CELESTIAL - ICYCLE
Oct 13, 2024 1:20:44 GMT
Post by Ramprozz on Oct 13, 2024 1:20:44 GMT
Ouça ICYCLE de CELESTIAL aqui.
CHECKMATE
Nota: 84
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Diferentemente das outras críticas realizadas aqui pela CHECKMATE, hoje tomamos uma decisão um pouco incomum. Anteriormente, avaliamos álbuns de artistas recém lançados, podendo assim caminhar ao lado deles e acompanhar seu desenvolvimento do zero. Para falar sobre o terceiro mini-álbum da sub-unit do ULTRAVIOLET, o CELESTIAL, que carrega o nome "ICYCLE", decidimos oferecer a nossa visão sobre o projeto antes de checar os que o antecedem. Essa decisão foi tomada devido ao fato de que muito se fala sobre a queda do grupo de seu primeiro para segundo mini-álbum, e essa visão comparativa acaba indiretamente afetando a percepção do trabalho posterior, o que não é necessariamente errado e nem ruim, é apenas um tipo de ponto de vista, e decidimos oferecer outro. Sem mais delongas, vamos ao álbum, nosso primeiríssimo contato com o CELESTIAL.
É de se esperar, por pura associação semântica, que um grupo que carrega o nome CELESTIAL nos entregue temáticas etéreas, angelicais e, bem, celestiais, é claro. Tratando-se da sonoridade do ICYCLE, o grupo não decepcionou nesse aspecto, cumprindo nossas expectativas por meio de seus vocais doces e uma sonoridade que te faz levitar. O encarte também do álbum não deixa a desejar, trazendo elementos visuais que traduzem de forma literal o conceito glacial desse trabalho.
Com uma introdução que eleva nossas expectativas em poucos segundos, Icycle dá nome ao álbum e inicia a nossa jornada com um pé direito. Infelizmente precisamos confessamos que, apesar da primeira faixa carregar graciosidade e uma produção excitante, o início lento e puramente feito no piano da canção que vem a seguir, uma das title tracks do álbum, Speed It Up, funciona como um balde de água fria na excitação criada por Icycle. Ainda que seu nome signifique "Acelere", a transição acabou desagradando, nos fazendo pensar que talvez essa faixa funcionaria melhor como o início do disco, porque ela realmente acelera com o tempo. Por meio de um fast tempo construído com elementos de drum & bass, a faixa narra a excitação em se apaixonar rapidamente e sem impedimentos. O que mais nos surpreende na construção dessa faixa é o uso de elementos sonoros provenientes de instrumentos não usuais, como a flauta e o xilofone. A produção criativa e bem desenvolvida, acompanhada com os vocais delicados, formam um hit já icônico para nós.
Ainda que tenhamos amado Speed It Up, nada poderia nos preparar para a potência trazida em Three Little Words. Não vamos fingir que essa canção já não era conhecida, afinal, essa música já pode ser considerada um clássico, sendo reconhecida pela indústria como um dos melhores, senão o melhor single da carreira do CELESTIAL. Entregando um dream pop perfection, o grupo cria uma atmosfera fantasiosa para descrever um relacionamento que mais parece ter sido completamente criado na própria cabeça do eu-lírico. A letra fala sobre a obsessão desesperadora de um amor que você não pode perder, pois te destruiria: então se é um relacionamento existente, por que você estaria implorando para que o par romântico diga as três pequenas palavrinhas? A produção da canção adiciona sons que criam o cenário facilmente em nossas cabeças, como o escrever de um lápis em papel quando o grupo canta o verso que contém a palavra "writing", e, ao final da canção, inconfundíveis sinos de casamento.
É de uma extrema perspicácia dar seguimento a uma canção no qual você está, quase que por baixo dos panos, implorando pelas três pequenas palavrinhas, com uma que funciona como uma direta ordem. Say Love diminui um pouco o drama e nos coloca pra dançar com suas batidas eletrônicas e elementos de dance pop. A letra é como uma direta continuação, no qual a paciência de implorar delicadamente é substituída por um imperativismo quase ameaçador, disfarçado por um instrumental envolvente e cativante.
Em The Aisle, um tema mais maduro é explorado, narrando sobre como apesar do relacionamento aparentemente ter acabado e coisas ruins terem sido ditas, o eu lírico vai usar suas melhores armas para reconquistar seu amor. O instrumental traz batidas funky e influências de R&B, como sempre de forma deliciosamente bem produzida. O esfriamento do sentimento fica cada vez mais agressivo, ainda que o eu lírico coloque todas as suas forças em tentar evitar o que desde o início já parece um fim inevitável.
Finalizando o álbum ainda com as batidas funky introduzidas na faixa anterior, é em Fire que essa história de amor chega ao seu trágica, porém previsível desfecho. De forma quase contida demais, o sentimento principal trazido na letra da canção é a indiferença. Ainda que a canção se chame fogo e represente o fim de um relacionamento, e não a chama da paixão, é estranhamente irônico como um álbum que fala sobre o esfriamento de um sentimento terminar de maneira tão... morna. É claro que a escolha de finalizar com indiferença não vai ser representada por uma explosão, mas sonoramente falando, nossos ouvidos tão bem servidos pelo restante do álbum acabam ficando mal acostumados, e, novamente, recebemos um balde de água fria. Mas não é isso que se espera de um álbum que fala de gelo?
Concluindo a análise, como falamos no início, não vamos poder proporcionar para vocês comparativos refletindo se esse álbum é ou não é o melhor dentre os três lançados pelo grupo. Mas, como introdução a ele, podemos garantir que caiu como uma luva. A criativa produção de QruBim e a construção da narrativa lírica se combinam em um sucesso instantâneo, que, apesar de também possuir seus defeitos, nos deixa ansiosos para descobrir o que o CELESTIAL pode trazer a seguir (ou conhecer o que quer que elas já tenham entregado). O álbum pode não começar nem terminar da melhor forma possível, mas seu ouro não está nas extremidades, e sim em seu recheio, como uma receita cuja massa não vingou, mas o sabor intenso contido dentro dela faz valer a pena cada mordida.
Nota: 80
Escrita por: -
Em seu terceiro mini-álbum a subunidade do ULTRAVIOLET, o grupo CELESTIAL, serve de bandeja tudo o que prometeu e não entregou em seus projetos anteriores: um pop relativamente alternativo com influências do R&B que não chega a ser maçante e nem repetitivo. Aqui todas as músicas conversam entre si e a fluidez é tão leve que sentimos necessidade de um álbum maior para conseguir aproveitar melhor todos os detalhes especiais que foram colocados neste projeto.
O CELESTIAL é conhecido pela sua sonoridade única e conceito angelical, e em "Icycle" elas levaram isso a níveis mais altos. Começando com a intro que carrega o título do projeto, a faixa é pouco memorável e não parece evocar a verdadeira essência das músicas que virão a seguir. Apesar de ser apenas uma intro e não ter necessidade de que seja uma música incrivelmente boa, ela ainda tem o mesmo nome do álbum, então espera-se que ao menos resuma sonoramente o restante do disco, e infelizmente não é o que ocorre.
Normalmente, quando um grupo decide fazer o lançamento de duas faixas título é para mostrar a sua versatilidade e capacidade de fazer conceitos diferentes - muitas vezes até opostos -, porém CELESTIAL insiste no mesmo estilo que vem fazendo desde o seu debut nas duas faixas, Speed It Up e Three Little Words. Apesar de serem músicas ótimas, certamente foi uma decisão duvidosa. A sequência traz letras românticas que parecem contar uma história: Speed It Up fala sobre se apaixonar rapidamente, em minutos, dando ao álbum uma inocência e juventude que é interessante de ver sendo desenvolvida; já Three Little Words, que é a melhor música do álbum e da carreira do grupo até o momento, traz um sentimento agridoce quando as meninas cantam que estão obcecadas com a ideia de que um dia esse relacionamento fantasioso que estão vivendo termine, pois nunca mais serão tão capazes de amar quanto foram.
A faixa que dá seguimento ao álbum é Say Love, uma música que claramente não se compara com a qualidade gigantesca de suas duas antecessoras. Say Love é uma música mais madura, mostrando o crescimento daquele ser apaixonado ao longo do álbum. Essa é uma música confusa pois em alguns momentos parece que as garotas perderam sua própria personalidade, enquanto em outros parecem implorar para seu amado corresponder às suas expectativas. The Aisle é a segunda melhor música do álbum e segue essa mesma linha e prova que durante o processo de amadurecimento, nem tudo são flores: a canção fala sobre a pessoa amada que possui bloqueios e não deixa o eu-lírico se aprofundar na sua paixão, desse modo ocorre um certo atrito nesse relacionamento.
Encerrar um mini-álbum com conceito glacial com uma faixa chamada Fire é definitivamente uma escolha. Nessa música final com backing vocals de SKUNK, o grupo CELESTIAL entrega mais uma melodia interessante que amarra muito bem todo o projeto, pois a interpretação é de que o relacionamento não deu certo e acabou em fogo, ou seja, em destruição. Apesar disso, a música não parece um encerramento satisfatório e a sensação de que algo está faltando nessa história, algum detalhe ou episódio perdido, é gritante. Talvez com um álbum maior fosse mais fácil de explorar todas essas nuances, e isso nos deixa instigados a ouvir um full álbum do CELESTIAL no futuro.
Com isso, o Icycle, ciclo gelado, é nada menos que o endurecimento de um coração jovem através do amadurecimento provocado por uma experiência ruim com um relacionamento. Seria preferível que o grupo tivesse mergulhado de cabeça nesse conceito glacial com referências ao gelo e ao frio nas letras ou até mesmo sons discretos que remetessem a isso nos instrumentais, e também que tivesse deixado mais claro esse desenvolvimento do eu-lírico, se é a que intenção tenha sido tão profunda assim. Apesar disso, o trabalho não deixa de ser de uma qualidade excelente e se consagra como um dos melhores álbuns de K-Pop do ano.
Nota: 77
Escrita por: Jong Seokmin
CELESTIAL retorna após o catastrófico CATHARSIS, e nos entrega uma personalidade nova, mas que ainda persiste na identidade do grupo.
Com cinco faixas e uma introdução, ICYCLE se mostra consistente. Apresentando canções como os singles “SPEED LOVE” e “THREE LITTLE WORDS”, o Drum&Bass está presente como a sonoridade principal do EP. As duas faixas-título são divertidas, tendo um destaque enorme em “THREE LITTLE WORDS”, que claramente não parece uma canção que seria trabalhada com destaque, mas a produção e o conceito combinam tanto com ela que não é possível ver outra como esta representando o projeto.
As outras canções do EP se mostraram potentes, principalmente “SAY LOVE”, que mistura diversos elementos da música Dance, e traz um gostinho de diferença para a sequência. O ICYCLE termina de uma ótima maneira, sendo consistente, surpreendente e cheio de atitude.
Em ICYCLE, o CELESTIAL dá a volta por cima e compensa os erros gigantes que existiam no lançamento passado. Podemos ver que, apesar da queda entre o WATERFALLS e o CATHARSIS, no seu terceiro EP, o grupo retorna aos trilhos e nos entrega um álbum que é aproveitável e divertido, com belas canções e composições interessantes e cheias de alma e vida.