Alec Bradshaw - Happiest Funeral
Jan 17, 2024 18:20:54 GMT
Post by jottavi on Jan 17, 2024 18:20:54 GMT
RR
Escrito por: Karine Cardoso
Nota: 81
Alec Bradshaw e seu segundo álbum de estúdio prometem te levar a vivenciar o mais feliz dos funerais. Em um disco que mescla elementos do rock e do pop, aliados à melancolia de um término mal resolvido, o cantor consegue demonstrar toda a sua fragilidade enquanto canta aos quatro ventos letras bonitas, carregadas de emoção, mas que carecem de diversidade. Há um momento do álbum que canções diferentes parecem tão similares em conteúdo. O instrumental muda, mas a narrativa é sempre a mesma. O que podemos tirar disso? Alec ainda chora. Em geral, o disco é bem trabalhado, apesar de exaustivo a partir do final, impulsionado pela sensação de que estamos passeando por uma mesma situação pela octagésima vez.
Falaremos sobre as canções divididas em grupos de quatro. Começaremos por SLEEPWALKER. Uma canção de introdução que pouco ajuda, na verdade, já que coloca sobre seus espectadores uma venda acerca da preciosidade que está por vir. A trinca que se segue MONSTER, MORE THAN ME e DANCING IN THE DARK compõe aquilo que consideramos o melhor do conjunto. Caso esteja indeciso, Alec, o rock lhe cai muito bem. O conteúdo lírico é profundo: parece cruel com o próprio cantor relembrar de todo o seu sofrimento, mas através da narrativa podemos perceber que essa sua fragilidade corresponde aos estágios da raiva e da depressão. Talvez uma sessão de análise possa ajudá-lo.
A segunda leva de canções representa o aspecto negativo do álbum. Há, aqui, pouca variação, embora a intensidade se mantenha a mesma. A ideia de um álbum é que, apesar de constituir um conjunto pretensamente coeso, apresenta diferenciações contundentes entre as próprias faixas, não só nos instrumentais, mas também nas histórias a serem contadas. LONG SHOT, HONESTLY, CROSS-FIRE e I WON’T não são músicas ruins, mas não apresentam nada de novo. E para um álbum cuja duração é de pouco menos de uma hora, constitui-se como um problema considerável. Aliás, CROSS-FIRE e I WON’T são excessivamente longas. Todo o fervor levantado através do primeiro quarteto é esfriado. E nem tão cedo o recuperaremos.
HELLO HEARTACHE é algo. Ruim? Nem de longe, mas nada que nos surpreenda. LOST IN/SPACE BETWEEN é a primeira a nos mostrar alguma evolução espiritual do cantor através de suas letras. Talvez o funeral ter sido tão longo não tenha sido uma boa ideia no fim. Em HITS DIFFERENT temos de volta um Alec mais maduro. Aqui, apesar de continuar lamentando a sua perda, fala também de aceitação. O amor apresentado não é mais o romântico, mas o das amizades que o apreendem no seio de um ambiente repleto de acolhimento. EMOTIONAL MISERY traz à tona novamente a dependência de Alec por esse sentimento tão nocivo. Aqui, novamente, talvez a terapia possa ajudá-lo.
A faixa que dá nome ao álbum, HAPPIEST FUNERAL, é uma grata surpresa. Alec consegue expressar toda a sua dor que, embora desenhada e redesenhada em todas as faixas que a antecederam, aqui é descrita como se um homem maduro o suficiente para aceitar que términos nem sempre são pontos finais. Às vezes, como acreditamos que seja o caso do artista, é um começo para nós mesmos. NO HARD FEELINGS encerra o disco me fazendo erguer um pequeno sorriso de canto de rosto. Não há como dizer que não há ressentimento depois de um álbum com quatorze faixas só sobre o relacionamento.
Mahou Magazine
Escrito por: Carrie White
Nota: 80
Happiest Funeral é um album que mergulha nas complexidades das emoçoes humanas, explorando perfeita temas como amor, perda e por fim renascimento, é um album cativante do inicio ao fim, e oferece uma jornada emocional rica e variadas. A verdadeira força se encontra na qualidade de sua composição, que demonstram como Alec conseguiu habilidosamente traduzir suas próprias experiencias pessoais em palavras que fazem nos identificarmos, passando pelo começo, pelo meio e pela aceitaçao e liberação da dor de um fim. A faixa que nomeia o albúm é um destaque a parte, porque ela consegue nos mostrar exatamente a proposta do mesmo. Happiest Funeral é uma experiencia envolvente e profundamente pessoal, e solidifica bem o lugar de Alec Bradshaw no cenario musical atual
Nibiscritic
Escrito por: Troy Winters
Nota: 75
Em seu segundo álbum de estúdio, o cantor Alec nos oferece um convite para um funeral, mas não um funeral qualquer, o funeral mais feliz e energético que você pode esperar, vindo com seu som característico do Debut, a mistura de Pop e Rock aqui segue para uma lugar mais obscuro, pessoal, até mesmo cru por vezes, coisa que em um álbum com essa sonoridade rebelde é mais do que necessitado. Em nossa jornada pelas faixas, há uma história sendo contada, mas ela parece perdida na narrativa que o projeto conta em sua ordem de faixas, mas isso não tira o brilho de quando se consegue focar nas letras sangrentas de Alec sobre seu amor morto. Sendo este, novamente o ponto chave do projeto assim como o primeiro: o valor lírico, que acompanha várias faixas que podem não ter um grande brilho em sua sonoridade, que por vezes, lhe dão um peso de datação, estando um pouco atrás em relação à sua concorrência no gênero, já em seus pontos altos de valor de produção como nas faixas "Dancing In The Dark" e "Cross-Fire", trazendo opostos de energia, mas mantendo uma excelente qualidade em ambas canções e coesão entre o álbum, sendo os grandes corações pulsantes dele, em nossa opinião.