[EUA] Mia Carter é capa da revista Elle Magazine de outubro
Sept 26, 2024 17:41:05 GMT
Post by parkwoodrecords on Sept 26, 2024 17:41:05 GMT
Mia Carter abre o jogo em uma entrevista sobre como crescer nos holofotes, a perda da mãe, relação familiar e problemas na adolescência.
Ela: Olá, Mia. Em primeiro lugar, muito obrigada por nos receber. Você está prestes a lançar sua carreira na mídia, mas sua jornada até aqui tem sido marcada por altos e baixos. Como você está se sentindo nesse momento?
Mia: Eu diria que estou sentindo uma mistura de ansiedade e empolgação. Sempre soube que meu destino era uma música, mas a vida não segue um roteiro fácil. Perder minha mãe foi o momento mais difícil da minha vida, mas também me deu uma força que nem sabia que tinha. Hoje, vejo isso como uma parte da minha história e do artista que estou me tornando.
Elle: O luto pela sua mãe é algo que ainda ressoa profundamente em você. Como esse episódio influenciou sua música e seu crescimento pessoal?
Mia: A morte dela foi um choque enorme. Nós éramos muito próximos. Cresci no meio da fama, e isso me moldou de uma maneira, mas a perda da minha mãe me deu uma nova perspectiva de vida. Não sou só uma “filha da Tunash”, sou uma mulher que passou por traumas e que está se curando.
Elle: Sua trajetória pessoal foi marcada por conflitos familiares intensos de sua mãe, especialmente com sua irmã, Gênesis, e sua madrasta, Eden. Como você tem lidado com essas relações?
Mia: Para ser bem sincero, eu lido com isso da melhor maneira que posso, mas não é fácil. Minha relação com o Gênesis já era complicada, mas a presença do Éden só piorou as coisas. Nunca senti que ela estava ao meu lado da verdade. Na verdade, Eden fez de tudo para nos dividir mais ainda. E o pior é que, com a perda da minha mãe, senti que fiquei ainda mais vulnerável nessa dinâmica. Eu mantenho algum contato com ela, mas é mais uma questão de circunstância do que de escolha. Ela faz parte da vida que restou da nossa família, então não é algo que eu possa simplesmente ignorar.
Elle: Como você lida com essa situação agora, especialmente após a morte de sua mãe?
Mia: É complicado. de certa forma, me vi obrigada a manter algum tipo de contato com Eden por causa disso. Ela é a única figura adulta que restou em nossa família, e, por mais que eu a odeie pelo que fez, sinto que há uma parte de mim que ainda busca alguma conexão, mesmo que seja mínima. Mas, para ser claro, nossa relação é completamente superficial. Eu a suporto, mas isso não significa que eu tenha perdoado ou que confie nela. Simplesmente aprendi a lidar com a situação sem me deixar afetar tanto quanto antes.
Elle: Você está mantendo um contato superficial com Eden. O que você impede de cortar esse vínculo de vez?
Mia: Sinceramente, acho que é uma memória da minha mãe. Por mais que eu tenha todos os motivos do mundo para cortar completamente os laços com o Éden, sinto que, de algum jeito, ela ainda me conecta à minha mãe. Não que isso seja saudável – eu sei que não é. Mas parte de mim ainda se agarra a essa ideia de “família”, mesmo que seja disfuncional. Talvez seja medo de perder o pouco que sobrou. Mas, ao mesmo tempo, eu sei que manter a distância emocional é essencial para minha própria saúde mental.
Elle: Se você pudesse dizer algo para Gênesis e Eden agora, o que seria?
Mia: Para o Gênesis, eu diria que ela precisa aprender a dividir os holofotes. Ela sempre teve dificuldade nisso.
Para Eden, não tenho muito o que falar só que desejo bem para ela.
Elle: Vamos falar sobre um tema que faz parte da sua história desde o início: crescer sob os holofotes. Você iniciou sua trajetória pública ainda criança. Como isso impactou sua visão de mundo e a forma como se desenvolveu?
Mia: Crescer na fama é algo muito complicado, principalmente quando você não tem controle sobre como as pessoas veem ou fazem o que esperam de você. Desde criança, as pessoas tinham expectativas sobre quem eu deveria ser, e isso poderia facilmente me fazer perder o barco. Quando você é jovem e não está no centro das atenções, cada erro é amplificado, cada detalhe de sua vida é comentado. Eu via muitas crianças no meu círculo se perderem nesse processo, tentando viver até padrões impossíveis. É fácil ficar confuso ou inseguro. A fama pode destruir quem você é, se você não tiver uma base forte.
Elle: O que fez com que você não se perdesse nesse caminho?
Mia: Minha mãe, Tunash, foi a minha maior guia nesse processo. Ela era a rocha da nossa família e sempre me ensinou que o mais importante era manter meus valores e lembrar de quem eu sou, independentemente do que o mundo ao redor dissesse. Ela sabia exatamente como era o peso de viver sob os holofotes, e ela me ajudou a encontrar meu equilíbrio. Sempre me dizia: “Mia, a fama é passageira, mas quem você é de verdade vai te acompanhar pelo resto da vida.” Ela me protegeu, me manteve com os pés no chão e me ensinou a não deixar a opinião dos outros definir o meu valor. Sem ela, eu não sei se teria conseguido lidar com tudo
Elle: Podemos falar agora sobre outro momento muito difícil em sua vida: a perda do seu pai, Jordan, em um acidente de carro. Como isso te impactou?
Mia: (pausa, os olhos se enchem de lágrimas) Esse é um assunto que eu ainda tenho muita dificuldade de falar... Meu pai... (pausa novamente, as lágrimas caem) O acidente aconteceu em um momento em que tudo já estava desmoronando. Eu tinha acabado de começar a me firmar como artista, e, de repente, ele se foi. Foi... brutal. Ele sempre foi meu porto seguro, sabe? Mesmo com todos os problemas da minha família, eu sabia que poderia contar com ele. E quando ele morreu, parecia que o chão se abriu sob meus pés.
Elle: Deve ter sido devastadora perder essa figura de apoio em um momento tão vulnerável. Você consegue se lembrar de como lidou com isso na época?**
Mia: Eu não lidei. Eu me fechei completamente, fui para o Brasil junto com o Jidenna. Entrei num modo de sobrevivência. A dor foi tão grande que eu simplesmente não sabia como processar. Ainda me lembro do dia em que recebi a notícia. Foi como se o mundo tivesse parado. Minha mãe já tinha ido, e depois meu pai... parecia que eu estava sozinho, mesmo cercado de pessoas. E Éden, claro, não foi nenhum apoio. O Gênesis também não estava por perto.
(Mia limpa as lágrimas, tentando se recompor)
Elle: Você sente que essa perda mudou na forma como você enxerga a vida?
Mia Carter: Completamente. A dor molda a gente de maneiras que não dá para imaginar. A perda do meu pai me fez enxergar a vida como algo frágil e passageiro. Ele era tão cheio de vida, tão presente... e, de repente, ele não estava mais ali. Isso me forçou a pensar que eu realmente queria deixar o mundo.
Elle: O que você mais sente falta dele?
Mia: (respira fundo, ainda visivelmente emocionada) Eu sinto falta de tudo. Do jeito que ele ria, da forma como ele me olhava e me fazia sentir que eu era capaz de qualquer coisa. Ele foi meu maior incentivador. Sempre disse que eu não precisava viver à sombra de ninguém. Tente me lembrar disso todos os dias. Mesmo com todas as complicações da minha família, ele me deu uma sensação de paz. Quando ele morreu, essa paz se foi, e eu tive que aprender a reconstruir isso dentro de mim.
(Mia pausa, as lágrimas fluindo novamente)
Mia: Desculpa... é muito difícil falar sobre isso. Nunca pensei que estaria sem ele tão cedo, e, mesmo agora, anos depois, ainda parece surreal.
Elle: É perfeitamente compreensível, Mia. Perder alguém tão importante nunca é fácil de superar. Você sente que ele ainda está presente em sua vida e não o que você faz?
Mia: Com certeza. Eu sinto que ele está comigo de alguma forma. Quando estou no estúdio, é como se eu ouvisse a voz dele, me dizendo que estou no caminho certo. Eu faço o que faço por mim, mas também por ele. Quero que ele se orgulhe de mim, onde quer que ele esteja. Às vezes, quando estou perdido, imagino o que ele diria. E isso me dá força para continuar.
Elle: A maneira como você fala do seu pai é muito tocante. Parece que ele continua sendo uma inspiração para você.
Mia: Ele é, sempre será. Meu pai me deu a coragem que eu tenho hoje. Ele me ensinou a nunca desistir, não importa o quão difícil a vida fique. Quando estou no estúdio ou participando, é como se eu estivesse mostrando a ele que tudo o que ele me ensinou valeu a pena. Ele pode não estar aqui fisicamente, mas sinta-o em cada conquista, em cada vitória. E isso me dá forças para seguir.
Elle: Sabemos que você está se preparando para um novo desafio: sua estreia como atriz em uma série de televisão, Euphoria. Como você está sentindo essa nova fase da sua vida?
Mia: É um momento muito emocionante! Estou com o coração na música, mas essa oportunidade de atuar foi algo que me pegou de surpresa. Vou interpretar a Rue em uma nova adaptação de Euphoria, e confesso que é um dos papéis mais intensos que já imaginei. Sinto uma mistura de nervosismo e gratidão por poder explorar esse personagem tão complexo. É desafiador, mas estou preparado para mergulhar de cabeça.
Elle: A Rue é uma personagem com uma carga emocional muito forte, especialmente lidando com dependência química e questões psicológicas. Como está sendo uma preparação para viver alguém com uma trajetória tão intensa?
Mia: A rua é extremamente densa, e isso é o que mais me atrai no papel. Ela passa por muitos altos e baixos, assim como eu já passei na minha vida pessoal. A diferença é que os demônios dela são visíveis – dependência, autodestruição – enquanto os meus nem sempre foram. Me preparando mergulhando na psicologia do personagem, falando com especialistas sobre vícios e também estudando o impacto emocional que isso tem sobre ela e as pessoas ao redor. Eu quero trazer uma versão autêntica e especial da Rue, respeitando a história dela e as pessoas que podem se identificar com suas lutas.
Mia: Além disso, sua história pessoal, como a perda de sua mãe, influenciou a forma como você se conecta com a Rue?
Mia: Com certeza. Perder minha mãe me fez sentir uma dor tão profunda que, às vezes, parece que não tem fim. Rue está constantemente tentando preencher um vazio, e mesmo que as histórias não sejam as mesmas, eu entendo o sentimento de estar perdido, de querer fugir da realidade. Usar minhas próprias experiências para dar vida ao personagem é algo que tenho feito, mas sem deixar que isso me consuma. Preciso manter um equilíbrio entre o que é pessoal e o que é do personagem.
Elle: Você acredita que há semelhanças entre o mundo da música e a atuação? Como você vê essa transição?
Mia: Acho que há muitas semelhanças, especialmente quando se trata de expressão emocional. Na música, eu uso minha voz e minhas letras para contar uma história. Na atuação, é o corpo e as emoções que comunicam tudo. Ambos são meios de contar histórias poderosas e de se conectar com o público de uma maneira profunda. A transição não é fácil, mas sinto que ambos os mundos se complementam. Estou animado para explorar mais esse lado artístico e ver onde isso pode me levar.
Elle: Com essa bagagem emocional e a pressão de lançar uma carreira sob os olhares do público, como você lida com suas expectativas e com os outros?
Mia: Sinceramente, quero que você se foda! Sempre haverá comparações, especialmente vindo de uma família famosa, mas minha prioridade é ser fiel a quem eu sou como artista. Eu não posso controlar o que as pessoas esperam de mim, mas posso controlar o que eu entrego. E quero que essa música, esse projeto, seja algo verdadeiro e autêntico, e algo que seja meu!
Elle: O que você espera para o futuro de sua carreira e pessoalmente?
Mia: Eu espero continuar crescendo, tanto como artista quanto como pessoa. Sei que o sucesso pode ser efêmero, então quero me concentrar em criar uma carreira com base em tradições e paixão. Pessoalmente, quero continuar me curando, me aproximando de pessoas que realmente me apoiam, e aprendendo a viver plenamente. No final do dia, acho que é isso que todos nós queremos, certo? Estar em paz com quem somos.