[ÁSIA] KJ para a revista Yummyzine (Night Version)
Sept 13, 2024 2:59:16 GMT
Post by ggabxxi on Sept 13, 2024 2:59:16 GMT
Marcando o fim de um intervalo de 1.367 dias, o rei do K-Hip-Hop, o grande KJ faz o seu retorno insanamente aguardado com o seu novo single MISEDUCATION, em parceria com a icônica Electra Köhler, numa eletrônica e psicodélica faixa de hard rap.
KJ ascendeu ao topo imediatamente desde seu debut, sendo uma figura irreverente e intensa, nunca tendo se rendido a qualquer padrão imposto pela indústria do K-Pop, onde se originou.
Em Outubro de 2025, a Yummyzine elaborou um ranking dos dez cantores mais gostosos e desejados para estampar a capa da revista, e dentre vários nomes ilustres, o primeiro lugar ficou com o sex symbol global, KJ, que estava dominando o mundo com seu hit sensual e sexual Purple Room. Apesar do ranking ter gerado muito debate nas redes sociais, o assunto foi gradualmente perdendo tração, conforme o tempo ia passando. Porém, marcando o retorno triunfante de KJ, o rapper finalmente aceitou o convite da revista para um ensaio sensual para estampar a capa, e uma entrevista literalmente nua e crua!
A participação de KJ na Yummyzine foi dividida em duas partes: Day Version e Night Version.
Sendo a segunda parte, lançada um dia depois da primeira, a Night Version ficou com as perguntas mais picantes e explícitas, mostrando que KJ não tem medo nem escrúpulos para falar abertamente de sua visão a respeito de sexo, em todas as abordagens que a Yummyzine gosta de explorar!
Yummyzine: KJ! É literalmente um prazer ter você aqui para a segunda parte da entrevista. Um prazer no sentido mais verdadeiro da palavra! Você já não poupou detalhes na primeira parte, a Day Version, então espero que não esteja pronto para ir bem mais fundo do que antes na Night Version… bem mais fundo, se é que me entende!
KJ: Eu vou adorar ir muito mais fundo com vocês.
Yummyzine: Na Day Version, abordamos o sexo mais como um elemento de influencia na sua carreira, como um detalhe, um elemento que faz parte de um todo, além de claro, falarmos muito sobre outras coisas. Mas aqui agora é putaria! Sexo, fetiches, segredos, baixaria. É hora de mostrar pra todo mundo o lado que muitas pessoas só conseguiram ter sonhos molhados até hoje. Você está pronto?
KJ: Eu sempre tô pronto, Yummy.
Yummyzine: Vamos começar do começo, com uma pergunta que já rendeu threads e mais threads de especulação em diversos fóruns de pessoas sedentas pelo seu corpo: Ativo, passivo, ou versátil?
KJ: Versátil… em teoria, mas o cara que eu tô vendo agora quase nunca aceita ser passivo então eu tenho que fazer o sacrifício, né?
Yummyzine: Homem esperto, não deixa de aproveitar as melhores coisas da vida! Mas me fala o que você mais gosta em quando está sendo ativo, e em quando está sendo passivo.
KJ: O que eu mais gosto?! Hm…. bom, eu gosto de ser amassado quando tô sendo passivo e eu gosto bastante de estar no controle quando sou ativo, nada de passivos dominantes pra mim.
Yummyzine: Bom, não é como se a nossa revista fosse extremamente popular, mas você é extremamente popular, então possivelmente, essa entrevista vai abalar as estruturas de grande parte do seus fãs, e definitivamente, mudar a visão do público a respeito de quem é KJ. Mas isso não deve ser uma grande surpresa pra ninguém, né?
Você vem falando altas putarias desde o começo de sua carreira; no seu mini-album de debut "CIDER", a faixa God Is A Woman falava bem explicitamente sobre sexo, e até a própria CIDER tinha altas putarias na letra, sendo até hoje uma das maiores músicas de rap do K-Pop, mas que poucos se atrevem a fazer cover, dado ao conteúdo explícito da letra. Sério, precisa ter muitas bolas pra logo no debut estar cantando “Straight or Gay, dicks get hard when I spit away what I have to say”. Vindo de uma indústria como o K-Pop, onde coisas assim são extremamente taboos, o que te passa na cabeça em fazer esse tipo de música?
KJ: Exatamente quebrar esses tabus. A Coreia do Sul é muito atrasada culturalmente por causa disso. Quando o país vai desenvolver movimentos como o gótico, o punk, e é claro, o próprio Hip Hop puro que é um gênero disruptivo, revolucionário, se não aguentam que falem uma putariazinha?
Yummyzine: Precisa ter uma casca muito grossa para bater de frente com a repercussão de músicas assim. Mas fala aí, o número de conservadores fazendo petições para você ser expulso do país era similar ao número de DMs sedentas que você estava recebendo?
KJ: Similar? Nem perto, eu tenho muito mais fãs sedentos por mim do que filhinhos de papai enchendo o meu saco.
Yummyzine: Bom, como vamos falar de sexo, acho que é legal passar devagar em cada parte da sua carreira onde seu lado sexual estava presente, pelo menos de forma bem escancarada no seu trabalho! Acabei de falar dele, mas vamos começar do começo, seu debut, o mini-album CIDER. Como o KJ que lançou o CIDER estava vendo sexo naquela época?
KJ: É maluco porque eu acho que o Cider é o meu mini-álbum em que eu mais falei de sexo explicitamente e mesmo assim, naquela época o sexo não era tão comum na minha vida e eu não era nada experiente, mas acho que o Cider é sobre libertação no geral e o sexo é uma forma de libertação também. É sobre despontar na vida profissional, na vida amorosa e na vida sexual também.
Yummyzine: Da pra dizer que a visão geral do público a respeito da sua sexualidade também mudou muito, não é? Com certeza a maioria das pessoas assumiram que você era hétero quando lançou God Is A Woman… e digamos que é bem difícil assumir isso hoje em dia!
KJ: Com certeza. Bom, naquela época eu realmente só tinha tido relacionamentos héteros, claro que já fiz coisas com amigos no âmbito da brotheragem mas nunca tinha realmente me apaixonado e tido um relacionamento de verdade com um homem.
Yummyzine: Quais foram as experiências sexuais que moldaram o KJ da época de CIDER?
KJ: Bom, pra ser bem claro, é óbvio que foram as minhas experiências sexuais com a Liebe, ela foi bem foda… acho que a gente só tava em momentos muito diferentes da vida, ela já sabia tudo de si mesma e era meio maluca, já eu era bem novo e eu ainda tinha que ter minhas experiências de verdade com homens, relacionamentos e bom… quase deu certo né?
Yummyzine: Ter uma atitude tão espontânea e livre, já sendo uma figura extremamente sensual logo na sua estreia, cativou um determinado público-alvo que você não esperava? Seus fãs costumam gritar "Meu deus, KJ é o rapper mais foda do mundo" ou "Meu deus, KJ me pega pelo pescoço e me faz seu brinquedo"?
KJ: Os dois, na verdade… e eu realmente esperava os dois tipos, eu fiquei feliz por ter recebido os dois tipos. "Você é um rapper fodão" e "me faz de brinquedo" são as coisas que eu mais amo ouvir, com certeza.
Yummyzine: Bom, pouco mais de um ano depois do CIDER, você fez seu primeiro comeback com o seu segundo mini-album, Street Lights. Definitivamente teve uma vibe bem diferente do primeiro, já que abordava temas muito mais maduros e sensíveis, falando do seu relacionamento com o Apollyon, e todas as coisas que levaram ao término de vocês. Antes de entrar nas minúcias, vou repetir a pergunta para essa nova era: quais foram as experiências sexuais que moldaram o KJ de Street Lights?
KJ: As piores possíveis, na verdade… quer dizer, eu tive uma pessoa com quem fiquei um tempo mas no geral, as experiências sexuais que inspiraram o Street Lights não foram as que eu tive com essa pessoa, foram as que eu tive com todas as pessoas desconhecidas que eu podia achar nas noites depois que meu noivado com o Brendon terminou. Uma em especial foi no dia em que eu apanhei no bar e depois deixei alguém que eu nem conhecia platinar meu cabelo no banheiro… bom, esse dia foi meio merda mas eu gostei tanto do visual de cabelo platinado e sangue que eu repeti ele no clipe de MISEDUCATION então nem tudo foi desperdiçado.
Yummyzine: Bom, falando em Street Lights, por um bom tempo, esse álbum trouxe O GRANDE wet dream que qualquer fã sedento já teve com você na faixa Soju Bed. Até você lançar Purple Room, Soju Bed era considerada uma música ainda mais sexual do que God Is A Woman, já que nessa você não poupava saliva… nem suor, em dizer como estava fodendo bastante com alguém que fazia você ficar anestesiado das suas tristezas. Claro que ainda sim, tem nuances melancólicas na letra da música, mas falando de um ponto de vista de maturidade sexual, quais são as maiores diferenças entre a narrativa de God Is A Woman, e a de Soju Bed?
KJ: Elas são totalmente diferentes… eu não diria que Soju Bed é mais sexual do que God Is A Woman, eu acho que só é mais sexy mesmo, o que não é necessariamente a mesma coisa. God Is A Woman é puramente sobre sexo porque… meio que minha relação anterior era só isso… aí teve minha relação com o Brendon, que foi muito sentimental e muito intensa, tão intensa que parecia que a gente durar pra sempre. Depois que eu e o Brendon interrompemos nosso noivado, eu provavelmente passei pela fase mais depressiva da minha vida, foi muito pior que todos os meus anos como trainee, treinando sem parar, dando tudo do meu corpo e do meu tempo pra conseguir debutar. E aí, eu dormi no jardim por um dia… e enfim, depois, eu tinha que fazer música, é a única coisa que eu podia fazer. Então, veio o Street Lights. Eu acho que Soju Bed é menos sexual porque ela tem uma carga bem romântica com um fundo de dependência emocional. Soju Bed é sobre sexo, mas é mais sobre precisar de uma pessoa pra se sentir menos solitário e usar o sexo pra manter essa pessoa. É sobre uma barganha, tipo… eu dou o sexo, você dá a companhia. É claro que eu gostava de tudo, mas como eu vou me importar realmente com sexo se a minha vida tava desmoronando e não tinha nada que eu podia fazer?
Yummyzine: Bom, dá pra deduzir que God Is A Woman falava da sua ex, Liebe. Mas muito se especula a respeito de quem foi seu parceiro de foda que te excitou tanto para escrever uma música como aquela. Você pode nos contar quem é a pessoa?
KJ: Não, de jeito nenhum. Foi mal pela resposta curta e grossa, mas essa pessoa realmente tem muito a perder e eu me importo muito com ela.
Yummyzine: Bom, pelo menos tentei! É muito bom ver você explicar tão a fundo as entrelinhas de uma música como Soju Bed. Como disse, era senso comum que tinha nuances de tristeza entre as letras de sexo, mas você explicou agora uma carga emocional que adicionou várias camadas ao que a música significa, mesmo depois de todos esses anos de lançamento. Atualmente a gente vê alguns cantores cantando sobre sexo, com um sucesso variado nas composições. Você acha que cantar sobre sexo, só por cantar sobre sexo, é um pouco vazio?
KJ: Não. Eu acho que falar sobre sexo em músicas já é algo bem longe de ser vazio. Falar sobre sexo sempre é uma mensagem, um tipo de declaração, se a gente levar em conta o contexto da sociedade. Eu acho que o que nos mostra isso é a reação que a crítica teve ao Les Hommes, o álbum do Lucca. É por isso que é sempre importante falar sobre sexo e vai continuar sendo até aquele tipo de reação não existir, porque não deveria fazer tanto sentido pras pessoas que falar sobre sexo é algo a ser feito só nas entrelinhas, isso só perpetua a ideia de que sexo é algo sujo e vergonhoso. Então é sempre bom ter músicas como Explode por exemplo, e é claro, também como God Is A Woman, Soju Bed e Purple Room.
Yummyzine: Bom, seguindo a diante, tivemos um longo tempo de espera entre o Street Lights e seu próximo trabalho, mas quando chegou a hora, foi o suprassumo do sexo! O fenômeno global Purple Room, com a batida bem calma e sensual, mas definitivamente uma letra explícita sobre foder. Pra comeco de conversa, que porra é essa "Sala roxa"?
KJ: Ué, Purple Room é a clássica sala de sessões de BDSM que algumas pessoas têm. Eu particularmente não tenho uma mas aí é que tá, essa Purple Room existe mesmo, a música é sobre uma sala real e essa sala é uma sala que tinha na casa da minha finada amiga Tunash, que o Buda cuide dela. Enfim, nós estávamos em uma festa na casa dela, a Tunash sempre fazia festas e as festas dela eram as melhores do mundo. Acontece que eu era muito íntimo dela então, eu sempre acabava ficando na casa dela depois das festas pra dormir. Nesse dia, ela me mostrou que tinha uma Purple Room na casa dela e aquilo mexeu comigo, eu fui obrigado a fazer uma música. Bom, não preciso dizer que Purple Room é extremamente antiga, eu ainda era noivo do Brendon. Inclusive, nesse mesmo dia, a Tunash nos deu anéis de compromisso de presente. Bom, então, é… Purple Room foi escrita antes de todas as músicas do Street Lights, mas eu decidi engavetar até anos depois porque não fazia mais sentido pra mim lançar aquela música naquele momento, depois do fim do noivado, depois que a Tunash nos deixou… Purple Room tinha muitas memórias que eu ainda não tava pronto pra relembrar.
Yummyzine: Dá pra dizer que, em God Is A Woman você apresenta uma postura relativamente submissa, em Soju Bed, você assume uma postura bem dominante e até bruta, e em Purple Room, voltamos a ver uma postura mais submissa na letra da música. Alguma das pessoas que foi sua musa em uma destas músicas, também foi musa para outra dessas músicas?
KJ: Na verdade, as três são sobre três pessoas diferentes.
Yummyzine: Bom, não vamos voltar no assunto dos nomes, mas se você tivesse que pontuar, em relação ao sexo, qual é a melhor coisa sobre cada uma das pessoas que inspirou você a escrever estas musicas: God Is A Woman, Soju Bed, e Purple Room? Não precisa poupar detalhes! Se tiver um lugar pra você soltar sua besta interior, esse lugar é aqui na Yummyzine!
KJ: Hm… bom, sobre God Is A Woman, eu realmente gostava de como ela era insana e queria me fazer de escravo sexual, foi uma aventura bem interessante. Sobre Purple Room… eu acho que ele foi o melhor, na verdade. Eu não sei dizer qual a melhor coisa, existem tantas coisas incríveis sobre ele… mas eu acho que posso falar que ele é o tipo de pessoa que te faz sentir como se você estivesse livre e protegido de tudo o que é ruim… e bom, sobre Soju Bed… ele foi uma companhia muito boa, ele é realmente apaixonante e também um maluco na cama, no melhor sentido possível.
Yummyzine: Você já teve hits bem notórios na sua carreira, mas de longe, Purple Room foi o mais gigantesco, você já deve estar careca de saber como a música dominou o globo, criou recordes, e até hoje é conhecida como um dos maiores hinos da música urbana atual. O que significa pra você ter uma musica tão emblemática, que entrou pra historia, abordar sexo desta forma?
KJ: Eu fico feliz que Purple Room tenha conquistado tanto, como eu disse, sempre parece uma mensagem anti-conservadorismo pra mim quando uma música explícita sobre sexo conquista tanto, não só pelos números mas também porque se você parar pra pensar, a música superou a barreira do tabu da sociedade sobre o sexo.
Yummyzine: Falamos do passado, do presente, e agora do futuro. Em MISEDUCATION já tivemos alguns versos bem interessantes como "What an unusual dick", pau este que tivemos o privilégio de fotografar no nosso ensaio! Mas a respeito do seu futuro album, The Yellow Print, haverão nele mais musicas que abordem sexo dessa forma?
KJ: Provavelmente não. MISEDUCATION não é minimamente sobre sexo, esse verso foi mais um tipo de provocação sarcástica. A única musica realmente sobre sexo no The Yellowprint é Purple Room. Todo o Side A é cheio de respostas pra diss tracks e também diss tracks que eu mesmo vou começar, inclusive lançando uma pra mim mesmo.
Yummyzine: Bom, acho que terminamos de abordar o tema sexo em diferentes pontos da sua carreira, e agora vem a minha parte preferida, as perguntas mais objetivas! Por ter admitido que Purple Room é sobre uma sala de BDSM, deduzo que você seja bem adepto as práticas. Você já fez o BDSM Test? Quais são seus top 5 kinks?
KJ: Na verdade, não sou tão praticante assim… mas eu já fiz sim, eu não me lembro de tudo mas eu posso dizer que eu gosto de homens mais velhos, eu gosto bastante de ser um tipo de brat, desafiar e ser irritante. Eu também até curto cordas e algemas… mas não muito além disso, eu não curto muitas coisas BDSM, mas é claro que eu curto.
Yummyzine: Um tipo?! Perfeito. Esse tipo é o mesmo, "Caras mais velhos", tanto para seus parceiros ativos quanto parceiros passivos?
KJ: Não, na verdade, eu gosto de ser o mais velho para passivos. Mas eu realmente não curto mais as coisas casuais que eu tinha antes e normalmente, os mais novos que eu encontro geralmente não estão interessados nessa coisa de pra sempre ainda.
Yummyzine: E se baseando nisso, como você descreveria sua libido? Latente? Você costuma ter mais ou menos fogo que os seus parceiros?
KJ: Com certeza, eu geralmente tenho mais. -ele dá risada.
Yummyzine: Existe alguma coisa que você já quis tentar no sexo, mas nunca achou ninguém que fosse tão freaky como voce para realizar?
KJ: Não. Eu sou bem descarado e geralmente, as pessoas que eu encontro são bem abertas a experimentar, eu tenho muita sorte nessa parte.
Yummyzine: Qual a sua relação com "experimentação" no sexo? Você é mais do tipo que prefere sempre ir no seguro, nas coisas mais tranquilas que já sabe que você gosta, ou, na hora do tesão, a cabeça de baixo toma as decisões importantes?
KJ: Eu acho que os dois, depende do meu mood. Eu prefiro ser mais tranquilo quando o dia foi mais cheio e estressante, mas em dias de folga, as coisas começam cedo.
Yummyzine: Entre foder e ser fodido. Mamar e ser mamado. Qual te excita mais? Sei que você já falou que é versátil, mas ainda sim, imagino que os gostos pessoais falem mais alto de vez em quando.
KJ: Hm… eu acho que depende mais da outra pessoa, eu não acho que eu tenha uma preferência porque eu constantemente peço pros meus parceiros tentarem trocar de posição só pelo caos e pela diversão de ver eles fazendo algo que eles não pensaram que fossem fazer.
Yummyzine: Tem algum kink que você não tinha muita afinidade antes, mas descobriu que gostava depois de algum dos seus parceiros?
KJ: Sim. Eu descobri que tenho um bondage kink, principalmente usando as minhas gravatas nos outros. Eu não comecei a usar suit and tie depois de Cider por nada! -ele dá risada.
Yummyzine: Você está num encontro, e levam as coisas para o quarto. Se depender de você, como você diria que é o jeito mais eficaz de alguém te deixar excitado?
KJ: Caralho, eu não sei… eu acho que tenho uma fixação por gravatas porque uma coisa que ninguém nunca fez e eu sei que me deixaria maluco é me puxar pela gravata…
Yummyzine: Você prefere dar as primeiras insinuadas que está afim de sexo, ou prefere que seu parceiro de os primeiros passos? Qual te excita mais?
KJ: Eu sempre acabo sendo a pessoa a tomar a iniciativa mas eu gosto mais quando o outro toma, eu sou leonino, faz bem pro meu ego me sentir desejado.
Yummyzine: Qual foi a experiência sexual mais inusitada que você já teve?
KJ: Uma vez eu transei vestido de homem-aranha. Foi muito bom ver o desespero pra abrir meu traje e também, quem não gostaria de transar vestido de homem-aranha?
Yummyzine: Não precisa ter medo de falar explicitamente, é pra isso que todo mundo está aqui! Qual foi sua melhor experiência sendo passivo? E qual foi sua melhor experiência sendo ativo?
KJ: Cara! Uma vez eu fui passivo numa piscina, a física é muito esquisita mas acho que por isso mesmo foi bom. Minha melhor sendo ativo… hm… já sei, foi uma vez em que eu tava muito puto de ciúmes com meu parceiro que geralmente é ativo e eu disse que ele ia dar pra compensar ter sido filho da puta e falado que outro cara era o mais bonito da festa.
Yummyzine: Você acha que as pessoas vão ter suas cabeças explodidas quando descobrirem que o idol favorito delas transa?
KJ: Se alguém ainda não sabe, sinto muito pela capacidade intelectual delas, como ainda não entenderam que eu transo depois de escrever três álbuns com músicas que falam de sexo?
Yummyzine: Como foi pra você descobrir sua sexualidade na Coreia do Sul? No geral, tudo é mais tradicional lá, e imagino que seja dez vezes mais rigoroso estar tentando sanar o tesão da juventude quando se está treinando para ser um idol de K-Pop.
KJ: Eu meio que não passei a realmente me entender como bissexual na Coreia do Sul. Vocês ficariam espantados em saber o quanto coisas como brotheragem são comuns lá mas ninguém te fala que isso é gostar de homens. Eu sempre soube que gostava de transar com homens, mas eu simplesmente nunca tinha assimilado isso com ser LGBT, isso só… não é uma pauta na vida de muitos de nós, especialmente de pessoas do interior como eu. Eu acho que nunca vi um casal gay fora de Seoul, por exemplo.
Yummyzine: Você, vindo de dentro da indústria do K-Pop, pode falar pra gente como é a visão nos bastidores? Os idols são todos realmente bitolados em falar sobre sexo, ou por trás das câmeras, a putaria come solta?
KJ: Não é bem assim, eles não são um bando de selvagens bitolados, mas não é incomum os idols terem relações entre si, na verdade é bem mais conveniente pra idols ficarem com outros idols porque os dois têm algo a perder. O maior terror dos idols é ser exposto, isso pode acabar com uma carreira. A minha carreira teria acabado se eu não tivesse tido a sorte de ter fãs de outros lugares do mundo, eu acho que a Coreia demorou pra me perdoar pelo grave crime de gostar de homens. Então imagina como a ideia de ser exposto é aterrorizante pra idols que não tiveram a mesma sorte que eu? Mas em uma relação entre idols, não vai rolar exposição por uma das partes porque se não, os dois perdem tudo, né? É mais seguro.
Yummyzine: O que é mais importante para você em uma conexão sexual?
KJ: Eu acho que é muito importante que um se preocupe com o bem estar do outro, tipo… sei lá, acho que tem algo de romântico nisso.
Yummyzine. Existe algum momento em que você prefere não pensar em sexo?
KJ: Sim, é claro, na maior parte do tempo em que eu tô trabalhando com ensaios de dança ou com engenharia e produção musical.
Yummyzine: Quais são os tipos de corpo que mais te atraem?
KJ: Eu gosto de corpos mais maduros, tanto pra homens quanto pra mulheres. Prefiro pessoas mais velhas que eu no geral e também gosto de um corpo não muito musculoso em homens, tipo, aquele cara fortinho com uma barriguinha é o meu tipo total.
Yummyzine. Como você equilibra romance e desejo sexual?
KJ: Eu acho que… bom, eu acho que a gente sempre usa o tempo livre para passar momentos de qualidade, tipo, como eu disse, eu nunca faço nada planejado então não é como se eu fosse fazer alguma coisa já pensando em transar, o pensamento fica mais no romance e o resto acontece se acontecer.
Yummyzine. O que te excita mais em uma pessoa?
KJ: Confiança, com certeza. É muito melhor ficar com uma pessoa confiante, faz toda a diferença.
Yummyzine. O que te excita intelectualmente em um parceiro?
KJ: Meu corpo tem um gosto especial por pessoas que sabem tocar instrumentos e compor. É por isso que eu praticamente só fico no estúdio com meu melhor amigo que é comprometido, é impossível rolar qualquer tensão sexual entre eu e o Baekwan.
Yummyzine. Você já teve uma conexão puramente sexual que se transformou em algo mais?
KJ: Com certeza. Eu tive uma experiência bem amizade colorida na minha vida, foi foda e se transformou em bastante coisa, a gente até tinha uma casa juntos mas aí, bom… por algum motivo, ele achou melhor não ser meu namorado e aí, eu deixei a casa no nome dele e me mudei de Seoul pra Los Angeles.
Yummyzine. O que te faz perder o interesse sexual?
KJ: Eu acho que tipo… coitadismo, sabe? Uma vez, eu ouvi de uma pessoa "eu sou feio, não sei como você tá ficando comigo" e tipo, ele nem era feio mas porra, eu não tenho paciência pra isso. Não é a mesma coisa que insegurança, eu já tive parceiros que me falaram “eu tenho inseguranças com meu corpo” ou que não queriam, por exemplo, tirar a camisa e eu acho isso válido pra caramba, é normal, eu também tenho inseguranças desse tipo, mas é diferente você falar sobre uma insegurança sua e você se botar pra baixo pra tentar me agradar me colocando como superior. "Ah, eu não sou bom o suficiente pra você", "ah, eu não sei como você me deu uma chance", vai se foder!
Yummyzine. Você prefere conexões emocionais profundas ou experiências sexuais casuais?
KJ: Eu acho que existem vantagens nas duas e eu não diria que uma é melhor que a outra, acho que só pertencem a fases diferentes da vida. Hoje em dia, minha resposta é conexões emocionais profundas, mas o KJ de um ou dois anos atrás não responderia a mesma coisa.
Yummyzine. Existe algo que você sempre quis tentar, mas ainda não teve a oportunidade?
KJ: SIM! Transar no estúdio e gravar o áudio pra colocar de fundo em um beat.
Yummyzine. Você já explorou o BDSM? Como foi essa experiência?
KJ: Sim, mais de uma vez, mas nada muito… ambicioso. Eu sou um cara ansioso, nunca conseguiria ficar totalmente imobilizado ou naqueles bodysuits igual alguns caras fazem, no máximo umas algeminhas, um chicote, cordas, essas coisas. Foi foda, mais pessoas deveriam tentar. Por incrível que pareça, dá uma confiança… além de sempre deixar as coisas mais interessantes, né?
Yummyzine. Como você lida com diferentes níveis de desejo entre você e seus parceiros?
KJ: Bom, geralmente eu sou o cara com nível mais alto de desejo, então é só parar nos limites dos outros e fica tudo bem, não é como se eu fosse morrer por não chegar ao meu limite também.
Yummyzine. Qual é o seu limite sexual, ou o que te faz dizer chega?
KJ: Tapa na cara. Eu odeio que batam na minha cara, porra, me deixa furioso.
Yummyzine. Você já teve uma experiência que te fez repensar suas preferências sexuais?
KJ: Sim… -ele dá risada- acho melhor não falar muito dessa, posso acabar irritando uns caras por aí…
Yummyzine. Como a cultura sul-coreana influencia sua visão sobre sexo e relacionamentos?
KJ: Eu não acho que ela me influencia mais hoje em dia mas teve uma época em que eu achava que tudo tinha que ser escondido e que tudo sobre sexo era vulgar e errado. Eu acho que a sociedade sul-coreana sofre muita influência do cristianismo, já faz um bom tempo que ele é a religião predominante. E, sei lá, eu acho que não acredito em toda essa penitência, acho que todos sabem que eu sou budista… nós também temos regras e limites, mas não acho que exista nada punitivo nesse sentido no budismo. Mesmo assim, é claro, até uma pessoa começar a desenvolver ideias próprias, ela vai ser influenciada pelo ambiente e eu não seria diferente. Mas aí, mais ou menos nos últimos anos como trainee, eu comecei a ter experiências diferentes, eu passei a viver sozinho e tentar coisas novas.
Yummyzine. Você já teve uma experiência sexual espiritual ou transcendental?
KJ: Eu não sei se eu acredito nisso então acho que não, mas uma vez, eu tinha certeza que tinha passado por uma… foi mais ou menos quando eu estava escrevendo as músicas do Street Lights. Foi nesse dia que eu escrevi Welcome To L.A. Enfim, eu tinha acabado de me mudar pra Los Angeles e fui em uma balada que… se eu não me engano, foi a Yves que me recomendou. E aí, eu fiquei com um cara e ele me chamou pra fumar com ele. E foi, acho, a primeira vez que eu fumei maconha. E aí, depois, a gente transou no box e eu fiquei pensando como seria legal se eu estivesse passando por alguma coisa tipo, sei lá, uma foda de purificação da alma ou um rito de passagem, foi maluco. Não ajudou que o cara tava falando bastante de bruxaria, de mitologia arturiana ou sei lá o que. Acho que ele começou a falar de LOL e eu não tava dando bola, aí ele começou a falar que a porra da Morgana era inspirada no folclore arturiano e aí eu comecei a sair, ele me puxou e me beijou, ai eu fui convencido a ficar. Eu queria ter conversas profundas e existencialistas, não LOL, mas é claro que eu também queria uma foda.
Yummyzine. O que é mais importante para você: frequência ou qualidade do sexo?
KJ: Qualidade, é claro, o que adianta frequência sem qualidade?
Yummyzine. Existe uma diferença entre sua sexualidade pública e privada?
KJ: EXISTIA. Verbo no passado. Porque acho que vocês tão me fazendo revelar tudo agora… -ele dá risada.
Yummyzine. Como você explora diferentes papéis no sexo?
KJ: Eu acho que eu sou meio… maleável. Eu me recuso a deixar de fazer o que eu gosto mas eu também gosto de muita coisa, então tenho opções pra como lidar com parceiros diferentes, é fácil encaixar os gostos quando eles são transparentes e comunicativos.
Yummyzine. O que te inspirou a explorar sua bissexualidade?
KJ: Eu achava alguns dos caras que treinavam comigo gostosos. Simples assim.
Yummyzine. Como você decide quando é o momento certo para explorar algo novo sexualmente?
KJ: Eu não sei, acho que acontece muito no calor do momento. Não é algo que eu decida, eu só faço o que me dá na cabeça fazer na hora.
Yummyzine. Você já experimentou o tantra ou práticas de sexo tântrico?
KJ: QUE?! O que é isso?
Yummyzine. É… é um tipo… uma maneira, criada na Índia, de fazer sexo usando e instigando todos os sentidos pra tornar ele uma coisa mais emocional e espiritual, mais prolongada e íntima. Eu não sei mais que isso, me desculpa.
KJ: Ah… bom, eu acho que não, pelo menos nunca pensei nisso, é claro que eu já tive relações mais intimistas, mas essa coisa espiritual, acho que não… tipo, eu deveria tentar? Como eu faço?
Yummyzine. Eu acho que existem centros pra isso… tipo, lugares pra aprender e praticar.
KJ: É sério?! Então é tipo… uma terapia sexual de casal? -ele dá risada.- Talvez a gente deva tentar… quem sabe?
Yummyzine. Eu não poderia descrever melhor. Bom, como você equilibra o desejo sexual com o desejo emocional?
KJ: Eu acho que pelo menos em mim, eles não são duas coisas distintas. Tipo, às vezes, um momento muito emocional, romântico pra caramba, gatinha a me dar tesão e ao mesmo tempo, às vezes, a coisa tá tão boa que eu solto um "eu te amo" sem querer…
Yummyzine. Existe algo que você achava estranho, mas depois passou a gostar sexualmente?
KJ: Sim, BDSM. -ele dá risada- Eu tinha uma ideia de que BDSM era uma coisa meio sociopata, super violenta, mas conhecer mais sobre isso me fez entender que os praticantes prezam muito pela segurança e integridade física, tem aquele negócio da palavra de segurança, eles estudam bem as práticas pra não correr o risco de lesionar ninguém, tipo, muitas coisas não são pra mim mas foi foda ter esse conhecimento e descobrir que não é nada maluco, acho que estudar e conhecer te faz perceber que você tem erros de julgamento.
Yummyzine. Como você comunica suas fantasias de forma clara e segura para seus parceiros?
KJ: Sim, eu sou muito vocal mesmo. Eu tenho sorte de ter tido um histórico de pessoas bem compreensivas.
Yummyzine. Você já teve algum medo relacionado ao sexo que superou?
KJ: O mais comum pra caras que transam com caras, eu acho: ser passivo.
Yummyzine. Qual é a importância da exploração e descoberta em suas relações sexuais?
KJ: Eu acho que a mesma que em qualquer outra coisa, ficar na sua zona de conforto dificilmente é bom pra você e sempre tende a te deixar estagnado, no sexo não é diferente, se você não se explora, não vai demorar muito pra virar uma coisa automática e nada prazerosa.
Yummyzine. O que te motiva a explorar novas práticas sexuais?
KJ: Algumas vezes, eu é que descobri alguma possibilidade de algum jeito e às vezes, eu realmente só quero impressionar meu parceiro mesmo. -ele dá risada
Yummyzine. Você já teve experiências de sexo em grupo?
KJ: Sim, poucas. Às vezes, dá vontade mas no geral, eu gosto bastante de fazer a dois mesmo.
Yummyzine. Como você lida com a curiosidade sexual dos outros em relação a você?
KJ: Ah, eu não me importo, às vezes até fico intrigado.
Yummyzine. Existe algo que você se arrependa de não ter experimentado ainda?
KJ: Acho que não. Eu não consigo lembrar de um exemplo específico de algo que eu nunca tenha tentado.
Yummyzine. Você já explorou a sexualidade com parceiros de diferentes culturas e que, por exemplo, tinham costumes diferentes na hora de transar?
KJ: É claro! Meus parceiros públicos são de culturas diferentes, acho que isso já dava pra imaginar. Estadunidenses sempre me chocam um pouquinho.
Yummyzine. Você já explorou fantasias de dominação ou submissão?
KJ: É, já tive parceiros diferentes que queriam posturas diferentes de mim e eu disse sim, por que não?
Yummyzine. Como você introduz novas práticas em uma relação de longo prazo?
KJ: Eu acho que é muito mais fácil quando a relação é duradoura, é só falar abertamente quando você tem bastante intimidade com alguém.
Yummyzine. Como você lida com a insegurança dos seus parceiros sobre suas experiências sexuais?
KJ: A insegurança deles sobre MINHAS experiências sexuais? Tipo… você tá falando sobre diferença de experiência ou sobre aqueles caras que ficam com papinho de body count?
Yummyzine: É, os caras do body count.
KJ: Eu mando se foder. Que coisa mais idiota do caralho, desde quando as pessoas ficaram tão interessadas em saber de todo mundo que já pegou quem você tá pegando? Eu não tô nem aí pra isso, o que importa é com quem eu tô agora. Eu nunca ficaria com quem fica com papinho de body count, eu não lido com isso e se alguém vier com esse papo pra cima de mim, vai ficar sozinho.
Yummyzine. O que te faz sentir mais confortável para explorar algo novo?
KJ: Eu acho que quando meu parceiro também se sente animado e parece realmente interessado. Tipo, má vontade estraga tudo sabe? Pra que falar sim e aí ficar com um descaso do caralho?
Yummyzine. Você já experimentou algum jogo de poder nas suas relações sexuais?
KJ: Já, com certeza. Eu acho que um atrito, um conflito, uma competição cria uma tensão muito especial.
Yummyzine. Qual é a importância do consentimento claro nas suas relações?
KJ: Da parte do outro, é realmente muito, muito importante pra mim. É claro. É crucial. Mas da minha parte… eu particularmente gosto de ser surpreendido, mas acho que existem maneiras de consentir, ninguém é burro e alheio a convivência em sociedade, todo mundo entende e sabe interpretar linguagem corporal. Eu quero dizer que, da minha parte, eu não preciso falar sim e dar a largada pra meu parceiro começar alguma coisa, mas vai levar cacete se eu tiver que dizer não várias vezes.
Yummyzine. Como você reage quando um parceiro não está disposto a experimentar algo?
KJ: Fico de boa. Mas eu não tenho um compromisso faz um bom tempo, também, então, eu só experimento com alguém que esteja disposto.
Yummyzine. Como você lida com situações de desconforto sexual?
KJ: Eu acho que a melhor maneira de lidar com momentos de desconforto no geral é com humor, mesmo que seja meio autodepreciativo, não sendo nada sério. Quando eu faço alguma coisa errada, eu dou uma debochada em mim mesmo, os dois dão risada, passa o nervosismo e o sentimento de humilhação, segue o jogo. É isso.
Yummyzine. Qual é a sua abordagem para educar seus parceiros sobre suas preferências?
KJ: Claro que prática, né? Eu gosto quando tenho que pegar a mão deles e mexer, quando tenho que mostrar o que fazer, onde tocar. Eu me sinto meio daddy
Yummyzine. Você já teve dificuldade em dizer "não" em uma situação sexual?
KJ: Sim, e eu não acho que é uma situação difícil de acontecer, principalmente porque de algum jeito, todos são ensinados a não dizer não, se você parar pra pensar. Caras são ensinados a sempre querer sexo, sempre estarem prontos pra sexo, enquanto mulheres são ensinadas a sempre dizer sim pro parceiro, submissão, todas essas baboseiras. Eu já pensei que dizer não me faria um cara pior, menos homem ou algo assim, mesmo depois de me entender como queer. Na verdade, bom… se eu tivesse aprendido a dizer não antes, talvez meu noivado nunca tivesse acabado… mas já foi, tá de boa.
Yummyzine. Você gosta de diálogo pós-sexo em suas relações?
KJ: Sim. Com certeza. Na verdade, eu gosto bastante de ter conversas longas antes, as conversas mais malucas ou sei lá… filosóficas depois do sexo, acho que foi um dos motivos de eu ter essa tendência de querer morar com as pessoas com quem eu me relaciono.
Yummyzine. Você já se sentiu pressionado a fazer algo que não queria sexualmente?
KJ: Já… foi uma merda, cara… é que… eu também acho que não posso falar muito dessa experiência, vou acabar expondo gente conhecida e aí, a Jae Hwa vai me ligar putassa porque eu causei conflito com quem tava quieto e essas coisas.
Yummyzine. Como você faz com que seus parceiros se sintam seguros para compartilhar desejos?
KJ: Eu acho que afeto e carinho fazem todo mundo se sentir mais seguro, eu sei que eu gosto mais de compartilhar os meus quando a coisa é mais íntima e amigável.
Yummyzine. Como a comunicação sexual evoluiu para você ao longo do tempo?
KJ: Ah, bem pra caralho. Eu já errei tanto e já passei por tanta coisa ruim por falha de comunicação que acho que aprendi os truques pra ser bem claro sobre o que eu quero, mesmo que eu não fique falando o tempo todo.
Yummyzine. Você já se arrependeu de alguma decisão relacionada à consentimento?
KJ: Já. Eu acho que todos nós já nos arrependemos de uma foda, não é raro. Também não acho que tive traumas sérios sobre isso, é só… sabe quando você lembra que ficou com alguém e sente uma vergonha desgraçada? É tipo isso…
Yummyzine. Já houve momentos em que a carreira interferiu na sua vida sexual?
KJ: Com certeza! Eu acho que as pessoas que vêem de fora não sabem o quanto acontece por trás da cortina, tipo, em períodos de lançamento, divulgação, de promover e comentar o trabalho, às vezes minha agenda fica tão cheia que no fim do dia, eu mal aguento chegar em casa, eu sei que não vou fazer absolutamente nada além de me jogar na cama e dormir.
Yummyzine. Sendo um artista abertamente queer, é bem provável que você lidou com críticas veladas, por exemplo, críticas que pareciam ser sobre a liberdade que você tem tratando de sexo mas na verdade eram só comentários sobre sua orientação sexual. Como lida com isso?
KJ: Sinceramente, eu costumo ignorar. Eu acho que a melhor vingança é o meu sucesso. Eu também vivo no ambiente do Hip Hop, que é bastante homofóbico ainda, e é bem comum ouvir esse tipo de crítica velada e hipócrita porque, bom, se tem gente que trata de sexo e liberação sexual, essa gente é a comunidade de rappers. Desde os anos 90 / 2000, no mínimo, é assim. Então é bem fácil ver onde esse papo vai chegar, eles não têm problemas com versos sobre sexo hétero, porque de repente são defensores da moral e dos bons costumes quando o assunto é o sexo gay?
Yummyzine. Como você lidou com inseguranças sobre o corpo ao longo do tempo?
KJ: Eu sou muito seguro de mim mesmo, mesmo tendo algumas inseguranças, e eu devo isso à pessoa com quem eu to saindo agora. Ele me ajuda muito a entender que as coisas que eu não gosto no meu corpo são insignificantes pra todo mundo e até positivas pra alguns. Eu acho que se sentir amado e desejado ajuda bastante nisso.
Yummyzine: Já houve uma situação em que você se sentiu desconectado do sexo?
KJ: Já. Várias vezes, durante a época do Street Lights, eu saía mentalmente de onde eu tava. É como se eu usasse o sexo como uma válvula de escape naquela época, e claro, as vezes não dava certo e eu começava a remoer as coisas que tinham acontecido e de repente, só tava presente na cama de corpo. Eu já fui xingado várias vezes por causa disso. -ele dá risada.
Yummyzine. Como você recupera a confiança sexual após uma experiência difícil?
KJ: Eu… não sei, eu nunca passei por uma experiência tão ruim que me fez querer acabar com todo o sexo na minha vida, então eu só dou uma segurada e eventualmente, já to me sentindo bem como antes.
Yummyzine. Como você lida com a pressão de ter uma vida sexual "perfeita" por ser uma figura pública?
KJ: Eu acho que meus fãs não ligam pra isso e eu também não ligo, os haters vão falar merda de outra coisa se não puderem falar disso, então eu lido com isso no foda-se mesmo…
Yummyzine. Como você administra expectativas sexuais irreais em um relacionamento?
KJ: Eu acho que isso tem ligação com o que eu comentei em alguma outra questão, quando falei sobre pessoas viciadas em pornô. Eu acho que essas pessoas são as únicas que criam expectativas irreais ou só algum absurdo desconfortável que o pornô enfiou na cabeça deles, e eu nem chego a administrar isso porque eu realmente não gosto de me relacionar com pessoas viciadas em pornô. É demais pra mim.
Yummyzine. Você já teve que interromper uma experiência sexual por desconforto emocional ou físico?
KJ: Já. É. Cara, provavelmente todas as vezes que vocês me perguntarem sobre uma experiência ruim, a resposta vai ser a mesma: Eu prefiro não falar. Porque é, quase todas as coisas ruins que eu já vivi durante o sexo foram nesse mesmo dia, com essa mesma pessoa.
Yummyzine. Como você lida com períodos de abstinência sexual?
KJ: Eu não tenho problema com ficar dias, meses sem sexo, mas quando é tempo demais pra mim, é claro que não tem nada de errado em se masturbar.
Yummyzine. Como a fama influencia sua vida sexual?
KJ: É maluco pensar sobre isso. A ideia que eu tinha é que minha vida sexual ia ficar muito mais movimentada se eu chegasse a ser alguém na indústria, mas não é bem assim. A gente tem que tomar muito mais cuidado, tipo… até tem muito mais pessoas querendo algo comigo, mas também não é exagero falar que metade dessas pessoas também querem colocar alguma câmera escondida no meu quarto e depois, vender minha sextape na internet. Não vai ser tão fácil assim fazer A Night In Seoul porra!
Yummyzine. Você acha que as pessoas te veem de forma diferente por causa do seu status de sex symbol?
KJ: Eu acho que algumas pessoas me objetificam ou me hipersexualizam e por mais que eu goste de ser uma figura com esse poder sexual, é uma merda quando às vezes, me tratam só como isso. Eu sei que eu sou gostoso e tal, mas eu também sou um rapper do caralho, um dançarino do caralho, compositor, coreógrafo, cantor… eu não sou um gostoso sem substância.
Yummyzine. Você sente que a indústria espera um certo comportamento sexual de você?
KJ: Com certeza, tanto que às vezes até eu me pego sempre sentindo uma obrigação involuntária de vender sempre uma imagem sexual. Tipo, eu tava gostoso na época de Street Lights, mas quem sabe dizer porque eu tava constantemente seminu ou usando roupas reveladoras quando estava cantando sobre estar num período depressivo e de abuso de drogas? Mas… eu acho que sempre é esperado que eu esteja assim e eu não posso mentir, eu gosto de aparecer assim também. Mas eu também acho que tá tudo bem, não odeio que esperem isso de mim, afinal não tem nada de errado.
Yummyzine. Como você evita que a fama atrapalhe suas conexões pessoais e sexuais?
KJ: Com o método que eu usei durante praticamente toda essa entrevista… não falando nenhum nome, mantendo tudo em segredo.
Yummyzine. Você já sentiu que sua vida sexual foi invadida por paparazzi ou mídia?
KJ: CLARO! E foi muito ruim. Todos sabem disso, mas já vazaram fotos que eu tirei do meu ex-noivo, o Brendon, sem camisa na cama. Eu fiquei muito puto, nem sei como conseguiram e nem entendo quem achou que seria legal fazer isso.
Yummyzine. Você já experimentou encontros casuais que não foram afetados pela sua fama?
KJ: Eu acho que não. Principalmente em encontros casuais, tipo… todo mundo meio que me conhece, então, geralmente todos que eu já encontrei casualmente ficaram comigo pela fama.
Yummyzine. Como você lida com a objetificação sexual no seu trabalho?
KJ: Me incomoda se isso acontece ao ponto de todo o resto do que eu sou ser ofuscado, mas eu não me importo no geral, eu acho. Não é como se isso chegasse em mim sempre e tal.
Yummyzine. Você já teve uma experiência sexual afetada pela percepção pública de você?
KJ: Não… até porque eu acho que quem realmente se deixa levar pela percepção pública de mim não vai chegar a ter qualquer coisa comigo.
Yummyzine. Você acha que a fama torna mais fácil ou mais difícil formar conexões sexuais autênticas?
KJ: Mais difícil, eu acho. Quando você é famoso, toda interação com outras pessoas é uma incógnita. É sempre um dilema tipo "Ele só quer ficar comigo porque eu sou o KJ ou ele realmente gostou de mim como pessoa?" e eu acho que isso aterroriza qualquer um dos meus colegas da indústria. É difícil distinguir os reais dos interesseiros.
Yummyzine. Como você lida com o assédio sexual sendo uma figura pública?
KJ: Nunca aconteceu comigo, mas eu tenho certeza que eu reagiria da maneira mais violenta possível. Eu não costumo ser uma pessoa muito paciente, todo mundo sabe do meu temperamento, e se alguém chegasse a me assediar? Nem mesmo eu consigo prever quão puto eu ficaria.
Yummyzine. Como você vê a evolução das conversas sobre sexualidade na Coreia do Sul?
KJ: Lentas. Eu acho que a Coreia ainda tem um longo caminho a percorrer mas eu realmente tenho esperança nas novas gerações, eles estão causando bastante ótimas mudanças, a gente vai chegar lá.
Yummyzine. Você já teve que esconder sua sexualidade para proteger sua carreira?
KJ: Esse era o plano do antigo presidente da B&S desde o começo. Não sei se vocês lembram, mas… quando algumas alegações começaram a surgir, eu resolvi, sozinho, assumir minha sexualidade publicamente e até fui expulso da B&S pouco depois do lançamento de Boss. Então, inesperadamente, meus fãs internacionais fizeram protestos e me apoiaram, o que acabou deixando a B&S em maus lençois, e pouco tempo depois, os acionistas exigiram que o presidente deixasse o cargo, que foi exatamente quando a Jae Hwa se tornou a nova presidente e logo depois, também CEO e acionista majoritária da B&S. Mas antes disso, por obrigação, eu tinha que esconder minha sexualidade, acho que fiz isso durante todo o meu primeiro ano de carreira.
Yummyzine. Como os estereótipos sobre a bissexualidade te impactam?
KJ: Ah, essa é boa, eu tô querendo falar disso faz tempo. Eu acho que muitas pessoas duvidam bastante de mim, duvidam da minha sexualidade, porque eu não necessariamente me encaixo no estereótipo de bissexual, dizem que eu sou só homossexual e que me declaro bissexual porque estou em negação ou porque quero "amenizar" a opinião da parcela conservadora do público, o que não poderia estar mais distante da verdade. Eu não tenho porque estar em negação sobre minha sexualidade, desde que eu me assumi, eu sempre mostrei apoio e orgulho da comunidade, e a segunda hipótese é ainda mais patética, tipo… eu realmente estaria aqui agora dando uma entrevista sobre sexo pra vocês logo depois de deixar o nosso amigo Eden aqui tirar várias fotos minhas sem uma única peça de roupa?
Yummyzine. Como a população sul-coreana vê a liberdade sexual?
KJ: Nós temos muitas pessoas progressistas agora, o movimento LGBTQIAPN+ e o movimento feminista estão ganhando bastante força ultimamente, então com certeza não é uma boa generalizar mas eu acho que a maioria ainda vê como depravada e até demoníaca, mas… essas pessoas não têm tanto tempo no mundo ainda, com todo o respeito, eles são velhos com ideias obsoletas.
Yummyzine. Você acha que o sexo é menos discutido publicamente na Coreia do Sul do que em outros lugares?
KJ: Eu acho que a Coreia tá longe de ser um país ideal para discussões sérias, estudadas e sem sensacionalismo sobre sexo, mas não acredito que nós sejamos o pior povo sobre isso. Ainda existem países que consideram a homossexualidade um crime e alguns até punem com a morte. Acho que o hábito da Coreia é mais de esconder, ignorar, tornar pária, do que realmente de violentar e assassinar, mas é claro que existem casos assim também, nós não podemos nos esquecer deles e das memórias das vítimas.
Yummyzine. Você acha que a sexualidade está se tornando menos tabu na música coreana?
KJ: É difícil dizer. Sim, existem músicas sobre sexo até mesmo no K-Pop mainstream mas o sentido é sempre velado por muitas metáforas, o que não é um problema em si, usar metáforas é só um costume de compositores pra agregar valor e emoção à música, mas acaba sendo um problema porque é bem comum gravadoras coreanas obrigarem seus artistas a desviarem do assunto ou até mentir sobre o real sentido, ainda que todo mundo saiba a verdade.
Yummyzine. Qual é a sua visão sobre o papel da mídia na representação da sexualidade na Coreia do Sul?
KJ: Eu acho que a mídia sul-coreana não cumpre seu papel nem de longe. Bom, até que ela deu uma aliviada depois de todo o sucesso de doramas BL na Coreia, mas ainda sim, é sempre tudo muito escondido. Artigos que falam da "grande amizade" entre os atores que fazem protagonistas, artigos só sobre os atores quando eles ganham prêmios, sem citar que eles ganharam os prêmios por estarem em uma produção gay, coisas assim. É exatamente por isso que eu fiz questão que a Night Version fosse publicada na Coreia do Sul também, eu acho que talvez só o fato de descobrirem que essas coisas são, pelo menos, abertamente discutidas em outros lugares pode dar uma impulsionada na discussão lá também, certo?
Yummyzine: Certíssimo! Inclusive, eu gostaria de aproveitar sua deixa para dizer algo antes de encerrarmos por hoje: Nós da Yummyzine gostaríamos de agradecer ao KJ por usar tudo o que está ao alcance dele para nos ajudar a publicar essa edição também na Coreia do Sul como uma edição especial internacional, mesmo que nossa revista atue só nos EUA por enquanto. É uma ação e tanto pensar nisso, em tentar trazer progresso pro próprio país natal. Muito obrigado, KJ.
KJ: Que isso! Muito obrigado vocês por me convidarem pra essa edição, foi uma experiência muito foda e muito boa pra minha autoestima, vocês me deixaram gostoso pra caramba!
Yummyzine: E agora, que tal a gente terminar com um jogo de bate e volta?
KJ: Claro!
Yummyzine: Corpo!
KJ: Eu mesmo.
Yummyzine: Amor!
KJ: Eu mesmo.
Yummyzine: Sexo!
KJ: Muito bom!
Yummyzine: Liberdade?
KJ: A vida.
Yummyzine: Medo?
KJ: De morrer.
Yummyzine: Prazer?
KJ: Sexo!
Yummyzine: Um sonho?
KJ: Carreira, estabilidade... sucesso por muitos anos.
Yummyzine: Um pesadelo?
KJ: Um pesadelo de não... um pesadelo... eu tenho tantos sonhos que é difícil pensar num pesadelo...
Yummyzine: Mas já viveu alguma coisa que foi um pesadelo?
KJ: Já mas eu supero tudo na minha vida, acho que pesadelo é superação! Acho que é a palavra certa. Pesadelo, superação.
Yummyzine: Uma realização?
KJ: A minha carreira, a minha música, a minha vida hoje.
Yummyzine: E KJ por KJ?
KJ: Eu me defino como um ótimo artista, um ótimo rosto, um ótimo performer que vai conquistar o mundo.
Yummyzine: E qual o seu maior defeito, KJ?
KJ: É impulsividade, as vezes eu tenho que cuidar o que eu falo... -ele dá risada
Yummyzine: Precisa cuidar mesmo e da próxima vez que tiver manchetinha sua eu vou cobrar hein!
KJ: Tá bom então...
Yummyzine: Obrigado, KJ, Boa sorte, tá?
KJ: Obrigado! Gassho!
[DIVULGAÇÃO PARA MISEDUCATION E PROOF OF LOVE]