B.Moon - Out Of Orbit
Nov 11, 2024 18:40:45 GMT
Post by Ramprozz on Nov 11, 2024 18:40:45 GMT
Ouça Out Of Orbit de B.Moon aqui.
CHECKMATE
Nota: 97
Escrita por: -
Surfando na onda do que talvez seja a maior tendência atual no nicho de K-pop, a empresa CON:PASS decide lançar o seu primeiro boygroup, o B.Moon. Entretanto, apesar de estarem indo na mesma direção que seus outros parceiros de trabalho, esse grupo especificamente parece ter tomado uma rota diferente. Apostando em uma sonoridade mais acústica e em músicas mais lentas, o autoproclamado grupo de ballads é uma adição curiosa à indústria e, se explorado até o seu limite, pode se tornar uma poderosa potência no que diz respeito a elevar a qualidade musical de um nicho julgado por priorizar performance a boas composições e talentos vocais.
Com o conceito de serem garotos vindo da lua que observam o planeta Terra e assim sentem uma ânsia para explorar novas emoções, em especial o amor, no seu mini álbum de debut, “Out of Orbit”, o B.Moon aterrissa em nosso mundo para conhecer o amor. O que eles não sabem, é que quem está se apaixonando por eles de verdade somos nós.
Iniciando com a intro, “Stars”, o grupo já demonstra suas influências de rock através de acordes de violão, guitarra e batida de bateria. Enquanto cantam, pode-se ouvir o que parece um som de frequência, como se fosse uma mensagem enviada da lua, e as vozes dos garotos são editadas com um efeito interessante, parecendo verdadeiramente que eles estão cantando do espaço. A letra da canção introduz já de cara o conceito do álbum, trazendo a curiosidade dos garotos da lua em conhecer o amor.
Logo após a intro, como de costume nos álbuns de K-pop, somos apresentados à title, “Dance”. Iniciando com um instrumental leve e vocais cristalinos e crescendo com estalares de dedos, a canção explode no refrão de maneira mágica, nos fazendo sentir que nós é que estamos na lua dessa vez. Sua letra mantém o conceito visual e temático de estrelas e espaço do grupo, transmitindo a sensação de estar apaixonado por meio de uma metáfora de convite para dança. Por meio da composição, é possível sentir de maneira clara a inocência do eu lírico, o que significa que as intenções da música foram alcançadas de forma magistral. Apesar de ser uma letra que se repete, o grupo traz versatilidade ao adicionar instrumentos no decorrer da faixa. Seus vocais brilham em meio a esse redemoinho de acordes, representando muito bem as borboletas no estômago de estar encantado por alguém.
A faixa seguinte é “Caramel Eyes”. Funcionando como uma continuação da title, os garotos exploram melhor seus sentimentos, explicando seu entendimento do amor e abusando novamente de metáforas simples, porém precisas. Nessa faixa, podemos conhecer novos lados do B.Moon, como um rap bem executado e instrumentais eletrônicos bem vindos. Utilizando elementos que conversam bem com a faixa anterior, mas sob essa sonoridade eletrônica, a canção se mantém dentro do espectro desenvolvido para o mini álbum do grupo. Musicalmente falando, essa pode não ser a faixa mais interessante do CD, mas isso não a impede de agregar versatilidade no álbum, além de mostrar a coerência esforçada do grupo em se manter dentro de sua temática.
Não vamos dizer “possivelmente”, e nem mesmo “provavelmente”. “I Cry” simplesmente é a faixa mais emocionante dentro desse conjunto. Apostando em novos e crus instrumentos como o violino e o piano, através da quarta música do mini álbum, os garotos conhecem o lado “ruim” do amor, e como esse sentimento pode trazer consigo emoções duras de lidar. A agonia em querer dizer o que não se consegue falar é a emoção tratada dessa vez, por meio de uma sofrida melodia que é cantada com uma dor tão profunda na voz, que quase pode ser sentida com os dedos. Na letra, novamente podemos ver o comprometimento do grupo em manter uma linha de raciocínio admirável, e podemos ver alguns elementos sendo citados que já foram mencionados anteriormente em outras das canções, como as famosas borboletas e a inesquecível luz do luar. Ao fim da canção, os garotos finalmente conseguem confessar o seu amor.
Esse magnífico mini álbum é encerrado com a primeira música apresentada pelo B.Moon ao mundo, “Out of Orbit”, faixa que dá nome ao álbum. Finalizando sua história de amor e finalmente conhecendo o tão desejado sentimento, o grupo descreve essa emoção como algo que te “tira de órbita”, trocadilho perfeito para um grupo de garotos que literalmente deixou a órbita da lua para aterrissar no planeta Terra. Não precisamos pontuar novamente que, apesar de estarem fora de órbita, em momento algum o B.Moon deixou a órbita de sua temática cósmica, proporcionando uma experiência imersiva e uma atmosfera fantasiosa perfeita para os amantes de um grupo conceitual. Os acordes de piano são tocados com vontade, trazendo de volta para o grupo o ânimo e a alegria, e a canção funciona como um sopro de ar fresco após o pulmão apertado de tanto chorar na faixa passada. Quando o refrão inicia, o grupo repete, assim como na title, a sensação de fazer o ouvinte levitar, em meio a uma melodia de synthpop que nos faz ver estrelas. Ao final da bridge, a simbólica frase “eu te amo”, que levou tanto tempo para conseguir ser concretizada, é repetida três vezes, daquele jeito que só um amor verdadeiro te faz sentir: um desespero impossível de ser contido.
Apesar do desempenho pobre do grupo em meio à aceitação do público em geral, talvez por entregarem um estilo musical distante do usual, para nós, é impossível não dar crédito ao trabalho impecável realizado pelo B.Moon nesse delicado e poderoso mini álbum. É interessante comentar que as letras do grupo são escritas usando pronomes masculinos, dando a entender que se tratam de emoções homoafetivas. Analisando por essa ótica e traçando um paralelo entre o conceito do álbum (ansiar por descobrir o amor, ter que superar obstáculos para assumi-lo e se sentir fora de si ao finalmente conquista-lo), acreditamos que esse álbum não só decola como um foguete na nossa lista de favoritos, como também recomendamos que todo jovem LGBT+ tire um tempo de sua vida para explorar essa linda história, que poderia facilmente se tornar uma dessas séries de romance famosas da televisão.
O fato é: independentemente se esse álbum for ou não levado a sério em seu nicho, para nós, ele é um sucesso imensurável. Existe espaço para crescimento, é claro, mas acreditamos que o B.Moon está no caminho certo para marcar a história como outros grupos ainda sequer sonharam em tentar. Estamos ansiosos para descobrir qual será o próximo passo deles, mas, por hora, estamos contentes em poder observar e admirar os garotos da lua, retribuindo assim o sentimento deles.
Nota: 86
Escrita por: -
B.Moon nos agracia com um mini-album de baladas de K-Pop tradicionais e, por incrível que pareça, isso é algo diferente na indústria hoje em dia. Sendo assim, Out Of Orbit é um descanso muito bem aproveitado de todo o eClipse, FORNAX e etc, mas diferente de outros lançamentos com a proposta de serem álbuns de baladas, esse álbum realmente o é, inclusive, o grupo merece muitos pontos por ter mostrado habilidades de rap, o que é encarado como muitos como um must no K-Pop (mas nós não concordamos), mas sem fugir da proposta geral do álbum na faixa Caramel Eyes, que é uma faixa belíssima, diga-se de passagem. De qualquer maneira, é um momento muito acalorado, tranquilizante, ver um grupo masculino surgir de modo tão diferente, vulnerável e gracioso. Fica bem claro que a escolha de fazer um grupo baseado em baladas é mais para exaltar as potências e extensões vocais dos três garotos, o que soa um pouco fabricado (e novamente, estamos falando da indústria do K-Pop, onde tudo soa dessa maneira) mas ainda sim, houve uma preocupação lírica nesse álbum, a composição empregada em I Cry, por exemplo, é ótima, o que mostra uma atenção a todos os aspectos diferentes da música. Enquanto alguns artistas sacrificam a composição pelo bem do destaque da produção e engenharia, ou vice-versa, B.Moon faz um ótimo equilíbrio entre os dois, o que torna tudo mais sólido, mais imponente.
O álbum é talvez o mais coeso em toda essa última leva de lançamentos de K-Pop, o que talvez não pareça grande coisa mas poucos álbuns do nicho foram coesos, e é impossível este não se destacar por isso quando comparamos com outros lançamentos sem pé nem cabeça apresentados ao longo do ano. Out Of Orbit não é nada muito inovador ou revolucionário, mas é exatamente o que fãs de K-Pop precisavam pra curar sua fadiga de ruídos, sintetizadores e panelas.
Nota: 75
Escrita por: Jong Seokmin
Nascido com polêmicas nas costas, o primeiro grupo masculino que estreou na CON:PASS se chama B.Moon. Um trio composto por um chinês e dois coreanos iniciam a sua jornada se afastando do convencional e introduzindo um álbum voltado para ballads e canções vocálicas. É, com certeza, uma das apostas mais diferentes que a CON:PASS ou até mesmo a MAP&S em um todo nestes últimos tempos.
Out of Orbit é o nome do primeiro mini álbum do trio, e já começa com uma ótima abordagem em algumas faixas.
A primeira canção é apenas uma introdução, e “Stars” já dá um pontapé inicial para o que vem em “Dance”. A faixa-título consegue mixar o pop rock – mas diferente do jeito que o RAVEN faz – em uma canção mais dançante. É uma faixa que não dá uma sensação de ‘estreia’, mas isso não significa que ela seja ruim – muito pelo contrário.
“Caramel Eyes” inicia então as canções baladas do álbum, e já sentimos uma presença tão animada sair da cena e dar a vez para a dramatização. É uma faixa que fala, o tempo todo, de seu amado, o elogiando e comparando como pinturas renascentistas ou como os sentimentos de ‘paraíso’ são aflorados no momento do amor. Talvez seja a melhor composição do EP.
O melodrama atinge o seu ápice em “I Cry”. É a faixa mais lenta e, consequentemente, mais vocálica do projeto. Tem uma letra que combina bastante com a proposta instrumental, e durante os quatro minutos – é a maior entre o EP –, todo esse sentimento de tristeza é reproduzido para o ouvinte.
E, então, o EP é finalizado com a melhor faixa. “Out of Orbit” é impactante e traz uma força maior para o álbum. Ela continua sendo uma canção midtempo, mas que ainda se mostra bastante presente e agitada. Nos faz lembrar de algumas canções pop lançadas por artistas ocidentais, e talvez isso que deixe ela soar diferente e se destacar nas demais.
O Out of Orbit foi uma estreia segura. Apesar de ser diferente em um todo, não é algo que se arrisca e vai ao longe com essa ideia. Mas ainda assim, é um projeto consistente e durante quatro faixas – e uma introdução –, é nítido ver o que o B.Moon quis transmitir com esse projeto.
CHECKMATE
Nota: 97
Escrita por: -
Surfando na onda do que talvez seja a maior tendência atual no nicho de K-pop, a empresa CON:PASS decide lançar o seu primeiro boygroup, o B.Moon. Entretanto, apesar de estarem indo na mesma direção que seus outros parceiros de trabalho, esse grupo especificamente parece ter tomado uma rota diferente. Apostando em uma sonoridade mais acústica e em músicas mais lentas, o autoproclamado grupo de ballads é uma adição curiosa à indústria e, se explorado até o seu limite, pode se tornar uma poderosa potência no que diz respeito a elevar a qualidade musical de um nicho julgado por priorizar performance a boas composições e talentos vocais.
Com o conceito de serem garotos vindo da lua que observam o planeta Terra e assim sentem uma ânsia para explorar novas emoções, em especial o amor, no seu mini álbum de debut, “Out of Orbit”, o B.Moon aterrissa em nosso mundo para conhecer o amor. O que eles não sabem, é que quem está se apaixonando por eles de verdade somos nós.
Iniciando com a intro, “Stars”, o grupo já demonstra suas influências de rock através de acordes de violão, guitarra e batida de bateria. Enquanto cantam, pode-se ouvir o que parece um som de frequência, como se fosse uma mensagem enviada da lua, e as vozes dos garotos são editadas com um efeito interessante, parecendo verdadeiramente que eles estão cantando do espaço. A letra da canção introduz já de cara o conceito do álbum, trazendo a curiosidade dos garotos da lua em conhecer o amor.
Logo após a intro, como de costume nos álbuns de K-pop, somos apresentados à title, “Dance”. Iniciando com um instrumental leve e vocais cristalinos e crescendo com estalares de dedos, a canção explode no refrão de maneira mágica, nos fazendo sentir que nós é que estamos na lua dessa vez. Sua letra mantém o conceito visual e temático de estrelas e espaço do grupo, transmitindo a sensação de estar apaixonado por meio de uma metáfora de convite para dança. Por meio da composição, é possível sentir de maneira clara a inocência do eu lírico, o que significa que as intenções da música foram alcançadas de forma magistral. Apesar de ser uma letra que se repete, o grupo traz versatilidade ao adicionar instrumentos no decorrer da faixa. Seus vocais brilham em meio a esse redemoinho de acordes, representando muito bem as borboletas no estômago de estar encantado por alguém.
A faixa seguinte é “Caramel Eyes”. Funcionando como uma continuação da title, os garotos exploram melhor seus sentimentos, explicando seu entendimento do amor e abusando novamente de metáforas simples, porém precisas. Nessa faixa, podemos conhecer novos lados do B.Moon, como um rap bem executado e instrumentais eletrônicos bem vindos. Utilizando elementos que conversam bem com a faixa anterior, mas sob essa sonoridade eletrônica, a canção se mantém dentro do espectro desenvolvido para o mini álbum do grupo. Musicalmente falando, essa pode não ser a faixa mais interessante do CD, mas isso não a impede de agregar versatilidade no álbum, além de mostrar a coerência esforçada do grupo em se manter dentro de sua temática.
Não vamos dizer “possivelmente”, e nem mesmo “provavelmente”. “I Cry” simplesmente é a faixa mais emocionante dentro desse conjunto. Apostando em novos e crus instrumentos como o violino e o piano, através da quarta música do mini álbum, os garotos conhecem o lado “ruim” do amor, e como esse sentimento pode trazer consigo emoções duras de lidar. A agonia em querer dizer o que não se consegue falar é a emoção tratada dessa vez, por meio de uma sofrida melodia que é cantada com uma dor tão profunda na voz, que quase pode ser sentida com os dedos. Na letra, novamente podemos ver o comprometimento do grupo em manter uma linha de raciocínio admirável, e podemos ver alguns elementos sendo citados que já foram mencionados anteriormente em outras das canções, como as famosas borboletas e a inesquecível luz do luar. Ao fim da canção, os garotos finalmente conseguem confessar o seu amor.
Esse magnífico mini álbum é encerrado com a primeira música apresentada pelo B.Moon ao mundo, “Out of Orbit”, faixa que dá nome ao álbum. Finalizando sua história de amor e finalmente conhecendo o tão desejado sentimento, o grupo descreve essa emoção como algo que te “tira de órbita”, trocadilho perfeito para um grupo de garotos que literalmente deixou a órbita da lua para aterrissar no planeta Terra. Não precisamos pontuar novamente que, apesar de estarem fora de órbita, em momento algum o B.Moon deixou a órbita de sua temática cósmica, proporcionando uma experiência imersiva e uma atmosfera fantasiosa perfeita para os amantes de um grupo conceitual. Os acordes de piano são tocados com vontade, trazendo de volta para o grupo o ânimo e a alegria, e a canção funciona como um sopro de ar fresco após o pulmão apertado de tanto chorar na faixa passada. Quando o refrão inicia, o grupo repete, assim como na title, a sensação de fazer o ouvinte levitar, em meio a uma melodia de synthpop que nos faz ver estrelas. Ao final da bridge, a simbólica frase “eu te amo”, que levou tanto tempo para conseguir ser concretizada, é repetida três vezes, daquele jeito que só um amor verdadeiro te faz sentir: um desespero impossível de ser contido.
Apesar do desempenho pobre do grupo em meio à aceitação do público em geral, talvez por entregarem um estilo musical distante do usual, para nós, é impossível não dar crédito ao trabalho impecável realizado pelo B.Moon nesse delicado e poderoso mini álbum. É interessante comentar que as letras do grupo são escritas usando pronomes masculinos, dando a entender que se tratam de emoções homoafetivas. Analisando por essa ótica e traçando um paralelo entre o conceito do álbum (ansiar por descobrir o amor, ter que superar obstáculos para assumi-lo e se sentir fora de si ao finalmente conquista-lo), acreditamos que esse álbum não só decola como um foguete na nossa lista de favoritos, como também recomendamos que todo jovem LGBT+ tire um tempo de sua vida para explorar essa linda história, que poderia facilmente se tornar uma dessas séries de romance famosas da televisão.
O fato é: independentemente se esse álbum for ou não levado a sério em seu nicho, para nós, ele é um sucesso imensurável. Existe espaço para crescimento, é claro, mas acreditamos que o B.Moon está no caminho certo para marcar a história como outros grupos ainda sequer sonharam em tentar. Estamos ansiosos para descobrir qual será o próximo passo deles, mas, por hora, estamos contentes em poder observar e admirar os garotos da lua, retribuindo assim o sentimento deles.
Nota: 86
Escrita por: -
B.Moon nos agracia com um mini-album de baladas de K-Pop tradicionais e, por incrível que pareça, isso é algo diferente na indústria hoje em dia. Sendo assim, Out Of Orbit é um descanso muito bem aproveitado de todo o eClipse, FORNAX e etc, mas diferente de outros lançamentos com a proposta de serem álbuns de baladas, esse álbum realmente o é, inclusive, o grupo merece muitos pontos por ter mostrado habilidades de rap, o que é encarado como muitos como um must no K-Pop (mas nós não concordamos), mas sem fugir da proposta geral do álbum na faixa Caramel Eyes, que é uma faixa belíssima, diga-se de passagem. De qualquer maneira, é um momento muito acalorado, tranquilizante, ver um grupo masculino surgir de modo tão diferente, vulnerável e gracioso. Fica bem claro que a escolha de fazer um grupo baseado em baladas é mais para exaltar as potências e extensões vocais dos três garotos, o que soa um pouco fabricado (e novamente, estamos falando da indústria do K-Pop, onde tudo soa dessa maneira) mas ainda sim, houve uma preocupação lírica nesse álbum, a composição empregada em I Cry, por exemplo, é ótima, o que mostra uma atenção a todos os aspectos diferentes da música. Enquanto alguns artistas sacrificam a composição pelo bem do destaque da produção e engenharia, ou vice-versa, B.Moon faz um ótimo equilíbrio entre os dois, o que torna tudo mais sólido, mais imponente.
O álbum é talvez o mais coeso em toda essa última leva de lançamentos de K-Pop, o que talvez não pareça grande coisa mas poucos álbuns do nicho foram coesos, e é impossível este não se destacar por isso quando comparamos com outros lançamentos sem pé nem cabeça apresentados ao longo do ano. Out Of Orbit não é nada muito inovador ou revolucionário, mas é exatamente o que fãs de K-Pop precisavam pra curar sua fadiga de ruídos, sintetizadores e panelas.
Nota: 75
Escrita por: Jong Seokmin
Nascido com polêmicas nas costas, o primeiro grupo masculino que estreou na CON:PASS se chama B.Moon. Um trio composto por um chinês e dois coreanos iniciam a sua jornada se afastando do convencional e introduzindo um álbum voltado para ballads e canções vocálicas. É, com certeza, uma das apostas mais diferentes que a CON:PASS ou até mesmo a MAP&S em um todo nestes últimos tempos.
Out of Orbit é o nome do primeiro mini álbum do trio, e já começa com uma ótima abordagem em algumas faixas.
A primeira canção é apenas uma introdução, e “Stars” já dá um pontapé inicial para o que vem em “Dance”. A faixa-título consegue mixar o pop rock – mas diferente do jeito que o RAVEN faz – em uma canção mais dançante. É uma faixa que não dá uma sensação de ‘estreia’, mas isso não significa que ela seja ruim – muito pelo contrário.
“Caramel Eyes” inicia então as canções baladas do álbum, e já sentimos uma presença tão animada sair da cena e dar a vez para a dramatização. É uma faixa que fala, o tempo todo, de seu amado, o elogiando e comparando como pinturas renascentistas ou como os sentimentos de ‘paraíso’ são aflorados no momento do amor. Talvez seja a melhor composição do EP.
O melodrama atinge o seu ápice em “I Cry”. É a faixa mais lenta e, consequentemente, mais vocálica do projeto. Tem uma letra que combina bastante com a proposta instrumental, e durante os quatro minutos – é a maior entre o EP –, todo esse sentimento de tristeza é reproduzido para o ouvinte.
E, então, o EP é finalizado com a melhor faixa. “Out of Orbit” é impactante e traz uma força maior para o álbum. Ela continua sendo uma canção midtempo, mas que ainda se mostra bastante presente e agitada. Nos faz lembrar de algumas canções pop lançadas por artistas ocidentais, e talvez isso que deixe ela soar diferente e se destacar nas demais.
O Out of Orbit foi uma estreia segura. Apesar de ser diferente em um todo, não é algo que se arrisca e vai ao longe com essa ideia. Mas ainda assim, é um projeto consistente e durante quatro faixas – e uma introdução –, é nítido ver o que o B.Moon quis transmitir com esse projeto.