[ASIA] Leo X ELLE Korea: Made with LOVE
Nov 8, 2024 23:59:01 GMT
Post by junnieal on Nov 8, 2024 23:59:01 GMT
Leopold Kim, Kim Renjun… ou apenas Leo. Quem é uma das mentes geniais por trás do CL0V3R? Conheça mais sobre o produtor, compositor e all-rounder dentro de um dos mais novos boygroups do ano, que já promete estar entre os maiores. A ELLE Korea traz uma entrevista com o artista, que fala tudo sobre si, conversa sobre o mais novo lançamento do grupo e diz os planos do CL0V3R para o futuro.
Olá, Leo, muito obrigado por aceitar o nosso convite para a entrevista. Bom, comecemos do início. Poderia falar mais sobre você? Gostaríamos de saber sua trajetória até que se tornasse membro e um dos líderes do CL0V3R.
E aí? Olá aos leitores e leitoras, e um grande abraço aos L0V3Rs que também leem essa entrevista. Eu quem agradeço à ELLE Korea por estar aqui, é um enorme prazer ser, pela primeira vez na vida, a capa de uma revista.
Enfim, para quem não me conhece, eu sou Leopold Kim, o Leo, do boygroup CL0V3R e líder da nossa subunit, o Club Team. Lançamos nosso primeiro mini-álbum enquanto grupo recentemente, chamado “L0V3:MANCIA”.
Eu nasci em Chicago, nos EUA, em 2000, e cresci em Nova York. Sim, eu já tenho 28 anos. Alguns dizem que sou velho demais para estar debutando só agora e muitas outras coisas. Já saiu uma matéria a respeito… Mas não vou desenvolver isso agora. Bem, a minha trajetória começou lá em meados de 2007. Ingressei na carreira musical ainda criança. Eu fazia aulas de canto desde a infância num coral de uma igreja, inicialmente por influência da minha família. Digo que era algo que me aliviava bastante, não sei se era pelo local, que tinha uma atmosfera bem leve, ou porque eu conseguia expressar, de alguma forma, por meio das notas e o canto, os meus sentimentos, o que me deixava bem melhor do que entrei. Não sou lá muito religioso, mas gostava demais de ir para lá. Parei de frequentar a igreja em si lá pelos meus quatorze anos. O motivo da minha saída foi porque quando crescemos, começamos a trilhar alguns caminhos, e algumas ideologias lá dentro não se sintonizavam muito com as minhas. Mas não tenho nada contra a religião em si, longe disso.
Dali, um tempinho depois, eu comecei a fazer aulas de canto com um professor numa escola de música, onde desenvolvi muito mais os meus vocais. Um fato curioso, é de que ganhei um certo destaque na escola porque minha voz já era bem grave. Já estava na fase da puberdade, e foi onde esse tom se acentuou mais. Desde então, meu alcance vocal começou a ser sempre maior nas notas baixas.
Minha paixão pela música foi crescendo mais e mais, e quando passei pelo período escolar do ensino médio, decidi cursar música na faculdade. Lá, aprendi mais sobre composição, arranjos, e depois de terminar o curso, fiz uns dois anos de produção musical. Entrei na faculdade aos dezessete, e saí depois do curso de produção musical, com uns vinte e cinco. Já era uma idade avançada, de fato.
E como você decidiu se tornar um idol? Houve influências?
Eu sempre me interessei pelo K-Pop e pela cultura coreana em geral. Minha maior influência sempre foi a minha mãe, que é coreana. Uma curiosidade sobre eu falar o idioma é que ela sempre teve uma dinâmica bem interessante comigo. Desde pequeno, ela se comunica comigo em coreano e eu respondo em inglês. Tive o privilégio de “nascer” bilíngue, justamente por esse hábito, o que me garantiu a fluência nos dois idiomas.
Agora sobre a cultura, bom, graças ao avanço da internet, eu comecei, ainda novo, a consumir conteúdos da Coreia do Sul, como dramas, programas de variedade, os famigerados mukbangs, e principalmente o K-Pop. Dali, assim que terminei a faculdade, decidi me arriscar no mercado coreano. Me mudei para a Coreia do Sul, e saí mostrando para as gravadoras, de nomes grandes ou pequenos, minhas composições e produções, que fazia autonomamente tipo um “hobby”. Quando ia de porta em porta para mostrar o meu trabalho, a experiência era como se eu estivesse entregando currículos. Muitas delas fecharam as portas, falaram que já estavam com uma quantidade o bastante de pessoal lá dentro e mais um monte de histórias. Não sei se posso assumir que não aceitaram o meu trabalho por eu ser estrangeiro ou qualquer coisa, porque a gente sabe que tem umas empresas bem conservadoras nesse sentido. Eu tinha um repertório até que vasto, mesmo que nem todas as demos tivessem muitos vocais.
Felizmente, no fim das contas, uma hora eu consegui resultados nas minhas andanças por Seul, mas não pensem que tudo aconteceu num dia só, foram alguns meses indo e voltando nas mesmas empresas. Na minha terceira vez passando pela Body&Seoul Entertainment, a mesma empresa que hoje administra o CL0V3R, eu os venci pela insistência. Eles gostaram do meu trabalho, e pouco tempo depois, eu já estava em projetos importantes. Nessa mesma época, conheci FaanG, nosso produtor Maximus e o Grey, que atualmente é meu companheiro de equipe e produz músicas do CL0V3R junto comigo, porque já tínhamos trabalhado juntos. Dali, trabalhando como produtor dos grupos de K-Pop dentro da própria empresa, surgiu um desejo de me tornar idol também. Sim, eu gostava e ainda gosto muito de trabalhar no background de tudo, nos bastidores, e saber que as músicas que eu escrevo, componho e faço a mixagem tendo sucesso é de grande valia, mas queria estar lá na frente também. Tudo bem que o desejo veio um pouco mais tarde, até mesmo depois do “Enchanting Boys Project”, do qual Grey, Evann, Luck e mais alguns membros participaram. Digamos que eu cheguei um pouco depois nessa corrida pelo debut. Num belo dia, depois de uma longa conversa com o CEO, e falando sobre o meu desejo em ser idol, ele fez eu me apresentar pessoalmente para ele, porque ele queria me desafiar e avaliar se eu tinha mais talento além da produção, porque na época, eu não era lá de conversar muito com as pessoas e ficar falando sobre algo além do profissional. Na verdade, até hoje eu sou um pouco mais restrito às relações de proximidade. Enfim, mostrei meus talentos para a dança e o vocal, e o tiozão curtiu, principalmente pela minha voz grave. Ele viu em mim um talento para ser rapper inicialmente, mas no fim, eu também canto no CL0V3R, assim como todos os membros num geral. Em resumo, eu tô gostando demais dessa parada de ser produtor, compositor e idol ao mesmo tempo, apesar de super corrido. E pelo visto, modelo também, porque aprendi a modelar antes de fazer esse primeiro ensaio para a ELLE.
Ótimo, Leo. Agora, conte-nos mais sobre seu estilo. A ELLE é uma revista mundial de moda e beleza, e queremos que você fale mais sobre seu estilo. Qual seu estilo de moda favorito? Pelo que vimos, já nos teasers de fotos do CL0V3R, você costuma ter um estilo um pouco mais andrógino, é verdade?
É completamente verdade. Eu gosto muito de quebrar essa barreira entre o masculino excessivo e o que é dito como “feminino”. Nós mesmos somos capazes de fazer nossos próprios estilos. Para mim, não existe essa história de moda masculina e moda feminina. A roupa tem que se adequar a você, e não o contrário. Eu gosto da ideia de ter um cabelo mais comprido, usar uma maquiagem às vezes mais detalhada na região dos olhos e da boca, o uso de cropped, calças wide, tops e até mesmo algumas saias. Costumo mesclar isso bastante com uma roupa mais neutra, o que chamam de “unissex”, ou o masculino mesmo. Mas dependendo do dia, eu estou mais largado, uso algumas roupas que modelam menos o corpo, como moletons e blusas compridas. Vai variar de como me sinto comigo mesmo e com o ambiente em si, prezando ou não por um conforto a mais. Um fato engraçado sobre minha aparência e estilo, é que eu vejo as publicações do nosso perfil oficial nas redes sociais e leio os comentários. Quando saiu meu teaser para o “L0V3:MANCIA”, algumas pessoas, que não conheciam o CL0V3R e não sabiam que somos um boygroup, comentaram em minhas fotos coisas como “que menina mais linda”, “amei o estilo dessa garota”, “estou confuso sobre a pessoa da foto ser um menino ou uma menina”, e coisas do tipo. Alguns até mesmo disseram que passaram a questionar a própria sexualidade por conta das fotos. Inclusive, isso me lembra até de outra situação cômica.
Há mais ou menos um mês, quando fomos para o MTV MIAW, para nos apresentarmos e assistirmos à premiação, nos hospedamos por uns dois dias num hotel, lá em Cuba. Num dos dias, eu saí sozinho para passear, e depois fui conhecer uma lojinha de souvenirs, buscando alguma coisa para levar de lembrança. Como eu sei falar em espanhol relativamente bem por ter passado uma temporada no México há alguns anos, eu não teria muitas dificuldades na comunicação. Distraído ao observar alguns souvenirs dentro de uma vitrine, um rapaz chegou em mim para pedir uma informação. No dia, eu estava usando um crop top e uma calça jeans wide por baixo, com o meu cabelo solto. Tinha feito uma escova nele no dia, estava bem bonito, e na altura que está hoje em dia, só que tingido de preto. Quando o rapaz me abordou, eu estava de lado. Meus traços do rosto são mais finos e tenho linhas um pouco mais suaves, o que traz uma certa confusão em quem se baseia muito em padrões, principalmente os europeus. O homem me perguntou: “moça, você sabe onde fica a rua tal?”. Eu, já super acostumado com o “misgender”, como alguns chamam, respondi normalmente, no meu espanhol arranhado: “não, foi mal, irmão, eu não moro nesse país”. A expressão de choque do rapaz era tão grande ao ouvir a minha voz, super grossa, em contraste com a minha aparência, que eu me segurei para não rir na frente dele. Dei um sorrisão na direção do rapaz e ele só agradeceu, parecendo que estava com medo. Isso acontece com mais frequência do que se imagina, principalmente quando são as velhinhas que tentam interagir comigo.
Você costuma se ofender com essas confusões?
De jeito nenhum. Eu gosto demais dessa loucura. Quando isso acontece, significa que no dia em que eu quis alugar um triplex na cabeça de alguém em relação ao gênero, a minha missão foi concluída. Eu gosto de chamar atenção em detalhes sutis. Não sou de me envolver em polêmicas e muito menos de ficar arrumando brigas com outros famosos e coisas do tipo. Isso não edifica a carreira de ninguém, porque você ganha fama baseado no quanto você é desagradável. As pessoas que te acompanham não estão ali pelo seu trabalho, mas estão esperando o próximo tropeço que você vai dar em relação à sua imagem e integridade. Não é isso que eu quero. Eu quero ser reconhecido por quem eu sou de verdade e principalmente pelo meu trabalho na indústria. Quero que as pessoas gostem do que eu faço e de quem eu sou na realidade. Não vou me abaixar e modelar minha personalidade e muito menos o meu estilo só pra agradar fãs que querem todos numa caixinha, porque esses não são fãs, são colecionadores de figurinha repetida.
Você fala bastante sobre essa questão do gênero. Leo, você é uma pessoa de gênero não-binário ou não se identifica com o gênero que te foi imposto ao nascimento?
Uma pessoa trans? Não, não. Eu sou um cara cisgênero, mesmo. Mas minha expressão de gênero é diferente, me sinto muito bem assim, me sinto mais livre quando tenho a liberdade de usar o que eu quiser. Num dia eu posso usar saia plissada e andar com um laço na cabeça, e no outro eu posso estar sem camisa, mostrando meu peitoral como um gigolô qualquer na internet. Só não me peçam pra mostrar a bunda, não faz o meu feitio. Nem bunda eu tenho direito, haha.
Anteriormente, você mencionou algo sobre fazer música por hobby. O que você costuma fazer em seu tempo livre?
Bom, eu tenho uma rotina meio apertada por conta dos trabalhos enquanto produtor e idol. Normalmente, eu costumo ir à academia, porque mantenho sempre hábitos alimentares saudáveis, sinto que é muito importante, já que nós fazemos muito esforço físico para dançar e cantar principalmente. Fazer os dois exige muita resistência e cansa demais. Além disso, eu costumo ouvir música. Como produtor, eu preciso saber o que está em alta no mercado musical, o que as pessoas andam consumindo, e normalmente anoto num caderninho que guardo comigo meio que a decomposição das músicas, vejo sobre a batida, tento identificar mais ou menos as batidas por minuto, o estilo da letra e tudo mais. Mas não ouço música apenas como um profissional. Também sou um consumidor final. Gosto dos artistas em ascensão da atualidade. Acompanho o UNi, o RAVEN, o Nymphae, a Delilah, a Lucy Hart, e agora o MAELSTROM. Quando estava escrevendo “Amor Ciego”, nossa canção de unit do álbum, ouvi bastante artistas como a Sofía e a EMi, que cantam em espanhol. Também ouço o Caleb Roth, e normalmente, quando estou reflexivo ou fazendo coisas cotidianas, como sei lá, limpar os nossos quartos ou até aquele banheiro encardido da nossa casa, eu ouço as letras super bem escritas da Harmon Moore. Surtei quando vi que ela acompanha o CL0V3R, sou muito fã do conteúdo dela. No mais, além de tudo isso, se eu não estou virando a noite escrevendo alguma letra, eu tiro meu tempo pra jogar. Gosto muito de jogar League of Legends, Honkai: Star Rail, Mobile Legends, Call of Duty e uns títulos bem diferentes, tipo Euro Truck Simulator 2. Eu gosto de dirigir, consegui comprar um volante para jogar esse jogo e o Forza Horizon 5, que comecei a jogar por influência do ReMi e do Chris, que são viciados. Ah, minha dupla no LoL costuma ser o Yami, ele gosta de jogar na jungle enquanto eu jogo na midlane. O Evann também joga, ele vai de suporte, gosta muito de jogar de Morgana e Janna, mas normalmente ele para de jogar rapidinho quando se estressa com os ADCarrys que caem com ele. Muito engraçado ver ele xingando em alemão, já que ele cresceu lá.
Você tem uma série de gostos diversos, Leo. É impressionante a maneira que você fala de todos com amor. O que acha de falar do novo álbum de vocês, o “L0V3:MANCIA”? Com certeza, ele também foi feito com bastante amor, certo?
Com toda a certeza. O “L0V3:MANCIA” em si, fala sobre o amor, de várias formas. Quando eu, o Grey, o Evann, o Luck e o Patrick pensamos no álbum, foi bem antes do nosso debut. Os meninos do Diamond Team lançaram “Get Get” já com tudo planejado; digamos que o lançamento dela foi o pré-lançamento, até porque consta na tracklist do “L0V3:MANCIA”.
Enfim, a linha de pensamento antes de criar o álbum foi de que nós poderíamos falar sobre o amor, já que é o conceito principal do nosso grupo. Para quem não capturou a mensagem, a palavra “clover” abre margem para outras palavras, como o nome do nosso fandom, o “L0V3R”. CL0V3R se decompõe em “L0V3”, que é a escrita alternativa para “Love”, o amor propriamente dito. “MANCIA” é um sufixo em espanhol, que significa adivinhação, algo relacionado ao conhecimento. A cartomancia envolve adivinhação e a previsão do futuro por meio das cartas, e dali por diante. A intenção com essa palavra, era trazer um ar mais mágico para o nome do álbum, porque se juntarmos as duas palavras, representamos algo como “a adivinhação do amor”, basicamente, num sentido um pouco mais explicado, o “L0V3:MANCIA” é a tradução dos espectros do amor, do que há por dentro dele, e podemos identificar isso pelas faixas.
No primeiro momento, temos “Desire”. Essa é a música que introduz o álbum. Ela descreve sobre um desejo, a gana por algo. Esse algo, é no caso, alguém, o desejo é de ter e estar com a pessoa que a gente ama. A música também fala sobre as sensações ao se apaixonar, e quando você se apaixona e ama, você deseja estar com aquela pessoa o tempo todo, e quando ela chega, o tempo para, tudo se concentra apenas nela e naquele momento. É essa a mensagem da música.
A segunda faixa é “Trigger”. Ela fala sobre as sensações de se sentir instigado. Quando alguém que a gente gosta nos toca, a gente se sente engatilhado se esse alguém nos desperta atração física ou sexual. A canção fala sobre ansiar mais por esse toque. Ela é contextualizada numa relação sexual, mas não deixa isso tão explícito. Quem entende, entende por conta das referências e da sonoridade.
A nossa faixa título, colocada como a terceira do álbum, por um grande motivo, já que o 3 é o número oficial do grupo, é “GIV3N:TAK3N”. Já no próprio título podemos ver, novamente, a referência do número 3 e os dois pontos, que no caso, são a representação da mordida de um vampiro. A marca que um vampiro deixa na pele, ao mordê-la, é similar a esses dois pontinhos. Isso também estava nítido nos primeiros photoshoots que lançamos antes dos conceitos do álbum. Bom, a música, caso não saibam, fala sobre a existência de um vampiro, que tem o poder de enfeitiçar as vítimas. O vampiro é muito atraente, ao ponto de fazer a gente ficar caidinho por ele e se oferecer como um sacrifício. No fim, a gente acaba transformado por esse vampiro em questão e nos tornamos iguais a ele. É uma explicação bem grosseira da letra, mas se quiser sentir melhor a vibe, recomendo você ouvir a música, está muito boa.
A quarta faixa é “Jealousy”. Quem nunca sentiu ciúme da pessoa que gosta, que atire a primeira pedra. Todo mundo já sentiu ou pode sentir ciúme, nem que tenha sido de algo muito específico. Existem coisas que provocam o ciúme na gente, e a maioria parte de uma insegurança ou alguma ferida aberta, seja por relações passadas ainda não superadas que acabam refletindo na relação atual, ou o hábito ancestral que o ser humano insiste em manter, que é a competitividade, o porquê Fulano ou Beltrano é melhor ou pior que eu. A letra fala justamente sobre isso. No contexto, terminamos com uma pessoa, ou fica subentendido que ela nos largou. Isso pode servir para um ex ou então para alguém que a gente só ficava e nutria sentimentos, mesmo. Vai depender da sua situação, enquanto ouvinte. No decorrer da música, há aquela questão das comparações, que eu já mencionei. Por que ele é melhor do que eu? O que você viu nele que não viu em mim? Assim por diante. Mais pro final, ao meu rap, e muito obrigado, você recebe um tapa na cara. Aprende a superar, mano. Deixa a pessoa ir embora, parte pra outra. Ficar sozinho não é tão ruim assim, tá tudo bem.
A quinta faixa é a nossa música de debut, na sua forma original, com os cinco membros do Diamond Team. “Get Get”, como falei antes, era a introdução para o “L0V3:MANCIA”, no que se diz ao conceito. Posso dizer que ela é o início do que “GIV3N:TAK3N” viria a ser. Ela também fala sobre a questão da devoção, mas ela aborda isso de uma maneira muito mais sutil e de certa forma, culpa a pessoa que a gente tá apaixonado por justamente fazer a gente se apaixonar. A culpa é toda sua, moleque. Você fez eu me apaixonar por você. Era uma armadilha o tempo todo, e você planejou que isso acontecesse. Agora eu tô aqui, gamadão em você. É tipo isso, tá ligado? Ela também fala um pouquinho sobre a insegurança, uma determinada incerteza, meio que casa com a faixa anterior, que fala sobre ciúme. O N.Gel fala sobre essa insegurança num dos versos do rap dele, que diz “eu sou complicado, desista de mim”, mas ele só deixa pra lá porque a pessoa já tá consumindo a mente dele, então era só se entregar e deixar acontecer.
A sexta faixa é “All of the Time”. Fizemos com a NaYu, ela é um amor de pessoa. O Maximus e o FaanG a gente vê toda hora, não são tão estrelas assim na música… Brincadeira, eles coloriram o álbum inteiro, basicamente. O Maximus nem se fala, tá em todas as faixas. Esse trabalhou, e não foi só no Showdown não, filhão, pensa num cara esforçado. Enfim, a gente, o FaanG, o Maximus e principalmente a NaYu, que foi a que deu o pontapé inicial em absolutamente tudo da letra, compôs “All of the Time” pensando num lance relacionado à carência. Mas não é só a carência comum, a necessidade de um abraço da outra pessoa, mas algo relacionado à abstinência. Existe um “T” muito grande nessa música. Colocamos até uma referência ao termo “blue balls”, que é quando você, basicamente, estimula de uma maneira excessiva a região íntima masculina, e os testículos doem porque você não… vou usar uma referência da minha diva, Delilah, não “explodiu”. Esse termo fica subentendido ao trecho “I tried to do it by myself […] Without you it feels so blue”. “So blue” também é uma referência a “muito triste”, algo melancólico. Digamos que na ausência da pessoa, fica triste e ao mesmo tempo dói porque a gente não “explode” sem ela. Agora faz sentido, se pararmos para pensar que a Nayu também foi compositora de “Explode”, da Delilah. Tudo interligado, bebê.
Bom, a sétima faixa é “Poisonous Flower”, inclusive vi algumas pessoas comentando em críticas que o ritmo dela subir e não chegar num ápice é ruim. Mas muito pelo contrário, e digo isso como produtor. “Poisonous Flower” fala sobre a questão do veneno, algo como uma droga. É um aditivo, acelera seu coração, deixa você doido, viciado, mas você não morre, só fica enérgico. A música fica acelerada justamente por isso, já que a letra fala de uma flor venenosa, uma rosa que te espeta, te injeta um veneno que entra e faz um estrago. A música fala sobre o amor ser um vício, ser algo que te deixa ansioso, suado, e você quer mais e mais daquilo. Perdão se isso ficou subentendido, talvez eu tenha que melhorar nas referências da próxima vez, falar sobre o uso da substância injetável chamada heroína pode não ter sido o bastante. Voltando a falar do ritmo, se você estudar os efeitos de uma droga, ela te acelera, mas o efeito dela passa depois de devidamente absorvido pelo corpo. A pessoa se vicia nessa loucura que a substância causa, e por isso ela quer mais outra vez, pra sentir aquele efeito de novo, depois dele passar. A parte agitada, que é o refrão, se repete três vezes na música, o que tem todo o sentido, porque o refrão é o ápice do conceito da letra.
A oitava e última faixa é a nossa primeira música em espanhol, chamada “Amor Ciego”. Ela foi um desafio, porque era minha primeira vez numa música com a temática latina e praticamente toda em espanhol. Trabalhamos com a Lívia Gutiérrez nessa música, uma grande amiga minha, que é uma artista mexicana e entende muito bem como aplicar a sonoridade do espanhol mas canções. Um beijão, azulona! Bem, a canção não tem um refrão super mega plus aprimorado, porque esse é o conceito do Club Team. Somos uma unit mais focada em dança, mais ao ritmo e menos ao vocal constante, por mais que o William, que tem um vozeirão, esteja em nossa unit. A proposta da unit é basicamente essa, e a letra fala sobre estarmos em uma dança a dois, onde há a troca de olhares, a paixão fervente, os pequenos toques e toda a vibe do amor. O amor é cego, você o dá não necessariamente esperando algo em troca, porque está movido pela paixão. O amor é cego porque você faz loucuras por ele, você fica viciado, você fica carente, ciumento. Você se entrega de corpo e alma pra ter o que quer. A letra da música fecha o álbum mostrando o que é o amor em geral.
Volto a reiterar que o “L0V3:MANCIA” fala sobre nada mais, nada menos do que o amor, o enchendo de mensagens. Perdão se falar sobre o amor soa muito repetitivo, mas é essa a nossa principal mensagem enquanto grupo. Prometo abordarmos temas um tanto diferentes, mas sem sair do conceito principal do CL0V3R, e que os L0V3Rs tanto gostam: o amor, que é o que tanto temos fé, principalmente aos dias de hoje, em que as relações são muito líquidas e ninguém ama ninguém. “Cause Love is not Over”, bro. O amor não acabou.
Uma mensagem bem profunda ao ser destrinchada, Leo. Você e todos os meninos do CL0V3R estão de parabéns. Bem, vamos falar sobre os planos do CL0V3R daqui pra frente. Inclusive, que ótima notícia vocês receberem o seu primeiro prêmio ao M!Countdown! O que vocês têm programado após essa conquista?
Fiquei muito feliz por termos conseguido nosso first win. Nunca imaginei que pudesse consegui-lo tão cedo. Me sinto lisonjeado e agradeço aos L0V3Rs mais uma vez por nos garantirem esse feito. O William chorou bastante quando nosso nome foi anunciado na premiação, e ficamos em choque por ter ganho à frente de um artista bem consolidado como o Nate. Trabalhei com ele em “Pink n’ Greedy” do FaanG, a propósito. Bom, temos uma série de coisas a fazer. Um dos anúncios que os managers nos liberaram divulgar foi a respeito de que temos um anime original para lançar. Seremos o elenco desse anime, e os episódios serão lançados no nosso canal oficial no YouTube. Ainda não temos data prevista para lançamento do primeiro episódio, mas fiquem atentos, que em breve divulgaremos mais informações.
Que legal! E você sabe o tema desse anime? Quem é o seu personagem nele?
O anime vai falar principalmente sobre bruxaria. Para quem não sabe, nosso grupo tem o conceito de sermos os “bruxos do amor”, digamos. O meu personagem em si manipula o fogo, e o resto… Não vou dar spoilers. O estilo do anime é o famigerado shounen, que envolve lutas e confrontos. Vai ser divertido, fiquem ligados.
Até mesmo nós, da ELLE, estamos ansiosos para esse lançamento! Bom, a nossa entrevista está infelizmente chegando ao fim. Leo, gostaríamos de agradecer, mais uma vez, pela sua presença aqui e pelas fotos lindas que tirou para a nossa revista.
Sou eu quem agradeço à ELLE pela oportunidade. Foi um enorme prazer estar aqui.
Agradecemos a todos as nossas leitoras e leitores por acompanharem até aqui, até a próxima!
[Divulgação para “GIV3N:TAK3N” e “All of the Time”]