Coluna Pamela Niven: A liberdade de Nápoles
Aug 25, 2024 22:08:38 GMT
Post by jottavi on Aug 25, 2024 22:08:38 GMT
Um iced matcha latte. Um croissant de amêndoas com ricota. Um macbook. Uma caixa de lenços e a frente, uma grande janela. Essa é a visão que tenho quando olho novamente pro meu setup, aproximadamente dois anos depois que o deixei. Olho pra essa mesa e volto pra janeiro de 2027, a última vez que digitei pra essa coluna... eu anunciei que estava grávida, anunciei um novo corte de cabelo e falei que seria um grande ano. Bom, aqui estou um ano e meio depois. Vocês não querem saber da minha vida pessoal, querem? Eu com certeza aprontei bastante durante esse tempo e garanto que renderia um artigo inteiro só pra isso. Afinal de contas, agora eu sou mãe de novo. Já era mãe do grande Jamal, agora mãe da pequena Kate e claro, mãe da internet. Vocês ainda me consideram uma mãe?
Bom, eu sim. Uma mãe nunca perde o seu título. E assim como pessoas morrem, carros quebram e relacionamentos acabam, I couldn't help but wonder... As colunas param? A história simplesmente é interrompida? Não, nada é tão simples assim pra mim. Eu poderia me chamar de Pamela Bradshaw, mas eu com certeza tenho um otimismo que ela jamais teria. Acho que pessoas sobrevivem, carros são consertados e relacionamentos recomeçam. E acho que as colunas... elas deveriam ser pra sempre. Isso é quem eu sou. E parar por um ano e meio e depois voltar pra uma entrevista icônica não é a coisa mais Pamela Niven possível? Quebrando a quarta parede mais uma vez e recitando David Bowie: "Just like that bluebird, I'll be free. Ain't that just like me?"
Nessas idas e vindas da vida, tive alguns plot twists interessantes e que foram acompanhados — obviamente — de grandes trilhas sonoras que todos viveram nos últimos anos e eu também. Sempre fui muito dramática e musical, vocês sabem disso. Acharam mesmo que eu não ia me tornar homossexual depois de ouvir o Les Hommes? Eu acho que sempre fui. Meio que todo mundo é agora e eu adoro seguir modas, modas que muitos artistas ditaram durante esse tempo. Stefan Lancaster fez eu me divorciar. Lucca Lordgan me transformou em uma mulher bissexual de meia idade. Caleb Roth fez eu descobrir minha cidadania americana e saber que infelizmente sou 50% dessas terras. Golden Castles me convenceram e me aposentar e eu, Pamela Niven, me fiz voltar a ativa. Vamos ditar essa moda também! Porque não? Hoje sou rica, namoro Lily Groissman — aclamada crítica de cozinha — tenho dois filhos lindos e saudáveis, um ex-marido lindo que ainda me ama e diz que vai esperar eu sair da minha crise de meia idade pra reatarmos... bem, embora eu não tenha muito tempo livre, tenho as duas coisas principais: vontade de escrever e muito, muito repertório. Nossa, como vocês lançaram música!! Eu sou humanamente incapaz de comentar tudo aqui, mas futuramente quero falar de alguns highlights importantes. Hoje o meu foco aqui é outro e acho que pode ser a segunda coisa que trouxeram vocês até aqui — além do meu glorioso retorno, claro.
Tudo aconteceu sob segredo de justiça. Depois de centenas de e-mails sigilosos, ligações demoradas e presentes na minha caixa postal, eu embarquei em um vôo direto pra Nápoles pra encontrar não só uma, mas DUAS das maiores estrelas da indústria pop. Eles estavam me esperando no meu hotel preferido: Romeo Napoli, na área premium da cobertura. Sem câmeras, sem seguranças. Só eu, meu gravador, um delicioso martini de lichia, uma mesa de petiscos e eles. Lucca Lordgan e Stefan Lancaster. Tudo que vem a seguir é uma gravação da nossa deliciosa e tão esperada conversa. É um prazer estar de volta.
"Bem, pra começar sendo bem específica, faz aproximadamente 702 dias desde a nossa última conversa, Lucca. Com o Stefan mais ainda, 791 dias. Acho que dá pra dizer que deu tempo de acontecer bastante coisa, eu tô certa? O que vocês lembram que mudou desde o último papo até hoje? É uma reflexão boa."
L: Ah, mudou muita coisa. Há quase dois anos que nos falamos, eu consegui acabar a minha era anterior, lançar um novo álbum e embarcar em mais uma outra turnê. Tudo fluiu da melhor maneira possível, e mesmo com alguns problemas por aqui e por ali, eu estou feliz e orgulhoso com o que eu consegui ultimamente.
S: Bem, em um desses dois anos, o que aconteceu ficou mais pra mim mesmo do que pro público – passei um tempo viajando por conta própria, precisava de um tempo pra mim e pra curtir minha moto nova. Passei pelo sul e leste da Europa e pelo norte da África, até morei em Cairo por um tempo, e uns dois meses em Mykonos também. Foram dessas viagens que surgiu boa parte da inspiração pros casos do “Tales From Other Trails”, conhecendo pessoas, culturas e histórias. Algumas coisas escrevi durante as viagens, e outras só quando me firmei em um lugar só de novo. O restante vocês sabem – passei um ano meio que interpretando um detetive, o álbum saiu, fiz minha maior turnê até agora... apesar de não muito longa, acho que foi a melhor parte da minha vida como artista até agora.
"Eu preciso confessar que essa é uma junção bem inesperada pra mim. Vocês dois seguiram caminhos muito diferentes com seus últimos discos e tiveram recepções diferentes também. Eu tenho na minha frente uma nota 70 e uma nota 94. Mas de um lado eu também tenho cinco hits #1 e de outro temos um. Talvez vocês tenham objetivos diferentes, mas como lidam com isso? Acham que a junção de um artista aclamado com a de um popular é a junção perfeita?"
L: Eu acredito que tudo é por perspectiva. Não esperava tanta aclamação com o álbum por ele ser muito difícil de ser digerido pelas pessoas, mas como ainda estou novo no ramo, tudo soa fresco e isso me dá uma força para explodir e continuar divulgando meu trabalho, independente da crítica. O Stefan também já teve os seus dias de glória anteriormente, digo isso referente aos enormes hits estrondosos, mas agora penso que a sua perspectiva de carreira se tornou mais diferente. Ele já é conhecido e consolidado, eu ainda me sinto novo nisso tudo, então tenho que dobrar todo o esforço para poder chegar a um patamar desse modo. E sobre a junção, eu não sei se nesses termos é a junção perfeita, já que tivemos esse modelo de artista famoso com artista aclamado antes e não deu tão certo, mas o que torna o nosso dueto tão bom é por causa da nossa energia, nossa amizade e nosso talento. É algo que ultrapassa os trabalhos convencionais de artistas.
S: Eu conto nos dedos as vezes que eu realmente me esforcei muito pra que uma música fosse o maior sucesso do momento – “Oath” por exemplo foi meu primeiro #1 mundial como artista solo por causa de um esforço razoável meu pra chegar mais longe com o som mais puxado pro rock pela primeira vez, junto do interesse muito grande que o público teve com a temática. Durante o “Tales” foi parecido mas sinto que eu fiz menos ainda haha – teve muita movimentação nas redes sociais por causa das pessoas tentando entender e desvendar cada caso, cada loooongo relato que eu postava, foi uma forma bem única de ver as músicas chegando mais longe. É uma ‘estratégia’ totalmente diferente da do Lucca, e acho que as duas tem seu mérito. Mas acredito que esse diferencial acaba agradando mais a crítica as vezes, e eu estaria mentindo se não dissesse que me sinto orgulhoso por esse recorde de melhor nota de um artista masculino. E nada melhor do que juntar esses dois tipos de apelo, principalmente quando se está trabalhando com um amigo – durante o ano retrasado eu acabei conhecendo mais o Lucca e conversamos sobre tanta coisa, até sobre parcerias assim, até chegar nessa oportunidade em “Sunset”, que sempre foi minha música favorita do “LES HOMMES”.
"Uma coisa curiosa que eu percebi antes da entrevista é que embora nenhum dos dois tenha vencido álbum do ano, ambos estão intrinsecamente ligados com o vencedor, assim como eles conseguiram se ligar com os discos de vocês. Quando Golden Castles venceu o prêmio, eles chegaram a falar que qualquer vitória seria uma vitória porque eles estavam ligados aos outros álbuns também. Como é que aconteceu essa ligação? Vocês acham que já estavam ligados bem antes desse novo feat acontecer?"
L: Ah, eu amo o Golden Castles. Eles são uma das minhas maiores inspirações, e a minha amizade com o Namwon é muito enorme, nós sempre conversamos. E mesmo que eles sejam também muito próximos do Stefan, não foi a partir deles que tivemos a nossa ligação. Na real, a minha ligação com o Stefan já vinha de antes, eu o admirava bastante, e nas oportunidades que tinha quando estava no começo da carreira, queria sempre conhecê-lo e conversar um pouco. Um dia isso foi possível, e vimos que essa ligação foi criada de modo instantâneo. É uma amizade que eu diria que é linda, mesmo eu estando envolvido nela. Não tem nada de egocentrismo nessa fala, ok?
S: Conhecer o pessoal do Golden Castles foi uma das melhores partes da minha vida pessoal nos últimos anos, e trabalhar com eles está entre as melhores da vida artística. Desde que eles surgiram sempre sonhei com a oportunidade de uma collab, e fiquei tão feliz e aliviado que tivemos tempo de fazer isso em “file V” antes de chegar o fim da jornada deles como banda. Deixaram um vazio que ninguém chegou perto de conseguir preencher ainda, comprova mais ainda como mereceram o AOTY. Foi tão bom ver todos nós sendo reconhecidos naquela noite. E, no fim das contas, acho que foi só uma coincidência feliz – guardo tanto eles quanto o Lucca no coração, como tava contando antes, nossa amizade é bem importante pra mim.
"Antes da gente pular pro presente, eu preciso fazer só mais uma pergunta... Eu me lembro muito claramente de ver ataques homofóbicos na mídia na época em que o Les Hommes foi lançado... eu preciso dizer que achei um álbum extremamente corajoso por reforçar a sensualidade do BOY e extrapolar ela. É um deboche bem divertido e libertador e isso com certeza incomodou muita gente. Acho engraçado essa aproximação entre um artista tão polêmico e um artista tão discreto, porque não me lembro de ver Stefan no centro de um furacão desse jeito. Isso não assusta vocês? De talvez um influenciar a imagem do outro? Stefan, você não tem medo do ódio ou dos comentários que podem vir apenas e exclusivamente por colaborar com um homem gay?"
L: Eu acho que isso pode sim fazer com que as pessoas interpretem mal, mas eu acredito que seja só um trabalho. Stefan é bem reservado, mas acredito que ele não se incomode tanto com essa minha exibição considerada extrema. E também, não desejo que ele sofra com qualquer tipo de comentários, então “Sunset” é uma faixa bem sucinta e mais apaixonada do que explícita.
S: Talvez já tenha passado tempo suficiente pra isso ficar meio de lado – uns 6 anos haha – mas acho que pra mim foi mais fácil de não me importar por já ter passado por algo parecido naquela época, quando descobriram sobre meu ex, sobre o falecimento dele... quando não estavam me xingando por homofobia, estavam me acusando de ter alguma culpa no que aconteceu com ele (suspira). A verdade é que os dois primeiros anos da minha carreira foram tão conturbados que me ensinaram a ser mais reservado, e desde então, nunca estive em um momento tão ruim de novo, psicologicamente falando. Então, mesmo que queiram fazer algum tipo de ataque só por causa de uma música feita com meu amigo, já me distanciei o suficiente desse meio pra não me importar muito.
"Bom, agora nós estamos em 2028 e voilá, nos aproximamos do fim de duas eras incríveis. Por que encerrar com "Sunset"? Eu tenho a sensação de que passou voando tão rápido."
L: Assim como ela encerra o álbum, eu acredito que ela encerraria perfeitamente os lançamentos da era. Ela é uma faixa que dá esse sentido de encerramento, é uma canção aconchegante, e ao mesmo tempo, intensa e envolvente. Ela também seria uma ótima faixa para ganchos futuros… Em breve, todos irão entender.
S: Eu pretendia ainda fazer algumas coisas com o “Tales”, mas nem tudo sempre acontece da forma ideal. Então considero isso como algo… entre eras, tipo uma transição. Também estou fazendo algo que vai vir eventualmente, mas não tão em breve, vocês sabem como meu processo é demorado.
"Eu sempre gosto de brincar de três fatos rápidos quando reencontro pessoas que eu não vejo a muito tempo. A gente só fala três fatos que aconteceram desde a última vez que nos vimos, e tudo numa respirada só. A gente sempre lembra das três grandes coisas que marcaram nosso caminho até aqui, então eu queria que vocês falassem e depois explicassem. Eu começo. Três fatos rápidos: Eu tive uma filha. Namorei uma mulher. Venci um Maria Moors Cabot 2027. Sim, fui considerada a melhor jornalista do mundo ano passado por um dos prêmios mais antigos que existem. Uau. E pensar que consegui isso apenas criticando artistas no meu laptop e dormindo com Josef Sorett, reitor da universidade de Colúmbia... O que um copo de uísque com cravo não faz? Vez de vocês."
L: Venci o prêmio de música do ano no Grammy. Consegui emplacar cinco canções no topo dos charts globais. Levei um chifre.
.
S: Dirigi um filme. Passei pelo mundo todo com minha turnê. Pessoalmente mandei o CEO de uma empresa tomar no cu.
Rimos muito com as respostas e eu quis me dar mais uma taça de martini de lichia. Que acidez sensacional. Já estava ficando bêbada e deprimida, mas eu ainda estava em Nápoles. A partir daqui, eu perco um pouco mais o meu filtro. Mamães, tirem as crianças da sala.
"Vocês são mais do tipo dominador ou submisso? Eu consigo imaginar o Lucca com um chicote, uma cueca de couro e uma máscara. Vejo o Stefan com um cigarro de palha e sem depilar um pelo do corpo. Sério, vocês são mesmo a imagem que vocês passam? Eu admito: sou! Dominei meu ex-marido por anos e agora tenho a Lily pra fazer tudo que eu mando. Eu gosto de estar no topo e dando as ordens na casa e na cama. E vocês?"
L: Gosto de ser os dois, não tenho problemas enormes, mas na verdade, eu amo mandar. Nunca fui desobediente, seja em qualquer situação da vida, mas eu gosto dessa posição de mandar, ditar regras, impor o que deve ser feito ou não. É uma coisa que eu realmente curto e me vejo fazendo diversas vezes.
S: Hah, não é algo que eu exploro muito, mas se fosse escolher um dos dois, iria na mesma que vocês. E você acertou Pam, é raro eu me depilar, acontece mais quando quero fazer uma tatuagem nova.
"Vocês tem algum objeto favorito? De memória afetiva, quem sabe? Eu sou apaixonada pelos meus sapatos Manolo Blahnik. Vermelho bordô, edição de 89. Só uso em ocasiões especiais, podem olhar pros meus pés agora. Nápoles pede por um Manolo Blahnik. Até que vocês também."
L: Não sei se tenho um objeto favorito, mas na real, tem uma classe de objetos que é a minha favorita. Podem me julgar, mas eu amo cuecas. É até óbvio, já que eu sempre estou com elas em videoclipes ou ensaios fotográficos, mas me sinto bem utilizando elas. É confortável, é sexy, dá até um mistério sobre “o que será que está abaixo daquele pedaço de tecido?”. É uma ótima opção sempre, quando estou sozinho em casa, só fico assim, de cueca.
S: Acho que poucas pessoas sabem disso, mas eu pratico arqueria. Quando fiquei bom o suficiente na carpintaria, consegui fazer meu próprio arco, e estou sempre aperfeiçoando ele, seja pra melhorar o movimento das flechas ou pra talhar na madeira algum desenho, algum símbolo que me lembra de algo que eu gosto ou de alguém com quem eu me importo. Pratico com ele pelo menos uma vez na semana, mas trato com bastante cuidado.
"Meu ex-marido tentou tirar esses sapatos de mim no nosso divórcio... é impressionante como o nosso sucesso pode incomodar as pessoas. Já sentiram isso? Vocês dois eram os mais famosos dos seus antigos relacionamentos, disso eu sei. Existiu alguma dor de cotovelo no relacionamento? Querem falar alguma coisa pros seus exes? Eu quero. Vai se fuder, Richard. Eu não vou mudar o meu jeito bissexual."
L: Foi uma pergunta muito certeira da sua parte… Não acho que tenha existido uma dor de cotovelo, mas claramente rolou ciúmes. Eu odeio ciúmes, ainda mais porque gosto de separar o pessoal do profissional. Se eu beijo um ator em um videoclipe, é apenas para aquele momento de trabalho, e se as pessoas confundem tudo e não acham que é profissional, a culpa infelizmente não é minha. Não sei se eu quero falar algo para os meus exes, até porque, tudo o que tinha para falar, estou descarregando em canções belíssimas, então é apenas isso.
S: Concordo Lucca, infelizmente muitas pessoas ainda não entendem o limite do pessoal e do profissional, e é pior ainda quando entendem, mas ainda assim tentam achar formas de te atingir, seja por inveja ou por qualquer outra coisa do tipo. Pam, se serve falar pra alguma ex-amizade: se achar superior não te leva a lugar nenhum, deixa a prepotência de lado e vê se cria um pouco de identidade própria e bom senso.
"É, eu senti falta de um "vai se fuder" na fala de vocês. Vamos, isso aqui é um espaço livre. Repitam: vai se fuder. Mas gritem ALTO! VAI SE FUDER!"
S: Vaaai se fudeeer!...
L: “VAI SE FUDER!”? Desse jeito? (risos)
"Isso, uau. Lucca, tá tudo bem mesmo? Você gritou um pouco demais. Eu tô me divertindo demais com vocês hoje. Vamos ter um papo de futuro agora? Eu sou fofoqueira e o meu público também. O que vocês acham que vai ser 2029?"
L: Estou ótimo, até (risos). Eu acho que vai ser um ano bom, gosto de anos ímpares, eles sempre guardam as melhores surpresas e melhores coisas. Eu estou muito ansioso, de verdade, venho trabalhando bem, quem sabe não teremos um novo projeto lindo em 2029 para todos vocês? Seria um sonho, mas ainda não posso confirmar nada de verdade, então me manterei apenas nesse ar de possibilidades. Pode ser que aconteça, pode ser que não, então só nos resta aguardar para saber as surpresas.
S: Ih, não vai ser nada ainda não- Talvez em 2030 vem alguma coisa, mas aí ano que vem eu te conto, Pam. Desde que não ajude a vazar minhas prévias de novo hein? Mas ano que vem mesmo, talvez eu participe de algum outro filme, talvez apareça em parcerias como essa com o Lucca, quem sabe. Também penso em abrir uma galeria de arte.
"Eu sempre volto pra reler minhas entrevistas antigas, aposto que vocês também. Hm, que tal vocês falarem uma coisa fora de contexto? Tipo, uma frase ou alguma coisa que define o próximo álbum de vocês. Mas uma coisa que a gente só vai entender quando escutarmos o álbum, no futuro. Um spoiler do futuro. Qualquer coisa que vá me fazer voltar aqui depois, ler a frase e ficar "aaaaah, agora faz sentido". Eu fiz isso quando avisei que 2027 ia ser um ano sem pistas. Assunto sensível."
L: Diria que todos viram o Lucca Lordgan por aí em diversos projetos, mas acho que no meu próximo disco, vocês vão conhecer o Giordanno de verdade. Pra quem não sabe, é meu nome do meio, sempre deixado no cantinho, mas que diz muito sobre mim.
Nessas idas e vindas da vida, tive alguns plot twists interessantes e que foram acompanhados — obviamente — de grandes trilhas sonoras que todos viveram nos últimos anos e eu também. Sempre fui muito dramática e musical, vocês sabem disso. Acharam mesmo que eu não ia me tornar homossexual depois de ouvir o Les Hommes? Eu acho que sempre fui. Meio que todo mundo é agora e eu adoro seguir modas, modas que muitos artistas ditaram durante esse tempo. Stefan Lancaster fez eu me divorciar. Lucca Lordgan me transformou em uma mulher bissexual de meia idade. Caleb Roth fez eu descobrir minha cidadania americana e saber que infelizmente sou 50% dessas terras. Golden Castles me convenceram e me aposentar e eu, Pamela Niven, me fiz voltar a ativa. Vamos ditar essa moda também! Porque não? Hoje sou rica, namoro Lily Groissman — aclamada crítica de cozinha — tenho dois filhos lindos e saudáveis, um ex-marido lindo que ainda me ama e diz que vai esperar eu sair da minha crise de meia idade pra reatarmos... bem, embora eu não tenha muito tempo livre, tenho as duas coisas principais: vontade de escrever e muito, muito repertório. Nossa, como vocês lançaram música!! Eu sou humanamente incapaz de comentar tudo aqui, mas futuramente quero falar de alguns highlights importantes. Hoje o meu foco aqui é outro e acho que pode ser a segunda coisa que trouxeram vocês até aqui — além do meu glorioso retorno, claro.
Tudo aconteceu sob segredo de justiça. Depois de centenas de e-mails sigilosos, ligações demoradas e presentes na minha caixa postal, eu embarquei em um vôo direto pra Nápoles pra encontrar não só uma, mas DUAS das maiores estrelas da indústria pop. Eles estavam me esperando no meu hotel preferido: Romeo Napoli, na área premium da cobertura. Sem câmeras, sem seguranças. Só eu, meu gravador, um delicioso martini de lichia, uma mesa de petiscos e eles. Lucca Lordgan e Stefan Lancaster. Tudo que vem a seguir é uma gravação da nossa deliciosa e tão esperada conversa. É um prazer estar de volta.
"Bem, pra começar sendo bem específica, faz aproximadamente 702 dias desde a nossa última conversa, Lucca. Com o Stefan mais ainda, 791 dias. Acho que dá pra dizer que deu tempo de acontecer bastante coisa, eu tô certa? O que vocês lembram que mudou desde o último papo até hoje? É uma reflexão boa."
L: Ah, mudou muita coisa. Há quase dois anos que nos falamos, eu consegui acabar a minha era anterior, lançar um novo álbum e embarcar em mais uma outra turnê. Tudo fluiu da melhor maneira possível, e mesmo com alguns problemas por aqui e por ali, eu estou feliz e orgulhoso com o que eu consegui ultimamente.
S: Bem, em um desses dois anos, o que aconteceu ficou mais pra mim mesmo do que pro público – passei um tempo viajando por conta própria, precisava de um tempo pra mim e pra curtir minha moto nova. Passei pelo sul e leste da Europa e pelo norte da África, até morei em Cairo por um tempo, e uns dois meses em Mykonos também. Foram dessas viagens que surgiu boa parte da inspiração pros casos do “Tales From Other Trails”, conhecendo pessoas, culturas e histórias. Algumas coisas escrevi durante as viagens, e outras só quando me firmei em um lugar só de novo. O restante vocês sabem – passei um ano meio que interpretando um detetive, o álbum saiu, fiz minha maior turnê até agora... apesar de não muito longa, acho que foi a melhor parte da minha vida como artista até agora.
"Eu preciso confessar que essa é uma junção bem inesperada pra mim. Vocês dois seguiram caminhos muito diferentes com seus últimos discos e tiveram recepções diferentes também. Eu tenho na minha frente uma nota 70 e uma nota 94. Mas de um lado eu também tenho cinco hits #1 e de outro temos um. Talvez vocês tenham objetivos diferentes, mas como lidam com isso? Acham que a junção de um artista aclamado com a de um popular é a junção perfeita?"
L: Eu acredito que tudo é por perspectiva. Não esperava tanta aclamação com o álbum por ele ser muito difícil de ser digerido pelas pessoas, mas como ainda estou novo no ramo, tudo soa fresco e isso me dá uma força para explodir e continuar divulgando meu trabalho, independente da crítica. O Stefan também já teve os seus dias de glória anteriormente, digo isso referente aos enormes hits estrondosos, mas agora penso que a sua perspectiva de carreira se tornou mais diferente. Ele já é conhecido e consolidado, eu ainda me sinto novo nisso tudo, então tenho que dobrar todo o esforço para poder chegar a um patamar desse modo. E sobre a junção, eu não sei se nesses termos é a junção perfeita, já que tivemos esse modelo de artista famoso com artista aclamado antes e não deu tão certo, mas o que torna o nosso dueto tão bom é por causa da nossa energia, nossa amizade e nosso talento. É algo que ultrapassa os trabalhos convencionais de artistas.
S: Eu conto nos dedos as vezes que eu realmente me esforcei muito pra que uma música fosse o maior sucesso do momento – “Oath” por exemplo foi meu primeiro #1 mundial como artista solo por causa de um esforço razoável meu pra chegar mais longe com o som mais puxado pro rock pela primeira vez, junto do interesse muito grande que o público teve com a temática. Durante o “Tales” foi parecido mas sinto que eu fiz menos ainda haha – teve muita movimentação nas redes sociais por causa das pessoas tentando entender e desvendar cada caso, cada loooongo relato que eu postava, foi uma forma bem única de ver as músicas chegando mais longe. É uma ‘estratégia’ totalmente diferente da do Lucca, e acho que as duas tem seu mérito. Mas acredito que esse diferencial acaba agradando mais a crítica as vezes, e eu estaria mentindo se não dissesse que me sinto orgulhoso por esse recorde de melhor nota de um artista masculino. E nada melhor do que juntar esses dois tipos de apelo, principalmente quando se está trabalhando com um amigo – durante o ano retrasado eu acabei conhecendo mais o Lucca e conversamos sobre tanta coisa, até sobre parcerias assim, até chegar nessa oportunidade em “Sunset”, que sempre foi minha música favorita do “LES HOMMES”.
"Uma coisa curiosa que eu percebi antes da entrevista é que embora nenhum dos dois tenha vencido álbum do ano, ambos estão intrinsecamente ligados com o vencedor, assim como eles conseguiram se ligar com os discos de vocês. Quando Golden Castles venceu o prêmio, eles chegaram a falar que qualquer vitória seria uma vitória porque eles estavam ligados aos outros álbuns também. Como é que aconteceu essa ligação? Vocês acham que já estavam ligados bem antes desse novo feat acontecer?"
L: Ah, eu amo o Golden Castles. Eles são uma das minhas maiores inspirações, e a minha amizade com o Namwon é muito enorme, nós sempre conversamos. E mesmo que eles sejam também muito próximos do Stefan, não foi a partir deles que tivemos a nossa ligação. Na real, a minha ligação com o Stefan já vinha de antes, eu o admirava bastante, e nas oportunidades que tinha quando estava no começo da carreira, queria sempre conhecê-lo e conversar um pouco. Um dia isso foi possível, e vimos que essa ligação foi criada de modo instantâneo. É uma amizade que eu diria que é linda, mesmo eu estando envolvido nela. Não tem nada de egocentrismo nessa fala, ok?
S: Conhecer o pessoal do Golden Castles foi uma das melhores partes da minha vida pessoal nos últimos anos, e trabalhar com eles está entre as melhores da vida artística. Desde que eles surgiram sempre sonhei com a oportunidade de uma collab, e fiquei tão feliz e aliviado que tivemos tempo de fazer isso em “file V” antes de chegar o fim da jornada deles como banda. Deixaram um vazio que ninguém chegou perto de conseguir preencher ainda, comprova mais ainda como mereceram o AOTY. Foi tão bom ver todos nós sendo reconhecidos naquela noite. E, no fim das contas, acho que foi só uma coincidência feliz – guardo tanto eles quanto o Lucca no coração, como tava contando antes, nossa amizade é bem importante pra mim.
"Antes da gente pular pro presente, eu preciso fazer só mais uma pergunta... Eu me lembro muito claramente de ver ataques homofóbicos na mídia na época em que o Les Hommes foi lançado... eu preciso dizer que achei um álbum extremamente corajoso por reforçar a sensualidade do BOY e extrapolar ela. É um deboche bem divertido e libertador e isso com certeza incomodou muita gente. Acho engraçado essa aproximação entre um artista tão polêmico e um artista tão discreto, porque não me lembro de ver Stefan no centro de um furacão desse jeito. Isso não assusta vocês? De talvez um influenciar a imagem do outro? Stefan, você não tem medo do ódio ou dos comentários que podem vir apenas e exclusivamente por colaborar com um homem gay?"
L: Eu acho que isso pode sim fazer com que as pessoas interpretem mal, mas eu acredito que seja só um trabalho. Stefan é bem reservado, mas acredito que ele não se incomode tanto com essa minha exibição considerada extrema. E também, não desejo que ele sofra com qualquer tipo de comentários, então “Sunset” é uma faixa bem sucinta e mais apaixonada do que explícita.
S: Talvez já tenha passado tempo suficiente pra isso ficar meio de lado – uns 6 anos haha – mas acho que pra mim foi mais fácil de não me importar por já ter passado por algo parecido naquela época, quando descobriram sobre meu ex, sobre o falecimento dele... quando não estavam me xingando por homofobia, estavam me acusando de ter alguma culpa no que aconteceu com ele (suspira). A verdade é que os dois primeiros anos da minha carreira foram tão conturbados que me ensinaram a ser mais reservado, e desde então, nunca estive em um momento tão ruim de novo, psicologicamente falando. Então, mesmo que queiram fazer algum tipo de ataque só por causa de uma música feita com meu amigo, já me distanciei o suficiente desse meio pra não me importar muito.
"Bom, agora nós estamos em 2028 e voilá, nos aproximamos do fim de duas eras incríveis. Por que encerrar com "Sunset"? Eu tenho a sensação de que passou voando tão rápido."
L: Assim como ela encerra o álbum, eu acredito que ela encerraria perfeitamente os lançamentos da era. Ela é uma faixa que dá esse sentido de encerramento, é uma canção aconchegante, e ao mesmo tempo, intensa e envolvente. Ela também seria uma ótima faixa para ganchos futuros… Em breve, todos irão entender.
S: Eu pretendia ainda fazer algumas coisas com o “Tales”, mas nem tudo sempre acontece da forma ideal. Então considero isso como algo… entre eras, tipo uma transição. Também estou fazendo algo que vai vir eventualmente, mas não tão em breve, vocês sabem como meu processo é demorado.
"Eu sempre gosto de brincar de três fatos rápidos quando reencontro pessoas que eu não vejo a muito tempo. A gente só fala três fatos que aconteceram desde a última vez que nos vimos, e tudo numa respirada só. A gente sempre lembra das três grandes coisas que marcaram nosso caminho até aqui, então eu queria que vocês falassem e depois explicassem. Eu começo. Três fatos rápidos: Eu tive uma filha. Namorei uma mulher. Venci um Maria Moors Cabot 2027. Sim, fui considerada a melhor jornalista do mundo ano passado por um dos prêmios mais antigos que existem. Uau. E pensar que consegui isso apenas criticando artistas no meu laptop e dormindo com Josef Sorett, reitor da universidade de Colúmbia... O que um copo de uísque com cravo não faz? Vez de vocês."
L: Venci o prêmio de música do ano no Grammy. Consegui emplacar cinco canções no topo dos charts globais. Levei um chifre.
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S: Dirigi um filme. Passei pelo mundo todo com minha turnê. Pessoalmente mandei o CEO de uma empresa tomar no cu.
Rimos muito com as respostas e eu quis me dar mais uma taça de martini de lichia. Que acidez sensacional. Já estava ficando bêbada e deprimida, mas eu ainda estava em Nápoles. A partir daqui, eu perco um pouco mais o meu filtro. Mamães, tirem as crianças da sala.
"Vocês são mais do tipo dominador ou submisso? Eu consigo imaginar o Lucca com um chicote, uma cueca de couro e uma máscara. Vejo o Stefan com um cigarro de palha e sem depilar um pelo do corpo. Sério, vocês são mesmo a imagem que vocês passam? Eu admito: sou! Dominei meu ex-marido por anos e agora tenho a Lily pra fazer tudo que eu mando. Eu gosto de estar no topo e dando as ordens na casa e na cama. E vocês?"
L: Gosto de ser os dois, não tenho problemas enormes, mas na verdade, eu amo mandar. Nunca fui desobediente, seja em qualquer situação da vida, mas eu gosto dessa posição de mandar, ditar regras, impor o que deve ser feito ou não. É uma coisa que eu realmente curto e me vejo fazendo diversas vezes.
S: Hah, não é algo que eu exploro muito, mas se fosse escolher um dos dois, iria na mesma que vocês. E você acertou Pam, é raro eu me depilar, acontece mais quando quero fazer uma tatuagem nova.
"Vocês tem algum objeto favorito? De memória afetiva, quem sabe? Eu sou apaixonada pelos meus sapatos Manolo Blahnik. Vermelho bordô, edição de 89. Só uso em ocasiões especiais, podem olhar pros meus pés agora. Nápoles pede por um Manolo Blahnik. Até que vocês também."
L: Não sei se tenho um objeto favorito, mas na real, tem uma classe de objetos que é a minha favorita. Podem me julgar, mas eu amo cuecas. É até óbvio, já que eu sempre estou com elas em videoclipes ou ensaios fotográficos, mas me sinto bem utilizando elas. É confortável, é sexy, dá até um mistério sobre “o que será que está abaixo daquele pedaço de tecido?”. É uma ótima opção sempre, quando estou sozinho em casa, só fico assim, de cueca.
S: Acho que poucas pessoas sabem disso, mas eu pratico arqueria. Quando fiquei bom o suficiente na carpintaria, consegui fazer meu próprio arco, e estou sempre aperfeiçoando ele, seja pra melhorar o movimento das flechas ou pra talhar na madeira algum desenho, algum símbolo que me lembra de algo que eu gosto ou de alguém com quem eu me importo. Pratico com ele pelo menos uma vez na semana, mas trato com bastante cuidado.
"Meu ex-marido tentou tirar esses sapatos de mim no nosso divórcio... é impressionante como o nosso sucesso pode incomodar as pessoas. Já sentiram isso? Vocês dois eram os mais famosos dos seus antigos relacionamentos, disso eu sei. Existiu alguma dor de cotovelo no relacionamento? Querem falar alguma coisa pros seus exes? Eu quero. Vai se fuder, Richard. Eu não vou mudar o meu jeito bissexual."
L: Foi uma pergunta muito certeira da sua parte… Não acho que tenha existido uma dor de cotovelo, mas claramente rolou ciúmes. Eu odeio ciúmes, ainda mais porque gosto de separar o pessoal do profissional. Se eu beijo um ator em um videoclipe, é apenas para aquele momento de trabalho, e se as pessoas confundem tudo e não acham que é profissional, a culpa infelizmente não é minha. Não sei se eu quero falar algo para os meus exes, até porque, tudo o que tinha para falar, estou descarregando em canções belíssimas, então é apenas isso.
S: Concordo Lucca, infelizmente muitas pessoas ainda não entendem o limite do pessoal e do profissional, e é pior ainda quando entendem, mas ainda assim tentam achar formas de te atingir, seja por inveja ou por qualquer outra coisa do tipo. Pam, se serve falar pra alguma ex-amizade: se achar superior não te leva a lugar nenhum, deixa a prepotência de lado e vê se cria um pouco de identidade própria e bom senso.
"É, eu senti falta de um "vai se fuder" na fala de vocês. Vamos, isso aqui é um espaço livre. Repitam: vai se fuder. Mas gritem ALTO! VAI SE FUDER!"
S: Vaaai se fudeeer!...
L: “VAI SE FUDER!”? Desse jeito? (risos)
"Isso, uau. Lucca, tá tudo bem mesmo? Você gritou um pouco demais. Eu tô me divertindo demais com vocês hoje. Vamos ter um papo de futuro agora? Eu sou fofoqueira e o meu público também. O que vocês acham que vai ser 2029?"
L: Estou ótimo, até (risos). Eu acho que vai ser um ano bom, gosto de anos ímpares, eles sempre guardam as melhores surpresas e melhores coisas. Eu estou muito ansioso, de verdade, venho trabalhando bem, quem sabe não teremos um novo projeto lindo em 2029 para todos vocês? Seria um sonho, mas ainda não posso confirmar nada de verdade, então me manterei apenas nesse ar de possibilidades. Pode ser que aconteça, pode ser que não, então só nos resta aguardar para saber as surpresas.
S: Ih, não vai ser nada ainda não- Talvez em 2030 vem alguma coisa, mas aí ano que vem eu te conto, Pam. Desde que não ajude a vazar minhas prévias de novo hein? Mas ano que vem mesmo, talvez eu participe de algum outro filme, talvez apareça em parcerias como essa com o Lucca, quem sabe. Também penso em abrir uma galeria de arte.
"Eu sempre volto pra reler minhas entrevistas antigas, aposto que vocês também. Hm, que tal vocês falarem uma coisa fora de contexto? Tipo, uma frase ou alguma coisa que define o próximo álbum de vocês. Mas uma coisa que a gente só vai entender quando escutarmos o álbum, no futuro. Um spoiler do futuro. Qualquer coisa que vá me fazer voltar aqui depois, ler a frase e ficar "aaaaah, agora faz sentido". Eu fiz isso quando avisei que 2027 ia ser um ano sem pistas. Assunto sensível."
L: Diria que todos viram o Lucca Lordgan por aí em diversos projetos, mas acho que no meu próximo disco, vocês vão conhecer o Giordanno de verdade. Pra quem não sabe, é meu nome do meio, sempre deixado no cantinho, mas que diz muito sobre mim.
S: …vou até ficar quieto-- digo, não sei bem do que poderia dizer como spoiler, porque estou desenvolvendo dois ou talvez três projetos paralelamente. Mas, independente do que vier, esperem uma sonoridade diferente pra mim, e talvez mais um alter ego.
"Maravilhoso. Eu tive um tempo incrível aqui com vocês, rapazes. Muito obrigada por esse reencontro e muito obrigada por esse papo delicioso. Considerações finais?"
L: Essa entrevista foi incrível, sempre gosto de me encontrar com você, Pamela. É sempre uma diversão gigante, e ainda estar aqui ao lado do Stefan, torna tudo mais divertido e engraçado. Foi muito bom estar aqui e falar de coisas profissionais de maneira mais sutil e suave, sem aquela pressão enorme em cima de nós para sempre respondermos da maneira mais perfeita possível. Obrigado por nos acompanhar nesse momento incrível.
S: Acho que de todas as oportunidades que eu já tive para fazer entrevistas, as suas foram as únicas que não pensei em recusar ou remarcar, Pam. Nas saídas com o Lucca é parecido, mas já dei uns bolos nele sem querer haha. Obrigado pra vocês dois, faz tempo que fazer algo ‘de trabalho’ não é tão leve e fácil de aproveitar assim.
"Obrigada, de coração. De surpresa, eu pedi pra minha equipe trazer uma máquina de karaokê. Atualizada. Com só uma música. Sunset. Me acompanham nessa performance?"
Nos levantamos e fomos até a máquina de karaokê, bem do lado da minha jacuzzi privada. Tinhamos três microfones, vocais incríveis e um sonho. Essa performance vocês não podem ver e nem ouvir, mas eu posso me lembrar pra sempre. Cantei um hit ao lado de dois dos meus artistas favoritos. Sinceramente? Estou realizada. Eu amo Nápoles.
As vezes, me pergunto se a verdadeira questão de tudo isso não é sobre encontrar a resposta certa, mas sobre viver as perguntas com um pouco mais de glamour e coragem. Porque, no fim das contas, a vida é uma grande vitrine de moda onde cada um de nós é o estilista de sua própria história. E se há algo que eu aprendi, é que a verdadeira elegância não está apenas nos Manolo Blahnik ou nas músicas europeias luxuosas, mas na forma como navegamos pelas encruzilhadas e nos apaixonamos pelas aventuras que nos aguardam. Até que eu volte pra próxima coluna, lembre-se: Nápoles pode ser impiedosa, mas também revela o melhor lado de você. Eu venho sentindo a liberdade de Les Hommes desde o início e hoje eu entendi que a cada gemido de prazer que eu dou, há uma nova história esperando para ser contada.
[DIVULGAÇÃO PARA SUNSET (REMIX) E HONEYMOON]