Coluna Pamela Niven: Então, 2026...
Jul 28, 2022 2:15:06 GMT
Post by luis on Jul 28, 2022 2:15:06 GMT
Na foto acima, você acaba de ver eu, Pamela Niven, caçada por algum paparazzi enquanto vou levar a lancheira do meu filho, que ele esqueceu no carro antes de entrar pra escola. Era o primeiro dia de aula, estava ansioso para rever os amigos e contar sobre suas férias de verão e nossa viagem inesquecível para Aruba. Uso óculos de sol, porque ainda estou com sensibilidade ao sol.
Quem vê, com certeza pensa que sou só mais uma dona de casa comum. No fim do dia, sou mesmo. Mas as mães que estavam na porta da escola naquele dia não imaginavam o que eu escutava em meus airpods...
Eu sou Pamela Niven, redatora-chefe da ROCKET Magazine e 2026 está só começando, mas cheio de música boa. O que eu tenho a dizer? Você vai ver.
Antes de mais nada, gostaria de pedir desculpas ao meu chefe Elliot e a todos os meus leitores homens, mas eu entendi que não sou paga para comentar sobre remixes de Lucca Lordgan ou sobre feats de Caleb Roth. Meu trabalho exalta música nova, criativa em sua mais pura essência, e sim... as mulheres estão dominando isso.
Tenho um ritmo mais lento no início do ano, sempre me recuperando das férias. Mas você sabe como é. Emprego novo, nova gestão, nova coluna e bem, novas músicas. Mas não músicas comuns: vi tanta personalidade e força em cada uma delas, que quis avançar meu próprio ritmo também.
Eu sabia que a melhor dose energética pra essa nova fase era ouvindo Hina Maeda com seu novo hit Courtney Love. Pelo nome, detestei: eu e Courtney temos um longo histórico de alfinetadas e brigas que você pode encontrar em qualquer tablóide de fofocas (como a vez em que ela furou os pneus do meu Maserati). Mas eu confiava em Hina pra uma boa e inspiradora música e sim, foi o que recebi.
É engraçado ouvir esse tipo de música de Hina. Na minha época, adolescentes se odiavam. Eu odiava aquela piranha que usava as mesmas presilhas que eu no colegial. E odiava a outra piranha que olhava muito pro Brad, meu namorado. Aquilo era tão... normal. Ver essa nova juventude usando sua voz pra hinos de união é intrigante pra mim. União feminina, claro. Enquanto eu ouvia eu pensava "OK, de que trend do tiktok isso saiu?". Mas então entendi a mensagem, e sim. Estou pronta pra ser uma menina rockstar que faz sinal de lúcifer com os dedos, dá a língua pras fotos e canta Courtney Love em um karaokê com as amigas.
Eu nem tive como fugir de High, de Sofía. Como sabem, sou colombiana, então não demorou muito pra essa música tocar por todas as esquinas possíveis que vocês imaginam. Era inclusive a música que estava tocando nos meus fones naquela foto no início da matéria.
Acreditariam em mim se eu disser que já esperava esse tipo de maturidade vindo de Sofía? Todos ouvimos o smash CDS. Todos amamos aquele lado. Ela e eu sabíamos que era a coisa certa a se fazer e bem, dito e feito. Mais um pop viciante e delicioso, com uma letra muito profissional e também viciante. Amo o spanglish aqui. Sinto que pouco a pouco, Sofía se aproxima mais do mercado americano. Falta pouco pro seu primeiro hit em inglês, sinto isso. Percebam como usei a palavra "hit". Porque eu sei que vai ser. Que acerto delicioso. Como é bom ser latina.
Dreams era provavelmente o retorno mais esperado entre esses listados. Até mesmo por mim, que já conheço Agatha de outros carnavais. Eu também me perguntei: o que ela fará depois de literalmente vencer um AOTY? Não posso nem imaginar.
E fui pega de surpresa, outra vez. Que música leve. Nos padrões Agatha Melina, claro. Não chega nem perto do peso de algumas que sentia usando o Chaos. Acho que é uma das primeiras vezes em que não preciso de um copo de água depois que termino de ouvir.
Mas UAU, que retorno! É claro que a produção de David Thulin é muito boa, mas a voz e letras de Agatha brilham mais que nunca dessa vez. Não gosto de como a letra é pesada, mas eu entendo. Essa é Agatha, seu estilo, e torço pra que nunca mude. Deixe as letras felizes para Golden Castles. Precisamos disso aqui também. Agatha Melina é uma peça fundamental pro cenário da música atual, e com certeza vai mover os próximos lançamentos de 2026. Ansiosa.
O convite para ouvir I Don't Know What's Real, de Plastique Condessa, veio diretamente da minha querida amiga Dark Bae. Em seu caloroso e-mail, dizia que tinha uma nova obra de arte em mãos e que precisava me mostrar. Me mandou uma garrafa de vinho Galiotto. Prontamente obedeci, embora não seja grande fã do post-punk. Mas o que não fazemos por vinho?
Só tomo vinhos Vega Sicilia (grande fã de vinhos espanhóis). Preferi trocar o Galiotto pela minha coca-cola diet. Como era uma música de Plastique, preferi tocar na minha caixa de som, em casa. Ela faz sempre aquele tipo de música que queremos ouvir alto.
Amo a letra. Provavelmente, a minha favorita do ano. Visceral. Direto ao ponto. Melhor que muitas das letras presentes em seu último disco, que tinham um lado mais político. Mas o instrumental... não me venceu. Claro, não gosto de post-punk. Mas não foi dessa vez que fui convertida.
Não posso ter a audácia de dizer que essa é a letra certa na produção errada, pois Plastique sabe o que faz. Mas torço, realmente, que seu próximo disco siga outros caminhos — múltiplos — além de apenas esse. Achei pouco demais para a grandiosidade de Plastique Condessa.
E temos estreias também! Vi nascer a fofa ChaeYeon, estreando com seu lançamento POW POW! Adoro ver meninas novas com atitude para se lançar no mercado.
Me lembrou a mim, bem nova, lançando o meu primeiro artigo, só que mil vezes mais confiante. Ela estreou disposta a deixar uma marca, com certeza. Não se ouve coisas assim atualmente no K-pop — principalmente no meio de um furacão de batidões de eClipse e QruBim. Sinto falta de músicas assim. Inocentes, mas determinadas. ChaeYeon tem um grande futuro pela frente se continuar seguindo seu coração.
EM BREVE NA COLUNA PAMELA NIVEN
- Ouvi Hillbilly, de Caleb Roth. O que tenho a dizer?
- The Travels: O filme. Atuação brilhante de Nanwom Joseon
- Quem é Stella Kinsley? Eu ouvi sua música e tenho muito a dizer
- Uma conversa com Shiro, o maior apresentador de TV que o Japão já viu
Pamela Niven não responderá judicialmente por qualquer informação citada nesse artigo. Colunista de 2011, a colombiana começou a escrever ainda nova para aclamadas revistas musicais. Esse artigo pertence a ROCKET Magazine.