Will - Universal Love
Oct 13, 2024 1:06:29 GMT
Post by Ramprozz on Oct 13, 2024 1:06:29 GMT
Ouça Universal Love de Will aqui.
Nota: 70
Escrita por: Jong Seokmin
Embarcando em mais uma aventura, Will lança o seu segundo EP chamado de Universal Love. Mesmo com demora, atrasos e mudanças em seu planejamento, o projeto conseguiu ser agraciado por um viral para “Nostalgia”, que mudou totalmente o rumo da era.
O disco contém apenas seis faixas, e uma delas é a própria faixa-título que viralizou recentemente no mundo inteiro. “Nostalgia” é uma canção cheia de carisma e alegria, com graves fortes que contrastam com a intenção principal da canção. Com uma letra contendo referências a “Scaredy Cat” – estreia do solista – e menção à QruBim, ela se mantém em um padrão bem comum no K-Pop. Não é excelente, mas também não é péssima.
Uma das coisas que mais me surpreende é o fato da YiJIn, integrante do FORNAX, estar presente na produção das canções, e elas serem exatamente as piores do EP. “Understand You” soa como qualquer coisa e “Fav” é tão chata quanto um evangélico discutindo sobre pautas feministas.
Os pontos altos do Universal Love são “Golden In Heart” e “Love Anxiety”, que parecem apresentar ideias reformuladas das já apresentadas anteriormente, mas por serem reformuladas, as faixas soam com mais vida e paixão. Me pergunto porque alguma dessas não foi a escolhida para ser a faixa-título, pois soam tão melhores e tem tudo o que um single precisaria.
Todo o álbum é linear. E isso pode ser um problema ou uma qualidade. Podemos ver que o Universal Love demonstra uma evolução enorme do Will desde o “Just Me”, mas o EP ainda parece faltar um destaque. Durante seis músicas, canções parecidas se mesclam e tornam uma coisa só. Às vezes, é necessário saber que canções divergentes também podem trazer um álbum coeso, ganhando pela diversidade. Mas também mostra que houve um comprometimento do solista em planejar o seu projeto para ter o mínimo de coesão possível.
Nota: 64
Escrita por: Angela Petrescu
O até então one-hit-wonder e solista da Telescope, Will, finalmente faz seu comeback com o segundo mini-álbum, “Universal Love”, e dada a criatividade previsível de sua empresa, ficamos surpresos que este não tenha sido um nome dado a algum álbum do boygroup UNi. De todo modo, a seleção de faixas é realmente boa, apesar de ser difícil encontrar a personalidade do Will dentre as músicas, o que nos surpreende pois além de cantor, rapper e dançarino, o coreano também escreveu todas as músicas do álbum e as ajudou a produzir. A pergunta que paira no ar é: como alguém consegue fazer tudo isso bem?
O álbum começa com a title Nostalgia que chegou ao Top 10 das paradas globais há pouco mais de um mês e, surpreendente, a faixa é uma das que mais passa despercebida em todo o projeto pois é sucedida por faixas com sonoridade mais interessante. A única coisa que Nostalgia realmente deixa marcado é a sua letra que fala sobre o amor próprio como uma forma de amor que muitas vezes é esquecida, possivelmente essa é a melhor letra do projeto, apesar e alguns momentos estranhos como a chamada “Atenção! O gato assustado está de volta” após o primeiro refrão.
A faixa seguinte, Understand You, não faz tanto sentido quando a colocamos logo após Nostalgia que evocava esse conceito de amar a si mesmo, visto que nesta segunda música há uma ode para uma mulher chamada de “destruidora de corações”, com quem o eu-lírico tem uma relação realmente complicada, se é que tal relação existe pois alguns versos deixam muito clara que a mulher tratada como objeto de desejo não corresponde a nenhuma das tentativas românticas de Will.
Golden in Heart é a terceira música e traz uma sonoridade retrô que gostaríamos de ter ouvido mais cedo em um álbum cuja title se chama Nostalgia. A música fala sobre amar, dançar e aproveitar o momento sem se importar com bens materiais e realmente é uma música muito boa, na verdade é uma das melhores do disco. A canção que vem em sequência é Fav e aqui o amor romântico também é retratado, mas de uma forma poética, artística e melhor desenvolvida do que nas músicas anteriores, mas ainda assim a sua sonoridade peca em ser pouco memorável. Love Anxiety chega próximo ao final com a melhor de todas as produções do álbum e conforme a ouvimos só conseguimos nos questionar o motivo de ela não ter sido colocada como título. Aqui, Will decide seguir por um caminho diferente e alinha amor e ansiedade em uma só reta, fazendo desses sentimentos um só, a composição também é muito interessante. O projeto se encerra com See a Moonlight que mais uma vez retorna para aquele amor romântico poético e que traz uma sensação de juventude muito boa.
“Will” é uma palavra que pode significar “vontade” em inglês e vontade é algo que Will definitivamente tem, mas somente isso mesmo, pois personalidade e consistência são palavras que não combinam com este álbum, visto que é fácil falar sobre as músicas individualmente, mas falar sobre o álbum como um conjunto se torna uma tarefa difícil. Alguns álbuns de K-Pop possuem mais de um compositor, sendo uma equipe de composição para cada faixa, o que faria sentido considerando que cada música aparenta ter um estilo de escrita diferente e aborda um mesmo tema de diferentes formas, mas esse não é o caso do Universal Love - talvez quando se pensou nesse título, o solista quis retratar todas as formas de amor em um só projeto, e caso essa tenha de fato sido a intenção, acabou soando apenas confuso e pouco claro, principalmente ao alinharmos com o fato de que o único compositor de todas as faixas é o próprio Will, o que nos deixa com três opções: ou o álbum é feito de descartes, ou Will não foi capaz de se expressar tão bem quanto planejava, ou ele simplesmente não sabia o que estava fazendo. E, respondendo à pergunta do começo da crítica: ele não consegue.
Nota: 61
Escrita por: Amelia Rheiter
No mundo do KPop entra disco e sai disco numa velocidade absolutamente acima que o mercado ocidental. Grupos de Kpop fazendo duas ou três eras no mesmo ano, debutando units diferentes, solistas, álbuns e eps as vezes até pela quarta vez dentro de doze meses, a pergunta que fica é: como se destacar quando todos à sua volta fazem tudo?
E é essa dúvida que fica na nossa cabeça quando ouvimos o EP de Will, o “Universal Love” que saiu em maio deste ano (2028 para o viajante do tempo). Como que esse EP se destaca em meio a seus co-irmãos, e como ele acrescenta algo de novo no cenário do Kpop que nunca ouvimos antes? A resposta é simples: ele não faz.
Não há enganações aqui: esse EP não acrescenta nada de novo, nada que já não vimos antes em uma fórmula repetitiva que foi usada à exaustão. Quando pensamos nisso, esperamos que no mínimo o “básico” seja feito com maestria, certo? Mas também não é o que acontece aqui.
Não sei se é algo na água ou no ar, mas me parece que esse EP não tem uma razão de existir, ele não possui uma razão de ser, entende? Ok, “Nostalgia” é bem agradável e rendeu um viral mensal que querendo ou não vingou a música nos charts, mas é incabível que a essa altura do campeonato alguém lance uma música como “Fav” e ache que foi uma boa ideia, entende? Não é experimental, não é tentativa e erro, “vamos testar algo novo e ver se cola” Não! Isso já foi feito milhões de vezes, como ainda é possível errar?
É difícil pensar em pontos altos e baixos do EP, pois ele mal se sustenta como ideia, quem dirá como um corpo de trabalho. Então vamos ser um pouco mais diretos quando falarmos sobre as músicas. “Golden In Heart” não é nenhum truque de mágica inovador, mas eu consegui me pegar balançando a cabeça no ritmo desses sintetizadores tão artificiais quanto um suco de pozinho, e é isso o que importa no fim das contas, certo? Música é para sentirmos coisas, nem tudo precisa ser feito por um tabelião medieval numa távola circunscrita na rebimboca da parafuseta.
Às vezes tudo o que a gente precisa ouvir é uma música que diz “Gosto de você porque você não é chata / Há algo de especial em você, estou atraído por você” Enquanto lavamos a louça ou passamos pano no chão. Às vezes perdemos o fio da meada pela semelhança na produção de uma faixa para outra, e por incrível que pareça, talvez 6 tenha sido um número muito grande de faixas já que surpreendentemente todas as músicas tem mais de 3 minutos de duração - o que geralmente é bom - já que tem músicas de Kpop que tem a duração exata de um espirro - mas que aqui acaba tornando tudo muito maçante e esse zigue-zague muito enjoativo.
Talvez o “amor universal” de Will seja abrangente demais e isso o tenha deixado sem personalidade o bastante para cativar o suficiente para que marcasse nossos ouvidos como em “Nostalgia” mas nesse EP nos parece que Will estava mais focado em lançar genéricos do que realmente afirmar algum ponto de vista sobre qualquer coisa.