YOUNGBLOOD - Young Ride
Nov 6, 2024 22:36:07 GMT
Post by Ramprozz on Nov 6, 2024 22:36:07 GMT
Ouça Young Ride de YOUNGBLOOD aqui.
Nota: 84
Escrita por: Tokuto
No meio do recente cenário competitivo do K-Pop, onde novos artistas estão surgindo a cada instante, o YOUNGBLOOD, um grupo masculino que completou sete meses de carreira recentemente, conseguiu se destacar em uma velocidade surpreendente. Após o sucesso de sua estreia com o "Young Diary", o grupo retorna com o tão aguardado "Young Ride" um mini álbum que marca um novo capítulo em seu ano ainda rookie. Desde a primeira faixa até a última, o álbum oferece uma experiência auditiva bem rica, onde o grupo explora novas sonoridades e amadurece seu conceito artístico. O álbum é bem detalhado e explorado, mesmo tendo faixas bem semelhantes até certo ponto.
O YOUNGBLOOD, já chamou a atenção por suas performances surpreendentes e visuais lindos em apresentações e divulgações a parte, apresenta agora uma estética sonora e visual ainda mais refinada. Com uma produção liderada pelo renomado Caterpillar (abraço, amigo!) e composições que envolvem uma colaboração diversificada entre membros dk grupo e outros artistas, "Young Ride" se estabelece como um álbum que não apenas solidifica a posição do YOUNGBLOOD na indústria, mas também os projeta como uma das promessas mais interessantes do K-Pop atual.
Nesta review, faremos uma análise detalhada de cada faixa, abordando os aspectos técnicos, emocionais e artísticos que fazem deste mini álbum uma obra digna de atenção.
introduzindo o álbum de uma boa forma, "Move", é uma introdução vibrante e enérgica que imediatamente chama a atenção do ouvinte. A produção de Caterpillar é um exemplo perfeito de como combinar elementos tradicionais do K-Pop com influências modernas de electropop. A faixa é dominada por uma guitarra eletrônica animada que se entrelaça com batidas pulsantes, criando uma atmosfera contagiante que convida o ouvinte a se perder na música. A letra de "Move" é simples, mas eficaz, capturando uma noite de festa onde o momento é de movimento e diversão. O destaque fica por conta dos arranjos eletrônicos que, aliados à produção impecável, tornam "Move" uma faixa altamente viciante, para ser sincero. Não é a melhor do álbum, mas é um ótimo início para este trabalho.
REact: A minha reação inicial foi de neutralidade, não sabia muito bem o que estava por vir nessa música e no álbum em geral. No refrão, eu fiquei um pouco surpreso com a pequena animada que a faixa deu, pensei que ficariamos em algo mais calmo e introspectivo. Conforme a música avançava, fui me animando um pouco mais pela sua energia.
Seguindo assim, para a segunda faixa do álbum, "Let It Go", que é a música título do álbum, é uma faixa que se arrisca ao combinar o gênero moombahton, conhecido por suas batidas tropicais. que, particularmente eu não curto muito. Essa fusão de estilos, embora inovadora, resulta em uma experiência que pode não agradar muito. O último refrão de "Let It Go" é, sem dúvida, a parte mais memorável da faixa. Com uma explosão e uma mensagem encorajadora, ela captura a essência do verão, trazendo essa vibe mais "fresca" e momentânea. No entanto, a faixa como um todo sofre de uma certa desconexão, onde os versos parecem não conseguir construir o mesmo nível de excitação que o refrão traz. A guitarra, que poderia ser um elemento de destaque, acaba por vezes soando deslocada, o que prejudica a coesão da faixa.
REact: Quando a faixa começou, me senti um pouco... desorientado pela combinação inusitada de gêneros apresentada. À medida que a faixa progredia, não fui me surpreendendo tanto quanto eu pensei que iria, e fui ficando cada vez mais desanimado e sério. Até o último refrão, que me deixou muito mais ansioso pela próxima faixa, fiquei feliz com a explosão.
"Love Strike" é o verdadeiro destaque do álbum e, particularmente, poderia ter sido uma ótima escolha para ser a faixa título do projeto. A música é um diamante raro do electropop, mostrando uma produção super refinada com uma letra que explora as complexidades e emoções intensas do amor jovem (tal qual o Young Diary). A música é construída sobre uma base de sintetizadores suaves que gradualmente crescem em intensidade, resultando em um refrão explosivo que é um tanto inovador. O que torna "Love Strike" particularmente impressionante é a maneira como o YOUNGBLOOD consegue transmitir uma maturidade emocional que faz um constraste perfeito com a sua imagem jovem. A letra, que clama por respostas sobre o que é o amor, ressoa profundamente com qualquer pessoa que já tenha se questionado sobre o que diabos é o amor. A produção, novamente assinada por Caterpillar, é sofisticada, mas nunca ofusca os vocais, permitindo que a emoção e expressão da música brilhem juntamente. Uma música para aplaudir de pé.
REact: A faixa me pegou de surpresa logo de início, já havia percebido que a faixa seria totalmente meu estilo logo após uma faixa que não me conquistou tanto, e abri a boca num choque. Desde o primeiro momento, fiquei completamente mergulhado na faixa, já sabendo de imediato que seria minha faixa favorita do álbum. Ao final, estava genuinamente bastante impressionado, quase atordoado (👀) pela intensidade da experiência de ouvir essa música quase que perfeita. Eu literalmente me levantei da cadeira e aplaudi a tela do computador.
"Locked" é uma faixa que se destaca pouco por sua simplicidade. Com um loop de baixo marcante e um ritmo controlado, a música mantém uma atmosfera constante sem recorrer a exageros ou experimentações graves. A letra de "Locked" explora o conceito de um amor que é ao mesmo tempo confortante e uma prisão. A produção é minimalista, mas é exatamente essa escolha que permite que os detalhes brilhem. No entanto, apesar de sua qualidade, "Locked" acaba sendo um pouco ofuscada pelas outras faixas mais chamativas do álbum. Ela é uma música sólida, mas talvez precise ser apreciada em um contexto específico para realmente brilhar.
REact: Desde o início a música me deixou satisfeito, com seu ritmo contido e seu charme super discreto. Não houve grandes picos emocionais, mas me atentei mais a competência da faixa, reconhecendo seu papel como um momento de pausa dentro do álbum. Me senti como um "Cool Guy" nesse refrão, me deu vontade de pegar um óculos de sol e sair por ai com meu carro de teto aberto enquanto essa toca.
"Tasty" é, sem dúvida, a faixa mais envolvente e explosiva não só do álbum mas como também de todo o grupo. Desde os primeiros segundos, a música captura a atenção com seus incríveis sintetizadores de uma textura totalmente áspera e inovadora, criando uma base rítmica irresistível, quase impossível ficar sem se mexer. A adição de metais dá à faixa um brilho extra, enquanto os vocais dos membros do YOUNGBLOOD adicionam camadas a mais de qualidade. É uma música que parece ter sido feita sob medida para ser um sucesso instantâneo em todo o mundo. O refrão de "Tasty" é uma explosão energética muito boa, com uma linha vocal bem fresca que é difícil de resistir. A letra, que fala sobre abraçar a própria identidade e não se esconder mais, é como um hino de autoafirmação, algo que certamente contribuirá para que a faixa se torne uma favorita entre os fãs. A escolha de "Tasty" como a faixa de pré-lançamento do álbum foi um movimento estratégico e bem inteligente, pois a música não só mostra o melhor do YOUNGBLOOD, mas também prepara o terreno para o restante do álbum, que também é o melhor do grupo.
REact: A música me conquistou instantaneamente, precisou apenas de 10 segundos para eu saber que viria um bop. A faixa me deixou impressionado e totalmente chocado com tamanha qualidade, eu fiquei movendo minha cabeça para frente e para trás a todo instante enquanto meu queixo estava caído. Eu provavelmente vou escutar essa música todos os dias.
Indo para a última faixa, o solo de Jooyeon, "Starry Dance", é uma faixa que inicialmente pode causar estranheza devido à sua estrutura. No entanto, à medida que a música avança, ela revela uma profundidade e uma força surpreendentes. A combinação de riffs de guitarra com uma batida EDM cria um contraste interessante que, eventualmente, conquista o ouvinte. Jooyeon demonstra seu carisma e talento de maneira impressionante, transformando uma faixa que começou bem morna em algo verdadeiramente impactante.
REact: de início, a música me deixou confuso e um pouco entediado, mas logo me surpreendi com sua transformação super explosiva no refrão. Enquanto a música ia crescendo eu ia me animando cada vez mais, até o refrão hiper mega agitado. O Jooyeon foi bem ambicioso aqui, com certeza! Me mantive atento a cada segundo da faixa, esperando um break, mas infelizmente não teve, e acho que isso iria aumentar o êxtase do ouvinte... Mas, eu perdoo. Ficou bastante redondo.
"Young Ride" é um mini álbum que solidifica o YOUNGBLOOD como um grupo em rápida ascensão no cenário do K-Pop. Embora nem todas as faixas atinjam o mesmo nível de excelência, o álbum como um todo é uma amostra forte da versatilidade e do potencial do grupo. Com canções como "Love Strike" e "Tasty" liderando o caminho, YOUNGBLOOD demonstra uma maturidade surpreendente para um grupo tão jovem (literalmente). Este é um álbum que não apenas agradará os fãs que já admiram o grupo, mas também com certeza atrairá novos ouvintes, mantendo o grupo em um caminho bastante promissor.
Nota: 80
Escrita por: Choi Youngnam
Estabelecendo um timing muito bom para realizar seu primeiro comeback, YOUNGBLOOD, o boygroup da Butterfly Entertainment realiza seu primeiro retorno com o mini-album veranesco “Young Ride”, que mostra uma melhora muito positiva em todos os aspectos, em relação ao primeiro mini-álbum, “Young Diary”.
O maior problema da Ghosted IMG com o debut do YOUNGBLOOD foi as incessantes tentativas de parecer “cool”, usando dos métodos mais clichês possíveis, e já de cara quero deixar pontuado que, apesar das letras ainda serem decoradas com frases bobinhas com pouco ou nenhum sentido, além de ser uma palavra que rime, no Young Ride, o YOUNGBLOOD definitivamente conseguiu mostrar um lado mais “cool” que realmente pareceu não só autêntico, mas divertido e cativante, me deixando interessado em conhecer mais a respeito do grupo.
A identidade visual desta era, tanto nas capas dos singles quanto na do álbum, já mostra uma grande evolução para o grupo (o que felizmente, acontece em diversos aspectos durante o Young Ride).
Quero ressaltar bem evidentemente que, de uma perspectiva de design, a capa do Young Ride é mais simples do que a capa do Young Diary (que nossa equipe desgostou pela carência de capricho), mas ainda sim, é significativamente mais efetiva em evocar a vibe do álbum: as cores vibrantes e fontes modernas já começam a pintar o cenário de uma festa noturna no verão logo de cara, antes mesmo de apertar o play, o que já faz o álbum ganhar muitos pontos no nosso conceito, já que o audiovisual é intrínseco de um projeto.
A capa do primeiro álbum simulava uma capa de caderno, com linhas, letras customizadas como se fossem recortes, em diferentes tons de cinza, e ainda sim, isso tudo conseguia criar uma composição desinteressante para um álbum alegre como o Young Diary. Já a capa do segundo álbum, é basicamente uma foto deitada, e o título… e mesmo tendo um número significativamente menor de elementos, ainda sim consegue criar uma coesão visual muito mais interessante, mesmo sendo simples. Logo de cara, com esses elementos, o YOUNGBLOOD já mostra que está se desenvolvendo de forma positiva na indústria, o que é sempre um bom sinal.
Bom, partindo deste ponto, uma dos problemas que vão acompanhar o álbum até o fim são suas descrições: claro que parte de ouvir uma música é tirar as próprias interpretações do que eu estou ouvindo, porém, entretanto, contudo, todavia, é igualmente importante avaliar um projeto pelo que ele se propõe a ser, então, é válido dar atenção a como o álbum foi descrito… o que nesse caso, acaba sendo um ponto negativo. Já que além de extremamente vagas, presunçosas e confusas, as descrições (tanto do álbum quanto das faixas) estão mais preocupadas em dizer ao ouvinte o que ele deve achar da música, do que realmente fornecer um contexto a respeito do que vai ser escutado.
Além da própria descrição se contradizer em alguns pontos, como tentar fazer o álbum parecer como "um grande amadurecimento", e logo depois chamar de "juventude brilhante", realmente é impossível saber de qualquer informação relevante.
O álbum começa extremamente forte com a faixa “Move”, que foi apresentada no WATERBOMB FESTIVAL alguns meses antes do lançamento do álbum. A infusão de pop com R&B imediatamente determina o mood do álbum de uma forma muito vívida e intensa. A guitarra no fundo da música, elemento marcante e recorrente no álbum, inicia a faixa com uma energia animada e calorosa, que explode num refrão intenso com uma boa exibição dos vocais dos integrantes.
Em “Move” e mais outras faixas do “Young Diary” dá para se pontuar algo que já é recorrente o suficiente para parecer uma das características do YOUNGBLOOD, as tentativas de colocar um duplo sentido, na maioria das vezes de forma aleatória, nas letras das músicas. Num álbum como este, que tem uma proposta um pouco mais madura, é mais aceitável ver letras que dá para perceber que foram escritas para os fãs tirarem de contexto e associarem com sensualidade, assim como em Day & Night. É uma tática que muito rápido se torna batida, mas no “Young Diary” funciona um pouco melhor.
A segunda faixa do mini-álbum é a grandiosa “Let It Go”, um poderoso hino para o verão que fala sobre a liberdade de parar de se preocupar com as coisas e aproveitar a vida. Essa provavelmente é uma das faixas com a descrição mais confusa do álbum, já que lendo sobre como os integrantes vão “enfrentar as ondas VIOLENTAS do verão”, no mínimo faz o ouvinte esperar que a sonoridade seja mais madura, e a letra mais emocional… mas não, é uma música que realmente fala sobre “deixar ir”, da forma mais simples possível.
Se detendo aos pontos positivos primeiro: a exploração do moombahton foi uma sacada muito boa do YOUNGBLOOD, sendo já um gênero muito facilmente associado ao verão, mas que com a mistura das guitarras e das melodias joviais, consegue realmente ficar muito “a cara” do YOUNGBLOOD, parecendo uma música criada pensando no YOUNGBLOOD, e não algo que qualquer grupo poderia fazer. O sintetizador extremamente agudo e bitcore do pré-refrão é minha parte preferida da música, que trás uma nostalgia de quando isso era tendência no meio EDM, que se mistura muito bem com o moombahton, que também já foi tendencia. O instrumental de “Let It Go” e suas melodias realmente misturam elementos muito bons da música eletrônica, que funcionam excepcionalmente bem juntos.
Já tendo identificado que o YOUNGBLOOD não tem um foco grande em suas composições, não vou pontuar isso de forma tão forte nas outras músicas, mas nos singles, principalmente no single “principal” da era, é algo que deixou a desejar. Como mencionado antes, o título é extremamente adequando para a música, pois a letra fala sobre este sentimento de deixar as preocupações irem embora. E é isto. A letra não traz nenhum nuance emocional a respeito de quais são as tais preocupações que estão “deixando ir”, ou sobre como a vida é melhor depois de “deixar ir” ou qualquer outra coisa. Infelizmente, caindo nos mesmo “ah nós somos young and happy in this warm funny night”, podendo ser até uma versão um pouco mais básica da letra de Hakuna Matata, do Timão e Pumba.
A próxima faixa é “Love Strike”, que continua a expandir e consolidar a sonoridade do “Young Ride”. Na questão de coesão, e fluidez sonora das faixas, o álbum realmente é um 10, conseguindo estabelecer uma vibe muito própria e sinestésica com as músicas, ao mesmo tempo que equilibra o ritmo de trazer músicas com elementos novos para não deixar o álbum repetitivo. Sem dúvidas, o “Young Ride” é um dos melhores exemplos da curadoria de Caterpillar em toda sua carreira.
Com misturas distorcidas ao electropop do resto do álbum, a faixa traz um tema diferente e interessante ao leque abordado no mini-álbum, mas provavelmente sendo a letra mais fraca de todo o álbum, e também a que mais sofre com a presunção da descrição. Quando se lê que a faixa é descrita como “diferente das canções anteriores” e “uma letra impressionante, habilmente uma grande faixa sobre o amor jovem”, realmente me fez esperar que fosse uma faixa com ênfase na composição, onde o YOUNGBLOOD mostraria que também evoluiu na escrita, como evoluiu em outros pontos do álbum… mas isso não acontece, e toda essa antecipação da descrição deixa o desagrado com a faixa ainda maior. De “hábil” e “grande” a composição não tem nada, sendo mais um dos “it’s so fun to be free” do grupo, com rimas igualmente desfavorecidas de alguma mensagem, só se preocupando em terminar com a mesma sílaba.
O instrumental da música é muito bom, mais uma vez misturando o electropop com o R&B de forma interessante, como disse, mantendo o som do álbum fresco, mas realmente, quando se julga a faixa pelo que ela (aparentemente) se propõe a ser, que segundo a descrição, era uma letra impactante, ela se torna realmente desinteressante no meio do álbum, e no final das contas, nem o próprio tema de amor juvenil é tão elaborado assim.
A faixa “Locked” continua a surpreender no álbum, trazendo uma faixa um pouco menos eletrônica, mas que ainda sim combina muito bem, e está muito bem posicionada no álbum, até criando um ponto de destaque. A letra traz mais nuances interessantes ao leque de composições do álbum, desta vez (acho que sendo a primeira vez no álbum), realmente apresentando um tema interessante numa composição: a dinâmica entre um amor e sua queda, analisando como a paixão e sofrimento contrastam um com o outro. A letra não aprofunda em nenhuma das partes deste tema, já que aborda ele de formas rasas (como, ao invés de criar uma representação imaginativa da dinâmica deste amor, o eu lírico se mantém em exemplos vagos e genéricos, como “your sign is a gentle whisper, but then you come and hit me up so hard”, onde uma frase assim até é suficiente para entender que fala de uma situação com um lado bom e ruim… mas o que exatamente está acontecendo nesta situação? Este é o ponto, desta letra, e da maioria do YOUNGBLOOD).
A quinta e penúltima faixa do álbum é o grande single “Tasty”, que é sem dúvidas a música de mais impacto do álbum, e da carreira do grupo num geral; “Tasty” foi um passo muito bem dado na carreira do YOUNGBLOOD, com uma música que modernizou o som do grupo, ainda conseguindo puxar elementos que marcaram o grupo em sua estréia.
Em relação a letra, o YOUNGBLOOD mostra que, quando não estão tentando disfarçar nuances de indiretas sexuais em letras, e realmente dão um sentido mais claro ao que falam, suas letras se tornam algo positivo a se falar nas músicas. Em nenhum momento da letra de “Tasty” eu senti aquele pingo de vergonha alheia que senti nas demais situações que o YOUNGBLOOD coloca um “I’m gonna ride” no meio de uma música alegre para deixar ela com duplo sentido, mostrando como o grupo realmente consegue determinar sentidos nas músicas, e espero que, entenda que pelo menos do jeito que está sendo feito atualmente, as linhas de duplo sentido definitivamente NÃO CAUSAM o efeito esperado na maioria das músicas.
Voltando para “Tasty”, a música tem um groove muito interessante, misturando o electropop com o R&B contemporâneo no melhor instrumental do álbum. Já o refrão conta com os vocais potentes que deslizam por cima da melodia, fazendo o refrão parecer ainda mais “grandioso” e potente.
Quando percebi o padrão que o grupo seguiria, dando um solo para cada integrante no fim dos álbuns, minhas expectativas foram lá em cima, visto que acalmei muito a faixa “1 / 2” solo do integrante Jungwoo, no “Young Diary”, e felizmente, não fui decepcionado por “Starry Dance”, solo do integrante Jooyeon, no “Young Ride”. A letra também ganha pontos por ser a primeira vez que o grupo aprende a usar metáforas, e de uma forma muito bonita por sinal, onde na letra, Jooyeon clama seu amor brilhando como estrelas dançando no céu. As guitarras retornam de forma potente durante os versos, às vezes compondo a melodia principal (nos versos) às vezes estando no fundo, mas definitivamente deixando o clima perfeito para o sintetizador emocional do pré-refrão fazer a música parecer quase mística, antes do instrumental sintetizado do refrão acertar o ouvinte com tudo, com a melodia potente dos vocais do cantor. Todos esses elementos fazem mais uma vez, o solo ser uma das músicas mais interessantes do álbum, e isso não é ruim de forma alguma, já que mostra como as facetas individuais dos integrantes podem ser bem trabalhadas.
“Starry Dance” consegue encerrar o álbum de forma coesa e muito fluida, sendo uma ótima finalização para um álbum que mostra um crescimento muito bem desenvolvido na carreira do grupo.
Na noite de 28 de Outubro de 2028, a equipe da Ghosted IMG foi até a Fort Fisher Beach, na Carolina do Norte, conhecida por aparições e avistamentos sombrios durante as noites, no nível do mar.
A experiência foi, em sua maioria, muito segura e satisfatória; quando a capa do álbum foi projetada num dos muros que havia perto da areia no local, o ambiente todo tomou tons de roxo que deixaram a experiência ainda mais imersiva, o que não costuma acontecer frequentemente.
Durante quase todo o álbum, o medidor EMF da equipe se manteve entre o nível 1 e 2, mostrando pouca agitação negativa a respeito das presenças que estavam no local junto com a nossa equipe. Apenas vale ressaltar que na faixa Love Strike, por um momento, o medidor EMF sumiu para o nível três, e o projetor começou a apresentar algumas falhas na imagem da capa, distorcendo o rosto dos integrantes. E a partir deste momento, os textos da capa pareciam não conseguir ser mais bem refletidos no muro, como se fosse algum tipo de indicativo a respeito da escrita do projeto.
Mesmo com os nossos termômetros marcando temperaturas de 10°C (normal para uma noite na praia, se aproximando dos meses mais frios do ano), por algum motivo, o clima parecia estranhamente aconchegante, quase como se não pudéssemos acreditar que estava frio daquele jeito, pois sentíamos um calorzinho, principalmente durante a faixa Tasty, onde eu mesmo senti calor ao ponto de precisar tirar a camisa. Bem no último refrão da última faixa, “Starry Dance” o projetor voltou a falhar (desta vez, por uma falha no cabo de energia), e quando por um momento se apagou, o brilho violeta pareceu ainda ser visível nas estrelas, deixando uma marca incrível na experiência.
O mini-álbum “Young Ride” mostra uma evolução muito clara da desenvoltura do YOUNGBLOOD. Quase como se estivéssemos assistindo uma criança crescer, é muito bom ver como houve uma melhora significativa do primeiro álbum “Young Diary” para este, vendo o grupo aprendendo a encontrar as diferentes formas de como executar seu conceito. A sonoridade do “Young Diary” com certeza também combina bem com o grupo, mas naquele álbum havia uma bagunça mais significativa em diversos outros elementos que deixavam até um pouco difícil criar um interesse maior neles, e muito disso foi resolvido no “Young Ride”.
Definitivamente, alguns pontos (como principalmente, a composição) continuam deixando a desejar nas músicas do grupo, repetindo os mesmos erros das mesmas formas, mas ver que há uma melhora acontecendo em tantas outras áreas, me faz esperar coisas boas para o futuro do YOUNGBLOOD.
Nota: 67
Escrita por: Angela Petrescu
Em seu primeiro comeback, o grupo masculino YOUNGBLOOD pegou todos os acertos de seu primeiro mini-álbum e os guardou bem escondidos no fundo de um armário que fica no sótão da Butterfly Entertainment. É uma pena que não tenham os utilizado novamente em seu segundo disco. Young Ride é um álbum de verão e, como uma criança que tem medo do alto mar, o grupo permanece na praia, com receio de se aprofundar no oceano, gerando conceitos rasos e letras que muitas vezes soam vazias.
Um dos pontos altos do álbum anterior, Young Diary, era as produções interessantes e memoráveis. Em Young Ride, é preciso menos da metade de uma mão para contar os instrumentais que realmente chamam a atenção e possuem um fator replay, que é o que nos faz ter o desejo de voltar àquela música para ouvi-la novamente. Nesse caso, as únicas músicas que de fato traz a tona essa sensação são o single Tasty e o solo Starry Dance do integrante Jooyeon que, infelizmente, são as últimas da tracklist.
O projeto começa com Move e descreve uma festa com muita dança e muita diversão, é uma canção típica de verão e não apresenta nada de novo, além de uma produção fraca que mais se assemelha a uma demo descartada pelo UNi. A faixa seguinte é um dos singles da era, Let It Go, que parece dar voltas e não chegar a lugar algum; através da letra, é perceptível a intenção de passar uma mensagem de aproveitar o momento e não se preocupar com nada, apenas continuar dançando e se divertindo nessa noite de verão, mas alguns versos tornam difícil essa interpretação, o que faz a canção soar confusa em alguns momentos, por exemplo a introdução que fala sobre o oceano ficar frio e o céu ser azul, ou o verso “They don’t really care about us” que não faz tanto sentido com o tema, dentre outros.
A sequência é dada com Love Strike e, liricamente, não há muito o que comentar sobre, visto que metade da música é composta por palavras ou frases que se repetem pelo menos cinco vezes seguidas; em alguns momentos, é possível entender que ainda está sendo explorado este tema de viver o momento como se não houvesse amanhã (Bounce like there’s no tomrrow / Be free of all your sorrow), enquanto em outros há menções românticas (You can always come into my heart / Show me what’s love). Talvez faltou nesta música algum tipo de contexto adicional ou ambientação para que não ficássemos perdidos nesse passeio do YOUNGBLOOD.
Chegamos à quarta faixa, Locked, que é uma música romântica que fala sobre estar tão apaixonado por alguém que você se sente acorrentado ao coração da pessoa amada. Este sentimento de paixão intensa é muito bem retratado, principalmente quando lembramos que todo o conceito do grupo é rodeado pelo fato de eles serem jovens, sendo assim, esta é uma das melhores letras do mini-álbum, no entanto, mais uma vez a produção peca em não ser nem um pouco memorável.
Tasty é a última faixa em grupo e é um alívio quando a ouvimos pois, definitivamente, é a melhor de todo o projeto; a produção sonora é realmente interessante e mergulha no eletrônico de uma forma que nenhuma outra canção do disco conseguiu. A música tem um cunho sexual se a analisarmos liricamente, mas neste contexto não soa tão estranho, visto que já estava sendo falado sobre um amor intenso anteriormente. Aqui finalmente pensamos “É desse YOUNGBLOOD que estávamos sentindo falta!”.
A música que encerra o material é o solo do integrante Jooyeon - a faixa Starry Dance. Ao comparar com o solo anterior, ½ do membro Jungwoo, Starry Dance é superior tanto em sua letra como em sua sonoridade e é a primeira música do álbum que sentimos que abraça com tudo o conceito verão enquanto exalta os vocais do idol. Certamente, um dos melhores solos do ano. Em alguns momentos, a letra soa repetitiva quando a colocamos ao lado das 5 faixas anteriores, mas essa sensação possivelmente é devido aos temas serem semelhantes (sobre dançar a noite toda e se divertir com algumas doses de romance).
Concluindo, Young Ride é um álbum mediano. Infelizmente, careceu de um momento “wow!” que realmente fizesse com que lembrássemos desse projeto após terminar de ouvi-lo. Sabemos que muitas vezes a parte lírica não é o foco para grupos de K-Pop, principalmente em um álbum de verão que é feito para dançar e se divertir, mas em uma análise completa da obra, é impossível não se sentir incomodado pelos pontos apresentados anteriormente. Foi interessante ver o YOUNGBLOOD tentar explorar algo novo e uma sonoridade ligeiramente diferente da de seu álbum anterior, mas ainda preferimos o debut. Esperamos sinceramente que as críticas sejam ouvidas abertamente pelos integrantes e seus produtores para que possamos ver o grupo se desenvolver e aperfeiçoar o seu trabalho cada vez mais, visto que é notável o potencial gigantesco que os membros possuem.