Plastique Condessa - The Infinite Night Trauma
Jan 17, 2024 18:44:24 GMT
Post by jottavi on Jan 17, 2024 18:44:24 GMT
RR
Escrito por: Karine Cardoso
Nota: 85
Infinite Night Trauma é a versão deluxe de Stories of The Night e nos leva de volta ao mundo sombrio de Plastique Condessa. As seis faixas que compõem a nova versão do álbum são ótimas, apesar de algumas soarem muito semelhantes umas as outras. Nada que diminua o potencial do disco.
Plastique Condessa é uma artista multifacetada e em seu último trabalho mostra ao público o quanto está estilhaçada pelos traumas de sua vida. Apesar de toda a construção altiva de sua figura, uma mulher frágil carrega marcas as quais não conseguiu se afastar. O tom sombrio do disco é compensado por letras que ora celebram a vida e a violência, ora expõe uma Plastique sincera e amedrontada.
Conduciendo um poco ebrio II —
A faixa que inicia a versão deluxe de um dos álbuns mais aclamados deste ano, o, Stories of The Night, é eletrizante. A atmosfera urbana, acrescida ao som de automóveis em disparada, é uma continuação perfeita e equilibrada em relação ao conceito proposto pela artista.
Obey —
Obey é uma boa faixa, mas não surpreende. É uma música sombria, tanto pela letra quanto pelo instrumental. Ao mesmo tempo que assusta, também te convida a entrar em mundo obscuro. Plastique emerge das sombras para desfrutar da transgressão de papéis previamente estabelecidos. A imagem da “garota má” e “desobediente” é totalmente fiel ao uso (e abuso) dos sintetizadores.
Loba 2 –
E aqui deveríamos entrar em contato com a carrocinha. Afirmando-se como uma loba, um animal incontrolável, Plastique explora novamente a sua estética sombria e de garota rebelde. A composição é interessante e muito bem trabalhada em termos de ideias, mas originalidade, considerando todas as faixas anteriores, não é quesito aqui. E nem precisa ser, é claro, mas deve ser pontuada linearidade narrativa de algumas faixas a título de conhecimento.
Infinite Night Trauma —
Não sabemos se Plastique tem, ou já teve problemas com drogas, ilícitas ou não, mas ela sabe como levar seus ouvintes a outro mundo. Em Infinite Night Trauma, nos deparamos com uma artista mais calma, apesar de parecer estranho, quando desabafa para a sua incompletude emocional. Nem a ótima letra e nem o instrumental cativante podem salvar de Plastique do vazio de uma noite fria. É uma mulher forte, mas repleta de fantasmas aos quais ainda não conseguiu vencer.
Horror (feat. Lucca Lordgan) —
A faixa mais interessante até aqui. Plastique e Lucca, à primeira vista, não parecem combinar e talvez não combinem mesmo, mas a junção de dois artistas tão opostos chama atenção. A letra poderia ter sido escrita por Che Guevara, mas não, está em um álbum de Plastique Condessa. Um mérito dessa faixa é a condução da loucura da artista para uma crítica social à alienação do trabalho proporcionado por um sistema no qual o trabalhador se perde na imensidão das engrenagens do sistema. Afinal, podemos pensar que a dissociação da artista com o mundo é parte de um sistema que despoja os trabalhadores da capacidade criativa. Plastique expõe e resgata o que foi perdido.
The final tears at the disco —
Um dos pontos altos de Plastique é a sua honestidade, mas na canção que encerra a continuidade de seu álbum, ela é ainda mais evidente. O instrumental é menos carregado que as faixas anteriores, um trunfo ideal para encerrar o disco com um pouco mais de sobriedade. A cantora reconhece não só a sua força, mas também as suas fraquezas.
Seeker Magazine
Escrito por: Daniel Frahm
Nota: 70
"Infinite Night Trauma" mantém a consistência em sua temática, centrando-se na decadência noturna e no culto à noite, bem como nas influências que a escuridão evoca em nossa mente. A coesão lírica do álbum é notável, criando uma narrativa e uma atmosfera que exploram a complexidade da noite de maneira abrangente.
As letras que continuam a abordar essa temática fornecem uma imersão profunda na escuridão da noite e nas experiências que ela traz consigo. A exploração desses temas oferece ao ouvinte uma oportunidade de se conectar com as emoções e as experiências que podem surgir durante a noite. A consistência na mensagem e na temática pode aprofundar a compreensão do álbum e aumentar seu impacto emocional.
No entanto, é importante notar que a abordagem intensa da temática noturna pode não ser atraente para todos os ouvintes, uma vez que a escuridão e a decadência podem ser elementos desafiadores de se enfrentar. "Infinite Night Trauma" é, portanto, um álbum que ressoará com aqueles que apreciam a exploração lírica profunda e a expressão artística que mergulha nas sombras da noite. É uma obra que convida os ouvintes a refletir sobre as complexidades da experiência noturna e a explorar as profundezas da mente humana.
Concluindo, a densidade e a complexidade das mensagens do álbum podem torná-lo um desafio para alguns ouvintes, dependendo de suas preferências. A ênfase no lado sombrio da noite pode não ser do gosto de todos, mas para aqueles que apreciam uma abordagem artística mais profunda e desafiadora, "Infinite Night Trauma" oferece uma exploração rica e evocativa da escuridão noturna. É um lembrete de como a música pode servir como um meio poderoso para a expressão e a exploração de temas complexos e emocionais.
Infinite Night Trauma é a versão deluxe de Stories of The Night e nos leva de volta ao mundo sombrio de Plastique Condessa. As seis faixas que compõem a nova versão do álbum são ótimas, apesar de algumas soarem muito semelhantes umas as outras. Nada que diminua o potencial do disco.
Plastique Condessa é uma artista multifacetada e em seu último trabalho mostra ao público o quanto está estilhaçada pelos traumas de sua vida. Apesar de toda a construção altiva de sua figura, uma mulher frágil carrega marcas as quais não conseguiu se afastar. O tom sombrio do disco é compensado por letras que ora celebram a vida e a violência, ora expõe uma Plastique sincera e amedrontada.
Conduciendo um poco ebrio II —
A faixa que inicia a versão deluxe de um dos álbuns mais aclamados deste ano, o, Stories of The Night, é eletrizante. A atmosfera urbana, acrescida ao som de automóveis em disparada, é uma continuação perfeita e equilibrada em relação ao conceito proposto pela artista.
Obey —
Obey é uma boa faixa, mas não surpreende. É uma música sombria, tanto pela letra quanto pelo instrumental. Ao mesmo tempo que assusta, também te convida a entrar em mundo obscuro. Plastique emerge das sombras para desfrutar da transgressão de papéis previamente estabelecidos. A imagem da “garota má” e “desobediente” é totalmente fiel ao uso (e abuso) dos sintetizadores.
Loba 2 –
E aqui deveríamos entrar em contato com a carrocinha. Afirmando-se como uma loba, um animal incontrolável, Plastique explora novamente a sua estética sombria e de garota rebelde. A composição é interessante e muito bem trabalhada em termos de ideias, mas originalidade, considerando todas as faixas anteriores, não é quesito aqui. E nem precisa ser, é claro, mas deve ser pontuada linearidade narrativa de algumas faixas a título de conhecimento.
Infinite Night Trauma —
Não sabemos se Plastique tem, ou já teve problemas com drogas, ilícitas ou não, mas ela sabe como levar seus ouvintes a outro mundo. Em Infinite Night Trauma, nos deparamos com uma artista mais calma, apesar de parecer estranho, quando desabafa para a sua incompletude emocional. Nem a ótima letra e nem o instrumental cativante podem salvar de Plastique do vazio de uma noite fria. É uma mulher forte, mas repleta de fantasmas aos quais ainda não conseguiu vencer.
Horror (feat. Lucca Lordgan) —
A faixa mais interessante até aqui. Plastique e Lucca, à primeira vista, não parecem combinar e talvez não combinem mesmo, mas a junção de dois artistas tão opostos chama atenção. A letra poderia ter sido escrita por Che Guevara, mas não, está em um álbum de Plastique Condessa. Um mérito dessa faixa é a condução da loucura da artista para uma crítica social à alienação do trabalho proporcionado por um sistema no qual o trabalhador se perde na imensidão das engrenagens do sistema. Afinal, podemos pensar que a dissociação da artista com o mundo é parte de um sistema que despoja os trabalhadores da capacidade criativa. Plastique expõe e resgata o que foi perdido.
The final tears at the disco —
Um dos pontos altos de Plastique é a sua honestidade, mas na canção que encerra a continuidade de seu álbum, ela é ainda mais evidente. O instrumental é menos carregado que as faixas anteriores, um trunfo ideal para encerrar o disco com um pouco mais de sobriedade. A cantora reconhece não só a sua força, mas também as suas fraquezas.
Seeker Magazine
Escrito por: Daniel Frahm
Nota: 70
"Infinite Night Trauma" mantém a consistência em sua temática, centrando-se na decadência noturna e no culto à noite, bem como nas influências que a escuridão evoca em nossa mente. A coesão lírica do álbum é notável, criando uma narrativa e uma atmosfera que exploram a complexidade da noite de maneira abrangente.
As letras que continuam a abordar essa temática fornecem uma imersão profunda na escuridão da noite e nas experiências que ela traz consigo. A exploração desses temas oferece ao ouvinte uma oportunidade de se conectar com as emoções e as experiências que podem surgir durante a noite. A consistência na mensagem e na temática pode aprofundar a compreensão do álbum e aumentar seu impacto emocional.
No entanto, é importante notar que a abordagem intensa da temática noturna pode não ser atraente para todos os ouvintes, uma vez que a escuridão e a decadência podem ser elementos desafiadores de se enfrentar. "Infinite Night Trauma" é, portanto, um álbum que ressoará com aqueles que apreciam a exploração lírica profunda e a expressão artística que mergulha nas sombras da noite. É uma obra que convida os ouvintes a refletir sobre as complexidades da experiência noturna e a explorar as profundezas da mente humana.
Concluindo, a densidade e a complexidade das mensagens do álbum podem torná-lo um desafio para alguns ouvintes, dependendo de suas preferências. A ênfase no lado sombrio da noite pode não ser do gosto de todos, mas para aqueles que apreciam uma abordagem artística mais profunda e desafiadora, "Infinite Night Trauma" oferece uma exploração rica e evocativa da escuridão noturna. É um lembrete de como a música pode servir como um meio poderoso para a expressão e a exploração de temas complexos e emocionais.