X(5) - Primetime Seduction
Nov 14, 2022 13:37:47 GMT
Post by jottavi on Nov 14, 2022 13:37:47 GMT
por Jong Seokmin
Em seu primeiro Mini Album (ou EP, dizendo de uma forma americanizada e mais popular), o grupo feminino sul coreano X(5) nos mostra uma rápida mudança em sua expressão. Antes o grupo parecia caminhar para aquela energia divertida, brincalhona e barulhenta, mas agora, elas trouxeram maturidade e sensualidade. Por ser um grupo razoavelmente novo na indústria e já ter essa mudança brusca, pode soar surpreendente. O projeto distribui duas linhas: Uma forma mais mítica, com faixas como “Witches” e “Leviathan”; Mas também se mostra algo mais cru, como na faixa-título, “Miniskirt”.
A canção que leva a parceria com a cantora QruBim é o maior momento do álbum, e parece tirar toda a atenção de “Miniskirt” por vários motivos: Ela seria uma escolha bem melhor de single; Como é a melhor faixa do projeto e ela vem logo em seu início, deixa o resto do álbum bem morno, e nem o single oficial parece capturar essa energia e dominar. “Witches” é uma das grandes obras do K-pop já apresentadas até agora.
“Miniskirt”, por sua vez, seria de melhor destaque caso iniciasse o álbum, já que a explosão dada pela melhor faixa do projeto deveria estar como encerramento. A faixa-título não é uma música ruim, muito pelo contrário, ela brinca com o Dance e tem grande presença de um R&B mais sutil, que a torna única diante dos lançamentos – tanto do próprio grupo, quanto de outros –.
As outras faixas não parecem ser tão impactantes como os dois singles, com exceção de “Leviathan”. As faixas soam dessa forma por conta da organização do álbum, que parece diminuir a linha de seguimento do projeto. Caso fossem organizadas de outra forma, ele poderia ser mais surpreendente.
“Primetime Seduction” é uma obra que poderia ser melhor, mas ainda assim, é um bom lançamento, com faixas que podem ser significativas para a marca das cinco garotas. O grupo ainda está em seu início, e pode nos trazer grandes obras, já que suas produções podem ter uma alta capacidade de serem marcantes e nos trazerem a querer saber mais e mais do grupo. Estaremos de olhos bem abertos para vermos o que o X(5) pode trazer no futuro promissor do grupo.
78
por Emmet Fox
.O novo girlgroup X(5), aposta da MAPS, sabia que tinha um projeto audacioso em mãos pra grande estréia. O conceito de "Primetime Seduction" realmente não é algo fácil de se elaborar, principalmente quando esse é só o seu primeiro minialbum. Se a intenção era definir uma imagem logo de cara pro grupo e chamar atenção, com certeza conseguiram. É impossível não ouvir um dos instrumentais e ter um sentimento de girlboss.
Entretanto, as coisas parecem fora do lugar nesse mini. As letras não tem a mesma energia potente dos instrumentais, e trazem uma leveza que não é nada destemida e poderosa como as meninas pareciam ser, soando até angelicais demais como descartes do Oblivion. A title Miniskirt embora boa, não combina com o resto do mini e acaba passando despercebida em comparação com outros grandes nomes do k-pop esse ano. "Explosive Combination" seria a escolha certa. Tem uma melodia impecável, produção divertida e uma letra na linha entre meninas apaixonadas e poderosas.
Aliás, é isso que sedução deve significar: poder. X(5) está no caminho certo, mas precisa perder o medo de quebrar algumas barreiras tradicionais e deixar sua própria personalidade gritar mais alto.
77
por Jeon Junseo
Primetime Seduction é realmente uma sedução, contudo, a dúvida é se ele realmente pertence ao horário nobre. O mini-album é realmente uma experiência que faz o ouvinte se sentir seduzido, mas nem sempre o convence de que é isso o que ele realmente quer, por vezes sendo confuso e por vezes desconfortável. Quando à composição melódica e à produção, não há nenhuma crítica que possa ser feita. Primetime Seduction possui cadência, coesão sonora e timing impecável, incrivelmente amarrado e bem pensado a ponto de viciar, e esse realmente teria sido o efeito da obra, não fosse por alguns aspectos líricos que quebram esse aspecto de momento quente, sensual e aconchegante. A faixa de introdução sugere uma sensualidade reverente, não necessariamente contida mas enigmática, levando o ouvinte a um estado de espírito bem específico, que já é quebrado por Witches com seu conteúdo lírico desnecessariamente literal por vezes e analogias confusas por outras. Tanto essa faixa quanto Leviathan parecem desconexas não só de sua própria sonoridade sensual mas também da proposta do álbum, a sedução. Ambas falam abertamente sobre depressão e tendências suicidas, o que é uma discussão muito bem vinda, importante e extremamente necessária, mas será possível que o lugar dessa discussão é sobre produções pop sensuais? Há coisas que não dão certo juntas e duas dessas coisas são o objetivo de seduzir e o ato de discutir sobre vulnerabilidades intensas, e é indispensável que se saiba que essa combinação não é coerente em nenhuma hipótese. Veja bem, todo artista, especialmente da música, é uma figura pública e para isso, é necessário lidar com o público. Falar sobre questões de saúde mental requer o espaço e preparo corretos, especialmente na arte, já que ela tem um público que a aprecia, a absorve e a usa em questões da própria vida, e combinar a discussão sobre depressão com um cenário de sensualidade faz a questão parecer banal, o que não é nada pertinente. Sendo assim, Witches e Leviathan, por mais que boas do ponto de vista técnico, se tornam os maiores erros do álbum. Explosive Combination é uma faixa decente, boa o suficiente para conquistar seu lugar, apesar dos adjetivos desnecessariamente grandes e rebuscados, especialmente para um gênero como o K-Pop, que buscar ser acessível para todos. Two Swans, Lake Serene compartilha de um mínimo problema semelhante ao de Explosive Combination, porém, quanto a suas metáforas, mas ainda sim, o erro é mais sutil e, portanto, é possível relevar os ínfimos momentos desconcertantes. Sendo assim, resta o ponto alto de Primetime Seduction, a faixa Miniskirt, que se mostra a única faixa verdadeiramente digna do interessante e chamativo título do álbum. Nessa canção, é possível encontrar tudo o que se espera do álbum e ela se torna a salvadora de todo o projeto. A maneira como os versos são usados para aguçar os sentidos, descrevendo sons, texturas e relevos, perfumes e cores são exatamente o que é de se esperar de uma musica que se define como sensual. O vermelho citado dá ao ouvinte a vontade de ver vermelho, as pérolas citadas dão vontade ao ouvinte de tocá-la e é exatamente sobre essa sensação que a sensualidade transita: a vontade, ou, melhor dizendo, o desejo. Desejo esse que a musica descreve como irracional, até indesejável, o que cria o melhor paradoxo que a sensualidade pode criar em uma pessoa: querer algo em seu coração, ainda que seu intelecto tenha plena consciência de que aquilo pode ser um transtorno ou um aborrecimento. Sedução é desejo irracional, e todo esse imaginário acaba ficando somente para a última faixa. O álbum desperta uma espécie de carinho especial no ouvinte e este redator gostaria muito que isso fosse o suficiente para avaliar Primetime Seduction como algo a mais, mas a parcialidade, ainda que difícil, deve ser mantida, e não há aspecto técnico que justifique mais do que a conclusão final.
60