FORNAX - REAL:nary
Aug 19, 2024 14:04:36 GMT
Post by Ramprozz on Aug 19, 2024 14:04:36 GMT
Ouça REAL:nary de FORNAX aqui.
Nota: 72
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Seguindo a carreira após seu polêmico álbum de debut que dividiu opiniões, FORNAX e suas garotas entregam uma versão melhorada de suas faixas, entregando uma produção um pouco mais limpa e fresh, mas ainda fiel a marca do grupo, que pode agradar uma parcela maior e causar menos controvérsia, o 'REAL:nary' bomba com as batidas eletrônicas e sintetizadores futurísticos, o som mecânico é o que mais torna o projeto coeso, já em suas letras temos um pouco evolução assim como listado anteriormente: "um pouco mais limpas e fresh, mas ainda fiéis a marca do grupo, que pode agradar uma parcela maior"
Nota: 70
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REAL:nary é um álbum... interessante. Os produtores fizeram um ótimo trabalho mantendo o álbum linear e no mesmo campo sensorial ou, que seja, "vibe". No entanto, até que ponto uma "vibe" forte e bem definida é suficiente? Esse projeto tem uma atenção bem peculiar em produção e mixagem, por mais que muito dele pareça um rip off das colegas de industria eClipse (o que talvez a equipe nem desejasse esconder, já que a estética é futurística e beira o cyberpunk que torna o eClipse característico) mas até aí, tudo bem, o K-Pop ainda é uma indústria de música pop, ou seja, tendências são replicadas à exaustão e saturação. O problema é que nada parece ter muita personalidade, talvez porque o forte do FORNAX seja uma influência do hyperpop combinada com a leveza e uma certa dose de camp (quem não gosta de i love cats de um jeito irônico ou até pós-irônico) e talvez o FORNAX tenha brilhado tanto antes justamente por não se levarem a sério e aceitarem ser, ainda que artistas, também entretenimento cômico, o que de maneira alguma torna alguém menos "artístico", como vemos em artistas como Liebe ou Sofía... e talvez a perca desse aspecto para focar em algo mais ambicioso, com influências trap hop e até cyberpunk em momentos, despiu o refrescante FORNAX de sua distinção tão maravilhosa. Ainda sim, é um álbum sólido, com letras de pouco esforço técnico, mas ainda sim aceitáveis para um grupo de K-Pop. REAL:nary é um projeto mais que decente, mas decepcionante para os padrões de indistinguibilidade e personalidade marcante que parece clássica e inerente ao FORNAX.
Nota: 60
Escrita por: Bane Lee
Foi um dilema muito grande elaborar uma crítica para o álbum REAL:nary do FORNAX, já que por um lado é uma mostra clara de como o grupo está focado em expandir seus horizontes e alçar voos maiores a cada lançamento, mais polidos e bem estruturados, mas por outro lado, está pintado por todos os lados como um desespero de forçar ao grupo uma identidade sonora completamente alheia.
Vamos lá: A característica mais marcante do FORNAX sempre foi seu experimentalismo; as produções eletrônicas frequentemente flertando com estruturas mais datadas e um caos sonoro (dizendo isso numa conotação positiva) que está sendo lapidado num estilo muito próprio. O grupo deu as caras em um debut corajoso, dizendo ao mundo todo que sua marca é justamente desafiar o convencional em prol de criar um diferencial.
Apesar de haver uma linha tênue que atravesse o eletrônico progressivo e chegue até o experimental, a curadoria de Caterpillar para o REAL:nary encomendou para o FORNAX uma personalidade nova em folha, que negligenciava e deixava de lado muito do que elas construíram no passado, em virtude de fazer uma sonoridade mais "forte". Muito triste.
Onde alguns artistas demoram alguns lançamentos para construir sua identidade sonora, é inegável que o FORNAX conseguiu este feito diretamente em seu primeiro lançamento, e é uma enorme decepção ver como o REAL:nary quase parece uma tentativa de apagar o diferencial do grupo.
A intro já começa definindo o tom do álbum: um eletrônico pesado, industrial e sombrio que sem dúvidas tem um instrumental incrível, mas sem nenhum traço da personalidade infectante do FORNAX. Felizmente há alguns lampejos de esperança escondidos dentre as faixas do álbum, como no single principal "im SO C0OL", que é um exemplo muito bom de quão incrível o álbum poderia ter sido se mesclasse o eletrônico distópico com os nuances coloridos da essência do FORNAX. É de longe a melhor faixa do projeto, e também um grande destaque na discografia do grupo, com um refrão explosivo e extremamente dançante.
Felizmente novamente, a faixa "GeT LOUDER" segue como mais um dos exemplos do álbum não tenta transformar o FORNAX num grupo de dark edm. Apesar da faixa realmente soar como algo que estaria no álbum de estreia do eClipse, "GeT LOUDER" se destaca no meio da tracklist pelas características frenéticas do instrumental durante os refrões. Infelizmente a identidade que vinha sendo construída logo vai de encontro ao brejo com a faixa "K^. .^Y"; mais um exemplo de uma faixa extremamente fenomenal, que dadas nas mãos do FORNAX parece um adolescente fazendo uma pulseira de clipes de papel para dizer "agora sou punk, esse é meu novo eu". Seguindo a lista de músicas desnecessariamente pesadas para o projeto chegamos em "R∀CER", que apesar de ter uma ambientação bem interessante no instrumental, com os efeitos sonoros de carros, e o pré-refrão trazendo algo novo para a música, o drop do refrão (e o grunge rock do segundo verso) mais uma vez faz você se perguntar se o FORNAX realmente é tão inovador quando prometia ser. A faixa "GxxD B'O'Y" é tão semelhante a faixa anterior que quase parece redundante falar sobre ela, visto que os problemas de "R∀CER" são exatamente os mesmos encontrados aqui, mas com um pouco menos de criatividade. Com o título mais bonito do álbum, "Hypnosi꙰s" traz algo novo em comparação as duas faixas anteriores, sintetizando um piano nos versos e uma guitarra nos refrões, finalmente trazendo mais do que apenas uma sonoridade as bsides do álbum.
Depois de muito tempo, finalmente voltamos aos acertos do álbum, o pre-single "M∆SKARA" é mais um exemplo perfeito de como se mistura o eletrônico progressivo de forma interessante com o caos colorido que o FORNAX trás em sua essência. É até estranho ver um acerto tão grande no meio de erros ainda maiores. Fomentando a tradição de duas músicas interessantes entre algumas decepcionantes, "gOOd n!ght" é uma das faixas mais doidinhas e interessantes do álbum; ao mesmo tempo que os vocais cantam uma melodia doce em cima, o instrumental ao fundo é completamente barulhento e frenético, com sintetizadores se arranhando nas faixas de áudio. Foi bom enquanto durou; o que uma faixa como "~I Don’t Wanna Know~" faz no meio de um álbum como este? Apesar de ter alguns dark edm com instrumental industrial, esta faixa é fora de todos os limites, sendo incrivelmente experimental e intrigante, mas é o maior atentado de "estou tentando desesperadamente fazer algo estranho". "~I Don’t Wanna Know~" é uma das poucas faixas que posso dar um desconto e olhar além da forçação de identidade; sem dúvidas é uma música extremamente experimental e ousada, e seria perfeita para um momento de degustação única no álbum… uma pena que este sabor já foi deixado batido pelas primeiras faixas do disco. Uma estranha mudança abrupta nunca foi tão bem-vinda como "In a Dream", finalmente trazendo algo novo ao álbum, assim como "gOOd n!ght" com diversos sintetizadores malucos massageando os vocais durante toda a faixa. A penúltima faixa "L∆ LUΠ∆" faz meu argumento anterior soar um pouco contraditório, já que "L∆ LUΠ∆" soa… diferente de todo o resto, todo o resto mesmo. Um moombahton com influências de tropical house não era algo que eu imaginava ver no fim deste álbum, mas acho que dentre os males, há muito maiores que este. O álbum se encerra com a faixa "OUTRO", que é uma faixa incrível e motivacional, por que essa faixa me motiva a querer estudar, inventar uma máquina do tempo, e voltar no passado para destruir os arquivos da introdução do álbum e substituir por estes; se o direcionamento do REAL:nary tivesse sido em cima da faixa "OUTRO" como a introdução do álbum ao invés da faixa "INTRO: Welcome to (REAL:nary)", este com certeza entraria entre meus álbuns preferidos do K-Pop, com experimentações extraordinárias e um conceito intrigante. Mas infelizmente, perdi muita da minha vontade de acompanhar o FORNAX depois de ouvir este álbum; me apaixonei pela estranheza surpreendente do grupo que não vi em mais ninguém, mas se o destino do grupo for se tornar eletrônico pesado, sombrio e industrial, já há grupos que fazem isso muito melhor.
É muito triste ver que um grupo tão explosivo e diverso como o FORNAX tenha sido submetido a se encaixar num molde bem mais sério para esse álbum, torcemos esperançosamente para que no futuro, o grupo tome escolhas melhores a respeito do direcionamento criativo de seus projetos, visto que sua identidade é única demais para ser negligenciada como foi em REAL:nary. A equipe da Ghosted IMG foi a NewHall Daycare em Santa Clarita para realizar a análise do álbum REAL:nary no dia 1° de Abril de 2028, e mesmo depois de instalar todo nosso equipamento e escutar o álbum todo… não tivemos praticamente nenhuma atividade. Além de uma breve leitura no EMF durante as faixas "im SO C0OL" e "M∆SKARA", nada foi captado pela nossa equipe. Talvez os espíritos do local estivessem tão desinteressados pelo álbum como estava a equipe da Ghosted IMG.