[AMERICA] Agatha Melina para a FORBES
Aug 2, 2024 0:15:13 GMT
Post by andrewschaefer on Aug 2, 2024 0:15:13 GMT
No dia 01 de Agosto de 2028, foi publicada a edição da primeira metade de agosto da revista norte-americana FORBES. A FORBES é uma revista bissemanal de negócios, finanças e economia. A multiartista Agatha Melina foi a convidada para estampar a capa da revista e concedeu uma entrevista onde contou em detalhes sobre a sua ascensão à posição de uma das artistas mais consagradas da atualidade após quase nove anos de carreira e como ela se planejou financeiramente para que a sua carreira desse certo apesar de muitos obstáculos e movimentos arriscados. Leia a matéria na íntegra:
Cantora, compositora, performer, diretora e uma mulher de negócios. Estas são apenas algumas palavras que resumem quem é Agatha Melina Munteanu. Nascida em Bucareste, na Romênia, no dia 19 de Junho de 1997, Agatha se interessou pela música desde cedo.
Agatha: Eu tive aulas de piano e aulas de canto durante o fim da minha infância e durante toda a minha adolescência, desde os dez anos de idade os meus pais perceberam o talento que havia em mim e investiram nisso. Eu sou muito grata a eles por terem me mostrado esse caminho que me ajudou a me descobrir.
FORBES: Agatha, qual foi o momento que fez seus pais perceberem que você estava predestinada a ser uma cantora?
Agatha: Foi numa apresentação na minha escola para o dia das mães. Era uma música clássica na Romênia chamada Bună Mamă e todas as crianças cantavam em coro, mas de acordo com a minha mãe, a minha voz claramente se sobressaía dentre todas as outras. Naquele mesmo ano, meus pais me matricularam em uma escola de música em que eu tinha aulas de canto e, alguns meses depois, também comecei a ter aulas de piano na mesma escolinha.
FORBES: E você, quando percebeu que se tornaria uma cantora?
Agatha: Acredito que demorei um pouco mais de tempo que meus pais. Eu levava a música como um hobby e uma forma de terapia. Comecei a escrever as minhas próprias canções quando ainda era adolescente e nelas eu conseguia expressar meus sentimentos com uma clareza que eu normalmente não conseguia em terapias ou conversas, então eu tinha para mim como uma medida de fugir da realidade e me divertir.
FORBES: Qual profissão você se imaginou tendo quando era criança?
Agatha: Passei por diversas fases quando era criança e adolescente, mas as principais foram: astrônoma e programadora. Astrônoma quando eu era criança pois era obcecada com o universo, as estrelas e os planetas. E programadora quando eu era criança pois achava interessantíssimo a ideia de utilizar a lógica para criar softwares, inclusive cheguei a começar a estudar de maneira autônoma, mas não me encontrei nessa área.
FORBES: O que fez você mudar de ideia e seguir carreira na música?
Agatha: Eu não me sentia satisfeita e nem um pouco realizada quando me imaginava exercendo as profissões que mencionei anteriormente. Mas quando eu pensava em passar a vida sendo uma cantora, inevitavelmente um sorriso se instalava em meu rosto. Foi então que percebi que deveria arriscar e segui meu coração.
FORBES: Você voltaria atrás na sua escolha?
Agatha: De maneira alguma. Estou muito feliz com minhas decisões.
FORBES: Alguma vez nos últimos dez anos você já sentiu que deveria voltar atrás?
Agatha: Sim. Quando eu ainda era estudante de música na Universidade de Londres, eu registrava e postava músicas que eu escrevia em uma página do Facebook. Um dia, acordei com um e-mail. Era uma gravadora norte-americana que dizia ter se interessado muito pelas minhas composições e que estavam prestes a estrear uma cantora que combinaria com as músicas que eu estava escrevendo, então me fizeram uma proposta de trabalhar como compositora exclusiva da agência. Era um bom salário e tinha toda a questão de royalties que seriam um adicional bacana, então tranquei a minha faculdade e viajei para Toronto, no Canadá.
FORBES: Como era esse trabalho?
Agatha: Eu ia de segunda a sexta-feira, me reunia com outros compositores, com produtores e com os artistas daquela gravadora. Desenvolvíamos músicas de acordo com as orientações que nos eram passadas e era um trabalho exaustivo, confesso, pois a criatividade é algo que vem naturalmente e todos os dias eu sentia que estava tentando tirar leite de pedra para entregar uma composição boa, mas era completamente rasa e sem sentimento. Além disso, aquela não era a vida que eu queria. Eu sonhava em ser uma cantora e não uma compositora, agindo por trás das cortinas. Nesse período da minha vida, comecei a desenvolver o começo de uma depressão e foi daí que surgiram as músicas do "Chaos". Foram dois anos trabalhando assim.
FORBES: Como você se tornou cantora afinal de contas?
Agatha: A gravadora sob a qual eu estava registrada já tinha uma artista com um estilo muito semelhante ao meu e, inclusive, todas as minhas composições iam para ela, então era fora de questão que eu estreasse como artista naquela mesma agência. Então uma vez vi em meu Facebook que uma gravadora estadunidense estava abrindo audições para encontrar novos talentos e decidi participar. Eles me ligaram algumas semanas depois e disseram que haviam gostado muito de mim e estavam interessados em fazer uma entrevista comigo, que seria a próxima etapa desse "processo seletivo". Na entrevista, deixei claro qual era o meu estilo e o meu tipo de música e o que eu queria fazer. Naquele mesmo dia, me ofereceram um contrato e eu assinei sem prestar muita atenção. Esse contrato terminava após o lançamento de 3 álbuns sob aquele selo. Além disso, uma parte muito maior do que o normal do lucro ia para a gravadora. Por fim, eles tinham um poder criativo sobre meus projetos maior do que eu gostaria que tivessem.
FORBES: Foi nesse momento em que você pensou em voltar atrás na decisão de ser cantora?
Agatha: Sim, pensei. Eu lancei o Chaos e o álbum fez bastante sucesso para a época, foram mais de 3 milhões de cópias vendidas e inclusive cheguei ao primeiro lugar da paradas globais com meu single Dirty Desire, mas algumas decisões estavam me deixando descontentes. A primeira coisa que me deixava angustiada era o fato de que eles não me deixavam aparecer nas capas dos singles. As capas da era Chaos, inclusive do próprio álbum, são protagonizadas por modelos e a razão disso nunca foi tão clara para mim. Eles surgiram com tudo pronto e eu simplesmente aceitei por medo - e, na verdade, nem tinha poder de recusar, embora não soubesse. Eu comecei a sentir que as coisas estavam estranhas quando uma das músicas do álbum vazou, Vocalnic. E então me fizeram lançar essa faixa como single, sendo que foi o singles com o pior desempenho da era. A gota d'água foi a turnê Chaos Tour. Passei pela América do Norte e pela Europa, mas o gerenciamento estava tão ruim que decidi quebrar meu contrato. O marketing da turnê foi tão ruim que muitos shows não lotaram. Além disso, quando as cópias físicas do Chaos acabaram, a gravadora não mandou fazer mais, então as vendas foram congeladas nos 3,3 milhões quando deveria ter sido muito mais!
FORBES: Ao invés de desistir da sua carreira de cantora, você quebrou o contrato e decidiu criar seu próprio selo, a Dark Diamond Music. Como foi esse processo?
Agatha: Não vou negar, foi difícil. Em 2020, eu e um amigo, Klaus Henderson, nos juntamos para criar a Dark Diamond Music, um espaço onde teríamos liberdade criativa e poder sobre nossos próprios trabalhos. Felizmente, somente com os lucros da era Violence, meu segundo álbum de estúdio, consegui pagar a multa de rescisão contratual.
FORBES: Quais foram os desafios financeiros que você enfrentou ao abrir sua própria gravadora?
Agatha: O maior desafio inicial foi o capital de giro. Eu e o Klaus tínhamos economias limitadas, então fomos extremamente estratégicos com nossos gastos. O primeiro escritório da Dark Diamond Music era simplesmente um estúdio de gravação modesto, mas para nos ajudar a manter essa ideia funcionando, lançamos a mixtape Dark Diamond Music Vol. 1 e fizemos diversas parcerias com artistas grandes na época como Williams, Brie, Reiko, e isso auxiliou para que aumentássemos nossos recursos. Felizmente, Ambitions, parceria com a Brie, fez bastante sucesso, e pagou os custos de marketing e promoção da mixtape.
FORBES: E como você financiou a expansão da Dark Diamond Music nos primeiros anos?
Agatha: A era Violence foi a grande responsável para alavancarmos o selo, além disso o Klaus também lançou o álbum Hello World! que fez bastante sucesso. Reinvestimos a maior parte dos lucros dos álbuns na gravadora. Após isso, vieram outros projetos como o Inspire, Expire, o grandioso Forget Me Not, e o Radioaktive Atomkraft do Klaus. Além disso, sempre fazíamos shows e participávamos de eventos para aumentar nossa receita. Felizmente, atraímos alguns investidores anjos que acreditavam no nosso propósito e também evitamos gastos desnecessários, focando principalmente em áreas que gerassem maior retorno sobre investimento.
FORBES: Em 2026, ficamos sabendo que a Arcade Records adquiriu a Dark Diamond Music. Quais foram os impactos dessa mudança?Agatha: Foram impactos positivos, pois eu e Apollyon já éramos amigos, então quando houve essa negociação, deixei claro que o controle criativo continuaria sendo dos artistas e o gerenciamento continuaria sendo feito por mim e pelo Klaus. Ele concordou. Essa aquisição resultou em um maior investimento para a Dark Diamond Music e a contratação de novos artistas. Hoje temos em nosso catálogo nomes como Miroslava Tsukumo e Kierah! Obviamente uma parte dos lucros ainda vai para a Arcade, mas também existe um maior investimento que é fundamental para o funcionamento da gravadora.
FORBES: Como foi negociado o acordo entre a Dark Diamond Music e a Arcade Records e quais foram os termos financeiros envolvidos?
Agatha: A negociação não foi tão burocrática pois tanto nós como Apollyon tínhamos visões claras do que estávamos buscando quando consideramos essa possibilidade. Mas houve uma série de reuniões para apresentar propostas e estabelecer termos, tudo isso para garantir que ambas as partes estivessem satisfeitas. A Arcade Records adquiriu uma participação majoritária na Dark Diamond Music, mas como eu mencionei, uma das nossas exigências foi que o controle criativo e gerencial permanecesse conosco e com os artistas da DDM. Essa injeção de capital permitiu que expandíssemos nossas operações e contratássemos novos talentos.
FORBES: Hoje, com quase nove anos de carreira, você parece estar vivendo o seu auge. Emplacando todos os singles da era no Top 5 da Hot 30, quebrando recordes e vendendo mais de dez milhões de cópias de seu quinto álbum de estúdio. Como você acredita que chegou a esse patamar hoje?
Agatha: Eu percebo que a indústria se tornou mais complexa com o passar do tempo e os erros que cometi com o Nightmare aprendi a contornar no Haunted Hallways. Eu creio que eu consegui criar um suspense para o álbum, que lancei os singles certos e os trabalhei da maneira mais adequada. Fui a todos os festivais e premiações que pude e hoje minhas músicas estão tocando em todos os lugares do mundo.
FORBES: É perceptível que você tem a capacidade de gerir suas finanças de maneira exemplar. Pode compartilhar conosco como diversificou seus investimentos ao longo dos anos?
Agatha: Gosto dessa pergunta pois diversificação sempre foi uma prioridade para mim. A partir do momento em que a Dark Diamond Music se tornou auto-sustentável, ou seja, os lucros obtidos por ela já pagavam seus gastos, tive a oportunidade de aplicar parte dos meus lucros em imóveis, tanto comerciais quanto residenciais, e isso me proporcionou uma fonte de renda passiva estável. Eu também procurei investir em ações e fundos mútuos, visando indústrias que eu acredito terem um forte potencial de crescimento, como tecnologia e energia renovável. Além disso, eu tenho uma pequena participação em startups que considero promissoras no setor de tecnologia musical.
FORBES: Isso é interessante. Em relação às startups de tecnologia musical, como você escolhe em quais investir?
Agatha: Eu gosto de coisas novas e diferentes, então busco startups que estejam trazendo algo inovador para a indústria da música. Por exemplo, há um ano, mais ou menos, investi em uma empresa que desenvolve software de produção musical com inteligência artificial, obviamente isso não tira o trabalho de nenhum produtor pois sou veementemente contra esse tipo de IA, mas sou a favor quando é utilizada para facilitar a criação de músicas e ajudar os produtores musicais em seus trabalhos. Também investi com uma startup que está desenvolvendo uma nova plataforma de streaming que irá pagar royalties mais justos para os artistas, essa questão sempre foi uma preocupação muito grande minha, então decidi apoiar. O software ainda está em produção e deverá ser lançado nos próximos meses.
FORBES: Como você lida com o risco associado a esses investimentos?
Agatha: Primeiramente, antes de investir, faço uma due diligence rigorosa. Analiso o modelo de negócios da startup, o mercado-alvo, a concorrência, a equipe fundadora e a tecnologia em si. Também consulto meus assessores financeiros e, em todos os casos, participo de reuniões com os fundadores para entender melhor a visão deles e como planejam alcançar seus objetivos. É arriscado você apostar em algo que não é certo, principalmente quando estamos falando de startups, então é crucial existir uma gestão de risco. Para suavizar esses riscos, nunca invisto mais do que estou disposta a perder em uma única empresa, entende? Procuro diversificar fazendo investimentos em mais de uma startup. Além disso, acho que é mais do que importante você manter uma reserva de emergência sólida e continuar investindo em ativos mais seguros, como imóveis, para equilibrar o risco.
FORBES: Com tantos investimentos e projetos em andamento, como você consegue equilibrar seu tempo entre a carreira musical e suas responsabilidades empresariais?
Agatha: É um desafio, mas eu diria que essas coisas são relativamente mais fáceis para eu executar pois não preciso trabalhar oito horas por dia todos os dias da semana, então consigo organizar o meu tempo de uma forma mais flexível. Para meus investimentos, tenho assessores financeiros que me ajudam a monitorar e gerir tudo isso.
FORBES: Como você administra o fluxo de caixa da sua gravadora e garante a sustentabilidade dela?
Agatha: Esta parte normalmente é o Klaus quem cuida. Mas nós utilizamos um software de gestão financeira para manter tudo mais organizado e que também nos ajuda prever possíveis necessidades de caixa. Além disso, também temos uma poupança emergencial para que possamos lidar com qualquer imprevisto.
FORBES: Agatha, você mencionou anteriormente que está satisfeita com suas decisões até agora. Olhando para o futuro, quais são seus planos financeiros e profissionais?
Agatha: Profissionalmente, meu objetivo é continuar criando música, fazendo turnês, participando de festivais... Enquanto eu estiver viva, quero viver meu sonho ao máximo. Também almejo expandir a Dark Diamond Music, tenho vontade de trazer mais artistas talentosos para nosso selo. Financeiramente, eu ando interessada em investir em projetos de impacto social e ambiental, e acredito que esses serão majoritariamente meus investimentos no futuro. Além disso, ingressei recentemente na indústria da moda com a PRADA, lançando a Chaos Collection e pretendo lançar mais produtos ainda nos próximos meses.
FORBES: Você tem algum conselho financeiro para artistas emergentes que estão começando suas carreiras?
Agatha: Olha, o meu principal conselho é que invistam em educação financeira desde cedo e antes de assinarem qualquer contrato, procurem um advogado de confiança para que não caiam em maus lençóis como eu caí. Entender como gerenciar suas finanças é de suma importância para garantir uma carreira longa e sustentável. E, para os artistas iniciantes, é bom ressaltar que por mais que seja linda a ideia de sobreviver apenas da música, nenhum artista atualmente faz isso. Tenha investimentos ou até mesmo empreendimentos e sempre tenha dinheiro guardado para situações de emergência. Além disso, seja estratégico com seus gastos, especialmente no início da carreira em que uma boa parte dos gastos costuma sair de nosso bolso.
[Divulgação para Dead End e Treason]