QruBim - BLYSS WAVE
Apr 11, 2024 22:32:26 GMT
Post by Ramprozz on Apr 11, 2024 22:32:26 GMT
Ouça o BLYSS WAVE de QruBim aqui.
NOTA: 80
Escrito por: Karine Cardoso
BLYSS WAVE. Em seu segundo full-album, a cantora coreana Qrubim, nos traz um álbum com fortes influências da música eletrônica, em todas as suas ramificações, mostrando o seu estilo já consolidado, bem como busca explorar novas áreas. Em geral, é um trabalho coeso, mas que está aquém do primeiro álbum da solista, o SYNESTHESIA. As propostas dos álbuns são diferentes, e até aí tudo bem, mas há uma quebra de expectativa em relação ao que foi lançado se comparado ao primeiro disco.
Não sabíamos se Qrubim iria escolher entre seguir a mesma cartilha que lhe levou a fama ou explorar novas facetas de sua persona artística. Na dúvida, ela fez os dois. Foi uma boa ideia? Não sabemos dizer ainda. Contendo nove faixas, BW é um bom álbum. A sua execução no aspecto à produção e composição são coesos com o conceito proposto e não deixam a desejar. A solista é extremamente talentosa, uma pena que a sua versatilidade foi pouco aproveitada.
Falaremos sobre as três primeiras faixas que, em nossa opinião, constituem o momento principal do disco. Destaque para a faixa MERMAID, a melhor de todas. Nela, Qrubim envolve o ouvinte com uma história interessante, bem contada e seguida por um belíssimo instrumental. Arrasou, garota! A parte não tão boa vem em seguida. Sabemos que o potencial de Qrubim é enorme e basta apenas querer para que saia algo bom de sua cabeça loira. Então, a pergunta que fica: por que ela não quis ao pensar em FAME FLIES? A premissa da faixa é ótima, mas o resultado é decepcionante. E não por defeitos na história ou na produção, mas por destoar das demais canções do disco.
EYE TO EYE retoma o brilhantismo da artista e quase nos faz esquecer da faixa anterior, para a sorte da intérprete e de sua equipe. É uma faixa embebida no empoderamento feminino, na autoconsciência e no desejo de viver melhor. A associação de uma letra poderosa junto aos sintetizadores que explodem aos ouvidos só poderia gerar uma preciosidade.
As últimas faixas do disco são boas, mas aqui convém expor uma indagação: EASILY quebra toda a estrutura do disco construída através de faixas estimulantes e dançantes, terá sido a melhor escolha para finalizar o disco?
NOTA: 70
Escrito por: -
Com "Blyss Wave", seu segundo full album, QruBim promete um álbum de verão, como de fato é, mas parece um dia de verão chuvoso, que começa no pôr-do-sol e termina no final da noite. A música mais enérgica do álbum é Vanity, que acompanhada pela intro Slowly, nos apresentam ao conceito do disco de forma clara e limpa. Com leveza, o álbum segue para a faixa Mermaid, um dos singles da era, e surpreendentemente uma das músicas mais esquecíveis do projeto no quesito produção, apesar da letra ser uma das melhores de todo o álbum.
A partir da música New Noir, colaboração com a integrante Choa do grupo X(5), esse padrão se repete e passa a ficar preocupante - uma faixa cuja letra é interessante e cativante, mas que sonoramente deixa um gostinho de quero mais, como se algo estivesse faltando ali, como de fato está. O Sol está se pondo, a energia a qual o verão nos remete e que Vanity nos deu já se acabou. E, após isso, o álbum de QruBim entra em um ciclo de nos mostrar músicas cada vez mais lentas e que se distanciam cada vez mais do verão, mas ainda nos lembram dos movimentos suaves da maré avançando vagarosamente contra a areia de uma praia deserta.
Seria uma ideia interessante começar o álbum de forma animada, vibrante e dançante e desacelerá-lo aos poucos, mas essa mudança ocorre muito cedo. O ponto alto em meio às produções lentas é Eye to Eye, uma faixa que apesar de não ter as cores veranis, nos lembra um fim de tarde chuvoso e aconchegante típico dos verões tropicais. Infelizmente, o que se segue esmaga essa gotinha de esperança que vimos cair do céu - nas músicas Sunlight, Lucky e Easily, a artista prova versatilidade e se aprofunda em uma sonoridade alternativa que poderia até funcionar bem se o álbum fosse um pouco maior e não tivéssemos vindo de um balde de água fria de músicas também calmas. Estas são produções que nos remetem a uma roda de amigos em uma fogueira, tocando violão e cantando juntos em um acampamento.
O que incomoda também é que apesar do conteúdo lírico ser indubitavelmente bom, o álbum não chega a lugar algum, seja por discutir temas desconexos ou por não concluir uma linha de pensamento iniciada em determinada faixa. Em suma, Blyss Wave mais se assemelha a um álbum de outono e poderia ser facilmente remodelado para ser um; o que decepciona de fato são as expectativas para ouvir um álbum de verão e encontrar músicas suaves e leves, que apesar de boas, não fazem a melhor combinação e nem fazem jus ao conceito prometido. QruBim é uma artista fenomenal e disso não há dúvidas, bem como este projeto contém faixas de alta qualidade e excelência como a cantora está acostumada a fazer, mas Blyss Wave é como se fosse um resfriado em um dia quente; é um álbum de verão, mas não parece.
NOTA 70
Escrita por: Jong Seokmin
Depois da grande reviravolta em sua carreira com o “Synesthesia”, a maior solista do K-pop está de volta com “BLYSS WAVE”, seu terceiro álbum de estúdio, que promete nos levar para sentir aquela brisa suave e aconchegante do verão.
“Slowly” é uma pequena introdução para o disco, que começa realmente com “VANITY”, o primeiro single do projeto. Uma canção que seria perfeita para uma road trip ou algum programa de verão em locais abertos, onde você realmente pode sentir a brisa contra o seu corpo. A letra da canção nos faz remeter a alguns elementos que englobam esse conceito, sendo uma ótima forma de começar todo o projeto.
Mas então, a verdadeira canção de verão surge. “Mermaid” é, sem nenhuma oposição, a melhor canção do álbum. A canção traz a suavidade que a QruBim apresentava no início de sua discografia, e ainda acrescenta elementos que nos fazem lembrar de uma praia enquanto bebemos algo refrescante.
Trazendo uma parceria interessante para o seu disco, “New Noir” segue a linha da faixa anterior e o acréscimo da Choa, integrante do X(5), para que ela execute o rap da canção é um ótimo ponto. Com um ponto de vista da sua fama, “Fame Flies” começa com a inserção de canções mais alternativas no projeto. Ela, ao menos, ainda combina com a coesão e sonoridade do disco.
O segundo single, “Eye to Eye”, surge. É uma canção que se banha bastante do Synthpop, ela ainda continua com essa premissa de verão, apesar de já começar a se afastar aos poucos disso. “Sunlight” então introduz, de fato, a leva de canções alternativas. Com uma produção simples e mal colocada, a canção é interessante, caso seja analisada de forma individual.
Com um folk completamente aleatório, QruBim avisa que o projeto está quase se encerrando com “Lucky”. A canção corre para o oposto da proposta e da sonoridade já apresentada, e ainda soa estranha quando ouvimos o disco por completo. E então, acabando com o disco, “Easily”, é uma canção que é mais contida em seu início, mas logo muda para uma pegada mais agitada. Talvez esse foi o pior jeito de acabar o álbum, já que ela soa tão destoante e desinteressante.
O álbum teria sim um grande potencial, mas vemos que em seu fim, ele se perde completamente no conceito que deveria entregar. O real problema é a falta de continuidade, caso o disco tivesse sido vendido como um projeto de Synthpop, seria muito mais compreensível, apesar de ainda ter canções que fogem completamente disso. “BLYSS WAVE” não é um projeto ruim, muito pelo contrário, as canções – de forma individual – tem o seu destaque.
Infelizmente, percebemos uma decaída desde o último projeto da cantora, mas ele consegue ter o seu espaço na discografia. Caso a QruBim tivesse mantido um projeto coerente, ele poderia ser o melhor da sua discografia.