Nymphae - Gates Of Arcadia
Nov 6, 2024 22:40:44 GMT
Post by Ramprozz on Nov 6, 2024 22:40:44 GMT
Ouça Gates Of Arcadia de Nymphae aqui.
Nota: 96
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Gates of Arcadia não é nada de novo, de fato, mas é emocionante quando o tipo mais tradicional de música é feito com a mais refinada maestria. Antes de tudo, é refrescante ver que mais artistas do tipo do Nymphae e também de semelhantes, como o B.Moon e o Faang, estão florescendo na indústria do kpop, saturada de conceitos futuristas e drops (por favor, que mais artistas do gênero façam mais músicas com refrões verdadeiros) e é ainda mais refrescante escutar música com a do Nymphae, o tipo de música em que instrumental e vocal se respeitam, se mantendo cada um em seu limite. A voz e a melodia se complementam, a melodia não precisa de um momento só dela pra causar um impacto. Começando pela intro, uma peça de arte muito sofisticada que apresenta o piano como elemento principal e segue trazendo orquestra pra acompanhar, depois ainda usa batidas e distorções de maneira sutil e de muito bom gosto. O álbum constrói uma narrativa simples, inspirada no gênero de anime mahou shoujo, e usa dessa inspiração com perfeição não só em Magical Girls mas também durante todo o álbum, misturando batidas e synths da música pop com orquestrais e seus vocais agudos, entregando uma performance de personagens jovens e imaturas, assim como geralmente são os animes de garotas mágicas. Apesar de todas as músicas serem impecáveis do ponto de vista técnico, o ponto alto é LOVEDOM, que tem a mesma energia de mahou shoujo, mas com melodia mais única e cheia de twists, além de integrar de maneira sutil mais um arquétipo da cultura de animes: a yandere, uma personagem que é apaixonada ao nível psicótico. É intrigante e divertido como alguns versos totalmente malucos como "Did I hold you too long?/Did I go too far?/Well, it doesn’t matter/You’re gonna be mine". Missing You e Sunrise também são ótimas músicas, com o mesmo nível de produção das demais, mas o próximo destaque vem com Ode to Pan, quando o álbum finalmente tem um twist de sonoridade e de conteúdo lírico, e a presença da música aqui veio a calhar, já que a recorrente sonoridade "animesca" começava a soar repetitiva e cansativa, então, essa faixa serve como uma ótima quebra de expectativa. E ao fim, temos Arcadia como faixa de encerramento. Como música em si, Arcadia é igualmente ótima, assim como todo o álbum, mas talvez uma coisa maior fosse esperada para fechar o álbum, talvez uma faixa que explorasse mais os vocais do grupo, já que esse é o forte delas enquanto intérpretes, por mais que as integrantes também escrevam as músicas do grupo (e muito bem!).
Talvez, Arcadia seria mais impactante como uma faixa no meio do álbum e poderia ser permutada de lugar com LOVEDOM, por exemplo, que seria uma closing track mais impactante. Ainda sim, é compreensível, já que a ordem de faixas é relevante pra narrativa, faz sentido que Arcadia seja a última pois seria o momento em que a personagem do eu lírico adentra Arcadia... em um álbum que evidentemente fala sobre a entrada da cidade, afinal, o título é Gates of Arcadia. No mais, o mini-álbum de estreia do Nymphae foi uma ÓTIMA maneira de apresentar um grupo tão singular quanto ele.
Nota: 84
Escrita por: -
Sendo algo muito esperado por todos, o Nymphae faz uma estreia marcante com seu álbum “Gates of Arcadia”, que promete ser um divisor de águas no cenário do K-Pop atual. O álbum apresenta uma narrativa sonora que mistura o tradicional com o moderno, em uma tentativa de criar uma experiência coesa, mas repleta de emoções e histórias complexas. Ao longo das faixas, percebe-se que o grupo está em busca de capturar a essência mágica de um mundo encantado, o que é bastante interessante. Desde o conceito visual até a produção musical, tudo parece ter sido pensado para oferecer uma experiência totalmente imersiva nesse mundo mágico de Arcadia.
Ao longo das oito faixas, vemos a construção de um universo que equilibra sons eletrônicos com arranjos clássicos, e letras que falam tanto de fantasia quanto de sentimentos complexos. É um álbum que não se esquiva de explorar temas mais profundos, mas que também sabe ser divertido e dançante quando necessário. Cada faixa traz uma perspectiva única, mas todas juntas formam um enorme mosaico que dá uma ideia clara do que o Nymphae tem a oferecer.
A introdução do álbum, “Pathway to the Stars”, é uma introdução instrumental que cumpre bem o papel de nos preparar para a experiência que virá a seguir. Com apenas pouco mais de um minuto, a faixa é quase um prelúdio, algo que poderia facilmente estar em um filme de fantasia. A produção é de Ella, que buscou criar uma atmosfera etérea usando elementos de música clássica, como toques suaves de piano, que se entrelaça com sintetizadores modernos.
A introdução começa de forma quase silenciosa, com notas de piano ecoando suavemente, como se estivéssemos caminhando por uma floresta encantada. Conforme os segundos passam, uma linha de violinos entra em cena, criando uma sensação excepcional de aventura. É como se cada nota fosse uma folha balançando ao vento, abrindo caminho para um mundo novo e mágico. Em seguida, sons eletrônicos começam a surgir, se mesclando perfeitamente à melodia clássica e trazendo um contraste interessante que aponta para a dualidade de influências que estará presente em todo o álbum.
Apesar da beleza da introdução, alguns podem argumentar que ela poderia ter sido um pouco mais longa, talvez com uma progressão maior que desse um tom mais grandioso. Ainda assim, “Pathway to the Stars” estabelece bem o clima que será aprofundado nas faixas seguintes, funcionando como uma ponte para o universo que o Nymphae deseja apresentar.
Chegamos à GRANDÍSSIMA faixa-título, “Magical Girls”, que é um dos maiores destaques do álbum e, sem dúvida, um dos momentos em que o Nymphae mais brilha. Aqui, a produção de Ella e Doha atinge um nível de perfeição que eleva a música a OUTRO patamar. “Magical Girls” é um perfeito exemplo de como uma faixa-título deve ser: memorável, energética e capaz de traduzir perfeitamente toda a essência do grupo. A faixa começa com um toque leve de uma orquestra.
Logo em seguida, os versos entram de forma suave, com as integrantes cantando de forma delicada sobre o desejo de se superar e de encontrar sua própria força. Os vocais são claros e expressivos, e cada palavra parece carregada de significado, deixando num clima mais emocional, digamos assim.
Esse início só nos prepara o terreno para o refrão explosivo. Quando o refrão chega, é como se todos os meus neurônios se acendessem de uma só vez. As batidas se tornam ainda mais intensas, e os sintetizadores ganham destaque, o que torna totalmente viciante. A repetição do refrão é um verdadeiro “eargasm", daqueles que você encontra se pegando cantarolando mesmo horas depois de ter ouvido a música.
A “ponte” é um dos momentos mais interessantes de “Magical Girls”. Em vez de simplesmente diminuir o ritmo, ela continua no ritmo do refrão mas ao mesmo tempo traz uma mudança no tom que cria um contraste com o restante da faixa. Aqui, as integrantes cantam de forma quase sussurrada, como se estivessem contando um segredo ao ouvinte, enquanto estão mostrando vocais SUPER potentes ao fundo, antes de explodirem novamente em um último refrão ainda mais potente. Essa variação dá à música um ponto especial que impede que ela se torne previsível, fazendo que cada nova audição revele um detalhe novo.
A produção de “Magical Girls” é rica em detalhes, com camadas de sons que vão desde os sintetizadores até pequenas harmonias que só são percebidas com atenção. Cada elemento parece ter sido cuidadosamente colocado para criar uma experiência sonora completa, e isso é um dos pontos mais fortes da faixa. É uma música que consegue ser divertida e leve, mas ao mesmo tempo tem uma profundidade que mostra que o Nymphae não está aqui apenas para ser mais um grupo no cenário. Elas têm algo a dizer, e estão determinadas a fazer isso de forma impactante.
Seguindo, “Shooting Star” é a terceira faixa do álbum e não traz uma mudança tão grandiosa em relação à energia explosiva de “Magical Girls”. Aqui, a produção é mais voltada para a criação de uma atmosfera sonora que lembra um sonho, onde é tudo realmente bem sonhador e inspirador. A música é marcada por uma melodia etérea, construída sobre uma base de sintetizadores e teclados que evocam a sensação de estar olhando para um céu noturno repleto de estrelas. Além disso, a faixa teve a participação da composição do Faang, um solista novato no K-Pop.
Os primeiros segundos de “Shooting Star” são mágicos. Um som de teclado suave abre a faixa, acompanhado por um forte sintetizador e alguns detalhes sonoros de “brilho”, como se estivéssemos sendo transportados para um mundo paralelo. Aos poucos, a batida eletrônica começa a ficar cada vez mais forte, mas ela nunca domina a melodia principal, permanecendo no fundo como um pulsar constante que dá ritmo à música.
A letra de “Shooting Star” é especialmente tocante, falando sobre a importância de nunca desistir, mesmo quando os sonhos parecem distantes. Ela usa metáforas como "seguir as estrelas" e "voar alto" para transmitir a mensagem de persistência e esperança, algo que certamente pode ser muito importante e fácil das pessoas se identificarem, especialmente os jovens que enfrentam incertezas sobre o futuro. A combinação da melodia suave com a mensagem inspiradora faz desta uma faixa especial.
E então, “LOVEDOM” traz uma mudança de ritmo, sendo a faixa mais dançante do álbum até o momento. A produção de Ella e Baekwan explora uma sonoridade inspirada no new jack swing, com uma batida que mistura elementos clássicos dos anos 90 com uma produção moderna. A música começa com um groove contagiante, que lembra aqueles hits que te fazem querer dançar desde os primeiros segundos.
Os versos são cantados de forma descontraída, quase como se as integrantes estivessem conversando com o ouvinte, que também se reflete na letra. A mensagem é leve e otimista, falando sobre a busca por um amor puro e verdadeiro, que vai além das aparências e das inseguranças. O tema é abordado de forma direta, mas há também uma certa doçura nos versos que adiciona um charme extra à faixa. A química entre as vozes das integrantes brilha aqui, com harmonizações que dão um tom bem leve e jovial às melodias.
O refrão é um dos pontos altos de “LOVEDOM”. Com uma batida que lembra as pistas de dança dos anos 90, ele é explosivo e memorável, sendo aquele tipo de refrão que faz qualquer um querer levantar e dançar junto. A repetição da palavra "LOVEDOM" funciona quase como um mantra, fácil de lembrar e viciante. Aliás, é fácil imaginar o Nymphae incorporando uma coreografia divertida e cheia de movimentos marcantes para esta música.
No geral, “LOVEDOM” é uma faixa que se destaca por seu ritmo dançante e pela energia contagiante que transmite. A produção moderna, aliada às influências retrô, mostra como o Nymphae sabe brincar com diferentes estilos e trazer algo novo para o público. É uma faixa que consegue manter a coerência com a identidade do grupo.
Logo após, “Sunrise” segue EXATAMENTE a MESMA vibe e estrutura de “LOVEDOM”, mantendo algumas minis iinfluências do new jack swing. A faixa é mais uma demonstração da capacidade do grupo em criar músicas que são ricas em detalhes. É o tipo de música que funciona bem em um contexto de álbum, onde a ideia é manter uma atmosfera e uma narrativa sonora que se desenvolve ao longo das faixas.
Aqui, os vocais das integrantes continuam a brilhar. A produção mantém o alto nível, mas é verdade que, a essa altura, “Sunrise” acaba sendo uma faixa que não traz muitas novidades em relação ao que já foi apresentado. Ainda assim, a música tem seu valor. É uma faixa que não busca ser um grande destaque, mas cumpre seu papel de manter a coesão do álbum.
Seguindo, “Missing You” é uma faixa um pouco mais emocional que explora o lado mais menininha melancólica do Nymphae, trazendo uma narrativa que fala sobre a dor da saudade e as memórias que permanecem mesmo depois que alguém especial se vai. A faixa é marcada por uma produção mais minimalista, onde os sintetizadores não são tão aparentes assim, apenas para criar uma atmosfera a mais.
A letra de “Missing You” é bem poética e fala sobre a dor de perder alguém, seja um amor, um amigo ou até mesmo uma parte de si mesmo. As metáforas sobre "olhar as estrelas e ver o reflexo de um sorriso" e "sentir o vento como um abraço perdido" tornam a faixa ainda mais interessante e fácil de se identificar, pois são coisas que acontecem com bastante frequência. A interpretação das integrantes é tão autêntica que, por um momento, parece que elas estão cantando diretamente para cada pessoa que já passou por uma perda, isso é incrível.
O refrão é melódico e comovente, com uma construção que faz uso de harmonias vocais para criar uma sensação de melancolia (eu ia dizwr coitadinha), como se o peso da saudade estivesse presente em cada frase.
“Ode to Pan” chega como a tão prometida ballad oficial deste álbum. A ballad é mais complexa do que aparenta à primeira vista, com arranjos que evoluem a cada verso, preparando o ouvinte para o impacto do último refrão. Esse momento é, sem dúvidas, o clímax da música, onde toda a emoção acumulada ao longo da faixa se liberta em uma explosão de sentimentos bem presentes. Mesmo para quem não é um grande fã de ballass, é impossível não reconhecer a beleza e a potência dessa faixa. Os vocais das integrantes estão perfeitos aqui. É legal ver que todas as integrantes deram uma canetada nessa faixa, mesmo sendo um grupo tão novo.
E sendo a última faixa, “Arcadia” encerra o álbum de forma impecável, combinando a grandiosidade das primeiras faixas com todo o emocional das últimas. É uma música que resume tudo o que o álbum quis transmitir: um equilíbrio perfeito entre todas as faixas do álbum. “Arcadia” é uma faixa que se sustenta sozinha, mas que ganha ainda mais significado quando ouvida dentro do contexto do álbum, como o último capítulo de uma história.
O álbum “Gates of Arcadia” é REALMENTE uma grande jornada sonora que abraça tudo o que o K-Pop tem de melhor, desde os K-Pop perfection nostálgicos da terceira geração até as experimentações modernas que definem a música contemporânea. Cada faixa é uma obra de arte que mostra o que o Nymphae veio fazer no mundo do K-Pop, revelando não apenas seu talento musical, mas também sua capacidade de contar histórias de uma forma excepcional. Em um mundo musical super saturado de influências ocidentais, esse álbum se destaca como um exemplo brilhante de como o K-Pop pode se manter fiel às suas origens. É um trabalho que respeita as raízes da enorme indústria K-Pop, sem buscar se adaptar a tendências externas, e isso é uma das suas maiores qualidades. Sem nada americanizado aqui.
A coesão entre as faixas é, ao mesmo tempo, sua maior qualidade mas também seu único defeito. Enquanto algumas faixas mantém uma sonoridade similar que pode levar a um leve cansaço após várias audições, isso também reforça a ideia de que o álbum é uma experiência contínua, uma história que se desenrola com cada música. Essa linearidade permite que o ouvinte mergulhe completamente no mundo criado por Nymphae, onde cada canção se encaixa perfeitamente como parte de um todo maior.
Com composições impecáveis, arranjos cuidadosos e uma entrega vocal que impressiona, “Gates of Arcadia” não é apenas um álbum; é uma obra que certamente deixará uma marca na carreira do Nymphae. Em resumo, esse álbum é uma grande prova de que Nymphae está claramente aqui para ficar, prometendo ainda mais inovações no futuro, assim eu espero, de coração.
Nota: 75
Escrita por: Jong Seokmin
Com uma das estreias mais rápidas de toda a história do K-Pop, o primeiro grupo da ABYSS Entertainment domina os charts – e talvez choca, já que o outro artista e filho do CEO da empresa não vingou o bastante. Nymphae é um dos nomes mais populares que estão circulando por agora, e demonstra uma grande capacidade de fazer algo enorme. Pode ser estranho ver um grupo surgir do nada e tomar uma proporção como o acontecido, mas vemos que houveram estratégias da empresa para conseguir fazer com que isso acontecesse. Entrevistas com a Dispatch, um curta-metragem apresentando as canções da estreia, transmissões ao vivo com interação e diversas outras divulgações que a ABYSS conseguiu fazer.
Gates of Arcadia é o nome do primeiro mini álbum do grupo, e já vemos que conta com a participação do artista FaanG nas composições. Algo interessante de ver, já que o rapaz também teve a sua estreia recém-lançada. Durante 26 minutos, o grupo explora a magia adormecida na música sul-coreana e traz uma renovação – finalmente, o ‘fofo’ está de volta no K-Pop.
Após “Pathway to the Stars” – a faixa de introdução do EP –, seguimos com “Magical Girls”. Talvez o nome soe clichê quando se bate o olho, mas quando ouvimos, conseguimos entender o sentido. É uma faixa que, além de iniciar os caminhos do grupo aqui fora, também inicia o caminho do grupo na história criada para a “lore”. É uma faixa que tem uma ótima produção, focando no ponto forte do grupo, que é claramente, os vocais. Foi uma excelente escolha de estreia.
Em “Shooting Star”, vemos o FaanG agindo em sua composição. É uma faixa divertida, bastante sonhadora e bem colocada na organização do álbum. A produção dela é característica do que se espera de um K-Pop ‘white horse’, mas ainda assim, há alguns momentos que ela consegue surpreender, mesmo no convencional.
“LOVEDOM” foi a canção – fora o single – que mais se destacou com o público. Seu estilo parece remeter a algo que o grupo BELLA poderia fazer em uma das suas canções – mas isso não é uma comparação infame. Apesar do pós-refrão ser um pouco ‘vazio’, ela é bem animada.
Composta e produzida pelo Doha, “Sunrise” é uma canção que, nessa altura do projeto, começa a soar cansativo. Não há problema em focar em uma sonoridade e sempre querer explorá-la, mas quando há um grande acúmulo de canções tão parecidas assim acaba sendo cansativo continuar. É importante saber mudar, mas não de um jeito que estrague a coesão do álbum, mas introduzindo novos elementos que a torne interessante. Mas isolada, “Sunrise” é a canção mais simples do álbum, não tendo tantas coisas que a diferencie, como um instrumental com mudanças ou até mesmo a alta exploração vocal que o grupo vinha fazendo nas outras faixas.
“Missing You” já começa a traçar um caminho diferente da canção anterior, e apesar de soar mais agradável que a anterior, é uma canção muito ‘meio termo’. Talvez o problema dela seja a sua colocação em todo o projeto, porque há elementos sutis nela que a diferenciam, mas na posição que está, ela é completamente ofuscada e não consegue ter o brilho devido.
Finalmente, uma balada! O que eu mais esperava no projeto era que ele estivesse com mais canções ballads, mas “Ode to Pan” consegue cumprir a sua função diante do álbum. É uma faixa que foi composta por todas as seis membros do grupo, e soa como uma leve inclinação para uma canção voltada aos fãs, além de, óbvio, servir críticas sociais. Mas, também, se analisar de um modo ‘literal’ da faixa, soa como súplica ao deus Pan, para que ele salve o mundo. É uma ótima abordagem, apesar de ter alguns momentos que possam soar atípicos para se abordar em uma canção.
E então, Gates of Arcadia se encerra com “Arcadia”. É uma canção que consegue acompanhar o mesmo compasso da faixa-título e volta a abordar uma produção impactante e vocais cristalinos. Ela se destaca entre as demais faixas do álbum, ainda mais por encerrar um projeto com um modo diferente do habitual.
Gates of Arcadia é um ótimo projeto de estreia. Ele consegue ser extremo, e isso pode ter lados positivos ou negativos. Como já foi citado antes, há um certo acúmulo de faixas muito similares que acabam empobrecendo a experiência de ouvir o álbum, mas também mostra um cuidado da empresa de pensar em uma sonoridade e a seguir, não jogando apenas canções aleatórias no projeto. Algumas composições podem soar clichês ou comuns demais, mas outras mostram uma profundidade do assunto que é abordado no EP, então há um certo equilíbrio em relação a isso.
É bom ver abordagens como a do Nymphae no K-Pop atual, que começam a criar uma raíz na diferença e que até deixa uma curiosidade para saber os próximos caminhos do grupo e como toda essa lore apresentada será explorada e abordada nos próximos lançamentos.