automático? É isso o que sentimos quando ouvimos o álbum de Rhys: Sentimos que, apesar de ter grandes faixas com uma produção ótima, o disco como um todo não parece ter uma identidade, uma linearidade sonora. Não nos entenda mal, é um álbum de um DJ, não estamos cobrando conceito, nem tudo na vida é sobre ter conceito, ou história, mas as vezes é melhor parar e organizar um pouco o pensamento do que apenas lançar um compilado de músicas sem ordem e conexão uma com a outra, como acontece na transição de “True Colors” para “It Ain’t Me”, essa segunda talvez a faixa mais deslocada do disco, podendo servir como abertura ou encerramento, ou simplesmente não estar lá. Acontece que tem muita coisa boa, mas Rhys acaba por encobri-las apenas jogando uma faixa em cima da outra sem muita lógica… Por mais que a carreira dele seja montar sets em festas, eventos, produzir para os outros artistas e etc… É preciso discernir se o que ele quer nos apresentar é um álbum, ou apenas uma playlist.
60