Gen Lip - Romance
Sept 25, 2024 17:51:49 GMT
Post by Ramprozz on Sept 25, 2024 17:51:49 GMT
Ouça ROMANCE de Gen Lip aqui.
Nota: 60
Escrita por: Jong Seokmin
Gen Lip é a nova sensação do momento no K-Pop. Em tempos de necessidade por uma solista – já que a maior influência da Coreia do Sul, a QruBim, está em uma pausa –, ela surge para ocupar um espaço tão querido e desejado pelas pessoas. E vem fazendo isso com perseverança. A garota está sendo a artista mais rentável da Body & Seoul em 2028, sempre ativa, participando de programas e se dedicando à sua imagem. No começo do ano, seu primeiro EP foi lançado, e o Cinema gerou pensamentos instigantes sobre como a cantora iria seguir, ainda mais após uma estreia com tanto destaque, mesmo que não tenha sido um enorme sucesso comercial. Então, em junho de 2028, o Romance foi lançado. Sendo o primeiro álbum de estúdio da coreana, ele contém uma trágica história de amor entre um ser humano e um fantasma. Toda essa “lore” foi destrinchada em diversas canções, que iremos detalhar cada uma.
O álbum se inicia com “Fabulous”, uma canção empoderada, cheia de potência. É um ótimo jeito de iniciar o álbum e o projeto, já que havia sido disponibilizada anteriormente como um dos singles do álbum. A faixa é contida, mas consegue ser uma das melhores do projeto, sendo bem produzida e abordada pela cantora – foi uma ótima sequência para “Movie Star”.
E então, a onda disneyana aparece no projeto. “Edge of Great” é como uma trilha sonora de um filme jovem dos anos 2000 da Disney – na verdade, metade do álbum é como isso. Não é um problema em si, mas acaba se afastando da ideia de outras canções do álbum. E entre as com essa mesma energia, “Edge of Great” é a que mais se destaca com a sua qualidade.
“World Collide” foi a escolhida para ser uma das faixas-títulos do álbum. E sampleando “Für Elise” do Beethoven, a faixa é ínfima. Talvez seja uma canção que combine com a Gen Lip, mas não soa como uma boa evolução das faixas do projeto anterior para ela.
Mas, nem tudo está totalmente perdido. A melhor faixa do disco – e talvez, a melhor da cantora – aparece. “Leave This Aside” é uma das melhores canções de K-Pop lançadas no ano, sendo dramática, pessoal e imersiva. O synthpop é muito bem explorado na faixa, e consegue segurar as pontas nesse momento do disco. Caso a Gen Lip tivesse seguido essa mesma linha nas canções, o projeto poderia ter uma abordagem muito superior do que o projeto final.
E, o projeto decai drasticamente. “Stuck In The Middle” é uma das canções mais insossas nesse ano, e sendo a sequência de uma obra prima, ela parece muito menor ainda. A canção não tem um ponto positivo. O que é uma pena, porque a cantora parecia estar segurando bem as pontas até esse momento do projeto.
A sexta faixa conta com a parceria do Jooyeon, integrante do grupo masculino YOUNGBLOOD. Os dois pareceram formar um bom casal e ter uma química interessante, e mesmo que “Perfect Harmony” deslize em alguns pontos, não é de sua totalidade ruim. Talvez a junção entre eles fale muito mais do que a canção, mas aqui entendemos quem é a bailarina e o fantasma e como eles se relacionam na linha de história do álbum.
“Made for Love” é o mais novo hit da cantora, e deve ser a canção mais dramática do álbum. Sendo totalmente baseada no piano, seus acordes soam mórbidos – até certo ponto – e introduz uma melancolia que ainda não tinha sido apresentada no projeto. Ela é mais épica, é possível perceber uma necessidade de soar como algo grandioso em sua produção.
“Unsaid You” é uma canção clichê. Apenas uma faixa comum com a voz e violão, não tendo nada de extremo em sua composição ou até mesmo na produção. É uma faixa que introduz um fim de projeto.
A nona faixa se chama “Swan Song”. É uma canção mais simples, mas podemos ver alguns elementos de uma produção mais interessante do que na faixa anterior. A canção tem cara de uma faixa que viralizaria no TikTok e atribui bem uma faixa voltada para a personagem da Gen Lip nessa história toda.
E então, tudo se acaba com “Playback”. A faixa tem essa energia de “adeus”, e cumpre o seu papel de uma forma bem direta ao ponto. É uma canção confortável, e fecha bem o ciclo do álbum.
Sendo direto ao ponto, o Romance é um álbum cheio de falhas. Mas o seu problema maior está na execução de como o projeto funciona, porque tem uma história interessante que poderia ser bem explorada, teve uma divulgação excelente entre os artistas mais novos do ano, mas por algum motivo, não tem tantas canções que ajudem o projeto a se concretizar como algo duradouro e cheio de qualidade. O que é uma enorme pena, pois vimos do que a Gen Lip é capaz no Cinema. Talvez se ela voltasse com essa abordagem inicial, possa melhorar e abrir mais caminhos para a sua carreira.
Nota: 55
Escrita por: Jong Seokmin
Romance, o mais recente lançamento de Gen Lip, é um álbum conceitual que tenta, através de dez faixas, contar a trágica história de um amor impossível entre uma bailarina humana e um fantasma. Desde o início, o álbum é apresentado como uma tentativa ambiciosa de explorar os limites emocionais do pop e do R&B, com toques de ballad. No entanto, ao longo de seus 33 minutos, Romance se revela um trabalho marcado por faixas maçantes e genéricas, indo totalmente contra a grandiosidade apresentada na proposta do álbum.
"Fabulous" abre o álbum com uma energia intensa. A produção é forte e sombria, cheia de graves altos e batidas fortes que lembram o melhor do pop dos anos 2010, mas com uma atualização moderna de trap que evita soar tão datado. As letras, que exaltam a confiança e a autoafirmação, são típicas de um hino pop, mas o verdadeiro destaque aqui é a entrega vocal de Gen Lip. Ele consegue transmitir uma mistura impecável de força e charme.
Ainda assim, apesar de seu apelo, "Fabulous" não é isenta de falhas. O refrão, embora seja bom, poderia ter sido mais explorado, com variações que evitassem a repetição excessiva ou uma pequena animada a mais. Mesmo com essas ressalvas, "Fabulous" é uma abertura sólida e talvez a faixa mais forte do álbum, deixando no ar a pergunta: por que não foi escolhida como a faixa-título principal? Também não faço idéia.
REact: No início me choquei um pouco com a troca de gênero do início da faixa. Achei a música bem dançante. Os graves me arrepiaram em alguns momentos, uma música bem detalhada até.
Com "Edge of Great", o álbum faz uma transição abrupta de uma faixa animada para uma ballad que tenta capturar a sensação de esperança e superação. A música possui todos os elementos típicos de uma canção de autoajuda: letras inspiradoras, uma melodia crescente e um coro que busca elevar a audição do ouvinte. No entanto, a execução não consegue alcançar as expectativas wue foram postas.
Logo de início, a comparação com trilhas sonoras de filmes da Disney é realmente INEVITÁVEL. A estrutura da música, desde o arranjo instrumental até o desenvolvimento da melodia, parece retirada de uma fórmula que já foi usada exaustivamente em canções destinadas a capturar a magia do cinema adolescente. Isso não é necessariamente algo ruim, mas para um álbum que busca explorar temas tão complexos quanto amor e perda, "Edge of Great" soa simplista demais.
A produção, por sua vez, é competente, mas não explora nada novo. Os instrumentos são bem mixados, mas nada realmente se destaca ou desafia as expectativas do ouvinte. A voz de Gen Lip, geralmente cheia de surpresas, aqui soa contida, como se estivesse tentando se adaptar à moldura previsível da música. O resultado é uma faixa que, embora não seja desagradável, também não é memorável, passando despercebida em meio a tantas outras músicas semelhantes dentro e fora do álbum.
REact: Comecei a ouvir com uma ótima expectativa, mas logo ela foi se indo. No refrão eu me deixei levar um pouco pela explosão que deu, mas nada demais. Me senti um pouco perdido, mas logo me encontrei
"Worlds Collide" é uma das faixas que mais carregam o peso da narrativa do álbum. A música tenta encapsular o momento em que os mundos dos dois protagonistas (a bailarina e o fantasma) se encontram, gerando um conflito inevitável entre realidade e fantasia. No entanto, a faixa tropeça JUSTAMENTE onde deveria brilhar.
A introdução é promissora, com uma atmosfera mágica criada por sintetizadores graves e um ritmo lento que sugere a aproximação de algo grandioso. No entanto, conforme a música se desenvolve, fica claro que a promessa inicial não é cumprida. O refrão, embora forte, não é suficiente para sustentar a música, que rapidamente se torna repetitiva e arrastada.
As letras tentam capturar o drama do encontro, mas caem em clichês que enfraquecem o impacto emocional. Frases como "dois mundos colidem, um amor proibido" soam genéricas e não exploram o potencial da história. Além disso, a produção, que deveria intensificar a sensação de conflito, é surpreendentemente contida, resultando em uma faixa que não consegue criar a ação necessária.
Apesar de seus problemas, "Worlds Collide" não é uma faixa ruim, mas sofre de uma falta de ambição em sua execução. Considerando que esta é uma das faixas-título do álbum, a expectativa era de algo mais grandioso, capaz de realmente apresentar e explicar a narrativa proposta.
REact: Já no início da faixa eu sabia que viria algo duvidoso, mas nunca achei que viria isso. Fiquei com uma expressão confusa o resto da música
"Leave This Aside" é uma faixa que, desde o início, parece deslocada no contexto do álbum. Enquanto as músicas anteriores tentavam, de alguma forma, se conectar à narrativa central, esta faixa parece pertencer a um universo completamente diferente. Isso, por si só, já é um ponto negativo, mas os problemas de "Leave This Aside" vão além da falta de coesão.
Musicalmente, a faixa apresenta uma mistura de R&B/Ballad com elementos eletrônicos que, em teoria, poderia funcionar bem. No entanto, a produção é desigual, com uma mudança brusca de ritmo e estilo no álbum que cria uma sensação de desconexão enorme. A faixa anterior também flerta com o eletrônico, mas aqui vai além.
As letras falam sobre deixar algo para trás, mas a ambiguidade é tamanha que o ouvinte pode ter dificuldade em entender o que exatamente está sendo deixado de lado. Essa falta de clareza, combinada com a produção inconsistente, faz com que "Leave This Aside" se torne uma experiência pouco satisfatória.
Se fosse uma faixa isolada, "Leave This Aside" talvez pudesse ser melhor apreciada. Porem, inserida em um álbum que tenta contar uma história coesa, sua inclusão levanta questões sobre as escolhas artísticas de Gen Lip e sua equipe.
REact: A faixa começa de um bom jeito, me surpreendi. As batidas eram bem aplicadas, mas nada totalmente chocante. Me senti um pouco entediado.
"Stuck In The Middle" é uma das faixas mais problemáticas do álbum, não apenas por sua falta de originalidade, mas também pela forma como falha em captar a atenção do ouvinte. Desde os primeiros segundos, a música apresenta uma melodia genérica que já foi ouvida inúmeras vezes em outras produções.
A letra, que tenta explorar a sensação de estar preso entre dois mundos (talvez uma referência do estado dos protagonistas), acaba se tornando repetitiva e pouco envolvente. O refrão, que deveria ser o ponto alto da música, é fraco e sem impacto, passando quase despercebido.
A produção é um dos maiores problemas de "Stuck In The Middle". Ao invés de criar uma atmosfera única ou interessante, opta por uma abordagem minimalista que, neste caso, não funciona. A ausência de camadas sonoras ou de variação na melodia faz com que a faixa seja bem difícil de se ouvir por completo, sem oferecer nenhum momento de destaque além da troca de chave no último refrão.
A única coisa positiva dessa faixa vem dos vocais de Gen Lip, que soam incrivelmente bons. Se deixarmos de lado toda a produção, o único destaque vem justamente das técnicas vocais muito bem apresentadas por Gen Lip. Porém, ainda assim a faixa é bem frustrante e tediante.
REact: Tédio total.
"Perfect Harmony", uma colaboração com o Jooyeon do grupi masculino YOUNGBLOOD tenta capturar o conceito de duas vozes se unindo em perfeita sincronia, mas a execução falha em transmitir essa ideia de forma convincente. A música começa com uma introdução promissora, com um violão suave e harmonias vocais que sugerem algo profundo. No entanto, conforme a faixa avança, fica claro que o potencial não é realizado.
A melodia é agradável, mas sem variações significativas, o que torna a música previsível e, eventualmente, tediosa. O refrão, que deveria ser o clímax emocional da música, soa desconexo e pouco expressivo. A produção é mínima, o que poderia ter funcionado, mas aqui apenas reforça a sensação de que algo está faltando.
As letras, que falam sobre duas almas que se encontram em perfeita harmonia, são novamente, genéricas e cheias de clichês. Não há nada na composição que realmente se destaque ou que provoque uma conexão emocional profunda com o ouvinte. Além disso, as vozes não entram em harmônia em nenhum segundo da música, o grave de Jooyeon e a voz suave e aguda de Gen Lip entram em guerra aqui.
A performance vocal de Gen Lip, geralmente um dos pontos fortes de suas músicas, também parece contida, como se ele estivesse segurando as emoções ao invés de deixá-las fluir livremente. Essa falta de envolvimento emocional faz com que "Perfect Harmony" seja uma das faixas mais fracas do álbum, incapaz de deixar uma marca duradoura.
REact: Logo no início, sabia que essa música não seria nada a minha cara, 3 assim foi.
"Made for Love" tenta ser uma balada poderosa, com uma introdução ao piano que sugere uma profundidade emocional que nunca se materializa. A faixa promete uma exploração íntima do amor e da vulnerabilidade, mas rapidamente se torna uma repetição dos mesmos temas batidos que já foram explorados de forma mais (ou menos) eficaz em outras músicas.
O piano, que inicialmente cria uma atmosfera melancólica, é logo acompanhado por uma melodia que, embora bonita, se torna previsível. A produção é escassa, com poucos elementos que realmente acrescentem algo à faixa. Isso resulta em uma música que soa vazia, sem a grandiosidade que poderia ter sido alcançada com uma produção mais rica.
As letras são o maior problema de "Made for Love". Novamente, uma faixa recheada de clichês e sem uma narrativa clara, as palavras não conseguem provocar a emoção que deveriam. Frases como "nascemos para amar" e "somos feitos um para o outro" soam como frases prontas, sem qualquer originalidade ou profundidade. Se pesquisar no Google "palavras que soam melancólicas, essas duas com certeza estarão acima das pesquisas.
A interpretação de Gen Lip, normalmente expressiva, aqui parece forçada, como se ele estivesse tentando compensar a falta de substância na letra com uma entrega exagerada. O resultado é uma faixa que falha em todos os aspectos, tornando-se uma das partes mais decepcionantes do álbum juntamente da última faixa.
REact: Sono, sinceramente.
"Unside You" é uma faixa que tenta explorar a introspecção e a vulnerabilidade, mas falha em criar qualquer impacto significativo. Desde os primeiros acordes, a música sugere uma atmosfera de reflexão, mas a execução deixa muito a desejar.
A melodia é simples, quase NOVAMENTE minimalista, mas em vez de soar elegante, acaba sendo monótona. A produção é fria e distante, não conseguindo criar a conexão emocional que a letra tenta evocar. A faixa se arrasta, sem nenhum momento de clímax ou variação que a torne interessante. Essa com toda certeza é a faixa mais maçante desse álbum, eu me segurei para não dormir.
As letras falam sobre estar "dentro de você" (ou "ao seu lado", dependendo da interpretação), mas a falta de clareza e originalidade nas palavras faz com que a mensagem se perca. Não há nada de único ou especial na composição, e a falta de uma narrativa clara torna a faixa bem chata.
Gen Lip soa desinteressada, quase desconectado da música, o que agrava ainda mais a falta de impacto emocional. "Unside You" é a faixa mais fraca e desinteressante do álbum, uma música que não acrescenta nada à experiência geral e que facilmente poderia ter sido deixada de fora.
REact: Um sentimento de tédio extremo veio a tona junto de um único pensamento: "Ah, mais uma vez...?" Torci para essa música ser interessante mas ela acabou sendo a mais chata do álbum inteiro. E mais uma vez, eu quase tirei um pequeno cochilo entre os minutos de música.
Após quase realmente dormir, "Swan Song" se apresenta como uma das faixas mais interessantes de Romance, mas ainda assim não consegue atingir todo o seu potencial. A música começa com uma introdução um pouco mais animada, e logo percebemos que iremos lidar com um R&B genérico, mas com seu charme QUASE que único.
A produção é mais rica do que em muitas das outras faixas, com camadas de instrumentos que criam uma atmosfera bem mais satisfatório. A melodia, embora bem simples, é bastante eficaz e ajuda a construir uma vibe tranquila e boa de se curtir, ainda mais com o refrão bem tranquilo. No entanto, apesar desses pontos positivos, "Swan Song" não consegue se destacar como deveria.
As letras, que falam sobre aceitação e despedida, são bem escritas, mas não excepcionalmente inspiradoras. Elas fazem o trabalho de transmitir a mensagem do seu jeitinho, mas sem causar um impacto duradouro. O refrão, embora seja bom, poderia ter sido ainda mais poderoso com uma produção mais... Única.
Mas, como em outras faixas do álbum, parece que algo está faltando. Há uma sensação de que ele está segurando as emoções, o que impede a música de atingir todo o seu potencial. Apesar dessas falhas, "Swan Song" é uma das melhores faixas do álbum, mas ainda assim não atinge o nível que se esperava de uma canção tão central ao conceito de Romance.
REact: Eu comemorei logo no início por finalmente vir alguma faixa que capturasse minha atenção! O sono foi embora, mas não totalmente. Me senti bem animado no refrão. Curti a vibe dessa música do início ao fim.
"Playback" encerra o álbum da forma mais positiva possível dentro de todo o contexto e sonoridade desse álbum, com uma energia bem atenciosa que é um alívio após a série de faixas mais lentas e emocionais. A música começa com uma batida vibrante e uma melodia que imediatamente chama a atenção, preparando o terreno para um encerramento forte.
A produção é mais dinâmica do que em outras partes do álbum, com elementos eletrônicos que criam uma sensação de movimento. A melodia é uma das mais memoráveis do álbum, com um refrão que realmente gruda na mente do ouvinte. É uma faixa que, finalmente, parece estar à altura do talento de Gen Lip.
As letras falam sobre refletir sobre o passado, mas de uma forma que é ao mesmo tempo nostálgica e otimista. Há uma sensação de encerramento na música, como se Gen Lip estivesse revisitando memórias antes de seguir em frente. Essa mensagem é reforçada pela energia positiva da produção, que evita que a música se torne totalmente melancólica.
O vocal de Gen Lip é um dos pontos altos de "Playback". Ele soa confiante e engajado, transmitindo emoções de forma mais convincente do que em muitas das outras faixas do álbum. "Playback" é uma escolha excelente para encerrar Romance, deixando o ouvinte com uma impressão mais positiva, apesar dos altos e baixos do álbum como um todo.
REact: Já estava animado com a última faixa, mas essa logo no início ja me deixou ainda mais animado! Essa música foi uma boa escolha para finalizar o álbum. O refrão explosivo mas reservado ao mesmo tempo é o charme dessa música.
O álbum Romance é uma tentativa bem corajosa de criar uma narrativa coesa em torno de uma história de amor trágico, mas a execução falha em vários aspectos. Embora tenha momentos de brilho, especialmente em faixas como "Fabulous" e "Playback", a maioria das músicas sofre de uma produção genérica, letras clichês e uma falta de coesão nas composições que prejudica a experiência num geral.
A narrativa, que deveria ser o ponto central do álbum, muitas vezes se perde em faixas que não conseguem se conectar umas com as outras de forma eficaz. A produção, em grande parte, é segura demais, sem a ousadia necessária para realmente explorar os temas complexos que o álbum pretendia abordar.
Também não gostei muito do encarte do álbum, acho que poderia ter sido mais detalhado e inovador. A capa é muito simples e não capta 100% da estética do álbum. As imagens teaser também pecam nesse sentido, elas não precisam de textos na imagem na grande maioria das vezes.
Para ser bem franco e honesto, Romance é um álbum de experiência mista. Embora tenha seus méritos, especialmente em termos de conceito e algumas faixas individuais, o álbum como um todo não consegue alcançar as alturas emocionais e artísticas que promete. Para um artista do tamanho de Gen Lip, isso é uma decepção, e deixa claro que há muito a ser melhorado em futuros projetos. Romance é um álbum que, apesar de alguns momentos de brilho, não consegue manter o ouvinte engajado ao longo de sua duração, resultando em uma experiência bem frustrante na maioria do tempo.
Nota: 55
Escrita por: -
Romance é um álbum... confuso (com muito eufemismo empregado). Durante o "prólogo", a proposta apresentada é de que o álbum conduz a história de um romance entre uma mulher e um fantasma e então, a primeira música é um hino de ostentação genérico. O álbum é descrito como um álbum de ballads, mas a coisa mais notável que se escuta quando se dá play é uma batida de trap clássica sob um piano repetitivo ao extremo - ambas as descrições sobre a faixa inicial Fabulous, é claro. A música em si não é a pior música já lançada, mas é notável o feito de usar piano, synths, traps e ainda sim, conseguir deixar uma música monótona e ao mesmo tempo, levemente enjoativa. Depois, temos Edge of Great, uma balada de piano (enfim) decente, considerados os costumes da indústria do K-Pop, bem como seu público alvo, mas ainda sim, é uma música sobre companheirismo e apoio mútuo no amor - ótimo, realmente, a composição em si é tecnicamente razoável, ainda que rasa e geral, abrangente demais para gerar qualquer tipo de identificação - mas deixando isso de lado, que diabos essa música revela sobre a storyline proposta? Continuando, Worlds Collide é uma faixa essencialmente melhor que as anteriores, com uma melodia menos batida e versos até que interessantes, como o jogo de palavras em "I'm misunderstood, misguided, miss no good", usando o prefixo "mis-" e a palavra "miss", que geralmente têm sentidos semelhantes, em sentidos totalmente diferentes nesse contexto, já que aqui, "miss" é um pronome de tratamento, e não um verbo que expressa sentir falta - e isso é quase um dispositivo retórico, muito bem empregado aqui, além de que usar um sample de Für Elise, de Beethoven, é algo feito mil vezes, repetido incansavelmente, mas nunca obsoleto, e é um bom sinal que um artista tenha referências tradicionais, mesmo que na tentativa de fazer algo moderno, porque é no tradicional que estão as fundações da música e da arte no geral. Depois, temos Leave This Aside, que é um pop... é, é um pop. Ela tem algumas rimas não tão convencionais, isso eu dou a ela. Depois, vem Stuck in The Middle, que é como uma brisa de ar fresco depois do que quer que tenha sido a faixa anterior, tendo o posto de melhor balada de piano do álbum. A composição é a melhor do álbum, sendo mais descritiva e capaz de projetar uma cena, os vocais crus, com pouco tratamento, dão o intimismo perfeito à música e ela até apresenta uma pseudobatida de trap que funciona muito bem, causa uma reviravolta na música e acontece na intensidade perfeitamente coerente com a música. Stuck In The Middle é um primor. Enfim, chegamos ao dueto com Jooyeon, Perfect Harmony. A faixa mantém uma progressão boa, não é nem de longe tão boa quanto Stuck in The Middle mas é aconchegante e apresenta uma composição menos genérica do que a maioria. A adição de Jooyeon foi uma carta certeira, já que a música provavelmente não funcionaria da mesma maneira caso não fosse um dueto, além disso, é a primeira música que tenha qualquer tipo de referência direta à história proposta no prólogo, já que os versos de Jooyeon falam sobre uma garota (que nós livremente assumimos que seja a personagem de Gen Lip) na terceira pessoa, ao invés da segunda, o que dá um ar de distância. Além disso, o refrão faz uma clara referência ao conceito descrito, já que é óbvia a conexão que o ouvinte pode fazer aqui, dois mundos colidem sendo uma alegoria para os dois personagens de mundos diferentes, evidentemente o plano material, "físico", e o plano espiritual, "fantasma". Grande parte do valor dessa música está associado a ela dar algum sentido, e qualquer ligação, das músicas com a história que ela teoricamente conta, então teria sido ótimo se todas as faixas fizessem o mesmo, faria realmente toda a diferença. Made For Love continua numa crescente, sendo uma balada boa e, mais importante, mais uma faixa que está ligada ao contexto do álbum, e não flutuando num vácuo como as que antecedem Perfect Harmony. Unsaid You segue a mesma sonoridade de Edge of Great e Perfect Harmony, mas também perde qualquer conexão com as duas faixas anteriores, sendo mais uma música romântica universal e flutuante num limbo, porém, menos memorável que suas semelhantes. Finalmente, terminamos o álbum com Swan Song e Playback, uma balada pop e um encerramento na sonoridade realmente pop, mas ainda suave e lenta (somente lenta, e não monótona como Fabulous). Swan Song tem uma composição interessante e, é claro, faz referência a um clássico também usado à fadiga, mas... dessa vez, não de maneira tão eficaz quanto em Worlds Collide.
No geral, Romance é um álbum que apresenta várias músicas que isoladas são doces, agradáveis, aconchegantes, mas como um projeto ele funciona de maneira totalmente confusa, sem qualquer senso de coesão ou coerência.