Chelsea - What A Holiday
Sept 25, 2024 17:53:46 GMT
Post by Ramprozz on Sept 25, 2024 17:53:46 GMT
Ouça What A Holiday de Chelsea aqui.
Nota: 86
Escrita por: Barbara Belluci
Chelsea nos traz um álbum de natal divertido e festivo como um álbum de natal deve ser, é difícil errar a receita de um álbum de natal, mas Chelsea não só acerta como também nos surpreende com composições boas e ritmos divertidos, que nos fazem lembrar da mensagem que o espirito natalino traz de amor, esperança, paz na terra, simplicidade, alegria, compaixão e tudo mais que o feriado representa.
Nota: 77
Escrita por: Karine Cardoso, colunista e cristã.
Atrasados em quase cinco meses, tivemos o prazer de ouvir o disco de natal de Chelsea, o disco What a Holiday, e trazemos as nossas impressões sobre o trabalho da artista. Em geral, podemos dizer que Chelsea fez um trabalho coeso, porém linear. A celebração da tradição pode, e deve, contar com traços que reinventem e imprimam a personalidade da artista: tivemos a impressão que o que imperou foi a tradição e, talvez, a própria cantora se deixou de lado. Uma coisa que nos chamou atenção é de que o Natal de Chelsea não tem a presença de Jesus Cristo. Que natalina é essa? Brincadeira, não queremos colocá-la contra a parede. Mas, com certeza, os senadores dos Estados Unidos estão de olho na cantora que colocou um gay afeminado em um álbum de Natal, mas não cantou nenhuma música que celebre o nascimento do menino Jesus, que nasceu em Belém (não no Pará).
WHAT A HOLIDAY
Chelsea, como é criar um clássico natalino? A garota do Texas abre o seu álbum com uma música que, com certeza, será tocada daqui a cinquenta anos em filmes que, embora produzidos por Inteligência Artificial, celebrarão o natal com a voz da cantora. O ponto alto da canção é o segundo verso em que marca a transição do Halloween para o Natal em alto astral e respeito pelos feriados. Sabemos que todo estadunidense que se preze, vive para os feriados de fim de ano, e Chelsea captou muito bem o espírito supostamente harmonioso dos Estados Unidos. Nem parece que em pleno dia de Natal lança bombas sobre a cabeças de crianças inocentes. Ah, mas o Santa…
PRESENT WITH A BOW
Chelsea e Lucca formam uma dupla improvável. A figura da cantora, que se aproxima de uma conservadora média dos Estados Unidos, e a figura de Lucca que, definitivamente, não é conservada (se é que me entendem), é um ponto que chama a atenção. A canção possui um conteúdo lírico simpático, mas está aquém da faixa que a precede. Afinal, qual o problema de presentes sem laços? A dependência é um assunto realmente sério! Brincadeiras à parte, ambos conseguem imprimir suas personalidades, ao mesmo tempo que se moldam a si mesmos para se encaixar em uma determinada caixa. Não é ruim, nem de longe, mas sentimos a falta de personalidade, principalmente do italiano que poderia contribuir para reinventar um clássico.
CHRISTMAS EVE
No Brasil não é comum termos álbuns de natal e, talvez, este seja um dos pontos que torne a audição do disco um pouco monótona. Chelsea ama o Natal. Notamos isso desde a primeira faixa. O problema é que as letras parecem ser as mesmas, apenas modificando as palavras e suas ordens. Uma canção legal, mas que não empolga.
SNOW FLAKES
Nesta faixa, Chelsea consegue explorar um pouco mais os sentimentos de um espírito que busca um feriado para se acalentar. O ponto alto é claramente para a subida inesperada da canção em sua finaleira. Através da narrativa sentimos um pouco da fragilidade de uma mulher adulta que se vê sozinha e, ao sentir a neve em seu rosto, lembra-se do quão sozinha está. É interessante que a artista sai de um casulo que parece impenetrável. Gostamos, Chelsea! Pode se expor mais.
CLOSE YOUR EYES
Chelsea parece, finalmente, desabrochar. Em Close Your Eyes reafirma o seu amor pelo Natal, mas explora elementos musicais não tradicionais quando pensamos em músicas natalinas. Ponto positivo! Agora, gostaríamos de pontuar que, no primeiro verso, a artista pontua que vivemos em um “mundo que as tradições permanecem as mesmas”. Concordamos e discordamos. Há sim uma perpetuação da tradição, mas ela nunca se mantém incólume ao tempo. A cultura humana é por si só inquieta, as mudanças, por mais imperceptíveis que sejam, estão lá. Essa canção é um exemplo de como as tradições não são imutáveis.
LIKE CHRISTMAS IS SOMETHING NEW
Ok, o Natal é não é nada novo. Caleb e Chelsea fazem uma dupla muito boa, mas, novamente, temos um problema: o álbum é muito linear. E isso não é necessariamente uma grande questão, mas impacta quando o ouvinte se vê em um disco com vinte e sete minutos nas quais as faixas pouco se diferenciam entre si. Falando sobre amor e memória, ambos os cantores exploram o ar quase que mítico do feriado para aproximar os corações mais gelados. Chelsea parece, finalmente, encontrar o laço de seu presente.
WINTRY WONDERLAND
Temos a impressão de que Chelsea está realizando um sonho de infância com esse álbum. Não sabemos como a cantora se sente, afinal, eu, por exemplo, passei meus natais ouvindo bandas de forró e cantores de brega no talo. É divertido vê-la se divertir em letras descomprometidas, mas que expressam muito de si na narrativa. Não há nada de novo, nem de disruptivo. Mas, acreditamos que essa é a intenção da cantora, então ponto positivo para ela. O saxofone é o charme e eleva o nível do álbum.
RIBBONS & BOWS
Chelsea conseguiu um feito fascinante: empolgou no início, arrefeceu os ânimos no meio e arrebatou com uma belíssima canção final. Não há como não falar que o amor da cantora pelo feriado é imenso. O trunfo desta canção é a de que, apesar de se manter na tradição, consegue ir além. É uma canção de Natal, mas não é monótona. Não entendemos a fixação da cantora por fitas e laços, mas tudo bem, todo mundo tem seus fetiches, talvez este seja o dela. Mas em um álbum de Natal? Complicado.
Nota: 68
Escrita por: -
O que dizer de What A Holiday? Bem... é um EP natalino. Com certeza, é coerente e muito esperado que Chelsea, uma artista de um nicho tão tradicional e americano como o country, queira emplacar músicas de natal e, com sorte, criar um clássico anual, mas há algum clássico aqui? Com certeza, o EP é recheado de músicas muito aconchegantes e agradáveis, com letras bem temáticas e várias referências à cultura e ao espírito natalino, o EP realmente não tem uma música que não seja boa ou, ao menos, decente. Todas as músicas parecem músicas de natal, soam como natal puro e o conteúdo lírico é bem natalino, mas realmente, isso é tudo. Ao conferir os créditos de composição, reparamos que Chelsea e sua co-compositora, Goldie Bellamy, são os únicos nomes citados e honestamente, isso é totalmente previsível, não porque Chelsea e Goldie são más compositoras, elas realmente fizeram o seu trabalho, mas porque é muito expressiva a falta da presença e personalidade de Lucca Lordgan e Caleb Roth em suas respectivas colaborações, o que nos faz assumir que eles só estão no projeto por convite e não tiveram sequer uma palavra ou qualquer participação. Present Without a Bow não tem nada que soe como Lucca e Like Christmas Were Something New poderia muito bem usar do estilo inventivo e singular de Caleb enquanto compositor, porque ele é um compositor hábil e de grande personalidade e no entanto, nada dessa personalidade se reflete aqui, é como se Lucca e Caleb pudessem ser a qualquer momento permutados por qualquer outros dois artistas masculinos com seu padrão de voz. Se Stefan Lancaster estivesse presente em Present Without A Bow ou Liam Graham fosse a colaboração em Like Christmas Were Something New, as faixas seriam exatamente as mesmas. Essa mesma preocupação se reflete, até mesmo, no próprio EP como um todo. Com composições agradáveis, tecnicamente bem escritas, apesar de batidas, com costumes de melodia e engenharia que fazem referência aos anos 50, o que dificilmente não é um acerto, What A Holiday é um bom projeto, considerando o contexto de natal em que está inserido, mas quanto dele são músicas que refletem a personalidade e estilo de Chelsea e quanto dele é só o que se espera e o que foi replicado em vários projetos de natal na história de novo, de novo e de novo? Ele tem algum valor de replay, mas a área musical já é saturada de projetos de natal e é necessário mais do que fazer o que todo mundo já viu e conhece para tornar algo clássico ou de característica fenomenal, e então, este EP será aproveitado por alguém, com certeza tocado nas casas de todo fã ferrenho de Chelsea Smith todo fim de ano, mas dificilmente o público geral vai trocar os clássicos que já conhecem por qualquer uma das músicas presentes em What A Holiday. Sendo assim, ele vai estar preso num limbo de vários projetos de natal bem semelhantes a ele e com igual falta de individualidade. What A Holiday não é ruim, mas não é nenhuma adição relevante, é mais um ponto material na temporada anual natalina.
Nota: 61
Escrita por: Cathleen Prior
Mergulhando em uma das maiores magias que existem no mundo, a cantora de country norte-americana Chelsea entra no clima natalino e nos apresenta “What a Holiday”. O projeto conta com oito canções com a temática de natal, presentes e diversão nas festas de fim de ano, incluindo o hit “Present Without a Bow”, parceria com o popstar italiano Lucca Lordgan. Em abordagens simples e clichês, o projeto é a cara do natal: brega, mas carinhoso e aconchegante.
Abrindo o disco, nos deparamos com a faixa-título. “What a Holiday” fala sobre a experiência do “pré-natal”, onde você se prepara para organizar as coisas, enfeitar a casa, colocar estrelas brilhantes na árvore e comprar presentes. A canção tem uma certa musicalidade que consegue ser tradicional e moderna ao mesmo tempo.
A próxima canção foi a escolhida para ser o single principal e representar o projeto para o público. “Present Without a Bow”, que conta com a colaboração do cantor europeu Lucca Lordgan, é simples, mas emotiva. A canção aborda sentimentos melancólicos na noite do natal, fazendo uma analogia entre não estar com a pessoa que ama é como um presente sem laço.
A terceira faixa, “Christmas Eve”, começa a apresentar batidas divertidas na canção, como se estivéssemos ouvindo uma repaginada de canções clássicas do natal. A canção é simples, como todas as outras, mas ainda é interessante de se ouvir.
“Snowflakes” volta a nos lembrar da primeira canção, mas ainda mais dramática. Ela consegue ser romântica, e com certeza estaria na trilha sonora do próximo filme de comédia romântica da Netflix ou qualquer uma das plataformas de streaming, onde os dois protagonistas iriam dançar coladinhos e abraçados enquanto o filme acaba.
“Close Your Eyes” é a canção mais sem graça do projeto. Talvez seja pelo fato de chegarmos à metade e todas as canções soam mais do mesmo, mas antecedendo a próxima faixa, ela soa tão deslocada e sem potência.
A sexta faixa é a melhor do projeto – e a que mais soa um desperdício –. Não é surpresa que Caleb Roth e Chelsea fazem uma boa dupla, talvez pelo fato de serem os únicos cantores do Country mainstream no contexto atual, mas ambos conseguem manusear as canções de uma ótima maneira. E é por isso que “Like Christmas Were Something New” é um desperdício. A canção tem uma pegada tão boa para ser jogada para escanteio como uma simples faixa de natal, e que nem foi single. Ela merecia ser um grande clássico, seja do feriado ou de qualquer outro momento, mas por ser encaixada e rotulada como natalina, isso não parece expandir tanto assim. Quem sabe no próximo fim de ano, a Chelsea consiga abordar e trabalhar essa faixa com o cantor que vem do Tennessee, Caleb.
“Wintry Wonderland” já começa a dar indícios da finalização do projeto. Ela é rítmica e totalmente teatral, sendo a faixa mais diferente do projeto, na medida do possível. É uma canção bem divertida e que combinaria perfeitamente em um musical especial com a temática natalina.
A oitava e última canção nos dá adeus ao projeto. “Ribbons & Bows” continua com a mesma temática das faixas anteriores, mas ela consegue ter uma abordagem de encerramento, como uma verdadeira despedida do projeto. É uma canção bem simples para encerrar, mas ainda consegue cumprir o seu papel.
O projeto é composto por canções e letras clichês, isso não podemos negar. Todas as oito faixas tem diversos elementos muito comuns e que todos poderiam fazer, mas também não podemos esperar inovações e coisas completamente elaboradas e manufaturadas em canções de natal. Elas sempre vão ser comuns, e mesmo que o projeto contem com um elemento ou outro que surpreenda, não vai ser um suprassumo da música ou qualquer coisa do tipo.
“What A Holiday” é simples, mas cumpre bem com a proposta. Para um álbum de natal, ele consegue ser bem temático e competente em alguns aspectos, mesmo que falhe em outros – como, principalmente, os visuais –. Ele é coeso e linear, vemos que todas as canções compartilham de um mesmo propósito e sonoridade, e isso tem o seu lado bom e ruim. Bom por manter o comprometimento com a temática principal, mas ruim por se prender demais. Poderiam ter outras abordagens em canções natalinas, nem sempre ir buscar o clichê do clichê. Mas, no fim de tudo, é um projeto consistente.