eClipse - SYZYGY
Jan 17, 2024 18:37:47 GMT
Post by jottavi on Jan 17, 2024 18:37:47 GMT
Escrito por: Karine Cardoso
NOTA: 88
Após quase dois anos de sumiço e uma longa pré-venda garantir um debut alto, a girlgroup eClipe lança o tão aguardado mini-album SYZYGY. O álbum mistura elementos do pop, do eletropop e de suas ramificações para criar um disco que carece um pouco de elementos que proporcionem continuidade entre as faixas. No entanto, todas as canções são um acerto, embora as duas últimas parecem estar dissociadas das primeiras. Um eclipse acontece quando um corpo celeste se interpõe a outro. Aqui, contudo, as quatro integrantes fulguram em excelência e demonstram que o conceito de sizígia, o alinhamento entre corpos celestes, é correspondente a harmonia que demonstram.
Can’t Stop The Moon – A faixa de abertura do álbum é soturna e, ao mesmo tempo que dá indícios da sonoridade do conjunto, mantêm uma sobriedade na expectativa que gera dos ouvintes. É uma introdução ótima.
FANGS – FANGS é uma canção eletropop que aposta na força interior de quatro mulheres imbatíveis. A melodia é suficiente para mergulhar o ouvinte em um mundo alternativo, mas a letra da canção é capaz de trazê-lo de volta ao mundo real e assustá-lo com o poder de sedução de uma mulher empoderada. Um instrumental bem escolhido e a poética lírica de FANGS são triunfos que poucas bandas, femininas ou não, podem esbanjar.
Thunder Strike – A sonoridade da faixa pode assustar aos ouvintes de primeira viagem e, nós achamos, que era o intuito dos produtores para com a faixa. Contudo, a primeira impressão é a que fica. O refrão é o ponto alto da canção por meio do qual a essência do tal “brilho” do quarteto é exposta de maneira excitante e convidativa. É uma confusão deliciosa, mas de digestão lenta.
Challenge – Uma canção que não deixa nada a desejar. Challenge se mostra divertida ao mesmo tempo que ilustra o crescimento do grupo. Se, na canção anterior, o discurso era o mesmo de uma adolescente de quatorze anos descobrindo o significado de liberdade através de algum livro de romance adolescente temático, nesta a história segue para outro caminho: são mulheres que sabem do seu talento e não irão mais permitir que desfaçam de seu trabalho.
Dance in the Dark - Há uma quebra contundente em relação às faixas anteriores, mas nada que comprometa a experiência do ouvinte. A estética oitentista é consagrada junto à uma letra melancólica, que resplandece as confusões mentais de alguém atingido por críticas alheias, mas que, mesmo em meio a escuridão, encontra forças para dançar.
SYZYGY – Na faixa que encerra o mini-album há, novamente, a repetição de uma quebra de sonoridade. Talvez não seja a melhor estratégia para um trabalho que se pretenda coeso. Nenhuma das faixas é ruim, bem longe disso, porém, a organização a partir da terceira carece de um pensamento aprofundado. Em relação à faixa que dá nome ao disco o quarteto encerra o seu trabalho com uma canção de amor, leve e bem menos agressiva que as anteriores. O pop cai bem nas meninas que dominam todas as notas e trazem frescor a um álbum denso, apesar das poucas faixas. O que incomoda aqui é a sensação de descontinuidade.
Escrito por: Troy Winters
NOTA: 84
O eClipse está de volta e demonstra uma nova variedade de gêneros musicais e versatilidade do grupo em "SYZYGY",
explorando diferentes estilos sem perder o brilho e identidade única do grupo. Com letras das músicas que traçam um panorama por entre o sucesso que juntas tiveram em seu álbum de estréia, suas superações e autoconfianças, além da óbvia união das integrantes. Cada faixa oferece uma experiência sonora única, desde o EDM e dubstep até elementos de pop retrô.
No geral, o álbum oferece uma jornada musical para os fãs e ouvintes que aguardaram seu retorno, dentro de seus temas pessoais e emocionais, ao mesmo tempo em que mostra novos espaços onde o eClipse pode pisar e brilhar.
Em destaque temos "Can't Stop The Moon", a introdução que poderia estabelecer o tom para o álbum, de tão atemporal e impacto que apenas essa introdução tem, mas aqui ela apenas destaca a ideia de que o eClipse é imparável e que sempre voltará com força, com a ideia de que o grupo está pronta para brilhar a cada retorno. Mas o que abre margem aqui é para pensar que após as promoções desse álbum elas terão outro longo hiato? Se for para entregar novas introduções fortes como essa, talvez valha a pena. "FANGS", a faixa principal do álbum onde retrata o grupo como predadoras do pico da cadeia alimentar, prontas para conquistar aqueles que ousam se apaixonar por eles. Isso tudo reflete a confiança que o grupo desejou transmitir nesse debut no Japão, mas que acabou conquistando o mundo. Traduzindo de forma ótima o que já conhecemos do eClipse na Coreia para esse segundo lançamento em lugar novo.
E "SYZYGY", a faixa titular fecha o álbum com uma atmosfera mais calma e uma mensagem de união e apoio entre as integrantes. Com uma letra que reflete entre outras do projeto que trazem reflexões mais profundas, com as membros se fortalecendo umas às outras, reconhecendo que há momentos difíceis, mas, juntas, são capazes de superar qualquer desafio ou conseguindo dançar por si sós e brilhar no escuro quando é preciso, o que, acontece também com as faixas do álbum, se sustentando sozinhas, ainda que não tenham o álbum e as outras faixas em seu contexto, elas funcionam.
Escrito por: Jong Seokmin
NOTA: 84
Em seu segundo lançamento – apesar de ser considerado como o álbum japonês e não houver presença de mais que duas canções na linguagem –, eClipse revigora o seu estilo e apresenta novas facetas no SYZYGY.
Com uma intro emblemática, “Can’t Stop The Moon” inicia o álbum. A canção serve mais de uma introdução para a segunda faixa do que para o álbum em si, mas ainda é uma faixa interessante. E então, o single principal do disco surge. “FANGS” é uma grande canção EDM, sendo contagiante e bem escrita, tendo tudo o que um hit precisa – e realmente se tornou um –.
Uma das melhores faixas do disco, “Thunderstrike” toma conta do núcleo. Assim como “Checkmate”, a canção busca explorar um lado mais descontraído e divertido do grupo, ainda permanecendo na identidade e na sonoridade delas. Sendo uma das enormes surpresas do grupo, “Challenge” surpreendeu desde a sua performance no Coachella. Uma canção mais voltada ao rap e explora bem esse lado de composição do grupo.
O segundo single “Dance in the Dark” é a única canção trabalhada diretamente do grupo que não soa tão frenética, e que não é um ponto fraco, muito pelo contrário, é incrível ver essas novas vertentes do eClipse. A canção tem uma letra triste e que entra em um contraste enorme com o seu synthpop no instrumental. O que nos faz pensar que o disco se encerra, “SYZYGY” é a sexta canção do disco. Sendo calma e mid-tempo, sua composição melancólica combina bastante com o clima de finalização.
E então, o plot twist acontece. Sendo o maior desperdício, “Pose” aparece. Uma hidden track – que fizeram um bom trabalho escondendo mesmo – surpreendente e que traz de volta a energia patricinha e girl boss do grupo com um refrão divertido. É a melhor canção do disco inteiro.
SYZYGY mostra que é um projeto mais completo e coeso do que o “Break Your Heart” e ainda é surpreendente. Todas as faixas conversam entre si e a cada momento, percebemos o quão diferente ele é do estereótipo “bate-lata” do grupo. eClipse se provou competente e torcemos para que a cada lançamento, mais diversificado eles fiquem.
NOTA: 81
Escrita por: -
O grupo eClipse faz o lançamento de seu primeiro mini-álbum japonês com os singles já aclamados mundialmente FANGS e Dance In The Dark. Primeiramente, vale destacar que esse álbum supera em todos os sentidos possíveis o primeiro em coreano do grupo: a sonoridade é mais interessante, as letras são ligeiramente mais profundas e toda a identidade construída é melhor explorada. Se em "Break Your Heart", ainda havia dúvidas sobre quem era o grupo e o que elas poderiam entregar, em SYZYGY elas responderam todas essas interrogações e ainda colocaram um ponto e vírgula ( ; ) no final.
O material inicia com a intro Can't Stop The Moon, uma das melhores intros de álbuns de k-pop desses últimos tempos, diga-se de passagem, que soa como uma viagem interdimensional para um mundo diferente que o eClipse no qual as demais faixas parecem se passar. Durante esse transporte, as quatro integrantes apresentam em linhas gerais o conceito do álbum de resiliência, persistência e empoderamento.
Seguimos, então, para o hit FANGS, que possui uma das produções mais diferentes de tudo o que é lançado atualmente. O amor retratado na faixa é possessivo, obsessivo e feroz, é descrito um relacionamento tão intenso que fere, um abraço tão apertado que machuca, e as meninas se colocam nessa posição de leoas com garras afiadas, o que casa muito bem com a sonoridade mais selvagem do instrumental. Inicialmente, a música pode não prender tanto, mas logo somos envolvidos pela sua natureza distorcida única. De fato, somente o eClipse poderia fazer algo assim.
A colorida Thunder Strike que ocupa o posto de terceira faixa do álbum, apesar de trazer cores opostas à sua antecessora FANGS, não destoa na sonoridade, pois segue no eletrônico levemente experimental, apesar disso não é a produção que chama mais atenção dentre todas. É uma música sobre independência e empoderamento e isso fica bem claro na letra, apesar de parecer não chegar a lugar algum, orbitando o mesmo tema do início ao fim sem evoluir ou crescer.
Challenge chega em seguida e, apesar de a mensagem que ela passa ser uma das melhores do disco, sua produção não é tão interessante quanto às demais, ficando facilmente perdida ou esquecida quando você termina de ouvir. Dance In The Dark vem logo após para retomar o rumo do álbum; apesar de ser uma produção mais comercial, ou seja, diferente do que o eClipse está acostumado a entregar, ainda é uma música extraordinária e muito eClipse, sendo a melhor desse projeto e da carreira do grupo em si. A mensagem de dançar no escuro quando você não consegue brilhar nos remete à Lua, um dos símbolos mais característicos do grupo; o satélite não possui brilho próprio, então reflete a luz do Sol, no entanto durante a fase da Lua Nova, quando nenhuma luz é refletida e a Lua não é visível, ela continua lá em cima fazendo a sua órbita, ou seja, dançando ao redor da Terra.
Pseudo-finalizamos o projeto com SYZYGY, faixa que leva o mesmo título do álbum. Esta é a ballad obrigatória em todo fim de álbum, mas uma ballad diferente, do jeito do eClipse. Tanto a produção quanto a letra, todavia, não chamam a atenção, sendo uma faixa que mais parece filler pois não agrega em nada para o disco pois a resistência abordada aqui já havia sido retratada anteriormente. Desse modo, o gostinho de quero mais se torna inevitável, aqui que o grupo decide nos surpreender com Pose, uma faixa secreta que dessa vez, sim, encerra o álbum com chave de ouro.
Apesar de Pose também ser mais pop e menos eletrônica, continua representando bem o eClipse. Os temas aqui não são novos, mas a forma como são abordados deixa tudo tão interessante e divertido que é impossível não se deixar ceder e esboçar um sorriso. Como elas próprias cantam, "I'm serving on the plate; Are you starving?" - de fato estávamos após o banho morno da faixa SYZYGY - "Cause I ate". Assim, o álbum é realmente finalizado com uma sensação boa pois conseguimos enxergar todas as cores desse eclipse nas 7 faixas.