[LATIN] EMÍ X NUNCA ES TARDE
May 1, 2024 1:26:52 GMT
Post by adrian on May 1, 2024 1:26:52 GMT
[DIVULGAÇÃO PARA VERTE ARDER & MUJER BRUJA]
EMÍ inicia os trabalhos de divulgação do seu primeiro single no programa argentino Nunca Es Tarde. A artista foi convidada para uma entrevista, além de encantar o público com uma apresentação dupla: uma versão rock de MUJER BRUJA e VERTE ARDER, o primeiro single do álbum para todos los amantes les deseo suerte.
EMÍ inicia os trabalhos de divulgação do seu primeiro single no programa argentino Nunca Es Tarde. A artista foi convidada para uma entrevista, além de encantar o público com uma apresentação dupla: uma versão rock de MUJER BRUJA e VERTE ARDER, o primeiro single do álbum para todos los amantes les deseo suerte.
[PGM] Hoje temos prazer em receber uma das artistas da nova geração mais proeminentes da música latina. EMI! Seja bem-vinda, querida.
[EMÍ] Obrigado a todes pelos aplausos! Eu agradeço pelo convite e pela confiança em mim. É o primeiro programa que participo, então além de feliz, estou muito nervosa.
[PGM] É o seu primeiro? Nossa! E você já tem uma série de feitos na música, certo?
[EMÍ] Graças à Sofía [risos]. Ela me tirou do fundo do poço, literalmente.
[PGM] Como assim? Tem a ver com os problemas que foram citados dentro do documentário dela? Espere, não responda. Começaremos por algo mais recente: você mudou seu nome artístico! Qual foi a motivação por trás disso?
[EMÍ] Tive dois motivos principais. O primeiro é a de que me disseram que deveria adotar algo mais dinâmico; algumas pessoas chegaram até mesmo a me comparar com Sofía. O segundo motivo: de certa forma, estava presa ao nome Emília à minha antiga equipe. Eu poderia continuar com ele? Poderia, mas me traria muita dor de cabeça.
[PGM] Certo, agora sim, você pode responder o motivo pelo qual Sofía te tirou do fundo do poço.
[EMÍ] Desde o SHOWDOWN, reality-show em que fiquei na segunda colocação, nós tivemos problemas nos contratos que assinamos com a direção do programa. Foi uma luta imensa para podermos lançar nossos trabalhos em solitário e, mesmo assim, alguns sequer conseguiram fazer isso. O meu primeiro single foi lançado há meses atrás e ninguém nem lembra. Não me foi permitido divulgar, nada! Queriam que eu fosse uma cópia de Sofía ou de Blanca, mas ia contra tudo o que pensava. Tanto é que De Charco en Charco quase não saiu por ter uma pegada mais rock. Sabe o impacto disso na carreira de um iniciante? Quase me fez desistir de cantar.
[PGM] Vocês não receberam nenhum apoio do programa?
[EMÍ] Assim que o reality-show acabou, não. Estávamos presos a um contrato quase tirânico. E é por isso que digo que a Sofía me tirou do fundo do poço. Nós viramos amigas e ela sabia de tudo isso. Assim que ela me chamou para colaborar com ela em Mujer Bruja, tudo começou a mudar.
[PGM] O que mudou exatamente?
[EMÍ] Eu estava sendo reconhecida, pela primeira vez, como a artista que sou. Ela me deu a oportunidade de participar de um de seus singles mais famosos. Nós ganhamos um GRAMMYs, sabe? Depois disso, consegui dinheiro para quebrar o maldito contrato e me vi livre. Essa mulher salvou a minha vida. Sou muito honrada por poder dividir essa canção junto a ela e, também, um pouco de sua vida.
[PGM] Vocês tiveram um romance, certo? Isso foi antes ou depois do convite para Mujer Bruja?
[EMÍ] Aconteceu no momento. Assim que gravamos o videoclipe, por exemplo, já estávamos nos relacionando. Acabou um pouco depois. Fomos felizes, por mais curto que tenha sido o período.
[PGM] Como você se enxerga hoje, em termos de orientação sexual?
[EMÍ] Eu sou uma mulher pansexual. Desde adolescente já sabia que não me encaixava nos rótulos mais comuns, hetero ou homossexual. Homem ou mulher, não-binário, enfim, eu me relaciono com pessoas não com genitálias. Isso ficou mais claro para mim quando conheci um garoto na universidade. Não deu certo, mas pelo menos consegui me descobrir mais.
[PGM] Desculpe a mudança repentina de assunto, mas você é formada?
[EMÍ] Não, eu parei os estudos para focar na carreira. Anteriormente eu cursava odontologia. Não gostava muito, sabe? Não me sentia loira o suficiente [risos].
[PGM] Retornando [risos]. Então você se descobriu pansexual. Foi um processo fácil?
[EMÍ] Nunca é, eu acho. Mas, para mim, foi tranquilo. Eu já estava consciente de que algo estava fora do lugar, eu estava fora de órbita. O que mais tive dificuldade foi com que aqueles que estavam ao meu redor pudessem entender como eu me sentia. É difícil para algumas pessoas pensar em orientações sexuais para além do hétero/homo.
[PMG] Como esse reconhecimento impactou no futuro de sua carreira?
[EMÍ] Olha, diretamente, nada. Mas me deu forças para reconhecer que eu poderia ir muito mais do que aquilo que me era dado. Quando eu tive problemas com a equipe, pensei em desistir; mas eu lembrei de que, quando era mais nova, já me posicionava para viver tudo o que eu queria. Não era a hora de desistir. Eu não podia desistir!
[PMG] Você falou que conseguiu dinheiro e se livrou do contrato. Poderia nos dar mais detalhes, por favor?
[EMÍ] Claro! Quando entramos no reality-show assinamos um contrato de exclusividade artística, mas não sabíamos que era tão agressivo assim. Não à toa que, quantitativamente, poucos participantes iniciaram as suas carreiras solo. Onde está a campeã? Você a viu por aí? Pois é. Nem tudo é sobre a pessoa, mas àquilo que está por trás dela. A multa era enorme e sem a Sofía eu não teria conseguido. Ela foi uma mãe para mim. E por isso eu me apaixonei por ela.
A plateia aplaude e grita.
[PGM] Você recém lançou um single em parceria com a própria Sofía e chocou a internet. Ela, Sofía, vem numa pegada mais latina e, junto à você, apareceu cantando rock. De onde surgiu isso?
[EMÍ] Era uma ideia de ambas. Quando chamei ela para me ajudar na construção do disco, já sabia que seria este o caminho que seguiria. Por dois motivos: é o que eu gosto de ouvir e para evitar comparações com artistas latinas, como a Sofía. É comum que nos vejam como seguindo um determinado ritmo apenas pela nossa nacionalidade. Queria evitar essa batalha. Em relação a parceria, nós duas escrevemos a música e desde a concepção inicial pensamos que era nossa. Não há muito segredo: escrevemos e gostamos daquilo que havíamos produzido.
[PGM] Sabe, nunca imaginei que Sofía viria para o rock [risos].
[EMÍ] Olha, eu sou muito fã dela, então o que eu vou falar agora pode parecer desinteressante: ela é uma das artistas mais completas da atualidade. Ela consegue ir do pop ao reggaeton, do reggaeton para a cumbia e para o trap. Ela é fenomenal.
[PGM] Falando em álbum, nós já sabemos algumas coisas sobre ele, mas são informações esparsas. Gostaria que você nos adiantasse mais a respeito de seu disco.
[EMÍ] Bem, o nome do álbum é A TODOS LOS AMANTES LES DESEO SUERTE e vai abordar as minhas experiências afetivas dos últimos anos. Eu tenho apenas vinte e um anos, logo, tudo o que tenho para relatar está mais próximo da adolescência que de algo mais “maduro”. Então, sim, é um álbum juvenil e as letras correspondem a isso. Não abordo apenas experiências românticas, mas uma experiência de autodescoberta.
[PGM] O que mais te empolgou no processo de elaboração do álbum?
[EMÍ] Eu não imaginava que seria tão bacana abrir as portas do meu coração para traduzir em música. É clichê, eu sei, mas descobri muito de mim na composição e produção do álbum. A cantora que sai desse movimento já é outra. Novamente, apesar do álbum abordar uma etapa da minha vida mais juvenil, hoje me sinto em outro patamar. Obviamente são canções que amo, mas, no atual momento da minha vida, não representam quem eu sou na integralidade. É algo que fez parte de mim. E eu quis contar essa história por considerá-la como essencial para mim.
[PGM] E o que mais te deixou para baixo, assim, o que foi mais difícil?
[EMÍ] Foi justamente esse processo de colocar em palavras e batidas o que senti. Não é nada fácil compor. Nada fácil de produzir. Fiquei sem dormir dias e noites por achar que tudo o que estava fazendo era uma grande merda. E ainda hoje sinto isso [risos], mas me sinto pronta para enfrentar o mundo como ele é.
[PGM] Você está apostando no pop/rock, quais são suas principais influências artísticas hoje?
[EMÍ] Pode parecer estranho, mas a Hina Maeda é uma grande influência para mim. Não em estilo, mas de posicionamento. Me enxergo muito na postura disruptiva que ela assume. Eu quero muito ser como ela quando crescer: lançar música, sumir e viver do dinheiro das canções. Brincadeira [risos]. Além dela, Sofía e Tieta, como duas mulheres latinas poderosas, e Plastique. Amo todas essas mulheres e devo a elas tudo o que sou hoje.
[PGM] O que você espera para o futuro?
[EMÍ] Espero poder ser feliz fazendo tudo aquilo que eu desejo. Tenho muitos planos para novos álbuns, turnês, enfim. Não sei se vão se realizar, mas sonhar é de graça, então eu me esbaldo. Sou uma mulher muito sonhadora e luto por aquilo que quero e acredito ser o melhor para mim.
[PGM] Você está listada para ser um dos atos de abertura da turnê de Lucca Lordgan. Como surgiu o convite?
[EMÍ] Veio direto para a minha equipe e eu aceitei.
[PGM] Mas você conheceu o Lucca?
[EMÍ] Eu o vi apenas em premiações, mas nunca cheguei a estabelecer uma conversação franca com ele. O convite veio de cima, então não tive acesso a ele, por enquanto. Logo mais estou viajando para a Europa, onde irão acontecer os shows, e espero poder tietar muito ele. Acompanho a sua carreira desde o início, embora larguei de mão quando ele e Sofía estavam brigados [risos]. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Também o admiro por ser tão liberto em relação ao que sente e o que quer mostrar ao público.
[PGM] Recentemente, também na Europa, você recebeu o prêmio de Artista Revelação no EMAs. Já era esperado?
[EMÍ] Por mim, não [risos]. Eu fiquei realmente surpresa com essa premiação. Já estava muito feliz com todos o que Mujer Bruja estava levando, que foram vários. Quando anunciaram meu nome pensei “leram errado, não é possível”, mas aí eu subi ao palco; se estivesse errado, eles que entregasse o certo depois, mas o momento seria meu de qualquer jeito [risos].
[PGM] A sua vida realmente mudou depois do reality-show. Estou vendo aqui na sua ficha de inscrição que você e sua família haviam sofrido um golpe. Foi isso mesmo?
[EMÍ] Siim! Éramos muito ingênuos e acreditamos em um cara que disse que me levaria ao topo do mundo. Na realidade ele nos levou para o esgoto, quase literalmente. Meus pais ficaram sem dinheiro para pagar o aluguel e fomos despejados. Ficamos na rua por uns três dias, acho, até que conseguimos reaver uma parte do dinheiro por empréstimos bancários. Só consegui livrar meus pais dessa dívida há muito pouco tempo.
[PGM] Para finalizar, o que você pode dizer aos seus fãs a respeito dos próximos passos de sua carreira?
[EMÍ] Eu posso dizer que vocês não perdem por esperar tudo o que nós preparamos para os próximos meses. O álbum vai finalmente sair e não poderia estar mais orgulhosa do que preparamos. Torço para que gostem do disco e continuem me acompanhando ao longo do ano. Tenho certeza que será uma experiência mágica para todes!
A entrevista terminou e EMÍ se dirigiu para um pequeno cenário montado na lateral esquerda do palco. Nele, havia uma banda e um microfone à espera da cantora. Em um primeiro momento ela apresentou ao público uma versão modificada de Mujer Bruja, com maior presença da guitarra e da bateria. Enfim, se pôs a cantar o seu mais novo single: VERTE ARDER. A apresentação contou com a própria EMÍ assumindo os vocais de Sofía. Após o fim da performance foi aplaudida pela plateia e agradeceu pelo carinho e audiência.