[ASIA] Yoon Shinzo (MAELSTROM) X Nylon Korea
Oct 11, 2024 0:19:29 GMT
Post by Ramprozz on Oct 11, 2024 0:19:29 GMT
[DIVULGAÇÃO PARA MAESLTROM]
Quando se fala no universo do K-pop, é fácil imaginar os palcos de premiações, coreografias impecáveis, sucesso, fama, conquistas, e a vida sob os holofotes brilhantes do estrelato.
O crescimento global deste mercado específico nos últimos dez anos é um fenômeno sem precedentes, alimentado por uma combinação entre comercialização selvagem e entretenimento parassocial, que parece natural e inocente, mas é meticulosamente estudada e aperfeiçoada a cada segundo que passa pelas grandes empresas de entretenimento no K-Pop. Segundo um estudo realizado em 2027 pela KOCCA (Korea Creative Content Agency), o valor de exportação da indústria K-pop em 2026 foi de aproximadamente US$ 956 bilhões, representando um aumento de mais de 130% em comparação a 2016, sendo isso um reflexo direto da exportação explosiva e em massa do cenário musical do K-Pop, e como ele, mesmo sendo um mercado de música ao lado de outros como o mercado de cantores pop, de bandas de rock, ou de artistas alternativos, se comporta de uma forma completamente diferente, quase extraterrestre.
Mas definitivamente é muito mais fácil olhar para a linha de chegada deste caminho, e se esquecer do percurso tortuoso que a antecede. Para cada artista que brilha em um MV, há anos de treinamento intensivo, sacrifícios e a renúncia a uma vida que, para muitos, poderia ser considerada comum. A jornada para se tornar um idol não é apenas sobre desenvolver habilidades vocais ou de dança, é principalmente uma transformação profunda e pessoal.
Sendo um país muito tradicionalista, adolescentes na Coreia do Sul crescem em uma sociedade que valoriza o sucesso, com uma cultura que incentiva a ambição desde cedo, sendo muito frequentemente reforçado o pensamento de que é melhor morrer se esforçando do que tentar e não conseguir, e se tornar um idol é uma das expressões máximas e mais utópicas dessa ambição. Aqueles que entram em academias de música e dança fazem isso sabendo que estão apostando tudo: abrem mão de sua juventude normal para perseguir o sonho de debutar em um mercado incrivelmente competitivo, praticamente vendendo a alma ao diabo para dar um tiro no escuro.
E aos poucos que tem a sorte de concretizar tal sonho, se deparam com uma mudança irreversível em suas vidas. Todos os passos desta caminhada têm um preço muito alto a se pagar; a privacidade praticamente deixa de existir, as interações cotidianas são substituídas por uma vida ensaiada e higienizada, onde qualquer erro pode lhe custar sua imagem do dia para a noite.
Mas por trás das câmeras, eles são pessoas que, em algum momento, eram exatamente como qualquer outro jovem. Com sonhos, inseguranças, e uma vida que agora está quase irreconhecível. Entre treinos exaustivos e expectativas esmagadoras, esses jovens adultos sacrificam momentos essenciais da vida para ganhar o mundo através da música. O que move essas pessoas a abrir mão de tanto? O que acontece quando a linha entre o sonho e a realidade começa a se desfazer? O que faz uma pessoa escolher viver a vida para outras pessoas?
Esta edição da revista Nylon Korea traz esta visão mais séria em virtude do idol que está estampando a nossa capa: YOON SHINZO, integrante do novo boygroup da Black Comet Entertainment chamado MAELSTROM, que debutou nesta segunda feira, com uma música também chamada MAELSTROM, e já quebrou recordes na história do K-Pop.
Shinzo é um dos muitos idols que passou por todos as situações que descrevemos na introdução: o crescimento com a necessidade fatal de se tornar um adulto de sucesso, os lampejos de esperança, as noites em claro, o gosto da vitória, e logo depois, sentir seu sonho escapando de suas mãos. Com toda esta edição dedicada a ele, nossa jornada vai começar do começo, onde o próprio Shinzo abre as portas do seu passado:
[MAELSTROM] Shinzo: Olá! O meu nome é Yoon Shinzo, e é… muito estranho estar aqui hoje. É um prazer, claro, mas também é estranho à beça. Eu tenho 22 anos, meu aniversário é no dia 28 de Junho, e eu nasci em 2006, em Osaka, no Japão.
Eu sei que uma boa parte da minha vida, principalmente os últimos anos, foram televisionados, então muita gente deve saber de muita coisa da minha vida, mas eu quero falar sobre antes disso, sobre antes da primeira vez que eu apareci nas televisões de vocês.
Meus pais se casaram bem cedo, os dois com uns vinte e dois anos, por aí, e em todo o casamento só tiveram um filho… que sou eu! Meu pai trabalhava como professor de Geopolítica numa faculdade de economia, e minha mãe trabalhava de enfermeira, então dá pra dizer que a gente tinha uma condição financeira bem estável, mas sem acesso a nenhum luxo ou coisa parecida, e se você sabe alguma coisa sobre professores e enfermeiros, é que os horários de trabalho são longos, sempre tem mais trabalho para fazer em casa, imprevistos acontecem dia e noite, mas uma das poucas certezas que dava para se ter era que a maioria do tempo livre era usado para dormir, para tentar compensar as horas excessivas que eles tinham que trabalhar.
Eu tenho muito orgulho do quão duro meu pai e minha mãe trabalharam para me criar; mesmo eu não tendo sido exatamente uma das metas de casal que eles planejaram, ainda sim sempre fizeram de tudo pra garantir que o filho que eles trouxeram ao mundo crescesse e se tornasse uma pessoa esforçada igual a eles.
Mas esse cenário todo me fez crescer uma criança bastante solitária; eu não lembro muito dos meus primeiros anos de vida, claro, mas sei que o trabalho da minha mãe dava direito a uma vaga numa creche, e sei que esse recurso foi usado até eu não ter mais idade para estar lá! Depois disso, por um bom tempo, meus melhores amigos eram as babás que ficavam o dia inteiro comigo; eram elas que me buscavam da escola, que jantavam comigo, que me levavam para o treino de futebol, que iam assistir as apresentações de dia dos pais e dia das mães na escola, e que estavam ali por mim. É meio estranho pensar que era basicamente uma "amizade paga" mas eu sei que genuinamente gostavam de mim, tanto que a última babá que eu tive aos 12 anos ainda janta com a minha família nas festas de final de ano.
Eu diria que minha cabeça sempre foi condicionada a uma visão mais soturna das coisas, como se parte do projeto de criação dos meus pais fosse me acostumar com a solidão. Eu não tenho como culpar eles, por que eu sei que eles não foram negligentes, eu entendo que se tirassem horas do trabalho para gastarem comigo, as contas de casa iriam começar a apertar, e a vida que eles construíram iria começar a se desfazer. Bom… eu entendo isso hoje em dia. Mas quando eu era mais novo, sempre me perguntava por que tinha que ser desse jeito só pra mim, por que na minha vez as coisas tinham que ser mais difíceis, doer mais, parecendo que eu sempre precisava correr duas vezes mais que todo mundo pra chegar no mesmo lugar que os outros.
Eu acho que fiz os meus primeiros amigos da minha idade com 13 ou 14 anos, quase no fim do ensino fundamental, e eles eram muito fãs de Attack All Around e Exile. Eu não tinha muita noção do que era o mundo do entretenimento, então meio que quando eu voltei pra casa depois de conhecer eles, minha noite foi em claro, ouvindo as músicas dessas bandas e pesquisando tudo que eu podia pra conseguir ter um assunto em comum com eles. Meu contato com a cultura de idol foi realmente do dia pra noite, e foi INTENSO! Ao mesmo tempo que isso era uma conexão com algo novo na minha vida (ter amigos) também me fazia sentir alguma coisa dentro do peito, me fazendo sentir diferente, me fazendo sentir especial, me dizendo que ali, tinha algo sobre eu mesmo, que eu precisava muito descobrir o que era. Eu me tornei um Party World (que é o nome do fandom do AAA) basicamente instantâneamente, e meu membro preferido logo de cara foi o SKY-HI.
Shinzo faz uma pausa para segurar o riso, mas gargalha da mesma forma.
[MAELSTROM] Shinzo: Ai caramba, eu sinto um pouco de vergonha dizendo isso agora, mas o SKY-HI me chamou atenção de cara por que… Hahaha aí, por que eu me achava parecido com ele. EU SEI QUE É BOBO, mas na minha cabeça de pré adolescente, a única diferença entre eu e ele era que ele já tinha debutado!
Eu fiquei instantaneamente fascinado por como alguém conseguia fazer rap daquela forma, e passava o dia todo tentando decorar e cantar mais rápido… sim, isso mesmo, eu decorava os versos dele para tentar cantar mais rápido que ele, por que eu achava que isso ia me fazer mais parecido com ele. Bom, eu imagino que todo o adolescente passe por uma fase onde sua identidade tá se formando, e a minha foi essa, o Mitsuhiro Hidaka do Attack All Around.
Daí pra frente, foi um deslumbre completo. Eu insisti um pouco pros meus pais me deixarem sair do futebol e me colocarem num estúdio de dança para dançar hip-hop, e aos poucos tudo começou a se encaixar. Esses mesmos amigos acharam que eu estava sendo um pouco exagerado, mas adivinha só, alguns meses depois eles também estavam no mesmo estúdio de dança comigo!
Meio que na brincadeira, a gente começou a sonhar sobre fazer audições em empresas de entretenimento, mesmo que fosse com a desculpa de moleque de ver "quem consegue uma nota maior", mas foi nesse caminho que eu comecei a fazer as minhas primeiras audições.
[MAELSTROM] Shinzo: Ah, as audições... acho que ninguém realmente tá preparado pra primeira vez que entra numa sala cheia de jurados esperando que você mostre ter algum talento. Eu, com 16 anos, achava que estava pronto, achava que ia chegar lá e todos iam me aplaudir, mas… err! HahHAHha!
Minha primeira audição foi pra uma empresa que nem existe mais, chamada Skybeat Entertainment. A sala era minúscula, e tinha uns dois caras sentados atrás de uma mesa de plástico dobrável, sabe? Eles estavam com uma cara de tédio, como se já tivessem visto uns cem outros meninos iguais a mim naquele dia. Eu entrei super confiante, com a música ensaiada e uma coreografia que eu tinha criado sozinho na sala de casa. Comecei a dançar e, bem, digamos que eu estava tão nervoso que acabei errando o primeiro passo… tropecei no próprio pé e quase fui pro chão. Foi aí que percebi: "Ok, esse não vai ser o meu dia."
Depois disso, teve uma sequência de outras audições. Algumas foram até piores! Um ponto positivo do que eu disse de ser uma criança soturna é que falhas assim não me desanimavam com facilidade… já que meio que eu só tinha eu mesmo para agradar, eu podia me dar quantas chances eu quisesse até dar certo.
Teve uma em uma empresa chamada StarKite Media, onde a sala de audições ficava no segundo andar de um café, e o chão de madeira era tão velho que os estalos dava pra ouvir do lado de fora. Eu me lembro de começar a cantar, mas o nervosismo tomou conta e eu simplesmente… esqueci a letra no meio do refrão. E aí, só pra não ficar parado olhando pra cara dos jurados, eu improvisei uma dança estranha que com certeza não fazia sentido algum com a música. Os jurados ficaram olhando pra mim com uma expressão que era metade confusão, metade pena. Essa eu admito que fiquei um pouco frustrado, porque eu tava cantando Wake Up! do AAA, e era a minha música preferida. Fique me xingando mentalmente a semana inteira por ter feito uma dessas com a minha música preferida.
Mas não foram só fiascos, claro! Algumas audições tinham momentos que me deixavam cheio de esperança, como quando fui à Ikigai Talent, que era uma empresa tão pequena que eu tinha que tocar a campainha pra entrar. O estúdio parecia um porão mal iluminado, mas os jurados eram mais simpáticos. Eu fiz meu rap, e um dos caras começou a balançar a cabeça no ritmo, o que pra mim, já foi uma injeção de confiança na hora. Não passei naquela audição, mas aquele balançar de cabeça fez eu voltar pra casa sorrindo, sabendo que, o que quer que eu tava fazendo, tava começando a dar certo.
A grande virada aconteceu em uma audição pra uma agência que se chamava Wavefront Music. Cheguei com uma coreografia nova e, dessa vez, sem tropeços. No meio da minha performance, um dos jurados me interrompeu e pediu pra eu repetir o rap… até hoje quando lembro desse momento, sinto o mesmo desconforto e pavor… eu achei que tinha feito algo errado, um erro grotesco que eu nem tinha percebido, mas não, ele só queria ver de novo. Terminei a apresentação, e quando saí, eles me chamaram de volta na mesma hora. Eles queriam que eu assinasse um contrato. NOSSA! Se você pudesse ver a minha cara! Eu precisei pedir o telefone DO JURADO emprestado pra ligar pra minha mãe vir assinar o contrato. Naquela noite ela tava terminando um turno de 18 horas no hospital… sinto que ela ficou um pouco brava com o meu pedido, mas eu também tive que sofrer um pouco… fiquei esperando três horas até o turno dela terminar, e ela vir assinar o contrato.
Como vocês já devem imaginar, não veio muita coisa desse contrato na questão de fama ou dinheiro, mas ainda sim já foi o meu primeiro contato com esse caminho, me dando a visão do que significa treinar pra virar um idol.
Minha experiência assim que assinei com essa empresa foi… um teste de realidade, digamos assim. Quer dizer, eu era bem novinho, então ainda nunca tinha muita noção de que nem toda empresa era cheia do dinheiro e dos recursos. Estúdios grandes, coreógrafos e treinadores de canto, camarins cheios de espelhos e muita gente correndo de um lado pro outro… nada disso. A empresa era pequena, e o treinamento foi mais modesto do que eu esperava. O espaço de prática era a mesma sala apertada que eu fiz a minha audição, e cada treino exigia muito esforço individual. Se você quisesse melhorar, tinha que correr atrás sozinho. O coreógrafo não ficava atrás de cada um pra ter certeza que todo mundo pegou certinho os movimentos, ele passava uma ou duas vezes a coreografia, e quem memorizou, memorizou, e quem não memorizou, dá um jeito e se vira.
Muitas vezes, a galera trazia o que podia de casa pra poder comer, ou juntava o pouco dinheiro que tinha pra comprar Takoyaki no carrinho que ficava em frente ao prédio da empresa. Tenho muitas lembranças boas disso… tipo, sempre depois dos treinos mais pesados do mês, eu e os amigos que fiz treinando sentávamos na calçada do lado do carrinho pra comer Takoyaki. Era claro que o nosso instrutor da empresa não gostava disso, ele queria que a gente continuasse em forma… e comer bolinho frito não é a melhor opção pra manter o corpo, mas a gente quase nunca era pego. Sempre tentávamos terminar de comer antes dele sair… mas uma vez ele saiu muito mais cedo do que a gente esperava, e a gente deu um jeito de se esconder ATRÁS DO CARRINHO. O cozinheiro foi um grande amigo por deixar a gente se esconder lá, mas tomamos muito mais cuidado depois desse dia.
Mas eu também me lembro de dias em que mal comia pra economizar o máximo possível, já que boa parte do dinheiro ia para o transporte, porque a empresa também não cobria isso. Era uma viagem de uma hora e meia pra ir, e outra pra voltar do estúdio até a minha casa, e voltar pra casa era sempre um teste de resistência depois de treinos intensos. Eu penso que hoje em dia eu não teria a força pra tudo isso… sério, era muito mais cansativo do que eu consigo fazer parecer. Mas eu tinha algum estoque de energia que só se tem quando é criança, e foi isso que me manteve nos trilhos.
A pressão também vinha na forma de avaliações constantes. Todo mês, tínhamos que mostrar o quanto havíamos progredido. E essas avaliações eram... aterrorizantes, pra dizer o mínimo. A sala ficava em completo silêncio enquanto cada um dos trainees se apresentava individualmente para os diretores. E eles avaliavam absolutamente tudo: dança, canto, rap. E não importava se você fosse bom em uma coisa, eles queriam que todos estivessem no mesmo nível em tudo, e quem não atingia as expectativas, era cortado.
Tive que ver muitos amigos desistirem no meio do caminho. Era uma das partes mais difíceis, porque além de toda a competição, você ainda perdia as pessoas com quem estava batalhando todos os dias pelo mesmo sozinho.
[MAELSTROM] Shinzo: Depois que me formei no ensino médio, a realidade adulta me acertou na cara de uma vez só. Como eu disse, os meus pais sempre foram muito honestos sobre nossa situação financeira, e eu sabia que não tinha como contar com eles pra pagar uma faculdade. O dinheiro que eu havia conseguido guardar enquanto era trainee na Wavefront Music também não chegava nem perto do suficiente. Então, a realidade foi se impondo cada vez mais, e cada dia que passava parecia que inevitavelmente eu iria ter que deixar de lado o sonho de ser idol para começar a trabalhar e ajudar em casa. Foi uma das decisões mais difíceis da minha vida, porque mesmo que eu quisesse continuar treinando, mesmo que eu corresse e fizesse tudo que tava ao meu alcance ali, parecia que o caminho estava se fechando pra mim.”
Eu já tinha começado a procurar empregos quando… nossa eu me lembro muito bem… eu vi uma notícia que parecia um milagre. Numa das TVs do shopping que eu tinha ido pedir emprego, vi o anúncio dizendo que uma empresa de televisão gigante da Coreia do Sul estava abrindo as audições para um novo reality show que ia criar um grupo com trainees da Coreia, China e Japão, o Boys Planet 33. O foco dessa edição era justamente essa união de talentos dos três países, e eu não consegui acreditar no timing disso. Era EXATAMENTE a oportunidade que eu precisava! Eles estavam abrindo vagas para trainees japoneses, e parecia que o universo estava me dando mais uma chance antes de eu desistir de tudo.
Ah, minha cara naquele momento deve ter sido patética de se assistir, mas era como se o mundo tivesse parado, e só existisse eu e aquela TV de plasma naquele momento. Eu tirei tantas fotos do anúncio com o meu celular, gravei, anotei à mão, desenhei… fiz de tudo pra ter certeza que de algum jeito eu ia conseguir voltar com isso pra casa… e foi o que eu fiz! Sem nem ir pra entrevista que eu tinha que ir naquele dia, eu corri pra mostrar a notícia pros meus pais. Claro que não foi a coisa mais fácil do mundo… eu tinha 18, quase 19 anos, não sabia falar uma palavra de coreano sequer, e do nada, precisava ir pra Coreia do Sul em cinco meses pra TENTAR participar de um programa numa empresa gigantesca. Passei pelo menos umas duas semanas insistindo sem parar, lembro de tirar do meu cofrinho todo dinheiro que eu tinha, contar as notas e as moedas, ver na internet o preço de uma passagem, de uma hospedagem bem baratinha… e a vida não fez as coisas fáceis pra mim não. Eu meio que NÃO TINHA dinheiro pra me hospedar em lugar nenhum. O won sul-coreano vale menos que o iene japonês, então pelo menos eu tinha uma coisinha do meu lado me ajudando… mas ainda sim, era pouco. Pelas minhas contas, eu tinha que chegar lá no começo das gravações, porque aí eu não iria precisar me hospedar em lugar nenhum. Mas antes mesmo das gravações começarem, tinha duas semanas de processo seletivo… então eu não tinha muita escapatória.
Eu consegui convencer os meus pais, mas era uma chance só… e eu também só tinha uma oportunidade pra fazer absolutamente tudo dar certo. Eu passei esses cinco meses até o início do processo seletivo fazendo absolutamente tudo que eu podia: trabalhando com qualquer coisinha que me desse um dinheiro, vendo todos os vídeos que existiam no YouTube de como me familiarizar com o idioma coreano, vendo tutoriais de como se apresentar respeitosamente na Coreia do Sul… eu lembro de ser absolutamente desesperador, mas passou muito muito rápido. Eu lembro de ter muita ansiedade, parecendo que ao mesmo tempo que os dias passavam muito devagar, eu também estava sempre correndo contra o tempo, e sem tempo pra nada. Infelizmente, a empresa que eu estava sendo trainee naquela época não gostou muito dos meus planos… eu imaginava que eles iriam me incentivar, já que de algum jeito, eu ia estar representando eles se eu conseguisse entrar, mas não. Quando eu dei a notícia, o meu treinador me disse que eu tinha quebrado a confiança dele, e não iria ser mais parte da "família". Naquele dia, ele mesmo rescindiu meu contrato… foi triste à beça, mas pelo menos, por ter sido ele que terminou meu contrato… ele pagou uma indenização que foi o suficiente pra eu comer mais do que só ramen de pacotinhos enquanto estava na Coreia!
O dia da minha viagem chegou, e meus pais me levaram no aeroporto pra gente se despedir. Tava tudo passando muito rápido, tanto que nem consigo lembrar direito do vôo, mesmo sendo minha primeira vez voando de avião. Okay que do Japão pra Coreia não leva taranto tempo assim… entre Osaka e Seoul, que era onde a fase de pré-seleção estava acontecendo, era um pouco mais de duas horas de viagem, mas ainda sim.
Eu acabei dividindo um quarto de hostel com mais 11 rapazes… é o que eu achei pelo preço que eu consegui pagar por duas semanas. Alguns deles estavam vindo de outros lugares também para tentarem a sorte com o Boys Planet 33. Acho que, dentre os meninos que estavam no quarto comigo, eu só me lembro de um, por que eu vi ele no vôo que eu peguei também, e ele também passou; era o Hong Taebin. Eu ainda converso com ele hoje em dia, se não me engano ele está vivendo como instrutor de dança em Hyogo, e está muito feliz!
Enfim… o clima no quarto do hostel era muito estranho. O quarto era até grande, mas só porque precisava caber 6 camas de beliche, e elas eram bem uma do lado da outra, então ninguém tinha muito conforto, ninguém tinha muita privacidade… nem nada.
Os dias no hostel passavam devagar, e a ansiedade só aumentava, e a fase de pré-seleção estava marcada para a semana seguinte. Quando o grande dia finalmente chegou, eu me lembro de acordar cedo e me sentir meio anestesiado, como se a ficha ainda não tivesse caído de que estava na hora, de que tudo que fiz que nem um maluco nesses últimos meses era tudo para fazer aquele dia valer a pena. Achando que eu ia causar uma boa impressão se chegasse cedo, eu fui pro prédio da MNET umas 2 horas antes… e já estava CHEIO DE GENTE. Assim que cheguei lá, vi um mar de trainees, todos como eu, buscando a mesma oportunidade. Eram centenas de outros caras igualmente ansiosos ansiosos, cada um com seu sonho, sua bagagem. Era surreal.
A maior parte do tempo eu passei esperando. Sabe como é… você chega cheio de energia, mas depois de horas sentado numa sala, a ansiedade vira cansaço. Eu realmente achei que chegar cedo ia me dar uma vantagem, mas isso não importou muito, por que eles estavam chamando os trainees em ordem alfabética. E bem… YOON SHINZO começa com Y, que é a VIGÉSIMA QUINTA letra do alfabeto… então eu fiquei esperando o dia inteiro.
A gente não pode assistir a apresentação da pré-seleção uns dos outros, mas enquanto estávamos na sala de espera, vi muitos dos outros trainees ensaiando, e cada um parecia mais talentoso que o outro. Fiquei ali, esperando a minha vez, tentando não deixar o nervosismo me dominar, tentando só focar que tudo iria dar certo, e que eu tinha feito tudo que eu podia, e agora era só dar o meu melhor.
Eu acho que fui um dos últimos duzentos que eles chamaram… entre mais de 3 mil trainees que se apresentaram no dia que eu fui. Era muito estranho por que eu sentia meu corpo cansado, mas não conseguia ter sono, de tão dopado de ansiedade que eu tava… até que finalmente ouvi um cara vir me chamar. Cheguei até a me assustar, o que é meio bobo… esperei o dia todo pra aquele momento, e quando chegou, ainda estava surpreso.
Os jurados da pré-seleção não são os mesmos que avaliam a gente durante o programa. São instrutores de canto, dança, rap e comportamento que estavam ali pra avaliar. Eles me fizeram algumas perguntas… que honestamente eu nem consigo me lembrar direito, já que 100% da concentração do meu corpo tava focada em NÃO ERRAR a pronúncia do meu coreano meia-boca nas respostas, mas pelo menos, como aquele dia era focado em entrevistar trainees japoneses, tinha um tradutor pra me auxiliar.
Bom, a performance, né? Eu não sei.
Shinzo cai no riso, finalmente fazendo uma pausa para respirar.
[MAELSTROM] Shinzo: Eu apresentei uma outra música do Attack All Around… e só sei disso. Minha cabeça ficou completamente em branco, tanto que eu nem sabia dizer se fui bem ou mal, mas eu tinha certeza que pelo menos, não errei nenhum passo da dança. Depois que eu terminei de me apresentar, todos eles começam a escrever alguma anotação na minha ficha, e começam a conversar entre si… tudo isso NA MINHA FRENTE. Eu bem paradinho ali no palco, com o coração na garganta, e eles conversando casualmente sobre o meu futuro como fizeram com mais outros três mil caras naquele dia.
E sabe o pior de tudo? ELES NÃO DIZEM NADA SOBRE O RESULTADO! Eles me fizeram mais umas perguntas depois da minha performance, anotaram mais algumas coisas, e depois "Certo, muito obrigado".... SÓ ISSO. Eu saí da sala quase chorando por que achei que aquilo significava que eu tinha sido tão péssimo que eles nem queriam falar comigo, mas assim que eu saí da sala, passei pelo mesmo homem que tinha chamado o meu nome antes, e ele me entregou um cartão informativo dizendo o dia que os resultados iriam sair. Quase chorando eu perguntei se era assim mesmo, e ninguém nem tinha nenhum resultado agora, e ele confirmou que sim.
FOI UM ALÍVIO.
Voltei pro hostel eufórico, sem conseguir parar de sorrir de tão… SEI LÁ… de tão feliz que eu tava. Os resultados iriam sair uns três dias depois, então sabia que ia ter mais um pouquinho de tortura. Naquela mesma noite eu liguei pros meus pais e contei tudo o que tinha acontecido pra tentar apaziguar os coraçõezinhos preocupados deles.
Eu acho que esses três dias que vieram depois foram os piores, porque eu não tinha nada pra fazer, nada para me preparar… literalmente tempo de sobra pra ficar remoendo a minha ansiedade. Pelo menos nesses dias eu e o Taebin conversamos bastante. Já que ele também era japonês, e tava numa situação muito parecida com a minha, a gente se conectou muito rápido.
Finalmente, no terceiro dia, o tão esperado email chegou. Eu tava no hostel, deitado na minha cama de beliche, tentando distrair a mente assistindo vídeos no celular, quando vi a notificação do email. Na hora, meu coração parou por um segundo. No cartão tava dizendo que os emails seriam enviados a partir das 3 da tarde, e sei lá… achei que o meu só chegaria a noite, já que eu fui um dos últimos a passar pela pré seleção. Mas não… 15:03, a notificação do email apareceu no meu celular.
Sabe aquela sensação de que tudo o que você fez até aquele momento vai ser decidido por uma mensagem de algumas linhas? Era exatamente assim. Eu não conseguia respirar direito, mas abri o email de uma vez.
Shinzo para por um segundo, como se estivesse revivendo o momento.
[MAELSTROM] Shinzo: Eu li o email rapidamente, mas não conseguia acreditar no que estava escrito.
'Parabéns, Yoon Shinzo. Você foi selecionado para competir na primeira edição do Boys Planet 33.'
Eu li e reli aquelas palavras umas três vezes antes de gritar. GRITEI MESMO! O Taebin, que tava do meu lado, quase pulou da cama de susto. Quando eu contei pra ele, ele me deu um abraço apertado e começou a rir também. Era uma mistura de alívio, felicidade e… bom, de pura euforia… principalmente por que alguns segundos depois, ele também recebeu o email dele dizendo que ele tinha conseguido. Eu me lembro de correr pro lado de fora do hostel, pegar o celular e ligar imediatamente pros meus pais. Quase não consegui falar de tão emocionado que eu tava.
Minha mãe atendeu e, quando eu contei, acho que ela ficou mais aliviada que feliz no começo. Ela sabia o quanto eu queria aquilo, mas também o quanto isso significava. Eu e ela ficamos uma meia hora chorando juntos tentando falar alguma coisa um pro outro, sem conseguir muito bem HAHah–
Naquela noite, o hostel ficou um pouco mais leve. Muitos outros caras sairam do quarto na mesma noite, infelizmente não tendo sido aprovados, e basicamente só ficou eu, o Taebin, e outros caras que estavam alí pra participar de uma convenção de anime que estava acontecendo. Foi a primeira vez em dias que eu consegui dormir sem me sentir sufocado pela ansiedade, sabendo que agora tudo ia começar de verdade. Eu e o Taebin já tinhamos idade pra beber, mas achamos que seria melhor comemorar com algo menos intenso! Nós dois saimos e dividimos uma jarra de suco de pêssego importada que era bem carinha, mas tomamos juntos.
Shinzo para por alguns momentos, encarando o nada, sorrindo e se lembrando de como foi quando ele passou por esses momentos que estava narrando.
[MAELSTROM] Shinzo: Bom… e eu acho que a história acaba aqui, né? A partir disso, tudo o que aconteceu comigo passou na televisão. Entre momentos muito bons e… muito ruins, vocês sabem de toda a minha trajetória no Boys Planet, desde um trainee sem muito destaque, até subir e conseguir a última vaga para entrar no grupo final.
Eu gostaria de falar um pouco mais, mas essa história toda tem sido sobre acreditar em mim mesmo, correr atrás da minha felicidade, mesmo que isso tenha custado tudo o que eu tinha. E acho que todo mundo sabe o caminho triste que a história segue depois disso.
O tom da voz de Shinzo deixa de ser animado e entusiasmado, se tornando mais sério, um pouco hesitante, como se pensasse várias vezes antes de continuar a falar.
[MAELSTROM] Shinzo: A minha vida só tá começando… e se eu conseguir fazer alguém acreditar em alguma coisa depois de contar a minha história, espero que seja que… você nunca vai se arrepender de acreditar em si mesmo. Que, por mais óbvio que pareça, você precisa dar o primeiro passo pra sair do lugar, pra mudar a sua vida, não importa o quão assustador esse primeiro passo seja. Não vou ficar sentado aqui como se eu quisesse fazer vocês acreditarem que todo mundo vai conseguir… eu mesmo consegui. Até tentar de novo… e agora eu consegui. I made it.
[MAELSTROM] Shinzo: Hoje em dia… eu, Yoon Shinzo, sou integrante do MAELSTROM, o novo boygroup da Black Comet Entertainment que debutou… esta semana, com a música MAESLTROM.
Apesar de tudo, eu posso falar um pouco sobre como eu cheguei aqui depois daquilo tudo!
Eu recebi a notícia… que todos sabem, nos primeiros meses de 2026. Ficamos meio ano numa agonia sem saber o que havia acontecido, sem saber o que iria acontecer, até chegar nisso. Pelo menos, a empresa que tinhamos assinado o contrato pagou pelos custos de quem precisava voltar pra casa, e assim, eu voltei pra Osaka.
Foi devastador. Eu sabia que precisava continuar minha vida, mas não consegui… eu acho que fiquei umas três semanas… ah! Eu disse que não ia tornar o assunto triste e pesado, e não vou! Eu voltei pra casa dos meus pais e comecei a trabalhar… fiquei trabalhando como ajudante num restaurante do meu bairro… eu só queria alguma coisa que eu pudesse ficar escondido, e não tivesse que olhar pra ninguém. Por um tempo eu até comecei a me apaixonar pela gastronomia, e pensar numa faculdade, mas no fim daquele ano, a minha sorte mudou.
Alguns dias antes do natal, quando eu voltei pra casa do serviço, meu pai e minha mãe estavam na mesa, sentados com um cara de terno. Eu não fazia a mínima ideia do que se tratava, mas tinha ficado apavorado, pensando um milhão de coisas. Será que não conseguimos pagar o aluguel? Será que alguém da família tinha morrido? Será que tinha dado algum problema no tempo que eu estava na Coreia do Sul?
Aquele homem de terno, sentado com meus pais na mesa, era um representante da Black Comet Entertainment. Ele foi pessoalmente até a minha casa, conversou com os meus pais, para propor um contrato para eu treinar na empresa, e voltar pra Coreia do Sul.
No primeiro momento, aquilo me deu uma sensação muito ruim. Qualquer coisa que me lembrava de tudo aquilo me deixava mal, e com o coração pesado, mas dessa vez a história era bem diferente. Como a Black Comet Entertainment é uma empresa muito grande, e dada a situação toda que estava acontecendo, a empresa iria arcar com os custos do meu treinamento, estadia, alimentação, e eu até receberia uma quantia para atender alguma outra necessidade que eu tivesse.
Eu precisava pensar, já que aquilo tudo ainda era uma ferida que estava aberta, nem começando a cicatrizar, mas eu conseguia ver nos olhos dos meus pais que eles estavam confiando em mim. Eu tentei fazer o melhor que eu podia nos meses que voltei pra Osaka, mas definitivamente eu estava destruído, então meus pais me levaram pro meu quarto e eles mesmo conversaram comigo, me apoiando antes mesmo de eu decidir. E aquilo era tudo que eu precisava.
Muito mais rápido, sem contar moedas pra pagar passagem, eu me mudei pra Coreia do Sul, voltando de viagem com o representante que foi na minha casa, e tudo começou a se encaixar.
[MAELSTROM] Shinzo: Entrar na Black Comet foi uma experiência completamente de outro mundo pra mim. Diferente de qualquer coisa que eu já tinha vivido como trainee antes na outra empresa. O ambiente era bem maior e mais profissional do que na Wavefront Music ou até no Boys Planet. A estrutura era outro nível: estúdios de dança enormes, salas de prática individuais, tudo muito moderno e organizado. No começo, parecia que eu estava vivendo um sonho. Mas aí, a rotina bateu….
Ele ri, lembrando-se das longas horas de treino.
[MAELSTROM] Shinzo: Os dias na Black Comet começavam cedo, tipo 6 da manhã, e terminavam só à noite, lá pelas 10 ou 11. Tinha treino de dança, vocal, aula de coreano… porque apesar de eu ter aprendido o básico, ainda precisava melhorar MUITO. E não era só isso. A gente também tinha sessões de expressão artística, para aprender a transmitir emoções durante as performances, e avaliações mensais. Aquilo me deixava sempre em estado de alerta, porque todo mês eles faziam questão de nos lembrar que só os melhores ficariam.
Era um nível de pressão muito maior do que eu estava acostumado. Eu me lembro de, nos primeiros dias, quase não conseguir acompanhar o ritmo dos outros trainees. Muita gente ali já estava treinando há anos, e se destacavam em habilidades específicas. Alguns eram dançarinos incríveis, outros tinham uma voz que fazia qualquer um arrepiar. Eu, no meio disso tudo, tinha que dar meu jeitinho. É muito estranho, por que tipo, teoricamente, eu deveria estar confiante, sabe? Eu participei de uma competição e consegui ser bom o suficiente pra chegar até o final e ganhar… mas por algum motivo, eu me sentia como se nunca tivesse tido nem um segundo de contato com esse mundo.
Shinzo sorri, claramente orgulhoso do progresso que fez.
[MAELSTROM] Shinzo: Com o tempo, fui encontrando meu lugar. Fiz amizade com alguns dos outros trainees, e isso foi uma das melhores partes. Conhecer gente nova, que estava ali pelo mesmo motivo que eu, foi essencial pra manter a sanidade. Cada um tinha a sua história de como chegou ali. Tinha o Junhee, por exemplo, (que inclusive, hoje em dia é meu colega de grupo) que veio de uma cidadezinha pequena e treinava há cinco anos. Ele era um gênio da dança, mas ficava nervoso toda vez que tinha que cantar. A gente se ajudava bastante. Eu o ajudava a se soltar no vocal, e ele me ensinava alguns movimentos de dança que pareciam impossíveis de dominar. E hoje é difícil acreditar que com toda a personalidade explosiva dele, ele tinha medo de cantar.
Nos intervalos, a gente dividia comida, assistia vídeos de coreografias, ou até mesmo jogava videogame. Esses momentos nos aproximavam, e fazia a rotina pesada ficar um pouco mais leve.
Não vou mentir, teve dias em que eu achava que não ia conseguir. O treinamento físico era brutal, tinha dias que eu voltava pro dormitório com os músculos queimando e mal conseguia andar no dia seguinte. Era estranho como, ao mesmo tempo que aquilo me virava do avesso, também me deixava motivado pra continuar, porque tipo… eu tava ali pra isso! É estranho falar assim, mas eu tava ali pra sofrer até estar lapidado o suficiente
Aos poucos, o que vocês conhecem hoje como MAELSTROM foi se moldando! Eu adoraria contar tudo sobre isso também… mas não posso! O que posso dizer é que essa história vai sim ser contada, talvez em algum documentário, talvez daqui algumas semanas!
Shinzo ri, dando a entender que muito em breve, algum material sobre a formação do MAELSTROM será lançado.
[MAELSTROM] Shinzo: Bom, como diz essa parte da entrevista: E agora, o que?
Por mais estranho que isso soe, eu tô muito feliz de dizer que eu não sei como responder essa pergunta… eu nem POSSO responder essa pergunta. Mesmo com tanto esforço e suor, o primeiro passo eu só dei agora… e mesmo assim eu me sinto UM CAMPEÃO, já tendo chegado muito mais longe do que cheguei antes na vida.
Eu espero que as pessoas estejam gostando do impacto que o MAELSTROM está fazendo com a nossa música de estreia… gostando tanto quanto eu. Minha vida ta sendo escrita bem na frente dos olhos de vocês, e eu to muito animado pra ver o que vai acontecer!
Foi um prazer ENORME poder vir aqui e abrir meu peito e o meu coração falando de tudo… quase tudo… que eu fiz pra chegar até aqui. Mesmo tendo terminado de um jeito feliz, ainda tenho um bloco especial que eu pedi pra fazer com a Nylon, de recapitular a minha perspectiva na música nesse ano de 2028. Vamos lá?!
[MAELSTROM] Shinzo: Não tem nada de muito sério aqui agora… é uma forma de eu dizer como eu estava me sentindo esse ano, e uma forma de mostrar pras pessoas um pouquinho mais do meu gosto musical a partir do que eu escuto. Pessoalmente, eu gosto de música agitada. Se me faz feliz, me faz sentir que tá batendo dentro do meu peito, tá perfeito. Eu gosto bastante de hip-hop e trap, acho que são meus gêneros musicais favoritos, mas infelizmente não tem tido taaantos lançamentos nessa área, principalmente no começo do ano.
JANEIRO / 2028
No ano passado teve uma música que eu escutei MUITO… saiu em novembro eu acho, mas ainda sim apareceu entre as minhas músicas mais ouvidas de Janeiro desse ano, que foi Sasquatch do Damien Hardwell. Eu não ligo muito pra letra dessa, mas a vibe dessa música é surreal. Com certeza tem algum feitiço nessa música, por que até hoje quando eu volto a escutar, fico várias horas. Mas… Essa é uma das músicas que me fazem ativar o modo "economia de dados" do meu aplicativo de música, que não mostra as mídias… porque eu acho a capa dessa música muito feia, cara. Me dá até um pouquinho de nojo. Sei lá! Não tenho nada contra pés… mas aqueles da foto… não, por favor não!
Mas se for pra falar de uma música que saiu em Janeiro mesmo… minha mais ouvida foi Party For Three do Lucca Lordgan com o KJ. No geral é uma música bem pop, mas que musica DIVERTIDA. A letra definitivamente não é pra qualquer um… A CAPA TAMBÉM, mas eu acho que prefiro olhar pra essa do que pra outra… HAHAHA. Essa foi uma parceria que eu nem esperava que fosse acontecer, mas deu MUITO certo. Os dois combinam muito bem nessa música, e fizeram a minha preferida desse álbum do Lucca.
FEVEREIRO / 2028
Em Fevereiro sairam duas das minhas músicas preferidas desse ano. Uma delas é SEPPUKU da Hina Maeda. Como eu falei antes, definitivamente tenho uma conexão especial com J-Pop e J-Rock, e ver alguém tão incrível como a Hina Maeda focando nisso, é muito interessante. Eu adoraria ver a Hina Maeda numa música de hard rap… eu tenho certeza que ela ia AMASSAR a indústria com uma dessas.
E a outra é THREE LITTLE WORDS do CELESTIAL. Essa música tem uma vibe… e é isso. UMA VIBE. É muito diferente de tudo que eu já vi por aí, uma mistura de solidão com dor, mas de um jeito divertido e dançante. Essa é sem dúvidas uma que eu escuto até hoje também. Eu gosto muito de escutar THREE LITTLE WORDS do CELESTIAL enquanto eu tomo banho. Me deixa focado e relaxado… tipo, no fim de um dia cheio, eu coloco essa tocar enquanto tomo banho, e depois eu tô pronto pra terminar meu dia com calma.
MARÇO / 2028
Hmm Março.. AH! Se der tudo certo, vocês ainda vão me ver fazendo um cover de dança dessa música: Volkano do Nate & Seoyeon, os hosts dessa temporada do M!Countdown. Primeiro, podemos admitir isso: que dupla FORTE! Sério, a dinâmica do palco nos dois é bem imponente… e ver eles nessa semana quando me apresentei no M!Countdown foi ainda melhor do que eu imaginava. Enfim, Volkano. Que musicão!
A batida dessa música é MALIGNA. Não tem outra palavra pra descrever… me dá vontade de aprontar Hahaha-. Principalmente quando os dois cantam juntos "Oh burn, baby burn". É sem dúvida o melhor tema que o M!Countdown já teve.
Essa aqui, não tá entre as maaaais ouvidas, mas foi uma que eu descobri e fiquei muito intrigado. Foi Deadly Words da Genevive com a Plastique Condessa. Essa música também tem uma energia tão diferente, parece que eu nunca ouvi fazerem música como essa antes. Eu não vou mentir, não conheço muito sobre essas duas artistas, mas essa música me fez muito querer conhecer.
ABRIL / 2028
Acho que em Abril não teve tanta coisa nova assim. Aqui no meu celular consigo ver que eu ainda estava ouvindo muito Volkano, THREE LITTLE WORDS, e tinha voltado a ouvir Sasquatch por que foram lançados alguns remixes. Teve REborn do FORNiX que apareceu aqui no meio da minha lista, mas também, está ali pelo meio.
MAIO / 2028
Em Maio teve lançamento de mais dois singles do Damien Hardwell, mas aqui tô vendo que tem tipo… duas reproduções. Eu não gostei muito desses dois, mas compensei continuando a ouvir Sasquatch. Mas esse mês teve uns lançamentos que me pegaram de surpresa sim!
O primeiro foi Treason da Agatha Melina. Eu pessoalmente nunca escutei muitas musicas dela. Sempre quando ouvia falar, eu pensava em algo triste, as vezes rock… não era muito a minha praia, mas eu sou completamente viciado em Treason. Sim, "sou" no presente por que eu ainda escuto essa à beça. Essa é outra música MALIGNA que me dá vontade de virar um vilão de filme. O drop eletrônico é TÃO BOM! Eu conheci essa música pelo Logan. Ele tava ouvindo num dos nossos treinos, e eu fiquei viciado na hora.
Marcando presença de novo, teve Electronic Inquisition (Act I and II) da Hina Maeda. Essa música é DOIDA! Do melhor jeito possível. A música muda de tantos jeitos diferentes… quando eu quero tirar minha cabeça de um lugar ruim, eu coloco ela. Eu só preciso não prestar muita atenção na letra, por que de resto, tá ótimo.
NOSSA! TEM MAIS UMA! Eh… HAHAH eu não sei se devia falar dessa aqui. Bom, eu ouvi essa na rádio da academia. É uma música de uns artistas brasileiros, se chama Descontrolada, de Dudu, Brü, Daya e Mc Prih. Já de cara, não conheço nenhum deles, mas essa música… MEU DEUS DO CÉU! Ela é a coisa que mais me dá energia quando preciso fazer um treino pesado. Sem comparação. É literalmente um eletrônico de fritar a cabeça. Eu só… eu só recomendo que não vão ler a letra se vocês não entendem portugues! Definitivamente ela deixa a música mais interessante, mas uma vez que você descobre sobre o que essa música fala, você não esquece nunca mais.
JUNHO / 2028
Sinceramente… em Junho não saiu nada que tenha me gerado muuuito interesse. Não tem nenhum lançamento novo aqui marcado como mais ouvidos. O que é MUITO TRISTE por que eu sempre fico animado pra escutar músicas novas no mês do meu aniversário… mas esse ano, não rolou.
JULHO / 2028
Pelo menos aqui já melhorou de cara. Eu gostei muito de DAZED do UNi, e tenho certeza que em uma outra vida, eu estaria num grupo que lançaria esse tipo de música. Muito maneira.
Nesse mês também teve See U Next Fall dos meus sunbaenims One Of A Kind. Como eu disse, não é exatamente o meu tipo de música, mas eu tenho um amor especial por ter visto eles treinarem todo santo dia. Os treinos do MAELSTROM eram sempre muito cedo… mas sempre quando estavamos chegando pra começar os nossos treinos… ELES ESTAVAM TERMINANDO OS DELES. Então nem imagino quão cansativo deve ter sido os treinos do One Of A Kind. Mas com certeza valeu a pena, né! A música deles se tornou uma das maiores do ano, e acho que a maior de K-Pop… até AGORA! Heheh
AGOSTO / 2028
Também não teve muita coisa que me chamou atenção nesse mês. Bem no comecinho, eu tava ouvindo bastante BADDEST do X(5), que é uma música MALUCA. É grito, é eletrônico, é bagunça… é tudo. Mas tudo de um jeito bom! Eu gostei muito de ver um grupo fazendo algo tão insano assim.
Essa aqui meio que chegou em mim, mais do que eu cheguei nela… por que tava tocando em todo lugar! Foi EXPLODE da DELILAH. É um pop mais calminho e… ah, eu não preciso introduzir essa música pra ninguém, né? Com certeza todo mundo conhece. Enfim, essa é outra música que tem um feitiço por que é muito viciante.
SETEMBRO / 2028
Esse com certeza foi o meu mês PREFERIDO de todo o ano em relação a música, e esse mês foi dominado inteirinho, e eu só preciso dizer duas letras: K-J.
MISEDUCATION do KJ com a Electra Köhler é a minha música preferida… sei lá, da VIDA! Eu nunca vi um rap tão forte, tão intenso… e melhor ainda COM UM BATIDÃO ELETRÔNICO NO FUNDO!
Eu queria dizer que MISEDUCATION realmente mudou a minha vida de tão boa que é, e pra mim essa música já merece o universo de tão incrível. E o clipe então?! É quase um FILME! É muito bom ver um artista tão impactante quanto o KJ voltando com uma música igualmente impactante.
E tem mais uma! Afterlife do KJ! Ela tem uma vibe bem mais chill em comparação a MISEDUCATION, mas eu gosto muito de ouvir as duas juntas justamente por causa disso. E a letra é MUITO BOA! Ele fez essa pra provar que ele consegue ser um rapper incrivelmente impactante, mas também tem uma sensibilidade pra dar inveja. Como rapper e dançarino, o KJ definitivamente é meu modelo de inspiração. KJ-SUNBAENIM! Se você estiver precisando de dançarinos de fundo que trabalhem de graça... ME CHAMA!
OUTUBRO / 2028
Outubro acabou de começar, mas a melhor música desse mês já saiu! SAY THE NAME: MAELSTROM!!
Um dos meus medos sempre foi ter que lançar alguma música que eu não gostasse. Por que no final das contas eu sei que eu sou só uma peça, uma engrenagem de um todo, então é difícil todos concordarem, mas ainda sim todos precisam trabalhar juntos. Mas vocês não fazem ideia da minha felicidade quando o Yone-sunbaenim tocou MALESTROM pela primeira vez no estúdio pra gente. A música é bombástica, absurda, intensa, avassaladora… realmente, pra mim parece que ela é um trovão sonoro.
Eu sei que daqui há alguns anos vou ter muito orgulho de olhar pra trás e lembrar que a minha música de estreia foi MAELSTROM. Ela ter o mesmo nome do meu grupo deixa tudo ainda mais especial.
[MAELSTROM] Shinzo: Bom, eu não tenho como continuar com os outros meses do ano, porque né… eles ainda não chegaram! Ainda sim, eu tenho certeza que muito muito em breve, outra música do MAELSTROM vai ser a minha preferida do próximo mês… hehe.
Eu queria agradecer do fundo do coração a Nylon Korea por ter criado essa oportunidade incrível pra mim. Muita coisa mudou na minha vida muito rápido, e eu verdadeiramente sinto que eu tô aprendendo a viver de novo. Tá sendo intenso, mas eu prometo que eu finalmente tô conseguindo, e que eu finalmente estou feliz.
Eu sou Yoon Shinzo, do MAELSTROM! Muito obrigado por tudo!