PLASMA/Hann - Hann
Sept 25, 2024 17:54:28 GMT
Post by Ramprozz on Sept 25, 2024 17:54:28 GMT
Ouça Hann de PLASMA/Hann aqui.
CHECKMATE
Nota: 86
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Dando continuidade a um projeto que se iniciou há quatro anos atrás e foi pausado no mesmo ano, o projeto PLASMA retorna com a introdução de seu novo integrante, o Hann. Seguindo o já-não-tão-mais-inovador conceito de debutar cada um dos integrantes separadamente antes de uni-los no grupo final, conceito esse que o grupo foi pioneiro, as portas do PLASMAVERSE são finalmente abertas para receber um álbum... curioso, para dizer o mínimo. Apostando em uma sonoridade crua, acústica e profunda, Hann se aventura em um conceito incomum no nicho de k-pop, o que eleva nossas expectativas já de cara. Representando dessa vez o pecado capital da inveja, o cantor traz letras repletas de angústia e sofrimento, o álbum fala sobre como o eu lírico tem consciência de que está seguindo uma direção tortuosa, mas sua falta de força o impede de sair desse buraco.
O álbum começa com uma reflexiva introdução, completamente instrumental, que em seus talvez-um-pouco-longos-demais dois minutos dá início à construção da identidade musical apresentada no mini álbum. Os sons de Bem-Te-Vi cantando traduzem bem a identidade visual verde e natural trazida no encarte do disco, e combinam bem com a temática crua do trabalho.
Dando continuidade a seu projeto solo, Hann convida Aron, outro membro do PLASMA, para colaborar na title track. Amarrando o conceito juntamente com a intro, a música se chama The Great Kiskadee, nome dado ao Bem-Te-Vi, pássaro conhecido por representar notícias que podem ser muito boas ou muito ruins. Na letra, os dois cantam sobre a incerteza sobre o que fazer quanto a um sentimento que corrompe sua alma. A música soa como uma súplica por socorro frente a uma inevitável catástrofe. Na muito bem escrita letra composta pelo próprio Hann, o cantor metaforicamente usa o elemento sonoro do canto do pássaro com sua situação, e finaliza pedindo guia e direcionamento. A música é tão profunda quando se propõe, e nela podemos perceber que o uso de simbolismos e conceitos não é jogado da boca para fora, provando que o PLASMA é um grupo a ser levado a sério.
Em um instrumental ainda mais cru, feito completamente nas frias notas de um piano, Complex dá continuidade ao mesmo tema apresentado na canção anterior. Novamente suplicando desesperadamente, dessa vez completamente sozinho, Hann abusa de palavras complexas e incomuns para expressar suas últimas palavras, como se estivesse cedendo completamente à sua angústia. Por meio de simbolismos cristãos, o cantor adiciona camadas e canta de diferentes formas sobre o mesmo sentimento, em diferentes etapas do tempo e do espaço.
Finalizando o disco, que apesar de ter poucas músicas, parece sonoramente completo o suficiente, em Tell Myself (Ballad of Whispers) podemos ver o estágio final da trama de Hann, no qual ele diz que “seu tempo chegou, de uma vez por todas”. Abordando temáticas ainda mais pesadas e angustiantes, a letra narra a passagem do cantor desse sofrimento interminável para a fria e vazia morte. Aqui, o bem-te-vi se torna corvo, e não há mais escapatória para a misteriosa culpa de Hann.
Apesar de termos dito que o álbum parece sonoramente completo, liricamente ele passa uma leve sensação de história inacabada. Ou melhor, de uma história composta apenas pelo fim, pois quando a primeira faixa se inicia, a “vida” do eu lírico já está caminhando para seu término. O mistério trazido pela história contada ao mesmo tempo que instiga a curiosidade do ouvinte, deixa-o na mão com uma conclusão cortante como uma afiada faca. Apesar de nem tudo precisar ser revelado para compor um ótimo trabalho musical, acreditamos que faltou um pouco mais para que possamos sentir que esse ciclo foi concluído verdadeiramente.
Combinando sua música com seu conceito, "HANN" é um álbum coeso, linear e muito bem produzido, ainda que utilizando poucos elementos em seus instrumentais. Analisando apenas as faixas individualmente, o álbum não deixa a desejar, pois entrega sua proposta através de uma cuidadosa construção de notas e versos. Entretanto, acreditamos que um pouco mais de clareza elevaria esse trabalho até além do infinito.
Concluindo, apesar do tempo passado, as promessas do PLASMA estão finalmente sendo entregues. Se sobrevivermos até o lançamento final do grupo, é possível que possamos presenciar um dos debuts mais icônicos da história do K-pop masculino.
Nota: 80
Escrita por: -
O projeto PLASMA revela oficialmente o seu quarto integrante: Im Hanneun, ou simplesmente Hann. O garoto será um dos vocalistas principais do boygroup, então o mini-álbum orbita principalmente a sua voz, trazendo produções mais acústicas e melódicas que destacam o vocal do idol.
É de conhecimento geral que cada integrante do PLASMA representa um dos sete pecados capitais e Hann é a inveja. O grande problema é que não teríamos como saber disso se a informação não estivesse na descrição do álbum. Apesar de contar com letras muito fortes, poéticas e realmente bem escritas, as músicas trazem como tema a culpa e o arrependimento advindos da inveja, e não o pecado em si, além disso a origem desses sentimentos não é apresentada de forma clara, o que dificulta encontrar a inveja por baixo das enormes camadas de dor que Hann escreveu.
Algumas táticas poderiam ser utilizadas para tornar o real tema mais explícito, como retratar situações mais concretas e específicas que fizessem o ouvinte se conectar com o artista, entender suas dores e até mesmo se identificar com elas, já que a inveja realmente é algo que todos sentem em algum momento de suas vidas, mas é tratada como tabu na maioria das vezes e as pessoas raramente têm a chance de chegar à raiz desse pecado para entendê-lo sem sentirem-se culpadas, arrependidas, e até mesmo um monstro, como Hann se sentiu.
Deixando de falar dos rumos que o álbum poderia ter tomado e focando nos rumos que de fato o álbum tomou, segue sendo uma narrativa muito interessante de acompanhar. A intro nos com o suave canto do bem-te-vi e o ritmo melancólico instrumental prepara o terreno muito bem para as três faixas seguintes, que funcionam como uma perfeita trilogia em que Hann canta sobre sua transformação em algo ruim e parece não gostar disso, mas não está sob seu controle e tudo o que ele consegue fazer é aceitar, convencendo-se na faixa final, Tell Myself, que todos passamos pelo inferno que é nutrir esse sentimento pecaminoso. Porém antes disso, ele passa por todo um processo sombrio de negação como visto em Complex, que inclusive traz a temática da morte para aprofundar essa sensação. Já The Great Kiskadee, colaboração de Hann com o futuro integrante do PLASMA, Aron, destaca o início deste processo, trazendo a confusão como uma das consequências primárias da inveja.
Hann consegue manter seu espectador vidrado e interessado durante as quatro faixas do mini-álbum que, apesar de ser curto, é coeso e se diferencia de todos os solos anteriores, sendo este um ponto muito positivo visto que nos assegura que o idol adicionará muito ao PLASMA com sua voz e estilo únicos.
Nota: 79
Escrito por: Amelia Rheinter
Em "Hann" ep auto-intitulado do integrante Hann do grupo Plasma, é palpável o esforço que o artista teve em nos levar na sua jornada através de melodias muito bem orquestradas em um cenário etéreo, cru e singelo com seus vocais angelicais e composições de primeira, mas acaba que o ouvinte fica perdido em meio a tanta introspecção. Começando pela infinita Intro "Sempiternal" que já começa distante do resto do ep, parece sintético e comercial, nem um pouco interessante de fato, talvez ela coubesse melhor no meio, dividindo o ep em dois momentos, mas ele é tão curto, que uma faixa totalmente instrumental se faz um pouco desnecessária.
"The Great Kiskadee" é tão ambiciona que representa o ponto alto do disco, sua composição é no ponto, o dueto e a troca de Hann com Aron dá dinâmica pro ouvinte e sua melodia pode não ser a melhor, mas é um gole de água depois de uma pá de areia que sucedeu a faixa. Hann e Aron cantam sobre culpa por quase os 4 minutos da música e a impressão que deixa é que ele quer nos levar na sua jornada mas até certo ponto, pois não fica claro, e isso nos afasta como ouvintes.
"Complex" nos aparece como um filler muito tímido e digno de atenção, não possui o brilho da faixa anterior, representa uma queda no termômetro do álbum, mas ainda possui uma canetada de peso, vocais entregues com sentimento e um instrumental delicado que ornou bem. Mas é facilmente esquecida.
Fechando com "Tell Myself" ainda na melancolia e no arrependimento, Hann explora o máximo que foi possível no álbum, o autor passa na letra por um estado de negação infindável em meio a tantos sinais de que talvez as coisas não estejam tão ruins mas o pessimismo é incapaz de deixar que isso seja visto. Mas quando chegamos ao final da música fica a sensação de que Hann passou todo o ep andando em busca de novas perguntas ao invés das respostas para o que já assombra sua mente.
Nota: 77
Escrita por: Jong Seokmin
Dando continuidade a um projeto adormecido por quatro anos, o grupo PLASMA retorna com o lançamento de mais um integrante. O escolhido da vez foi o HANN, que simboliza a inveja em toda a história do grupo que vem sendo construída em pequenos pedaços em intervalos muito mais longos do que desejamos. O EP contém apenas quatro músicas, sendo um padrão para todos os outros lançamentos do grupo, e imergem em uma história superficial, já que ainda não temos uma prolongação e maior exploração dessa parte do projeto.
A primeira canção é uma introdução. "Sempiternal" contém dois minutos e seis segundos de puro instrumental. Talvez não fosse necessário uma canção tão grande apenas para apresentar o projeto, mas ela consegue nos mostrar o segmento que o EP irá seguir nas próximas canções.
"The Great Kiskadee" é a faixa-título do EP, e conta com a participação do Aron, outro integrante do grupo. A canção é um belo dueto, sabendo apelar para a emoção por conta da sua sonoridade. A composição também tem o seu destaque, tanto nos trechos do Hann, quanto da colaboração. Mas uma coisa é incômoda: por que uma faixa que deveria ser o solo de um integrante é um dueto? Entendemos que tem relação com todo o PLASMAVERSE pensado pela Body&Seoul e coisas do tipo, mas não soa frustrante a sua faixa solo não ser solo?
E a melhor faixa aparece. "Complex" é uma ballad de verdade! Mesmo que não explore altas notas ou esteja exigindo uma alta capacidade vocal, ela consegue ser emocionante de verdade – diferente das outras faixas, que parecem tentar emular essa sensação –. A sua composição é a mais intensa, e a que podemos sentir toda essa dor que a inveja traz consigo e alimenta as pessoas. É uma faixa que poderia ter mais atenção caso a empresa quisesse.
E, então, o EP se finaliza com "Tell Myself". Ela finaliza o ciclo que as outras canções abriram e deram continuidade, mas ainda não soa tão grandiosa como a faixa anterior. A canção de encerramento tem a composição mais clara. Ela não se esconde em diversas metáforas ou duplos sentidos, ela é direta na lata, e expressa todos esses sentimentos dolorosos.
No fim, HANN foi um grande passo para o PLASMA, mas com o passar do tempo, parece como um passo em vão: o projeto continua sem qualquer continuidade ou até mesmo sinal de vida. É uma pena que um projeto com tanto potencial tenha sido deixado de lado mais uma vez pelo mal gerenciamento da Body & Seoul – não é a primeira vez que vimos isso acontecer, ainda mais com o grupo que estava a quatro anos parado –.
HANN é um álbum uniforme e consegue ter início, meio e fim, cumprindo o papel que foi proposto: continuar com a história do grupo. Em quatro faixas, a intensidade é bem apresentada e colocada nas faixas, sendo sempre um símbolo de destaque por não vermos algo tão profundo deste modo no K-Pop há um certo tempo, mesmo que outras ballads sejam lançadas. Esperamos que a empresa continue com esse trabalho promissor e continue com a mesma qualidade sonora que este e os outros projetos já lançados até o dia de hoje.