Bru - De Onde Vinha?/NUA(Short Film)
Jul 7, 2024 20:49:57 GMT
Post by nad on Jul 7, 2024 20:49:57 GMT
Dirigido por Tieta e produzido por Caju Labs, o clipe de 7 minutos e 30 segundos da cantora Brü combina dois singles: "De Onde Vinha?" e "Nua". A narrativa visual aborda a desumanização, fetichização e exploração das mulheres trans negras. Brü é convidada para uma exposição de arte que se revela uma armadilha, onde pessoas brancas e cis a leiloam como mercadoria. O vídeo traça um paralelo entre a violência histórica contra pessoas negras e a opressão contemporânea das mulheres trans.
O clipe se inicia dentro de um museu onde estava exposto obras de artes quais eram eram quadros de mulheres trans que morreram pela violência. Os frames destacavam Giberta, Dandara dos Santos, Amara Moira e Paloma Vitorino. O público de pessoas brancas se vestia de forma refinada e pareciam apreciar e respeitar as imagens que ali viam enquanto o instrumental da música ainda começava. O frame corta para Brü entrando pela grande porta da frente, usando também com um vestido de gala como as demais mulheres que estavam ali. Enquanto entrava, Brü cantando a primeira estrofe passeando pelos corredores. Os homens a encaravam com certo desejo, enquanto as mulheres olhavam com curiosidade e desprezo.
Eu botei os pés ali, naquela calçada
Onde estavam os homens, um aberto leilão
Eu era um enigma, uma aberração
Era uma coisa, mas que oferta boa, boa, boa, boa, boa, boa
Era quase de graça
Tava por acaso ali, não trabalhava
Chamavam “mulata”, queriam algodão
Tava na Angola, tava na Cabinda
No Monjolo, no Congo, no barco
E eu, e eu, e eu, e eu, e eu, e eu
A me perguntar, de onde vinha?
Quando chega ao centro da exposição, todos os olhares focam em Brü, ela é abordada por dois seguranças que a tomaram pelos braços e a carregavam, subindo uma escada para um palco que havia ali no museu. A exposição se transforma em um leilão daquelas artes que estavam ali. Brü está no centro, sendo “avaliada” pelos presentes. Homens em ternos chiques fazem lances, enquanto Brü permanece firme, mas claramente desconfortável, cantando e olhando para a câmera enquanto aquilo acontecia.
Era uma vendagem, com muitas tiragens
Nem me questionavam se eu era ou não
E mesmo com marcas, mesmo bem vestida
Eles apenas vinham, e vinham, e vinham e vinham, e vinham
Tinham a mesma cara
Tinham ternos chiques
Com carros do ano, eram homens brancos
Fetichização
E eles me queriam, pegavam em minhas tranças
Mãos de heranças, brancas, oh não, oh não, oh não, oh não, oh não
E eu me perguntava, de onde vinha?
Brü é “avaliada” como se estivesse em um mercado de escravos, com pessoas examinando seus dentes e passando as mãos nela. Close-ups das mãos brancas em contraste com a pele dela, reforçando a fetichização. A cena alterna para um dos presentes cuspindo no rosto de Brü, mostrando a continuidade da exploração. Quanto mais Brü era explorada mais as placas de lances eram levantadas.
De onde vinha, de onde vinha?
De onde vinha, de onde vinha?
De onde vinha, de onde vinha?
De onde vinha?
Brü é vendida para um dos homens que estavam dando lances nela e é levada pelos dois seguranças. O homem bonito andava sem expressão nenhuma na frente até que eles chegassem próximo a limousine dele, quando ambos entraram, ele começa a beijar Brü, iniciando ali o instrumental de Nua. Eles se pegavam muito, mudando totalmente o clima que estava pesado para uma tensão super sensual.
Eles vão para um clube de stripper qual Brü sobe no palco e cantava enquanto ele a observava. Brü estava no centro em uma cadeira, segurando o microfone enquanto cantava, o homem se concentrava e a olhava hipnotizado. Brü vai perdendo aquele medo por ter sido comprada por ele naquela situação e começa a confiar no homem, ficando à vontade e sorrindo para ele, já estava se envolvendo por aquele homem que parecia ter lhe salvado daquela situação.
Te dei meu coração, meu bem
Pra que veja o amor que tenho a dar
Armar um jeito de ver em meu peito aquilo que tenho de bom
Teu instinto de ter transparência, urgência de ter o que é meu, e já foi
Quando vi estava ali
Sem Prada, deitada ao teu lado com um bourbon
Fazendo daquilo um altar
Com teus dentes no meu calcanhar
Dedos em minha boca, louca
Não vou te pedir pra parar
Brü dançava de forma sensual na cadeira. As luzes se tornam um grande holofote roxo onde marcava bem a silhueta dela. Os movimentos eram precisos e habilidosos. Contraindo as costas na cadeira, e em um movimento rápido ela se vira, ficando de quatro na cadeira, rebolando para o homem
Parapá, papapá parapa
Parapara papapá papá, papá
A cena da boate já corta para eles subindo o elevador do prédio em que ele levou Brü, novamente ambos se beijando de forma ardente. Ele possuía o corpo dela, beijando seu pescoço enquanto ela o agarrava pelas pernas. Brü estava totalmente tomada por aquela situação depois de tudo que passou, aproveitava para viver cada momento do afeto físico que recebia daquele homem tão bem aparentado.
Te dei meu coração, meu bem(te dei meu coração, meu bem)
Pra que veja o amor que tenho a dar(Pra que veja o amor, que eu tenho a dar)
Armar um jeito de ver em meu peito aquilo que tenho de bom
Teu instinto de ter transparência, urgência de ter o que é meu, e já foi
Quando vi estava ali
Sem Prada, deitada ao teu lado com um bourbon
O corte vai direto para eles na cama, ele tirando o paletó enquanto ela o ajudava com certa urgência a tirar sua gravata e a blusa. Ele por sua vez tirava o vestido dela calmamente, tentando fazer aquele momento durar cada vez mais.
Fazendo daquilo um altar
Com teus dentes no meu calcanhar
Dedos em minha boca, louca
Não vou te pedir pra parar
A cena de sexo entre eles se inicia, os dois pareciam querer aquilo mais que tudo. O ator beijava Brü com toda vontade e a química entre eles era notória. Ele puxava o lábio inferior dela enquanto Brü mostrava o quão prazeiroso era aquilo com suas expressões faciais. Eles rolavam na cama enquanto se davam prazer por toda aquela ponte.
Parapá, papapá parapa
Parapara papapá papá, papá
Parapá, papapá parapa
Parapara papapá papá, papá
O instrumental da música vai mudando enquanto mostra o pós-sexo deles, na legenda ela pergunta para ele se ele está bem e ele friamente com um sorriso falso fala que está, enquanto já vai se levantando para se vestir.
Nua ah, nua ah, nua ah, nua ah
Nua ah, nua ah, nua ah, nua ah
Ele vai para o banheiro enquanto ela entra no closet do homem, experimentando uma camisa social branca dele para o plano de dormirem juntos. Quando ela volta para o quarto avista ele toma um copo de whiskey, ficando agressivo logo em seguida, falando para que ela saísse de sua casa.
Eu quis te dar amor e mais
Tudo o que eu tenho pra mostrar
“Tira a roupa” como um disco arranhado cê vem, e só me quer nua
Ele gritava enquanto Brü corria de lingerie, apenas com a camisa social por cima. Ela sai do apartamento e corre para o mesmo elevador qual eles estavam se pegando mais cedo, tentando sair dali com toda urgência. As cenas eram rápidas tal qual o instrumental que mudou na música, acontecendo tudo aquilo enquanto ela lutava para sair daquela situação.
Eu quis te dar amor e mais
Que te faça querer ficar
“Tira a roupa” como um disco arranhado cê vem, e só me quer nua
Nua ah, nua ah, nua ah, nua ah
Nua ah, nua ah, nua ah, nua ah
Quando ela finalmente chega não saguão do condomínio, a polícia estava se aproximando, o homem havia denunciado Brü e ela é algemada e presa pela polícia sem ao menos saber pelo que estava sendo presa ao sons dos seus gritos de “nua” no final da música. A verdade é que o homem que a comprou nunca a quis de verdade, ele só a queria nua para realizar seu fetiche, e depois de fazer o que queria com seu corpo a denunciando injustamente. No final Brü entrava na parte de trás da viatura e quando o porta-malas é fechado, o carro vai se afastando e na placa tem escrito. “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro.”
Nua ah, nua ah, nua ah, nua ah
Nua ah, nua ah, nua ah, nua ah
“Tira a roupa” como um disco arranhado cê vem, e só me quer nua
Ahh
Ahh
Fim