[US] KJ estampa L'Officiel US
Sept 27, 2024 1:18:41 GMT
Post by ggabxxi on Sept 27, 2024 1:18:41 GMT
Voltando dois anos depois de seu sucesso estrondoso com Purple Room, o rapper, cantor, compositor, dançarino e coreógrafo sul coreano KJ lança seu single "MISEDUCATION", com colaboração de Electra Köhler, que chegou diretamente no topo dos charts globais e asiáticos, com uma mensagem enigmática e agressiva para alguém que supostamente o atacou. Depois, ele lançou um single promocional chamado "Afterlife", que sem qualquer promoção, chegou no décimo segundo lugar dos charts globais e no segundo lugar dos charts asiáticos, perdendo somente pra sua própria música MISEDUCATION. E por falar em MISEDUCATION, o querido astro do K-HipHop fez uma apresentação icônica essa semana no programa M Countdown, levando a cantora novata Lucy Hart para o palco e dançando horrores com ela!
L'OFFICIEL: Boa noite, KJ! Como você anda?
KJ: Melhor agora! E você?
L'OFFICIEL: Eu também com certeza estou melhor agora! Então, KJ, as pessoas estão comentando muito sobre você ter levado Lucy Hart para o palco do M Countdown, ninguém sabia que vocês tinham qualquer relação, quem dirá que estavam preparando uma apresentação surpresa assim! Podemos falar um pouco sobre tudo isso?
L’OFFICIEL: Como você conheceu Lucy Hart pela primeira vez?
KJ: Pessoalmente, eu só a conheci poucos dias antes de ela ser anunciada como o Special Stage do M Countdown dessa semana.
L’OFFICIEL: O que mais te impressionou sobre Lucy como artista quando vocês se conheceram?
KJ: Bom, ela ainda é nova, só tem um single mas eu gostei muito do estilo dela, parece muito único, e é claro, Melody não é um single normal, é uma música muito boa. Ela não saiu da minha cabeça desde que foi lançada. Eu diria que é minha música preferida desse ano, tirando as minhas, é claro. Mas quando conheci ela pessoalmente, alguns dias antes do MCountdown, também fiquei impressionado com como ela é foda, ela engana todo mundo com aquele jeito fofo dela e aí, o ensaio começa e ela muda totalmente de personalidade, ela é uma pessoa de boa e uma profissional muito feroz. Eu me identifiquei bastante com ela e a gente clicou instantaneamente no ensaio, e olha que não é todo mundo que consegue me acompanhar na dança!
L’OFFICIEL: Quando surgiu a ideia de se apresentar com Lucy no M Countdown?
KJ: Bom, eu já tinha essa ideia de ir alternando mulheres fodas nas minhas passagens pelo M Countdown com MISEDUCATION, e quando ela foi anunciada como a atração internacional da semana, é claro que eu tinha que tentar falar com ela sobre isso, eu tenho muitas esperanças de que ela dure na indústria e queria demonstrar algum tipo de apoio, além de que eu fiquei interessado em trabalhar com ela assim que ouvi Melody pela primeira vez, eu realmente fiquei apaixonado por aquela música. Claro, não foi difícil entrar em contato com ela, afinal, ela é da Arcade, Arcade e B&S são praticamente a mesma coisa, só em lugares diferentes. Nós daqui temos muito contato com a central, que é estadunidense, porque a Arcade é bem sistematizada, existem coisas que ela exige da B&S mesmo que vá contra os padrões do mercado coreano, o que eu acho ótimo, porque, por exemplo, enquanto em muitas gravadoras coreanas, é normal não só desencorajar como proibir a participação dos intérpretes na produção da arte, na Arcade isso é permitido e muito bem incentivado. Bom, o que eu quero dizer é, eu tenho a autonomia de conseguir concessões com a Arcade, sendo não só artista da B&S mas também acionista e é claro, muito próximo do próprio CEO, então, algumas ligações e eu já estava no telefone com a própria Lucy, que foi muito simpática e totalmente foda no geral.
L’OFFICIEL: Como você se sentiu ao subir no palco com uma artista novata como Lucy?
KJ: Essa pergunta é traiçoeira porque… foi ótimo trabalhar com Lucy, ver ela brilhar naquele palco do M Countdown, mas eu nunca repetiria essa descrição, nunca diria que “eu subi no palco com uma artista novata” porque a Lucy não parece uma artista novata de jeito nenhum, ela é muito profissional e se impõe, é um pouco assustador, eu sempre fui muito corajoso, claro, mas eu não tinha toda essa coragem pra… estar assim, na frente de tudo, quando a única coisa que eu tinha era uma música.
L’OFFICIEL: O que te fez acreditar que Lucy era a parceira perfeita para essa apresentação de "MISEDUCATION", apesar de a música original ter a presença de Electra, e não dela?
KJ: Bom, antes de tudo, eu preciso dizer que a Electra sempre vai ser minha parceira perfeita pra essa música, e eu não quero de jeito nenhum me desfazer da Lucy ao dizer isso mas MISEDUCATION é da noona também, entendeu? Bom, mas a Electra-noona é uma pessoa muito ocupada, por incrível que pareça. Ela está trabalhando nos bastidores e além disso, ela é mãe, ela tem uma banda, tem outros compromissos e obrigações. Então, eu não queria ser inconveniente e pedir pra ela voar toda semana pra Seoul só pra fazer um stage comigo. Então, a partir do segundo stage, eu decidi chamar toda vez uma pessoa diferente e bom, eu já tava escutando a música dela o dia todo e aí, ela foi anunciada como atração internacional do M Countdown, tudo se encaixou perfeitamente.
L’OFFICIEL: Como foi o processo de ensaio com ela?
KJ: Ótimo, ela é melhor que alguns idols do nicho do K-Pop. Ela é uma dançarina feroz, ela é uma presença marcante, tem personalidade e carisma, todo ensaio era um show. Além disso, ela é muito profissional e perfeccionista, mesmo quando todo mundo na sala já achava que o passo estava bom, ela continuava aperfeiçoando a si mesma, e, bom, vocês viram o resultado. Ela é foda, eu gostaria de sempre trabalhar com artistas como ela, com compromisso e respeito pelo trabalho do outro.
L’OFFICIEL: Como foi trabalhar com alguém novo na indústria, especialmente em uma faixa tão significativa quanto "MISEDUCATION"?
KJ: Bom… MISEDUCATION é realmente meu maior sucesso desde Purple Room, é uma música gigantesca! Mas eu não me preocupo muito com isso, eu acho que tudo serve de alguma coisa. Tipo… trabalhar com a Lucy deu muito certo, mas eu já fiz coisas que não deram certo e também já fiz coisas que são muito valiosas no meu coração, mesmo que as pessoas não vejam o mesmo que eu vejo. Foi assim com o Street Lights, muitas pessoas disseram que ele é inferior ao Boss porque não tem a mesma persona agressiva e confiante, mas eu acho que as pessoas têm uma impressão de que nós, artistas, somos uma coisa com uma única proposta quando na verdade não, nós somos humanos, pessoas multifacetadas. Eu acabei de lançar MISEDUCATION, falando sobre como eu sou o fodão e tem gente que quer usar meu nome pra crescer falando merda de mim, mas aí eu lancei Afterlife que é sobre uma pessoa que confessa o próprio pecado mas ainda tem a esperança de ser feliz, acha que já se martirizou o suficiente e ainda merece ficar em paz. E isso é a experiência humana, eu não vou lançar músicas como Cider ou Boss ou Seoul se eu estou num momento da minha vida em que eu não estou tão confiante, todos nós sentimos coisas diferentes e passamos por momentos diferentes. Por que eu faria mais um projeto como Boss se eu estou me sentindo totalmente diferente em relação à vida? Então… nenhuma música é um arrependimento pra mim, se eu escrevi foi porque eu senti e se eu senti, é algo válido, mesmo que outras pessoas não entendam ou tenham opiniões diferentes.
L’OFFICIEL: O que você acha que Lucy trouxe de especial para a performance?
KJ: Com certeza ela tem uma voz incomparável e a presença de palco dela é absurda, eu tenho certeza que ela é uma estrela que veio pra ficar.
L’OFFICIEL: Como foi a química entre vocês dois no palco?
KJ: Ótima, eu diria. Bom, vocês me digam. Eu achei aquela apresentação perfeita, é uma das melhores que eu já estive presente, depois de ver o replay eu fiquei realmente pensando “cara, essa apresentação deveria estar em algo maior do que um M Countdown semanal”. Ela é incrível e eu acho que nós combinamos muito como dupla. Eu com certeza quero trabalhar com ela no futuro.
L’OFFICIEL: O que você acha que o público mais gostou na apresentação de vocês?
KJ: Honestamente, eu não saberia dizer. Eu acho que foi uma apresentação tão sólida, não consigo pensar em que momento seria o ponto alto da apresentação. Eu tenho orgulho de tudo sobre ela.
L’OFFICIEL: Você já conhecia a música de Lucy antes de se apresentar com ela, mas, será possível que você tenha chegado a conhecer alguma outra antes de nós, o povão?
KJ: Não, não… -*ele dá risada.*- Eu juro que tô falando a verdade, ela não me mostrou nenhuma música não lançada nem nada do tipo, mas é claro que se ela tivesse me mostrado eu teria dito não mesmo assim, é o trabalho dela, não o meu!
L’OFFICIEL: O que você acha do estilo musical de Lucy?
KJ: Muito divertido e original. Eu tenho certeza que ela vai se tornar a minha nova artista preferida assim que ela lançar o primeiro álbum. Eu realmente estou muito ansioso pra ouvir mais música dela, ela é realmente uma artista muito foda pra mim.
L’OFFICIEL:Você vê semelhanças entre o começo da sua carreira e o início da carreira de Lucy?
KJ: Bom, acho que as mesmas semelhanças que eu vejo com outros artistas que já chegaram com tudo como o Lucca Lordgan e a Harmon Moore, mais recentemente a Delilah, a Qrubim e o One Of A Kind. Nós fomos instantaneamente adotados como artistas promissores desde o nosso debut. Mas eu acho que me identifico um pouco mais com a Lucy, ela tem essa inspiração da música R&B assim como eu, mesmo que ela seja um pouco mais pop e eu seja mais hip hop, acho que fica claro que nós dois crescemos escutando a era de ouro do R&B, os anos 90 e 2000.
L’OFFICIEL: Como você descreveria a energia dela durante a performance?
KJ: Implacável. Ela é uma performer de mão cheia mesmo, ela faz mais do que acertar os passos, ela traz a personalidade necessária pra sustentar cada movimento.
L’OFFICIEL: Você já disse que ela tem potencial para ser uma estrela na indústria musical, mas que tipo de estrela acha que ela vai ser: uma estrela de sucesso imbatível, mas curto, ou aquele tipo de estrela que supera o esperado e tem uma carreira realmente duradoura?
KJ: Eu acho que todo artista tem potencial pra ser os dois, o que acontece depende de decisões certas ou erradas, e acho que o maior fator é o esforço e o respeito com a própria arte. Se um artista só se contentar com fazer a mesma fórmula que é sucesso garantido, eventualmente as pessoas se cansam, enquanto artistas que sempre estão investidos a fazer algo melhor que seu último álbum duram mais, realmente.
L’OFFICIEL: Você sentiu que a presença de Lucy mudou algo na forma como você abordou a apresentação de "MISEDUCATION"?
KJ: Com certeza. Bom, eu acho que todo artista tem um forte, existem artistas que focam em produção, artistas que focam em composição, em performance, enfim, nenhum artista é obrigado a ser impecável em tudo. O negócio é que a Lucy é uma dançarina que realmente foca na arte de dançar e entende ela, assim como eu sou, e eu pude fazer isso se refletir mais numa apresentação com ela, eu pude aumentar o limite do que poderia ser feito nesse sentido.
L’OFFICIEL: Como você descreveria a voz de Lucy?
KJ: Ela tem uma voz muito poderosa, mas isso já é óbvio, não é todo mundo que cantaria uma música como Melody e ainda soaria ao vivo tão boa quanto no estúdio. Ela é ótima, realmente ótima.
L’OFFICIEL: O que te surpreendeu na forma como Lucy interpretou "MISEDUCATION"?
KJ: Bom, a imagem que ela construiu com o próprio visual e com Melody é uma imagem muito diferente de MISEDUCATION, ela é uma artista com um imaginário muito mais doce, uma vibe mais graciosa, então eu não exatamente imaginava que ela fosse assumir tão bem o papel dela numa apresentação de MISEDUCATION, então a versatilidade dela me surpreendeu bastante.
L’OFFICIEL: Como foi o feedback da equipe e dos fãs após a performance com Lucy?
KJ: Bom, minha equipe gostou bastante, eles dizem que foi uma das melhores performances da minha carreira e eu concordo, nós fizemos tudo aquilo com os poucos recursos que um stage nos dá, sabe? Imagina o que a gente ia fazer com mais coisas à nossa disposição?
L’OFFICIEL: Você já deu algum conselho para Lucy sobre como lidar com o sucesso inicial?
KJ: Eu costumo fazer isso com muitos artistas novos com quem eu esbarro, na verdade. Bom, ninguém melhor que eu pra falar sobre o que pode dar errado né! Eu só to aqui ainda porque meus fãs não desistiram de mim, mas eu já cometi muitos erros que poderiam ter custado minha carreira, então eu gosto de conversar sobre isso com artistas novatos porque eu realmente torço por eles. Mesmos esses que direcionam diss tracks a mim e eu respondo, eu torço por eles. Eu não desejo pelo fim deles só por causa disso, minhas diss tracks não são nada muito pessoal, na verdade eu só uso elas pra me defender e contra atacar, e eu acho que isso é mais sobre a cultura do hip hop do que sobre minha vida pessoal em si, é só que é uma cultura que foi tão perdida ao longo do tempo que as pessoas já não entendem mais o conceito de uma diss track, não é a mesma coisa que briguinha de diva pop. Bom, voltando ao assunto, sim, eu conversei sobre esses assuntos com a Lucy, é claro que eu vou fazer minha parte pra ajudar mas eu não vou falar muito sobre esse assunto porque não quero ninguém me chamando de mentor, muito menos atribuindo qualquer sucesso que ela faça a mim. O mérito é todo dela.
L’OFFICIEL: Você se vê colaborando com ela em um projeto futuro?
KJ: Com certeza. O The Yellowprint já é muito iminente pra eu conseguir encaixar a música em que eu to trabalhando pra mostrar pra ela, mas só depende dela se essa colaboração vai existir ou não.
L’OFFICIEL: Quais foram os desafios de se apresentar com uma artista nova?
KJ: Eu acho que em relação a trabalhar com ela, tipo, o processo de discutir a performance com ela e ensaiar, foram totalmente de boa, ela entende tudo rápido, é bem decidida e é aplicada também, os desafios foram mais por questão de burocracia e de defender a minha ideia pra equipe dela, mas eu não acho isso ruim, acho que é óbvio que artistas novos têm uma imagem mais frágil aos olhos do público, afinal, você só tem uma chance de causar uma boa primeira impressão e isso conta muito mais do que parece.
L’OFFICIEL: Como você se sentiu ao ver a recepção do público à performance de vocês?
KJ: Bom, eu já esperava que fossem gostar, foi realmente uma performance muito bem pensada e eu acho que de qualquer maneira, eu já estaria satisfeito e acho que a Lucy também.
L’OFFICIEL: Qual foi o momento mais marcante para você durante essa apresentação?
KJ: Hm… eu vi que um momento com bastante comentários na internet foi quando a gente fez uma escada pra Lucy e eu ajudei ela a descer e eu já esperava, foi realmente uma coisa que a gente fez pensando em criar algo mais memorável, mesmo que seja uma das partes mais fáceis da performance.
L’OFFICIEL: Acha que a performance no M Countdown ajudou a impulsionar a carreira de Lucy?
KJ: Bom… com certeza, ajudou a apresentar ela ao público asiático então sim, impulsionou a carreira dela, mas eu acho que ela vai chegar lá e chegaria lá de qualquer jeito.
L’OFFICIEL: Quais são as características que você acha que tornam Lucy uma artista promissora?
KJ: Eu acho que ela é uma pessoa com personalidade, ela só lançou uma música e tudo o que ela fez até agora já parece muito original. Ela tem talento, tem garra, tem criatividade… eu acho que todo mundo espera muito dela.
L’OFFICIEL: Qual é o seu verso favorito de Melody até agora?
KJ: “Notes of harmony flow into me slowly as your tune plays in my head”, esse é muito foda, mas a letra num geral me agrada, por algum motivo músicas que referenciam a própria arte de fazer música me conquistam mais fácil, acho que eu gosto quando os artistas mostram que realmente são entusiasta da arte de fazer música e ficam empolgados com isso.
L’OFFICIEL: Você acha que Lucy se encaixou bem no gênero de "MISEDUCATION"?
KJ: Com certeza! Quer dizer, não vou encorajar ela a explorar isso agora, Melody é uma música muito boa e eu com certeza quero mais música dela nessa vibe pra escutar, mas num futuro, acho que ela se encaixaria muito bem nessa coisa mais agressiva, meio eletrônica. A verdade é que a versatilidade dela pode levar ela a muitos caminhos, eu teria que pensar muito pra imaginar algo que não ficaria bom nela.
L’OFFICIEL: Como foi a dinâmica de vocês dois durante os ensaios?
KJ: Eu gostei bastante de trabalhar com ela, ela é uma profissional realmente participativa, ela deu sugestões, ela falou de referências que ela tem e ela realmente prestou atenção e melhorou o que a gente já tinha. Foi uma das melhores vezes que eu já colaborei com um outro artista.
L’OFFICIEL: O que te fez confiar em Lucy para uma performance tão importante?
KJ: Meu instinto. É incrível mas meu instinto dificilmente tá errado, eu só sabia que ela ia ser alguém que ia me impressionar e eu tava completamente certo.
L’OFFICIEL: Quais foram as reações dos seus fãs ao ver uma artista nova como Lucy ao seu lado?
KJ: Bom… sempre tem um lado ruim toda vez que eu sequer apareço do lado de outra pessoa, na verdade, vocês sabem como é a stan culture… mas no geral, acho que as pessoas gostaram dessa união, não tem como não gostar né!
L’OFFICIEL: Você vê essa apresentação como um marco na carreira de Lucy?
KJ: Eu acho que ela está destinada a fazer coisas muito mais grandiosas, mas com certeza e eu acho que ela também vai concordar, apoio sempre é importante no início da carreira, eu mesmo tive muito apoio da Wylla Gomez e vou ser sempre grato a ela.
L’OFFICIEL: Se você pudesse descrever Lucy em uma palavra, qual seria?
KJ: Destemida, com certeza.
L’OFFICIEL: Vocês dois planejam trabalhar juntos em novas músicas?
KJ: Bom, como eu disse, eu planejo, se ela planeja também é outra história! Mas a música que eu planejo incluir ela ainda não tá pronta, então… é, vai ter que esperar mais um pouco.
L’OFFICIEL: Como foi a reação de Lucy ao convite para se apresentar com você?
KJ: Ela adorou! Ela disse literalmente “AI EU QUERO!”
L’OFFICIEL: Vocês conversaram bastante sobre a direção da performance antes de subir no palco?
KJ: Com certeza, o bom é que ela é perfeccionista como eu, então ela entendia todas as minhas preocupações e não ficou puta com meu cuidado excessivo pra que tudo desse certo.
L’OFFICIEL: Como você acha que Lucy lidou com a pressão de se apresentar em um programa tão importante pro dia a dia coreano?
KJ: Ela é maluca, cara! Eu não sei como ela tava por dentro, mas por fora ela parecia tão confiante, tão tranquila… eu nunca estaria como ela se estivesse no meu primeiro M Countdown…
L’OFFICIEL: Você acha que ela vai continuar a explorar gêneros semelhantes no futuro?
KJ: Eu espero que sim, num primeiro momento, mas acho que ela não vai demorar muito pra explorar uma diversidade maior de gênero, seria um desperdício ela não explorar mais com todo o potencial de versatilidade que ela e a voz dela têm.
L’OFFICIEL: Qual é o maior conselho que você daria para Lucy no início da carreira dela?
KJ: O mesmo que eu dou pra todos: sua música não é negociável. Faça o que você curte, o que você sabe que vai te dar orgulho. O resto é detalhe. Eu acho que nada deve ser mais triste do que ser um artista que gastou seus dias de glória só fazendo o que os outros achavam que daria certo.
L’OFFICIEL: Você gostaria de ver Lucy crescendo ainda mais como artista nos próximos anos?
KJ: Com certeza, eu torço muito por ela. eu mal posso esperar pelo álbum e pela turnê dela…
L’OFFICIEL: Acha que Lucy tem potencial para influenciar uma nova geração de cantores?
KJ: Com certeza. Na verdade, eu acho que nem vai demorar muito pra aparecer outras Lucys por aí. As gravadoras costumam copiar fórmulas que dão certo.
L’OFFICIEL: Se você tivesse que escolher uma música sua para gravar com Lucy, além de "MISEDUCATION", qual seria?
KJ: Nossa… eu tenho uma no The Yellowprint… “Friends Vol.2”. Eu acho que ficaria ótima na voz da Lucy, mas também ficou maravilhosa na voz da Jamie e a Jamie é tipo minha irmã, vocês sabem… A Jamie tá nessa música e ela também é a única voz em outra das faixas, “L.A. Who Am I To Love You?”, ela é realmente a única voz, nem minha própria voz tá nessa.
L’OFFICIEL: Vocês tiveram alguma conexão musical especial durante os ensaios?
KJ: Tipo.. o quê? Não, nada desse tipo, mas eu com certeza acho que saímos amigos e eu com certeza saí admirando muito ela.
L’OFFICIEL: Você se sente inspirado ao trabalhar com artistas novos como Lucy?
KJ: Com certeza. Ver como ela é esforçada me deu um gás pra também ser esforçado ainda no meu próprio trabalho.
L’OFFICIEL: Quais aspectos do estilo de Lucy você acha que complementaram a sua música?
KJ: Eu acho, na verdade, que os conceitos dela, visuais e musicais, se complementam tão bem que quase não é possível para alguém de fora, como eu, dizer com certeza até que ponto é o visual que influencia a música e até que ponto é a música que influencia o visual. O que eu quero dizer é que, eu por exemplo, penso em tudo ao mesmo tempo, quando eu faço música eu já to pensando em um visual e muitas vezes, o visual que eu projeto me ajuda na música tanto quanto a música ajuda a projetar o visual, e eu acho que esse parece muito ser o caso dela também.
L’OFFICIEL: Qual foi o maior desafio ao integrar Lucy à performance de "MISEDUCATION"?
KJ: Não acho que tivemos nenhum desafio real, a gente só adaptou a performance pra ela e mudamos grande parte da coreografia pra algo mais complexo, porque conforme fomos ensaiando, nós vimos que ela conseguiria mais, que ela conseguiria chegar ao máximo na dança e me acompanhar. Então, fomos dificultando mais um pouco até chegar num ponto em que nós estávamos satisfeitos e que mesmo assim, todos estavam preparados, inclusive a Lucy.
L’OFFICIEL: O que os fãs podem esperar de uma colaboração futura entre vocês dois?
KJ: Bom, eu acho que se rolar, com certeza vai ser algo que é hip hop e pop em porções iguais, provavelmente com uma influência de R&B já que isso é uma das coisas mais marcantes que nós dois temos em comum.
L’OFFICIEL: Você acredita que Lucy tem a habilidade de se destacar em diferentes gêneros musicais?
KJ: O talento eu sei que ela tem. Se ela tem a habilidade, e no caso eu me refiro a técnica, só o tempo dirá, mas eu acredito honestamente que ela tenha também sim. E se não tem, eu acho que isso vem com uma carreira de artista de qualquer maneira, eu não acho que ela vai ser uma artista acomodada.
L’OFFICIEL: Como você acha que essa colaboração impactou a imagem pública de Lucy?
KJ: Com certeza eu acho que foi muito positiva, quer dizer, ela se apresentou impecavelmente e mostrou o talento dela em algo diferente do que ela normalmente faz, que no caso foram a entrega vocal diferente e é claro, o street dance. Nem eu sabia que ela era capaz de tudo aquilo quando a chamei.
L’OFFICIEL: Vamos falar de "Afterlife". Como surgiu a ideia para essa música?
KJ: Bom, eu acho que todas as minhas músicas nascem de uma experiência pessoal e no caso de Afterlife, basicamente, é uma música pós-término em que, bom, as duas pessoas envolvidas não estavam na mesma página, não foi um término mútuo, uma pessoa terminou e a outra… só aceitou porque é o que ela deveria fazer, é o que qualquer ser humano decente faz. Mas o eu lírico não necessariamente concordou com o término, ele ainda sente que a pessoa que deixou ele é o seu amor.
L’OFFICIEL: O que te inspirou a escrever sobre ter esperança em um amor que já morreu?
KJ: Bom… é claro, é porque em algum momento da minha vida eu já senti a esperança de que esse amor pudesse ser ressuscitado, eu me recusava a perdê-lo. Afterlife, pra mim, é quase como um sonho lúcido, é por isso que eu e o Baekwan trabalhamos pra fazer a música realmente soar como um sonho, ela tem uma aura cósmica, sonoramente falando. Acho que, mais especificamente, eu imagino ela como uma súplica pra uma estrela cadente, ninguém realmente acredita que uma estrela cadente vai realizar o seu pedido mas se as pessoas fazem pedidos mesmo assim, é porque ainda existe alguma esperança de que ele se realize, mesmo que inconsciente.
L’OFFICIEL: Você considera "Afterlife" uma música puramente pessoal ou você também usou como inspiração coisas que você viu no mundo ou outra arte que consumiu?
KJ: Bom… eu posso dizer que eu usei, sim, inspirações externas, e sim, parte da inspiração veio de uma outra arte. Essa arte é o jogo de vídeo game Cyberpunk 2077, mas a música não tem nada a ver com esse jogo, ele só foi um gatilho pra ideia, na verdade. Então… em Cyberpunk 2077, existe um bar chamado “Afterlife”, ele tem esse nome porque os drinks dele são dados em homenagens a personagens que a comunidade de mercenários considera uma figura notável, então, alguém que fez algo histórico e morreu. Por exemplo, existe um drink com o nome do personagem Johnny Silverhand porque ele invadiu uma corporação ultra capitalista e elitista e explodiu um dos prédios dela. Ele morreu no processo, mas isso é considerado algo foda pra essa comunidade que são tipo mercenários, mas de um jeito meio punk, de um jeito contrário ao sistema. Uma coisa meio Bonnie & Clyde, sabe? Bom, mas não foi isso que inspirou a música, na verdade, eu pensei na ideia da música quando um personagem disse algo como “meet me in the afterlife” ou “let’s meet in the afterlife”, algo assim. É claro que o personagem só estava chamando outro personagem pra se encontrar com ele no bar Afterlife, mas esse diálogo me fez pensar nisso e eu acabei chegando nesse conceito de amor pós-vida metafórico e… é isso.
L’OFFICIEL: Como foi o processo criativo para "Afterlife"?
KJ: Bom… eu tenho um costume de sempre querer criar um mood que me lembre do que eu quero criar. Como eu queria que Afterlife fosse melancólica, mas ainda sim noturna, tipo… ainda sim, algo que as pessoas considerem um bop, eu decidi levar tudo que eu podia pra sacada da minha casa em Nova Iorque, ver toda a cidade, ver a vida noturna acontecendo de longe, e ainda sim, aquilo seria exatamente o lugar que invoca melancolia pra mim, porque foi ali que eu passei o meu período mais melancólico, o tempo entre Street Lights e Purple Room. E, bem, o Baekwan sempre está na minha casa, e nessa noite não foi diferente. A gente se vestiu bem, foi na sacada e começou a trabalhar.
L’OFFICIEL: Qual foi o maior desafio ao compor essa faixa?
KJ: Eu acho que foi encaixar um verso de rap no segundo verso da música. Eu quero encaixar elementos de rap sempre que eu posso, porque eu sou um cantor de R&B mas acima de tudo, eu me vejo como rapper. E essa música é muito emocional, eu acho que a entrega do rap precisa vir de um lugar diferente da melancolia, não importa se a música é triste. Além disso, a música é bem lenta mas eu sou o tipo de rapper mais energético, eu não sou muito acostumado a fazer raps com esse tipo de cadência, então eu aprendi bastante, escutei os melhores, estudei as lendas. Acho que é por isso que Afterlife é minha preferida em todo o álbum.
L’OFFICIEL: Você pode nos dizer sobre qual experiência pessoal sua "Afterlife" fala?
KJ: Bom… depois de anos na indústria, eu aprendi que é sempre melhor não envolver outra pessoa nessas coisas, ela pode não gostar do destaque, então acho que eu só posso falar que é sobre, bom, um dos meus ex-relacionamentos recentes.
L’OFFICIEL: O que você espera que os fãs sintam ao ouvir "Afterlife"?
KJ: Eu espero que eles entendam que é importante assumir seus atos e sofrer as consequências deles, mas que também é importante se perdoar, eu assumo tudo que eu fiz mas também falo que ficar se desviando e procurando por placebos não vai resolver nada, e eu acho que essa é a mensagem principal da música, talvez até mais do que querer um antigo amor de volta.
L’OFFICIEL: Como você descreve a sonoridade de "Afterlife"?
KJ: Eu diria que é tipo um trap future r&b ou algo nessa vibe
L’OFFICIEL: Como "Afterlife" se diferencia de "MISEDUCATION"?
KJ: Eu acho que… bom, eu lancei essas duas como single quase em dupla justamente porque acho que elas sumarizam bem os dois lados do álbum, que também refletem os dois lados de quem eu sou e que também refletem quem é o Jongin comparado a quem é o KJ. Tipo… existe uma dualidade, ou até mesmo quase um maniqueismo, pra existência humana. Nós somos feitos de coisas boas e coisas ruins, de momentos confiantes e momentos de insegurança, de momentos de orgulho e momentos de arrependimento ou de auto humilhação por conta de erros cometidos. E acho que Afterlife e MISEDUCATION passam exatamente essa vibe, quem é o rapper fodão versus quem é o jovem adulto sofrendo desilusões amorosas e aprendendo o peso dos próprios erros.
L’OFFICIEL: Há alguma linha em "Afterlife" que você acha que os fãs vão se identificar especialmente?
KJ: Uau… eu poderia pensar em algumas mas acho que eu diria que pode ser “Did I need you to stop being mine to become better than my past time?”, esse verso carrega uma experiência universal que qualquer pessoa que já esteve em um relacionamento que acabou por culpa dela entende. É o clássico “você terminou comigo e eu só passei a te dar o valor que você merecia quando isso aconteceu”, ou ainda mais simplificado, “a gente só dá valor depois que a gente perde”.
L’OFFICIEL: Você já tocou "Afterlife" para alguém próximo? Qual foi a reação?
KJ: Sim. Claro, eu toquei pro Baekwan que é meu produtor e melhor amigo, na verdade nós tocamos juntos né… e eu também toquei pro Brendon e pra Yves, acho que no momento eles são meus amigos mais próximos… bom, todos eles gostaram, a Yves ficou mais animada que o Brendon, é claro…
L’OFFICIEL: Você vê "Afterlife" como uma continuação emocional de alguma música anterior sua?
KJ: Com certeza. Eu acho, na verdade, que algumas músicas do SIDE 2 do The Yellowprint são continuações emocionais de músicas do Street Lights… eu diria que Afterlife é a continuação emocional de… bom, eu diria que é continuação emocional de All Things Go. É, acho que é isso…
L’OFFICIEL: Quais foram suas maiores influências ao criar "Afterlife"?
KJ: Uau… pra falar a verdade, elas foram um pouco além do hip hop e do R&B… quando eu criei essa música, eu tava pensando em como criar um efeito cósmico mas ainda sim, soar moderno e descolado… e eu tava escutando bastante essa banda dos anos 80 chamada The Blue Nile que é uma banda de tipo… electro-rock ou algo assim, e eu lembrei que eles tinham esse álbum chamado Hats que soa muito como algo que eu queria fazer em Afterlife, e não, não ficou igual, é claro, porque eu não posso deixar as influências sobreporem minha própria identidade enquanto artista, mas com certeza esse álbum, e principalmente a música The Downtown Lights, me ajudou muito a conseguir inspiração pra Afterlife. Na verdade, eu já me inspirei em The Downtown Lights antes, foi na música-título do Street Lights.
L’OFFICIEL: Você trabalhou com algum produtor novo em "Afterlife"?
KJ: Não, na verdade… eu ando trabalhando com o Russell Brooks, ele tá envolvido em grande parte no The Yellowprint, mas em Afterlife especificamente eu só trabalhei com o Baekwan mesmo… Afterlife é mais caseira, acho que nunca quis que ela fosse uma superprodução.
L’OFFICIEL: Você já tem uma data de lançamento para The Yellowprint?
KJ: Tenho mas só eu vou saber até o dia do lançamento, vai ser surpresa. Quando sair, saiu e é isso.
L’OFFICIEL: Haverá um videoclipe para "Afterlife"?
KJ: Não pretendo que tenha até o momento mas sabe como é, a gravadora vai vendo uma música ganhar força e já quer investir nela… e tudo que eu faço ganha força então, quem sabe?
L’OFFICIEL: Como foi a transição de criar uma faixa agressiva como "MISEDUCATION" para uma mais emocional como "Afterlife"?
KJ: Na verdade, eu não acho que foi bem assim, não foi uma transição… as músicas do SIDE 2 são mais antigas, algumas delas como 2 A.M. e a própria Afterlife são músicas que eu escrevi pra um possível repackage do Street Lights, mas que não deu certo por uma série de motivos, então eu decidi esperar pra aguardar o momento oportuno… as músicas que eu fiz realmente pro The Yellowprint são as músicas do SIDE 1, Purple Room, Love Me, Friends Vol.2 e City of Angels.
L’OFFICIEL: Qual foi a parte mais gratificante ao escrever "Afterlife"?
KJ: Sentir que ela é do passado e não do presente. Foi ótimo ter que lembrar de uma dor porque eu não sentia mais ela, entende? Afterlife é sobre meu passado e eu já não estava mais me sentindo tão mal quando escrevi, acho que foi menos angustiante.
L’OFFICIEL: O que te fez escolher "Afterlife" como o próximo single?
KJ: Eu queria que fosse uma música totalmente vulnerável e suave, mas também queria que fosse uma faixa solo, e não tem muitas que atendem a esses dois requisitos. Acho que Afterlife é a única, na verdade.
L’OFFICIEL: Como "Afterlife" se conecta ao tema geral de "The Yellowprint"?
KJ: Eu acho que Afterlife é a mudança de onda no The Yellowprint, quando as coisas começam a melhorar de aparência. Depois, vem Purple Room, Friends Vol.2 e City of Lights que acho que é quando o meu “personagem” começa a recuperar a confiança e a gostar de si mesmo de novo.
L’OFFICIEL: Você já apresentou "Afterlife" ao vivo ou planeja fazer isso em breve?
KJ: Ainda não, e eu planejo sim fazer isso em breve, não vai demorar muito, de verdade.
L’OFFICIEL: Você sentiu alguma pressão adicional ao escrever sobre um tema tão pessoal?
KJ: Com certeza. Eu acho que todo compositor confessional fica com uma pulga atrás da orelha, tipo “será que eu não tô expondo muito? Será que eu passei dos limites?” e sinceramente, as vezes sim, nós passamos dos limites e nos expomos muito mas acho que isso faz parte, ninguém sabe como a gente tava se sentindo quando escreveu pra querer falar tanto.
L’OFFICIEL: Qual linha de "Afterlife" te emociona mais ao cantar?
KJ: “Your absence is a hot knife, you cut through my butter heart, you’re melting all my dreams apart”. Esse é meu verso preferido da música, e talvez um dos meus versos preferidos de toda a minha discografia. Eu fico emocionado não só pelos momentos que a música me lembra mas também porque são versos assim que me ajudam a entender meu valor de novo, sabe? Eu lembro que quando eu escrevi esse verso, eu fiquei emocionado por tipo… lembrar porque eu to aqui. Versos assim me fazem ter orgulho de mim mesmo, eu sinto que realmente tenho talento.
L’OFFICIEL: Como os fãs podem esperar que "Afterlife" se encaixe no contexto do álbum?
KJ: OK… antes de tudo, eu preciso dizer, o The Yellowprint não é um álbum conceitual. Ele tem uma identidade mas ele não é tão pensado assim, é mais um álbum normal de hip hop / r&b. Dito isso, eu acho que Afterlife se encaixa como uma faixa de sub-transição… a real faixa de transição é “L.A. Who Am I To Love You?” mas ela é uma interlude e é um poema recitado pela Jamie, não é necessariamente uma música. Então, eu acho que Afterlife tem mais essa função de música que divide narrativas no SIDE 2.
L’OFFICIEL: Há planos de lançar "Afterlife" em versões alternativas, como acústica?
KJ: Acho que não. Quer dizer, não é pra ser um super single como foi MISEDUCATION, é mais pra ser só um single promocional que mostra o outro lado do álbum que até agora não tinha sido bem representado por singles. Não quero desmerecer Purple Room, é uma ótima música, uma das minhas preferidas, mas com certeza ela não é a melhor pra mostrar a variedade de sentimentos carregada no SIDE 2.
L’OFFICIEL: O que você espera que as pessoas aprendam ou reflitam ao ouvir "Afterlife"?
KJ: Eu espero que aprendam a valorizar quem elas amam, mas que também aprendam a se amar o suficiente pra entender que todo mundo comete erros e não merece ser condenado eternamente por eles.
L’OFFICIEL: Você acredita que "Afterlife" tem um impacto emocional maior do que seus singles anteriores?
KJ: Com certeza muito mais que Purple Room e MISEDUCATION, acho que tá um pouco no nível de Street Lights e Cold Turkey.
L’OFFICIEL: Como foi o processo de criar o álbum “The Yellowprint” em comparação com seus trabalhos anteriores?
KJ: Acho que foi um entretenimento muito maior criar o The Yellowprint. Tipo… é engraçado pra caramba escrever umas diss tracks com seus amigos na sala e você mostra pra eles e eles ficam empolgados, dão risada junto com você, acho que o The Yellowprint foi o álbum que mais me fez sentir como parte dessa cultura do rap, sabe? Parece que foi uma coisa mais coletiva e tal, eu gostei pra caramba de fazer ele. Eu acho que é isso que as pessoas não vêem no rap, ele é pra ser isso, é pra ser essa coisa coletiva, acho que é por isso que ninguém entende mais o verdadeiro sentido de diss tracks, nem é pra ser uma briga e tal…
L’OFFICIEL: O que podemos esperar em termos de temas e sonoridade de "The Yellowprint"?
KJ: Eu acho que o The Yellowprint tem muitas influências diferentes, mas acho que todos podem esperar bastante inspiração no hip hop old school, não é pra ser realmente algo dos anos 90 mas tem bastante inspiração, acho que ele não é tão parecido com o rap de hoje em dia, com exceção talvez de 7 Rings que parece bem atual.
L’OFFICIEL: O álbum será dividido em duas partes, certo? Como você decidiu essa estrutura?
KJ: Eu acho que foi melhor fazer essa divisão porque ele tem dois lados bem definidos, eu não poderia, tipo… colocar todas as faixas num caldeirão só, as sides existem porque fazem sentido, não é só pra fazer graça como alguns artistas fazem.
L’OFFICIEL: O que te inspirou a escolher o nome "The Yellowprint"?
KJ: Eu acho que eu queria que o título do meu primeiro full album fosse uma referência a mim mesmo sabe, eu acho que “The Yellowprint” é quase como se fosse um self-titled, tipo, eu sou O YELLOWPRINT, eu fui o artista a trazer o rap coreano pro mainstream há muitos anos, eu sou a impressão amarela. Claro, amarelo aí se refere a como a sociologia caracteriza pessoas de etnia asiática, não é pra ser só uma cor.
L’OFFICIEL: Você acredita que "The Yellowprint" é o seu trabalho mais pessoal até agora?
KJ: Não, de jeito nenhum. O The Yellowprint é mais pra ser uma coisa predominantemente divertida sabe, inspiradora, empoderadora. Tem umas músicas tristes no meio mas todo o SIDE 1 e metade do SIDE 2 são músicas mais animadas, upbeat, etcetera.
L’OFFICIEL: Quais foram as principais influências sonoras para o álbum?
KJ: Nossa… infinitas. Tem tipo… conceitos, arquétipos, costumes do passado, costumes do presente, jogos, outros artistas do passado e do presente, tem até influência sendo usada como deboche no meio do álbum. Tá foda.
L’OFFICIEL: Como você equilibrou as diss tracks com faixas mais confessionais no álbum?
KJ: Eu não pensei muito nisso… eu acho que isso é um costume meu, eu só vou escrevendo músicas e quando vejo, tô com um álbum… eu não to sempre pensando em um álbum que tenha um conceito ou sei lá. Acho que isso virou uma epidemia na indústria, mas eu não ligo, acho que isso é mais ambição do que realmente arte em si e não tem nada de errado com ambição mas o problema é quando começam a exigir isso também de quem não tem essa ambição, eu não tenho nenhuma ambição em fazer um álbum realmente conceitual, eu não gosto de pensar em tanta coisa assim, só gosto de pensar em fazer música foda e escrever uns versos fogosos, em todos os sentidos que essa palavra implica.
L’OFFICIEL: O que os fãs podem esperar de diferente em "The Yellowprint" em relação aos seus álbuns anteriores?
KJ: Acho que ao mesmo tempo em que esse álbum tá mais maduro, ele também tá mais “foda-se” pra tudo, absolutamente tudo. Foda-se se alguém se ofende, foda-se se alguém me acha convencido, foda-se se alguém acha que eu posso ser mau exemplo, tipo, não é como se não fossem me chamar dessas coisas de qualquer jeito, eu sou um viado leonino, cara…
L’OFFICIEL: Qual foi a parte mais difícil de criar "The Yellowprint"?
KJ: Conciliar tudo que eu queria colocar nele… -*ele dá risada*- eu tenho certeza que vou ser massacrado pelos engomadinhos da crítica mas eu to pouco me f*dendo, coesão de *U é ***@ !
L’OFFICIEL: Há alguma colaboração especial no álbum que você pode compartilhar?
KJ: Posso compartilhar todas. Meu parceiro Damien Hardwell, a rainha latina original Plastique Condessa, dois caras novatos da B&S, o 6CA$H e a Sarang, temos Denver, temos Jamie Love, temos Yves… acho que é só isso.
L’OFFICIEL: Como você vê "The Yellowprint" em termos de impacto para sua carreira?
KJ: Eu nunca pensei nisso, provavelmente os artistas vão começar a me odiar mais e os críticos vão começar a ficar ainda mais irritados com o meu sucesso, mas eu não ligo nada pra isso, na verdade. Meus fãs vão adorar, eles me conhecem e vão com certeza pensar “isso é clássico do KJ”, porque é realmente tudo muito minha cara.
L’OFFICIEL: Qual faixa do álbum você está mais animado para os fãs ouvirem?
KJ: Acho que City of Angels. Gosto muito dessa, eu sinto que ela vai ser um clássico instantâneo.
L’OFFICIEL: Como você acredita que os temas de amor e conflito se conectam ao longo do álbum?
KJ: Eu acho que ambos são tratados com alguma ferocidade. Tipo… nos conflitos, eu vou na jugular dos meus inimigos, enquanto nas músicas tristes eu vou na minha própria jugular e em algumas eu vou na jugular de mais algumas pessoas que não são necessariamente meus inimigos mas que foram filhos da puta comigo em algum momento, inclusive amores passados, então sim, tem música atacando ex. E é mais de uma.
L’OFFICIEL: Como você gostaria que o público se sentisse após ouvir "The Yellowprint" do início ao fim?
KJ: Quero que eles sintam vontade de ouvir tudo de novo, o álbum tá muito divertido, eu me diverti pra caramba fazendo ele e tenho certeza que muita gente vai ouvir enquanto faz mic drop com uma escova de cabelo ou limpa a casa, e eles vão aprender todas as letras porque elas tão fodas.
L’OFFICIEL: "The Yellowprint" será o álbum que melhor define o seu momento atual?
KJ: Atual? Não, acho que eu já não me importo mais com rivalidades e muito menos tô sofrendo por amor, eu to muito de boa, provavelmente o meu próximo álbum vai ser bem good vibes…
L’OFFICIEL: O que mais te orgulha sobre "The Yellowprint"?
KJ: Me orgulha que eu sinta que não tenho mais nada a declarar depois dele, tipo, agora eu só vou fazer música porque eu gosto e não porque eu tinha coisas pra falar, mais coisas pra confessar e coisas das quais eu tinha que me defender.
L’OFFICIEL: Como você espera que "The Yellowprint" impacte a música e a cultura pop globalmente?
KJ: Sei lá, mas eu sei que vai impactar de um jeito ou de outro, afinal, eu sou o KJ, muita gente me odeia, muita gente me ama, mas todo mundo compete pra ver quem fala mais de mim.
L’OFFICIEL: Se você pudesse descrever "The Yellowprint" em três palavras, quais seriam?
KJ: ZERO FUCKS GIVEN
[DIVULGAÇÃO PARA MISEDUCATION E AFTERLIFE]