Mirae - Paradise Lost
Jan 19, 2023 14:00:40 GMT
Post by jottavi on Jan 19, 2023 14:00:40 GMT
por Bane Lee
Como fazia tempo desde a última vez em que vi um conceito tão bem amarrado cheio de referências incríveis, sem parecer nem um pouco, algo forçado.
"Paradise Lost" de Mirae é uma jóia incrivelmente lapidada que agraciou o mundo logo no começo do ano. Com uma sonoridade fenomenal e coesa, parecendo que realmente foi construída em cima de eventos que ocorreram em sequência, sendo possível até notar os sentimentos que as letras virão a carregar, mesmo nos primeiros acordes dos instrumentais. É um álbum que tem valor de replay sem precisar necessariamente estar antenado a história contada ao decorrer das quatro faixas, mas para realmente entender o álbum é necessário que se adote uma ótica muito específica, principalmente para as duas últimas faixas, onde a escrita se torna um pouco literal de mais, que será logo explicado. O visual é, em palavras brandas, estonteante, perfeito, faltando adjetivos para descrever como a capa maravilhosa amarra tão bem a história, quase como se fosse um vitral contando a história da deusa Mirae em Paradise Lost.
A faixa principal, o single "Paradise Lost" começa já com um solo épico de órgão gótico, de cara te apresentando o calafrio de estar prestes a presenciar algo de fora da sua realidade em todos os sentidos. A letra da faixa (assim como da próxima) toma um jogo muito interessante de submissão sem abdicar de poder; onde na narrativa, Mirae entrega a chave para seu amado abrir seus portões, ainda que reafirmando que será ela a responsável por tornar aquilo inesquecível. É em si um sentimento onde o debate é muito ambíguo, mostrando força e fragilidade ao mesmo tempo, que foi escrito com maestria nas letras da música.
Absence Of Fear é o maior pulo de imersão no universo lírico, já que a composição parece realmente ter vindo diretamente da personalidade que Mirae incorpora; a deusa implacável conhecendo os rupestres conceitos do amor. A construção que culmina no anti-drop do refrão é um dos pontos mais altos do álbum, chegando a tirar o fôlego, que só reforça o conceito de estar sendo "permitido" descobrir o que a deusa Mirae esconde, mas em nenhum momento tendo controle.
As duas últimas faixas "Army Of Me" e "Orion" tem uma particularidade que pecou um pouco no estado imaculado do álbum. As metáforas e dizeres na música se tornam um pouco literais de mais, se despindo da magnitude e superioridade que tinham nas faixas anteriores. O ponto é: dado ao que acontece na história do álbum nessas faixas, é totalmente compreensível a deusa ficando desolada ao descobrir que foi enganada para matar seu próprio amor, por isso, essas duas faixas exigem um pouco mais da ótica de uma história grega, já que os cantos épicos tinham esse cunho de mesclar metáforas da natureza com dizeres extremamente literais.
O álbum é curto, e isso faz ser quase impossível pontuar um destaque, já que todas as faixas tem uma amarração fenomenal em ambientação. Na noite do dia 10 de Janeiro de 2027, a equipe da GIM foi ao hospital abandonado Renwick Smallpox para desenvolver está analise que acabou de ler. Todos podiam sentir uma presença certamente elevada no local, com tamanha curiosidade, apesar de vultos nos cantos da sala, nenhum equipamento foi danificado, nem membro da equipe foi atacado, com o leitor EMF se mantendo estável em 1 o tempo todo. Como o álbum é curto, não ouve tanto tempo para a atividade, sendo uma avaliação extremamente positiva tanto neste plano quanto no outro, faltando poucos passos para ser fantasmagóricamente perfeito.
95
por Troy Winters
Forte e impactante, é imprescindível pensar que ‘Paradise Lost’ é um dos melhores lançamentos na cena coreana, mostrando não só uma maturidade sonora, como inovação para o gênero pop. Apesar de ser um EP, é um trabalho muito completo, que desde o início é cativante, com letras e produção em um patamar alto, Mirae nos apresenta um dos melhores Mini-álbuns do ano. Todo o valor de replay é apresentado aqui, não pela pouca duração, mas pela forma que cada faixa é instigante, forte por si só, que quando construído junto, é nos apresentado um trabalho que você não consegue parar de ouvir, tentando pegar cada detalhe de letra, produção, arranjo e até vocais, tudo isso mudando de momento em momento e cativando o ouvinte.
90
por Jong Seokmin
Lançando de forma teatral, Mirae nos entrega “Paradise Lost”, o seu primeiro EP e o único projeto após o seu single BLACK.
A solista do DYNASTY apresenta um EP de apenas quatro faixas, mas que, mesmo com pouca duração, podemos aproveitar bastante. A faixa-título não é a melhor música do projeto, mas é a mais comercial, sendo a melhor opção para um single. A faixa consegue ser bastante imersiva e nos faz sentir toda aquela obra baseada em tragédias gregas.
As outras três faixas são maravilhosas. Absence of Fear é o ponto-chave do projeto. A faixa demonstra poder e força. Tendo um dos melhores anti drops do K-pop já apresentados, a composição da faixa também não fica muito atrás, expressando toda aquela dominação que o instrumental exige.
Contando com a ajuda do Rowoon (membro do PLASMA), Army of Me é uma power ballad essencial. Toda a emoção é passada e nós podemos sentir toda aquela tristeza que uma ballad precisa. “And I already had it in my plans / that we would meet the stars together / We would shine forever”. Caminhando com essa melancolia para o encerramento do álbum, “Orion” é uma faixa midtempo que consegue fechar um ciclo. Ela consegue conversar bastante com a faixa anterior, mas ainda se assemelha a algo bastante original.
Paradise Lost é um dos melhores EPs de K-pop lançado até o momento no IDOL, mas ainda podemos sentir um vazio que infelizmente não foi preenchido por falta de músicas - quatro é muito pouco… -. Mirae conseguiu se destacar muito com esse projeto: seja na title ou seja no álbum.
84
por Rob Strauss
A resenha desse álbum foi uma das mais difíceis de escrever pois eu já apaguei e recomecei diversas vezes simplesmente por não saber como começar a falar sobre esse mini álbum. Mirae surge na indústria com um corpo de trabalho compilado em quatro músicas e um conceito nada inovador sobre divindades e metáforas que não prende muito a atenção dos ouvintes que se propõe a escutar o trabalho. O disco tem uma estrutura tímida que supre a necessidade massiva de uma reprodução repetida do trabalho - é nisso que ele se apoia - mais do que se preocupar em lançar uma sequência de músicas que façam sentido e que possuam uma estrutura musical coesa, e não apenas dois versos soltos em várias estrofes. As composições possuem qualidade, mas é tão difícil se conectar com Mirae quando ela se propõe a ser uma narradora de histórias sobre Artemis e Orion, que terminamos o disco sem saber verdadeiramente qual é a personalidade de Mirae. Soa tão raso e rápido de fazer que é difícil ter um apego pelo trabalho, e se torna difícil até mesmo lembrar que ele existe. A Seeker espera que os próximos passos de Mirae tenham mais personalidade e que a artista saia de trás da cortina e deixe as histórias gregas de lado.
65