STARGAZE - CAMP
Oct 10, 2024 2:40:53 GMT
Post by Ramprozz on Oct 10, 2024 2:40:53 GMT
Ouça CAMP de STARGAZE aqui.
Nota: 75
Escrita por: Jong Seokmin
Talvez seja um mal da TELESCOPE produzir apenas projetos curtos… Mas, voltando ao tópico principal, a empresa subsidiária da MAP&S estreou o seu mais novo grupo feminino – o segundo desde o FORNAX. STARGAZE entra em mais uma leva de artistas novatos que vem sendo grandes revelações esse ano, como Gen Lip, YOUNGBLOOD e UNi. E, com o seu primeiro EP como projeto, CAMP é uma coisa.
De início, o nome é bem subjetivo. Temos a grande expressão do mundo da internet, “camp”, que sempre foi usada para definir o outro grupo feminino da TELESCOPE, mas quando vemos o STARGAZE utilizar ele, é nada mais que o outro significado da palavra. Acampamento. Indo dos seus visuais extremamente apelativos para puxar uma nostalgia dos conceitos de Y2K e com uma leve semelhança a uma capa de um álbum antigo onde tinha um coelho e apenas mudava a cor… Mas não consigo me lembrar bem qual grupo é esse, só não me soa tão original assim.
Entendemos que artistas têm as suas inspirações, mas não precisa ser tão óbvio assim como foi no CAMP.
Mas voltando para as faixas. O projeto contém quatro, sendo uma delas a faixa-título, “Boy In A Dream”. É uma canção divertida, cheia de batidas dançantes e a cara de um K-Pop tão clean que não vemos isso desde “Reflection” do BELLA. Foi uma boa introdução para esse começo do grupo.
“Lipstick” é uma faixa comum. Ela segue na mesma faixa de um Dance-Pop que a anterior, mas não parece acrescentar uma grande coisa ao que o álbum quer dizer. A composição é apenas mais uma letra sobre amor que vemos constantemente sendo abordadas por grupos de K-Pop.
Em “Plan B”, o álbum entra em uma linha puxada para o R&B, o que é o melhor para esse projeto. É raro ver grupos de K-Pop bebendo desse caminho de influência, e quando bem feito, dá muito certo. A canção se destaca pela diferença e tem uma ótima abordagem, só não sendo a melhor canção do projeto porque a próxima faixa existe.
E “Under The Moonlight” nasce. Mesmo que a letra não seja incrível, sua sonoridade é a coisa mais diferente no comum que vi em um certo tempo ouvindo os álbuns do gênero. A faixa se concretiza como a melhor do projeto e talvez uma das melhores produções de K-Pop do ano.
Mas, mesmo com tanta coisa boa, há outros deslizes. O projeto não acrescenta em nada de forma lírica, são apenas canções comuns falando sobre amor e coisas do tipo, não há nada aprofundado para que seja extraído, nem que seja um verso que se destaque. As composições não estão ruins, mas não se destacam, parece que apenas juntaram combinações e rimas e decidiram que seriam isso.
Mesmo que CAMP soe como um álbum de descartes do FORNaX A, o projeto conseguiu ser mais competente do que o trabalho de suas colegas de empresa. Tokuto conseguiu extrair bem nas produções das faixas e mesmo que falhe em composições, seu trabalho se mostrou ser bem evoluído. Não sabemos qual caminho o STARGAZE irá traçar daqui em diante, mas caso continue bebendo da água da fonte certa, poderá chegar a um patamar elevado para um grupo tão novo.
Nota: 73
Escrita por: Monspiet O'Neal
Em “Camp” podemos saborear, quase que como pela primeira vez, o sabor e frescor de novos rostos. Ao longo das 4 faixas mais doces que você vai ouvir na vida, entendemos uma história que mesmo infantil, tem início meio e fim. Coeso dentro das proporções certas e equilibrado nas doses de açúcar.
Na sua estreia, o sexteto Stargaze surge diretamente das catacumbas da telescope para nos entregar em 4 faixas o que parece ser a estreia do kpop mais coesa do ano! A produção é contida, apenas Tokuto comandou os switches e os sintetizadores do estúdio, recentemente ele foi responsável pelo “Universal Love” de Will, e quando colocamos esses dois lançamentos lado a lado, vemos claramente dois momentos de concepção de um produtor experiente: um muito bom, e um muito aquém.
Essa introdução sobre o Tokuto se faz necessária pois é a única coisa que realmente poderia dar errado nesse lançamento praticamente “virgem” na indústria, mas por incrível que possa parecer, conforme ouvimos “Camp” ao longo dos seus quase incríveis 13 minutos, vemos um grande acerto, e não desmerecendo as meninas, acreditamos que no fundo elas são 80% do sucesso desse disco. As composições não são a reinvenção da roda, de fato, mas já falamos sobre isso na review passada.
A questão aqui é que nós somos transportados facilmente para o universo de “Camp” tanto pela sua estética extravagante, quanto pela ideia que ele quer nos vender, a historinha que é contada é coesa, tem inicio meio e fim e é uma doçura de acompanhar. O cachorrinho da capa é absolutamente adorável e os instrumentais nos fazem reconhecer que finalmente há um corpo de trabalho que está fechado em si, voltado e preocupado em passar uma mensagem que faz sentido e que não se perde.
Em suma, “Camp” é um salto de fé em um abismo de incerteza. Nunca é fácil debutar no que hoje é o mercado musical mais disputado do mundo, mas o “Stargaze” despretensiosamente consegue dar suas piruetas e cair de pé com perfeição.
Nota: 70
Escrita por: -
Mesmo com dois grupos grandes ativos, a TELESCOPE aposta no debut de um novo girlgroup, o STARGAZE. “CAMP” é o seu mini-álbum de estreia, com produção total de Tokuto e participação das seis membros na composição das quatro faixas que integram o projeto. Nas últimas semanas, a estética nostálgica do STARGAZE conquistou o público e seu debut se tornou um dos mais aguardados do ano. Como nem tudo são flores, vamos falar o que deu certo e o que deu errado com o CAMP nos próximos parágrafos.
A introdução do álbum é por conta da faixa-título, Boy In A Dream, que é uma música com sonoridade que se assemelha a uma cantiga infantil, responsável por contextualizar o ouvinte no conceito principal do grupo. A letra, assim como as próximas duas músicas, é romântica. Aqui as meninas cantam sobre um amor utópico e fantasioso, e é a melhor faixa do projeto.
Em seguida, Lipstick traz um certo amadurecimento e possui uma letra muito mais elaborada, evocando a ambientação de um acampamento de verão que o título do álbum já sugeria. Logo em seguida, somos apresentados à divertida Plan B, que é uma música que apresenta uma certa confusão amorosa ocasionada pela pessoa amada que parece dar pistas e sinais de um mistério. Ambas produções são simples, mas fluidas, mantendo a coesão do disco.
Finalizando o álbum, Under The Moonlight aparece com uma produção mais silenciosa e diferente das anteriores. Até mesmo a letra dessa música trata de um tema diferente, sendo um pouco mais melancólica ao falar de um relacionamento passado e as lembranças que repentinamente tomam conta da mente do eu-lírico.
Quando o disco se encerra, uma sensação agridoce permanece. É um bom mini-álbum de debut, é coeso, tem letras boas e produções boas, mas então o que falta no CAMP? Podemos responder duas coisas: uma identidade e uma âncora. A qualidade das músicas é alta, mas elas carecem de algum gancho que nos prenda e nos faça sentir vontade de voltar a ouvi-las casualmente. Esse fator replay que é super importante para um grupo novato simplesmente não existe aqui, então ocorre de sentirmos que algo ainda está faltando quando terminamos de ouvir, como se a digestão não tivesse sido completa.
É impossível falar sobre TELESCOPE e não falar sobre FORNAX. O ambicioso projeto FORNAXY, que seria o primeiro full album OT24 do grupo, foi adiado por tempo indeterminado após um ex-funcionário deletar parte do material que já estava gravado para o grande lançamento. Não faz sentido debutar um novo grupo feminino em meio a esse caos se não for para criar uma cortina de fumaça e recuperar os gastos perdidos. Desse modo, entende-se o motivo de CAMP soar como um compilado de descartes do FORNaX A é justamente porque é exatamente isso.
Como principal sugestão, gostaríamos de ressaltar a importância de que as meninas, que possuem um visual forte e marcante, construam uma personalidade artística e uma identidade sonora e conceitual que seja possível diferenciar de suas irmãs mais velhas para que assim não pareçam “somente mais um grupo de K-Pop”. Traçando um paralelo, este foi um dos principais pontos que a Dreamy mencionou no debut do enorme grupo eClipse, então esperamos sinceramente que esta crítica seja bem recebida e levada em consideração para os próximos trabalhos do STARGAZE, estamos animados com o potencial das integrantes e queremos vê-las evoluindo e conquistando seu espaço no mercado.