BE:YOND - BE: the one
Nov 6, 2024 22:30:42 GMT
Post by Ramprozz on Nov 6, 2024 22:30:42 GMT
Ouça BE: the one de BE:YOND aqui.
Nota: 72
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BE:YOND fez sua estreia com o mini álbum”*BE: the one”, e, para um grupo que está apenas começando, já carrega uma responsabilidade enorme. Afinal, a expectativa em torno de qualquer debut é alta: ele precisa cativar um público que ainda está conhecendo os integrantes e criar uma identidade sonora que seja única e ao mesmo tempo acessível. A produção foi confiada a Caterpillar, conhecido por trazer uma mistura de tendências internacionais e influências mais alternativas, o que já dá pistas de que o álbum não se limita ao básico. Com composições de Nana e Julie, nomes que já mostraram sua habilidade em compor letras significativas, era de se esperar que cada faixa trouxesse não só uma mensagem, mas também uma experiência que refletisse a essência do BE:YOND.
Com uma duração total de 16 minutos e 21 segundos, o álbum inclui cinco faixas que passeiam por estilos e climas distintos, numa tentativa de mostrar a diversidade e a versatilidade do grupo. No entanto, isso também significa que cada faixa precisa ser avaliada com cuidado, para entender onde o BE:YOND acertou e onde ainda há espaço para evolução. Vamos, então, mergulhar faixa a faixa nesse debut e explorar cada detalhe de “BE: the one”.
“Hocus Pocus” foi escolhida como a faixa principal e, como é comum, carrega a difícil missão de ser a "porta de entrada" para o universo do BE:YOND. A primeira impressão que ela deixa é de uma produção envolvente, que aposta em um mix de afrobeat e eletrônica para criar uma batida dançante e, ao mesmo tempo, cheia de camadas. O instrumental é carregado de ritmo, com uma percussão marcante que lembra sons tropicais, mas que também traz sintetizadores que acrescentam um toque mais moderno e futurista. É uma escolha ousada para um debut, especialmente quando o público ainda está se acostumando com o som e a imagem do grupo.
A melodia, por sua vez, é divertida e vibrante, mas falta aquele "UAU" que deixa a música grudada na cabeça de primeira. É uma daquelas faixas que crescem com o tempo e se tornam mais interessantes à medida que você ouve mais vezes, mas que talvez não tenha aquele impacto imediato que muitas faixas título de grupos estreantes têm. O refrão é simples e fácil de lembrar, com um ritmo que quase obriga você a balançar a cabeça junto, mas ainda parece faltar um certo brilho. A letra, por outro lado, é divertida, brincando com a ideia de um feitiço, onde alguém está "enfeitiçado" por outra pessoa e não consegue parar de pensar nela.
Logo depois de “Hocus Pocus”, “Run For Roses” surge como uma mudança de atmosfera. Enquanto a faixa de abertura aposta em ritmos marcados e uma produção mais densa, “Run For Roses” vai pelo caminho oposto, trazendo uma sonoridade mais leve. Desde o início, a música já conquista com seus mágicos simples e uma batida que cresce aos poucos, criando um efeito de crescente que é muito cativante. É o tipo de faixa que você colocaria para tocar em um passeio de carro em um dia de sol, ou em um momento de descontração com amigos. A produção é mais clean, mas isso não quer dizer que seja simples. Pelo contrário, é possível perceber o cuidado nos detalhes, como os sintetizadores sutis que aparecem em segundo plano e as camadas de vocais que enriquecem o refrão.
A letra é um dos pontos fortes de “Run For Roses”, explorando a ideia de perseguir sonhos, de correr atrás daquilo que realmente importa, usando a metáfora de uma corrida por rosas. Esse tipo de mensagem costuma ressoar bem com o público jovem, especialmente em um debut, já que ela transmite uma energia de esperança e determinação, algo que muitos fãs procuram nos grupos que começam a seguir. A combinação entre a mensagem e a melodia é certeira, e a forma como os versos vão crescendo até chegar ao refrão faz com que a música seja um dos pontos altos do álbum.
Os vocais são mais explorados aqui, e é possível perceber como os integrantes se destacam em diferentes momentos, cada um trazendo seu estilo e personalidade. A harmonia entre eles é bem trabalhada, e há um equilíbrio entre as partes cantadas e alguns momentos de rap, que são inseridos de forma natural, sem parecer que foram "colados" na música. Comparada a “Hocus Pocus”, “Run For Roses” é mais acessível e tem potencial para agradar uma gama maior de ouvintes. Apesar de não ser tão ousada, ela cumpre bem o seu papel de mostrar um lado mais emotivo e positivo do BE:YOND, e por isso se destaca como uma das melhores do álbum.
“The Real Me” é uma faixa que divide opiniões, e é fácil entender o porquê. Enquanto as duas primeiras músicas do álbum têm uma pegada mais pop e acessível, “The Real Me” é onde o BE:YOND se permite ser mais experimental. A produção mistura elementos de afrobeat (já presentes em "Hocus Pocus") com uma abordagem voltada para o rap, resultando em uma faixa que soa bastante distinta dentro do álbum. É o tipo de música que tenta criar uma atmosfera intensa e introspectiva, explorando temas de autoconhecimento e de se encontrar em meio a tantas expectativas externas.
O instrumental é recheado de elementos rítmicos que, em alguns momentos, parecem quase caóticos, mas que têm um propósito claro: transmitir a ideia de uma luta interna, de uma busca por entender quem se é de verdade. No entanto, esse estilo mais pesado pode ser um pouco difícil de assimilar para quem prefere algo mais direto e fácil de ouvir. A faixa parece exigir mais do ouvinte, pedindo uma atenção maior aos detalhes e à forma como os versos são estruturados. Para quem, como eu, não é particularmente fã de afrobeat, essa combinação de sons pode parecer um pouco "confusa", mas há, sem dúvida, um esforço em trazer algo único.
A transição entre as partes cantadas e os raps não é tão fluida quanto poderia ser. Em alguns momentos, parece que a música está "quebrando" de uma parte para a outra, o que tira um pouco da fluidez da faixa. Mas, ao mesmo tempo, é possível perceber que os raps são bem executados, com os integrantes mostrando que têm habilidade e controle sobre suas vozes. A mensagem da música é importante, e para muitos fãs, pode ser uma das mais significativas do álbum, já que fala sobre ser verdadeiro consigo mesmo e não se deixar moldar pelas expectativas alheias.
Se “The Real Me” é uma faixa mais densa e introspectiva, “Red Carpet” vem para trazer um alívio e uma energia renovada. Desde os primeiros acordes, fica claro que essa é uma música pensada para criar um clima de festa e celebração. A produção é cheia de sintetizadores que remetem ao estilo disco, mas com um toque moderno, que faz com que a faixa soe ao mesmo tempo nostálgica e atual. É o tipo de som que combina com palcos cheios de luzes e coreografias animadas, e que parece ser feito sob medida para conquistar o público em apresentações ao vivo.
A letra de “Red Carpet” explora a ideia de brilhar, de ser o centro das atenções, e de ter a confiança para andar como se estivesse em um verdadeiro tapete vermelho. É uma mensagem de empoderamento, que combina muito com a proposta de um grupo estreante, que precisa mostrar ao mundo que veio para ficar. A energia da música é contagiante, e isso é reforçado por um refrão que é fácil de cantar junto e que fica na cabeça depois da primeira audição.
A produção, embora não seja tão complexa quanto a de outras faixas, é rica em detalhes. Há uma variação nos arranjos que faz com que a música não se torne monótona, mesmo com um ritmo mais constante. As harmonias vocais são muito bem trabalhadas, e os adlibs que aparecem no final acrescentam um toque de grandiosidade. É interessante notar como “Red Carpet” consegue ser divertida sem ser superficial, trazendo uma sensação de celebração e leveza que contrasta bem com a intensidade de outras músicas do álbum.
“Kiss Your Lips” encerra o álbum com uma vibe mais leve e descontraída, apostando em um estilo moombahton que adiciona um toque tropical ao final do projeto. A batida é envolvente, com uma produção
que usa instrumentos de percussão para criar uma sensação de calor e de movimento, perfeita para dançar. A escolha de uma faixa como essa para encerrar o álbum é interessante, já que ela traz uma energia positiva que contrasta com a intensidade de “The Real Me” e a animação de “Red Carpet”, criando uma sensação de encerramento que é leve e agradável.
A letra é simples e direta, falando sobre aquele sentimento de atração e a vontade de se aproximar de alguém, com uma abordagem que é romântica sem ser melosa demais. É o tipo de música que consegue ser fofa sem ser clichê, trazendo um toque de inocência que pode ser encantador. O refrão é o ponto alto, com uma melodia que gruda na cabeça e que faz você querer cantar junto. É uma faixa que, embora não seja a mais inovadora do álbum, cumpre seu papel de maneira eficiente, deixando uma boa impressão final para quem está conhecendo o BE:YOND.
No geral, “BE: the one” é um debut que mostra um potencial significativo, mas que ainda deixa a impressão de que há um caminho de crescimento pela frente. O BE:YOND claramente não teve medo de se arriscar em sua estreia, e essa ousadia é um aspecto que merece reconhecimento. Não é fácil para um grupo novato optar por faixas que saem do lugar comum e que, em alguns casos, desafiam as expectativas do público e da indústria musical. É possível notar que o grupo e sua equipe de produção tiveram um cuidado especial ao tentar criar uma identidade própria desde o início, algo que é fundamental para garantir longevidade e relevância em um cenário tão competitivo quanto o do pop atual.
As faixas mais experimentais, como “The Real Me”, são um reflexo dessa vontade de explorar diferentes caminhos musicais e de não se prender a fórmulas já conhecidas. Essa é uma atitude louvável, pois mostra que o BE:YOND deseja ir além do que poderia ser considerado seguro ou convencional. Eles não se contentam em simplesmente seguir uma receita pronta de sucesso; pelo contrário, querem criar algo que seja genuinamente deles. No entanto, esse mesmo desejo de inovar pode ser visto também como um ponto fraco do álbum, já que em alguns momentos, ele parece carecer de uma coesão mais clara entre as faixas. É como se a busca por diferentes estilos e sonoridades tivesse resultado em um projeto que, embora interessante, nem sempre soa tão bem conectado. Isso faz com que a experiência de ouvir o álbum do começo ao fim seja um pouco inconsistente, como se estivéssemos passando por uma montanha-russa de sons e emoções, onde alguns picos são muito altos e outros, mais baixos.
Ainda assim, é importante lembrar que este é apenas o começo para o BE:YOND, e que a falta de coesão pode ser vista também como uma tentativa de mostrar toda a versatilidade do grupo em seu primeiro passo na indústria. É como se eles quisessem provar que são capazes de transitar por diferentes estilos, que têm a capacidade de se adaptar a diversos tipos de som e que, com o tempo, podem encontrar o equilíbrio ideal entre essas influências e a criação de uma assinatura própria. E isso é algo que os fãs podem acompanhar e torcer para que aconteça, à medida que o BE:YOND lança novos projetos e continua a explorar suas próprias possibilidades.
Por outro lado, as faixas que adotam uma abordagem mais acessível, como “Run For Roses” e “Red Carpet”, mostram que o BE:YOND também tem um lado mais fácil de agradar, capaz de conquistar tanto os fãs que preferem músicas mais leves quanto aqueles que buscam uma mensagem positiva e um som cativante. Esses dois exemplos são faixas que funcionam muito bem em playlists de dia a dia, que são perfeitas para aquele momento em que você quer apenas curtir uma boa música sem precisar pensar muito. Elas têm uma sonoridade que parece familiar, mas que ainda carrega um frescor, uma jovialidade que é característico de grupos novos, cheios de energia e entusiasmo.
“Hocus Pocus”, a faixa título, representa bem o espírito de novidade que o BE:YOND traz. Ela é ousada ao misturar elementos de afrobeat com uma pegada eletrônica, criando um som que, mesmo não sendo exatamente inédito, é executado de uma forma que chama a atenção. Ela é dançante e ao mesmo tempo misteriosa, com aquele toque de magia que combina bem com o conceito de estreia de um grupo que está tentando enfeitiçar o público. Ainda que eu considere que falta um pouco de impacto no refrão, é inegável que a produção é bem feita e que há um esforço claro em criar uma atmosfera envolvente, que foge do básico. Em uma indústria onde muitos debuts acabam apostando no mesmo tipo de som para garantir um sucesso imediato, é interessante ver o BE:YOND tentar trilhar um caminho um pouco mais imprevisível.
A evolução do grupo é algo que certamente vai ser fascinante de acompanhar. Se por um lado, “BE: the one” é um álbum que ainda está buscando sua própria identidade, por outro, ele já aponta para um potencial que pode ser lapidado e melhor explorado em lançamentos futuros. E isso é algo que os fãs costumam apreciar: acompanhar o crescimento de um grupo, ver como eles começam a se sentir mais à vontade no palco, como as performances ao vivo vão ganhando mais confiança, como as músicas vão se tornando cada vez mais impactantes. O BE:YOND já demonstra ter uma base de fãs fiel, que está disposta a apoiar essa jornada e a apreciar cada etapa desse processo, desde as primeiras apresentações até os shows em arenas maiores.
A presença de Caterpillar na produção e de compositores como Nana e Julie também é um ponto que merece destaque. Eles trouxeram um toque de originalidade para o projeto, mesmo nos momentos em que a produção poderia ter soado mais segura. É como se eles quisessem dizer ao público: “Nós não estamos aqui para apenas seguir tendências, mas para criar a nossa própria.” E isso é algo que, no longo prazo, pode se tornar um diferencial para o BE:YOND. Com o tempo, a tendência é que o grupo encontre um equilíbrio entre o desejo de explorar novas sonoridades e a necessidade de criar uma marca que seja imediatamente reconhecida pelo público.
O que mais me chamou atenção foi a coragem do grupo em não seguir uma fórmula mais segura e apostar em faixas como “The Real Me”, que desafia as convenções, e “Hocus Pocus”, que traz um ritmo que nem sempre agrada a todos. Ao mesmo tempo, é impossível não destacar o carisma dos integrantes e a química entre eles, que transparece nas músicas e nas performances. Eles têm uma presença cativante, algo que vai além do simples talento vocal ou de dança. É um carisma que faz com que a audiência queira continuar acompanhando, querendo saber o que vem a seguir.
“BE: the one” tem seus momentos de brilho e, mesmo com suas imperfeições, é um álbum que consegue prender a atenção de quem o escuta com a mente aberta e que está disposto a explorar novas propostas. É um início que, se não é perfeito, pelo menos mostra um grupo que tem vontade de crescer, de encontrar o seu espaço e de construir um legado próprio. Em um cenário onde muitos grupos acabam se parecendo e se perdendo em meio a tantas ofertas, é interessante ver o BE:YOND tentar, desde o começo, traçar um caminho um pouco diferente.
Com o tempo, o BE:YOND pode se tornar um nome importante, especialmente se continuar a se permitir experimentar e a não ter medo de arriscar. E é esse tipo de atitude que, muitas vezes, acaba sendo recompensada na indústria musical. Afinal, quem realmente se destaca e deixa sua marca é quem ousa ser diferente, quem escolhe explorar territórios novos em vez de simplesmente repetir o que já foi feito antes. E mesmo que “BE: the one” ainda seja uma tentativa inicial de descobrir exatamente quem eles são, ele já é um passo importante nessa jornada de autoconhecimento musical.
Para os fãs, é empolgante pensar no que o futuro reserva para o BE:YOND. Cada lançamento daqui para frente tem o potencial de ser uma nova faceta dessa descoberta, de trazer uma nova camada para esse grupo que ainda está desabrochando. E, enquanto isso, já se estabelece como um álbum que, com seus altos e baixos, consegue ser um início promissor, um ponto de partida para algo que pode crescer e se tornar muito mais grandioso. Se o BE:YOND continuar nesse ritmo, mantendo a vontade de evoluir e de surpreender, certamente terão um futuro brilhante pela frente.
Nota: 66
Escrita por: Choi Youngnam
A Butterfly Entertainment é definitivamente uma das empresas do K-Pop que mais tem expandido seus horizontes; subsidiária da Body&Seoul Entertainment, uma das maiores empresas do mercado de música sul-coreano, a Butterfly despontou nomes como BELLA, YOUNGBLOOD e BLOOM, que tiveram ou estão tendo uma constante ascensão ao sucesso, e agora foi a vez do mais novo grupo da empresa fazer sua estreia: o BE:YOND.
Não há muita coisa para se basear para poder criar um preparo para ouvir o mini-álbum de estreia do grupo “BE: the one”, visto que basicamente não há nenhuma descrição sobre o projeto, e apenas uma única entrevista onde o grupo fala sobre seu conceito, também de forma bem vaga. Então afinal de contas, quem é o BE:YOND, e o que é o “BE: the one”?
Infelizmente, mesmo depois de ouvir o álbum, essas perguntas continuam sem resposta, sendo esse o fator principal que macula tudo que envolve o debut do grupo. Tudo envolvendo o BE:YOND e o “BE: the one” parece faltar de um ponto principal, de um foco, e uma visão artística determinante. Basicamente, não há nenhum elemento que crie uma característica única, algo memorável ou impactante.
Começando pela capa do projeto: Num debut, às vezes o visual desempenha um papel tão importante quanto as próprias músicas, já que o audiovisual caminha de mãos dadas com o conceito em um projeto de K-Pop. A capa do disco mostra as integrantes com roupas coloridas de estilos variados (algumas clássicas, outras mais edgy) em frente a um fundo branco com fitas coloridas prendendo um pedaço de vinil verde. Já na parte do design, há alguns recortes de papel em cima e embaixo, onde também, em uma fonte extremamente simplista e sem personalidade, encontramos o nome do álbum e o nome do grupo. Consegue perceber como nada disso constroi uma identidade visual? É definitivamente complicado querer falar de “identidade” a respeito de um grupo quando ele só possui um projeto, mas não é complicado dizer que uma capa como essa não tem um pingo de impacto, principalmente para um álbum que, já em seu título, se autodenomina único. Até mesmo a capa do primeiro single “Kiss Your Lips” é simplista, sendo uma polaroid presa em um papel com uma fita, o que faria acreditar que é uma música intimista, certo? Errado, é um pop moombahton dançante.
O BE:YOND se prejudica já mesmo no primeiro passo, antes de sequer apertarmos play, já que não há um mínimo indicativo de que há algo nesse disco que o fará ser memorável.
Apesar disso tudo que falei sobre a capa, ela é uma boa representação das músicas do disco, por que essas TAMBÉM falham em construir uma identidade marcante ou única. Então no final das contas, apesar das inúmeras críticas, é uma capa coesa para o álbum.
O álbum se inicia com HOCUS POCUS, o single principal que acompanhou seu lançamento, que é um pop animado com grande influência de tropical house, onde sintetizadores se misturam com uma guitarra ambiente, para explodir numa batidinha dançante no refrão, com um vocal distorcido para complementar o beat. Sonoramente, HOCUS POCUS já é um pouco confusa, por misturar diversos elementos, um tanto aleatório quando juntos, indo do sample de Future P.O.P com a flauta indiana, para um violão calmo, para as batidas dinâmicas do tropical house, e depois para o vocal distorcido, e depois para algum tipo de instrumento de corda… é definitivamente uma mistura. E de algum jeito, apesar de ter tanta coisa acontecendo, a música consegue ser incrivelmente linear. Ela é similiar o suficiente ao primeiro single para ser uma progressão coesa, mas nesse caso, o primeiro single do projeto consegue trazer mais elementos únicos do que “HOCUS POCUS”. Bola fora.
As esperanças se elevam na segunda música, “Run For Roses” que é igualmente estranha. Começando com um vocal quase sombrio, é difícil acreditar que a música vai para uma guitarrinha, e mais tarde para uma violino de country rock, antes de voltar na melodia vocalica estranhamente sombria no refrão. Eu queria dizer que o BE:YOND está construindo uma identidade com essas músicas com elementos estranhos e diversos, mas isso acaba nessa música mesmo, onde as próximas tem melodias bem mais concisas e comuns.
A terceira faixa, “The Real Me” parece que iria ser algo que amarra o conceito do álbum, não sendo muito difícil associar “BE: the one” com “The Real Me” como se finalmente fossemos absorver a mensagem do álbum aqui. Definitivamente, é a letra mais interessante do álbum, trazendo uma mensagem até bem escrita sobre desenvolver sua confiança e se tornar uma pessoa valente. Há uma razão para não estarmos falando nada sobre as letras por enquanto, já que todas serão abordadas em conjunto no fim.
“The Real Me” também traz o instrumental mais complexo e bem feito do álbum, parecendo que aqui seria capaz de extrair um direcionamento, com as batidas mais fortes e isoladas em cima de uma melodia mais cheia e complexa, trazendo elementos das batidas de moombahton de forma mais discreta no refrão, e no encerramento da música, tendo o instrumental se transformando numa versão diferente do refrão. De longe, é a música mais interessante e promissora do disco.
A quarta e penúltima faixa do mini-álbum é “Red Carpet” que começa trazendo um electropop divertido de ritmo acelerado, quase um pouco retrô. O refrão traz elementos surpreendentes, com um sintetizador vocal compondo a melodia do fundo, enquanto o vocal mais sério assume o ambiente, que logo é preenchido de novo pelo sintetizador retrô do começo. Apesar de simples, “Red Carpet” consegue desempenhar bem o papel de expandir a sonoridade do mini-álbum com elementos diferentes, evitando que acabe caindo numa coisa muito monótona.
O álbum termina com a última faixa, o primeiro single lançado pelo BE:YOND, “Kiss Your Lips”. A faixa é de longe, a melhor mistura de tropical house e moombahton do disco, com um sintetizador eletrônico acompanhando o fundo do refrão, numa ótima disposição do vocal das integrantes. Quando “Kiss Your Lips” havia sido lançada, minhas esperanças para o BE:YOND foram altas, parecendo ser um grupo que iria endossar essa vertente do eletrônico sem medo, mesmo já não sendo mais comum fazer músicas desse tipo, mas infelizmente, apesar de ter alguns elementos em comum com outras músicas do disco aqui e ali, “Kiss Your Lips” está sozinha nesse ponto.
Bom, vamos falar diretamente da situação agora: “BE: the one” do BE:YOND não é um álbum objetivamente ruim, já que na maioria das músicas, há detalhes notáveis ou até positivos que são o suficiente para manter o trabalho coeso, porém, parece que o álbum inteiro foi cozido em água morna e sem muito tempero. O problema na estreia do BE:YOND parece ser um receio em bater o martelo e criar um direcionamento para o grupo. Essas perguntas com certeza só vão ser respondidas no próximo lançamento do grupo, onde vão estabelecer a sua sonoridade, mas por enquanto, com o que temos disponível, só dá para concluir que o “BE: the one” é um trabalho que ficou meio perdido. Tendo sido produzido exclusivamente pelo renomado Caterpillar, faz parecer que o mesmo não teve o cuidado que tem nas demais produções, e só quis lançar de forma rápida algumas demos que tinha em sua gaveta que não foram usadas por outros de seus grupos.
É notável que o BE:YOND tem alguma perspectiva para ser desenvolvida, mas definitivamente, o debut do grupo parece um tanto prematuro e desleixado, sendo um pouco difícil de pensar que, quem arquitetou este projeto foi o mesmo responsável por músicas icônicas e memoráveis da discografia do BELLA e do BLOOM.
No departamento das composições, o álbum também não oferece nada muito interessante. As letras parecem relativamente polidas, mas várias vezes rondam em maneiras extremamente rasas para falar do tema da música. “HOCUS POCUS” usa os clichês de um feitiço de amor, mas nos versos, ao invés de expressar esse poder de “enfeitiçar” alguém, se transformam em versos pedindo para ser amada. “Run For Roses” fala sobre superar desafios, mas usa de versos extremamente confusos e desconexos para isso. Como elogiado antes, apesar de “The Real Me” ter a letra mais interessante, também parece dar voltas no tema até explicar no refrão. “Red Carpet” já vira tudo de ponta cabeça, onde agora as integrantes tem uma atitude ousada e despontada, falando sobre ser a atenção da festa. E já “Kiss Your Lips” volta no tema de seduzir e se apaixonar.
O estranho é, que da para perceber que existe algum tipo de conexão entre as faixas, onde quase todas falam sobre criar coragem e afins, mas no meio de uma produção tão aleatória e confusa, fica difícil absorver qualquer coisa que o BE:YOND possa querer passar no “BE: the one”.
Na noite de 24 de Outubro de 2028, a equipe da Ghosted IMG foi até a Lafayette Square, localizada em Washington D.C, famosa por eventos paranormais e avistamentos fantasmas, para ouvir o álbum “BE: the one” do girlgroup BE:YOND.
Durante toda a execução do álbum, tivemos muita dificuldade em usar nosso projetor para projetar a imagem da capa numa das paredes do local. Nosso projetor frequentemente começava a falhar, mesmo depois de trocarmos os cabos por cabos novos. Durante toda a execução do projeto, nosso sensor EMF ficou oscilando entre o nível 2 e 3, deixando a equipe preocupada com a segurança do nosso equipamento.
Durante a primeira faixa, “HOCUS POCUS” sentimos a temperatura do local baixar drasticamente, o que costuma indicar uma presença mau intencionada. Mesmo com a previsão local marcando 14°C para aquela noite, no local, nossos termômetros marcaram uma média de 4°C, as vezes subindo um pouco em algumas músicas.
Como estamos bem perto do Halloween, a área ao redor do parque estava bem decorada para o feriado, mas isso também gerou problemas para nossa equipe. Durante a música “Run For Roses” um dos membros da nossa equipe sentiu seu pé ser agarrado por uma raiz retorcida de uma das abóboras, mesmo que todas estivessem bem longe do equipamento da nossa equipe. Perto do fim do álbum, um cheiro de abóboras podres começou a pairar no ar, deixando especialmente difícil não associar algumas músicas com o cheiro. No fim das contas, a experiência de ouvir o “BE: the one” não causou um grande distúrbio nos espíritos do local, mas foi o suficiente para deixar os membros da nossa equipe desconfortáveis com a experiência.
No geral, a conclusão é uma só: o BE:YOND definitivamente tem potencial de criar uma identidade, talvez focando mais em algumas partes da sonoridade, definitivamente dedicar um carinho a mais aos visuais, mas essencialmente, encontrar e determinar o que o BE:YOND está tentando ser, por que com “BE: te one”, infelizmente elas não foram tão únicas assim.
Nota: 65
Escrita por: Angela Petrescu
A Butterfly Entertainment é uma empresa conhecida por seus grandiosos grupos - BELLA, BLOOM e YOUNGBLOOD, tendo Caterpillar como produtor de todos eles. É inegável a quantidade de hits que foram feitos nos últimos anos pela companhia. Desse modo, era completamente válido que uma grande expectativa fosse colocada em cima de um novo grupo que debutasse sob o selo da Butterfly. No entanto, infelizmente, até mesmo um bom produtor erra, mas errar no debut de um grupo que já era muito esperado pode ser fatal.
BE:YOND fez o lançamento de seu primeiro mini-álbum nesse dia 20 de Setembro. BE: the one é, definitivamente, um álbum de K-Pop e esta é a melhor das características que podemos atribuir a ele. Apesar do título evocar um sentimento de unicidade e exclusividade, todas as seis faixas que compõem o projeto parecem ser b-sides descartadas dos outros grupos da empresa, mas isso não as torna ruins, apenas extremamente sem sal. É como se o BE:YOND não soubesse o que fazer e não tivesse conseguido construir uma personalidade própria a tempo do debut, pois nada ali parece sólido o bastante. Talvez não sejam descartes e as faixas realmente tenham sido elaboradas e criadas especialmente para elas, mas o fato de ser impossível captar a essência do grupo nessas faixas é um grande problema que nos leva a pensar nessa possibilidade.
Das seis canções que integram o projeto, a melhor é Run For Roses, que poderia facilmente ter se tornado a title track do mini-álbum. As demais soam estranhamente familiares e repetitivas, é como se já tivéssemos ouvindo aquela batida em algum lugar, mas a explicação para esse fenômeno é bem simples: os ritmos são tão previsíveis que o álbum se torna entediante. Durante toda a duração de 16 minutos, ficamos esperando um momento que vá nos tirar a cadeira e nos fazer cantar um refrão ou um hook junto com as integrantes e apesar de esse momento realmente existir na segunda faixa, ocorre somente nela, e a decepção se torna cada vez maior na terceira, na quarta, até a sexta e última música. Chega um momento que é difícil até mesmo prestar atenção e se manter focado no álbum, o que acaba o tornando uma perfeita trilha sonora para um dia de faxina em casa.
Liricamente, é complicado avaliar o BE: the one, pois a maioria das faixas do álbum tratam de temas divergentes, mas que ainda temas que funcionam para um álbum cuja melhor característica é ser de K-Pop, conforme mencionado anteriormente. A formação de um conceito para um álbum é um ponto que deve ser muito bem observado durante o processo de criação do mesmo, para que não ocorra de ter vários temas concorrendo em um mesmo projeto, que é o que ocorre no BE: the one.
Concluindo, é possível perceber que existe um potencial nas integrantes que compõem o BE:YOND, mas elas ainda precisam amadurecer o seu conceito e construir uma personalidade, trazendo músicas preferencialmente com alguma parte chiclete para que os ouvintes se sintam instigados a voltar a ouvir aquele CD novamente. No momento, o debut do BE:YOND poderia facilmente ser chamado de BE: everything but themselves.
Nota: 60
Escrita por: -
A Rabbithole Critics dá início a suas reviews de álbuns lançados no ano de 2028, sendo o primeiro deles o mini álbum, ou EP (extended play) do mais novo girl group da Butterfly Entertainment. Be: the one de BE:YOND aparenta ser de início um álbum muito promissor e refrescante, visto que o seu lançamento ocorreu no final do verão coreano deste ano e a faixa título e de estreia do grupo, Hocus Pocus reflete muito isso.
Hocus Pocus é uma canção que fala sobre como existe uma certa magia, um certo encanto quando estamos apaixonados. A letra fala sobre como os olhos da garota são hipnotizantes, similar ao charme que algumas feiticeiras possuem na mitologia ou em histórias folclóricas. Que só de olhar para eles, a pessoa não consegue evitar de se aproximar e se juntar com o eu lírico. Além disso, a música também relata e fala sobre como a garota floresce de desabrocha para o rapaz e que pede para ele esperar ela chegar no clímax junto dele, uma clara referência a um ato sexual, onde o eu lírico claramente perde sua inocência.
A segunda faixa do álbum, Run For Roses, possui uma sonoridade similar à de Hocus Pocus, o que cria uma certa harmonia nesse começo, sendo algo positivo já que nos mostra que o grupo possivelmente seguirá nesse estilo durante o decorrer do álbum. A canção basicamente fala sobre girl power, como elas são unidas e que juntas irão correr e conquistar o que elas quiserem. A proposta é boa, mas a letra falta de um objetivo mais palpável, porque um “vamos nessa mulheres! Girl Power!”. Não cola muito bem nos dias de hoje já que a pauta feminista deixou de ser algo engajável há anos. Embora seja importante que as mulheres coreanas tenham um hino feminista para que auxiliem elas na luta de seus direitos em um país conservador, onde as mulheres não são tratadas como seres humanos decentes.
The Real Me é a faixa irmã de Run For Roses, sendo a melhor das duas já que ela possui tudo que a outra não tem. Mais uma canção girl power, o que embora possa soar repetitivo para alguns mas, que não impede da música ser uma das melhores do álbum. Ela tem bastante personalidade, pois a letra fala sobre como o eu lírico se reprimiu por muito tempo, tentou calar sua própria voz, mas que agora ela está se encontrando e que nesse momento de autoaceitação e de autoconhecimento, ela se sente tão poderosa quanto um leão e é isso que esperávamos da faixa anterior. Um motivo para elas poderem correr e lutarem por seus sonhos, conquistando eles com garra.
A quarta faixa do álbum, Red Carpet continua na mesma temática girl power das duas músicas anteriores, o que faz com que Hocus Pocus acabe se perdendo liricamente e sonoramente, visto que, as canções subsequentes dela seguem a mesma temática de mulheres fortes, enquanto a faixa título é uma música sobre como uma jovem inexperiente que está prestes a descobrir as outras faces do amor. Mas voltando a comentar sobre a faixa atual, não é nada grandioso liricamente porque só fala sobre como elas são empoderadas, bonitas e gostosas e que elas estão prontos para desfilar e causar num tapete vermelho.
A última faixa do álbum que também foi o pré single do grupo, Kiss Your Lips. Ela resgata o momento íntimo tido na faixa título mas de uma forma mais madura, onde o eu lírico já sabe o que está fazendo, o que gosta e onde quer chegar com aquilo de maneira mais certeira. Com essa faixa fechando o álbum podemos ver que Hocus Pocus se perde totalmente no sentido lírico e até sonoro, já que todas as outras canções no álbum são mais maduros e possuem um conceito mais girl power, fazendo com que a inocência e o frescor da faixa de debut acabe sendo apagada pelas demais que possuem uma harmonia maior entre si.
De modo geral, Caterpillar acertou na produção do álbum de debut do BE:YOND, mas acredito que teria sido melhor ter dado Hocus Pocus para o BELLA, visto que combina muito mais com as meninas e embora tenha uma sonoridade refrescante e que combine com o verão, ela é uma faixa completamente dispensável para o projeto. Destacamos aqui as faixas The Real Me e Kiss Your Lips como as melhores do mini, a primeira tendo uma letra empoderadora e facilmente relacionável que faz com que qualquer um levante a cabeça e siga firme e forte em momentos difíceis. Enquanto a segunda, traz a maturidade e a sensualidade que Hocus Pocus não teve, assim como ocorre em Run For Roses por não ter uma letra tão palpável quanto sua irmã, The Real Me.