Harmon Moore for Harper's Bazaar
Dec 8, 2023 1:24:32 GMT
Post by ggabxxi on Dec 8, 2023 1:24:32 GMT
A Harper's Bazaar tem a honra de apresentar uma entrevista exclusiva com uma das vozes mais cativantes e talentosas da indústria musical atual, a incrível Harmon Moore. Com um dom único para a composição e uma habilidade inigualável de transmitir emoções através de sua voz envolvente, Harmon conquistou não apenas os corações dos fãs, mas também a aclamação crítica como uma notável compositora. Seu repertório é repleto de composições originais que transcendem gêneros, resultando em uma coleção de hits que ressoam profundamente com uma audiência diversificada. Nesta entrevista, exploraremos os bastidores de sua jornada musical, suas inspirações criativas e o impacto de suas canções no cenário musical contemporâneo. Prepare-se para se encantar com a história única de Harmon Moore, uma artista cujo talento transcende fronteiras e cujas composições deixam uma marca duradoura na indústria fonográfica.
1. Como surgiu a inspiração para a música "Never Grow Old" e como ela reflete a falta de sua mãe?
Harmon: Foi num dia… muito específico. O Kyle tinha ido pra aula e eu estava sozinha em casa, era noite e eu estava pensando em como quando eu era uma criancinha, minha mãe me colocava pra dormir e ela sempre cantava músicas de ninar, e eu acho que ela foi quem me ensinou o exercício de empatia no geral… eu era muito nova quando ela se foi, mas eu lembro de tudo com tantos detalhes que até eu fico chocada às vezes.
2. Qual foi o processo de composição dessa música emocionalmente carregada?
Harmon: Bem, primeiro, era um dia chuvoso e em dias assim, quando eu sento diante do meu piano, eu geralmente só consigo criar progressões mais melancólicas de notas, e foi assim que basicamente toda a melodia instrumental de Never Grow Old nasceu. A letra… bem, eu sempre quis homenagear minha mãe mas eu tenho um bloqueio psicológico muito forte ao falar diretamente sobre perder alguém dessa maneira, então eu achei que seria uma boa ideia explorar… bem… o incidente inevitável do… falecimento… de uma pessoa com essa ideia de que ela nunca vai envelhecer. É um tipo de eufemismo muito sutil e talvez até um pouco romantizado, eu acho. Eu sei que muitas pessoas dizem que as estrelas de Hollywood nunca vão envelhecer porque todas elas se foram jovens e era essa abordagem que eu queria porque, bom, minha mãe é minha primeira estrela e ela foi minha estrela muito antes de qualquer outra estrela pública que todos gostam.
3. Em que aspectos a perda de sua mãe influenciou na sonoridade e na letra da canção?
Harmon: Bom, liricamente, eu falo de algumas memórias significativas que eu tenho com ela e também um pouco do conceito de pós-vida que alguns de nós temos que acima de tudo, vale pra confortar as pessoas que ainda estão nesse mundo. E sonoramente, bem, como eu disse, eu estava lembrando de como ela sempre cantava canções de ninar pra mim e pro Kyle e então, eu queria fazer uma música que também soasse como uma canção de ninar, e eu acho que Never Grow Old é semelhante o suficiente, eu sou muito orgulhosa dessa música.
4. "Never Grow Old" aborda a saudade e a perda. Como foi para você expressar esses sentimentos por meio da música?
Harmon: Difícil. Eu não consigo explicar de onde eu consigo tirar tanto autocontrole pra conseguir cantar essa música até o fim sempre. Assim que eu terminei de gravar, eu falei pro Brendon: “Beebo, você acha que seria ruim se eu nunca cantasse essa música ao vivo, tipo, nunca mesmo? Porque eu não acho que eu consiga”. Mas eu nunca poderia não usar minha música por minha mãe, ela me apoiou pelo máximo de tempo que ela pôde.
5. Existe uma história específica por trás da escolha desse título para a música?
Harmon: Sim, claro, bem, a inspiração vai além das estrelas de Hollywood, bem, uma estrela que minha mãe amava era Marilyn. Ela via a Marilyn além do que a maioria das pessoas vê, todo o potencial criativo e artístico que ela tinha, e de certa maneira minha mãe tinha também um potencial do mesmo nível e ela também morreu jovem e nunca vai envelhecer assim como a Marilyn.
6. Como a música se conecta com suas experiências pessoais em relação à perda e ao envelhecimento?
Harmon: Eu acho que… bem… minha mãe tinha 27 anos quando tudo aconteceu. Eu acho que… bom… é louco pra mim que daqui a 4 anos, eu vou ser da mesma idade que ela chegou a ser. Isso é loucura pra mim… eu costumo só me distrair desses pensamentos mas uma parte de mim sabe como vai ser horrível sempre pensar que tudo que eu aprender depois que passar da idade dela vão ser coisas que ela nunca teve a chance de aprender. É difícil.
7. Quais foram os desafios enfrentados durante a gravação de "Never Grow Old" e como superou esses obstáculos emocionais?
Harmon: Nossa… música é a coisa existente no mundo que mais me deixa vulnerável, eu tenho sorte de ter um amigo paciente e compreensivo como o Brendon pra trabalhar comigo. Alguns produtores com certeza perderiam a paciência comigo se tivessem que lidar com a quantidade de vezes que eu tive que parar de cantar ou que eu cantei errado porque a carga emocional da música era tão grande que eu não conseguia evitar chorar algumas vezes. O Brendon só saía do piano e ia me abraçar, eu acho que é diferente quando musicistas que realmente escrevem o que sentem e sentem o que escrevem trabalham juntos. E bem, eu acho que isso é o que me ajudou a superar os obstáculos, saber que eu não estava sozinha naquele estúdio e nem fora dele, no geral.
8. Você tem planos de fazer um videoclipe para a música?
Harmon: Na verdade, são mais que planos. O videoclipe já está em desenvolvimento. Eu já até gravei algumas cenas, na verdade.
9. Qual foi o papel da equipe na realização do videoclipe e como foi a colaboração criativa?
Harmon: Bom, o Kyle dirigiu todos os meus clipes até agora e esse não poderia ser diferente, afinal, ele é também sobre nossas vidas sendo irmãos, história e a dor que nós dois temos em comum. Eu acho que ele fez um ótimo trabalho nesse, eu tenho muito orgulho do meu irmão.
10. Existem elementos simbólicos no clipe que os fãs podem não perceber de imediato? Pode compartilhar alguns detalhes?
Harmon: Bom, com certeza, eu… gosto de colocar elementos nos meus clipes que remetem a experiências pessoais minhas e talvez nem todo mundo entenda, mas eu acho que pro clipe de Never Grow Old, eu quero algo mais sério e emocional, nada muito playful, eu não quero que easter eggs desviem a atenção da maneira que eu quero mostrar que minha mãe é importante pra mim.
11. Mudando de assunto, vamos falar sobre o clipe de "Groupie Love". Qual foi a inspiração por trás desse vídeo?
Harmon: Ah, eu amo o videoclipe de Groupie Love! Muito! Bom, a inspiração por trás dele foi literalmente as pistas de patinação dos anos 80, uma coisa super vintage, e eu acho que essa é a vibe perfeita para aura disco e dance que Groupie Love tem, além de ser um conceito estético muito atemporal. Eu amo muito tudo sobre ele, eu amei estar com aquela roupa brilhante e eu amo tudo isso.
12. Como foi a colaboração com a equipe de produção para criar a atmosfera única de "Groupie Love"?
Harmon: Eu acho que o fator principal foi que todo mundo envolvido estava se divertindo muito, e o clipe é completamente sobre isso. Eu amo quando eu estou trabalhando com as pessoas e vejo sorrisos e risadas genuínas, sinto que estou realmente compensando elas pelo tempo que eu estou tomando delas em tudo aquilo e é muito legal.
13. Quais desafios enfrentou durante as filmagens do clipe e como eles foram superados?
Harmon: Bom, é claro que o maior desafio foram as coreografias insanas, mas eu tive ótimos professores, então, foi um desafio superável e superado, né? Bom, eu acho que estava muito bem no clipe.
14. Existe uma mensagem específica que você quis transmitir por meio do visual de "Groupie Love"?
Harmon: Bem, sim. Isso foi uma ideia que eu tive com meu coreógrafo mas não é incomum que danças e coreografias transmitam mensagens também. No caso da coreografia de patinação, cada passo é simbólico de uma dificuldade, um obstáculo, e de como eles foram superados com o amor.
15. "Groupie Love" tem uma estética distinta. Quais foram suas influências visuais ao criar esse vídeo?
Harmon: Bom, eu estive muito viciada em patinação ultimamente porque eu assisti “I, Tonya” faz pouco tempo mas eu decidi levar a energia pra um lugar mais otimista e colorido, além de preferir a pista ao invés do gelo, acho que seria perigoso ter vários patins com lâminas por aí perto de pessoas inexperientes. Eu diria que também tem um pouco do filme Clueless em fotografia e influência de moda, e talvez até de Dirty Dancing, mesmo que bem sutil.
16. Como a experiência de gravar "Groupie Love" se diferencia de outros clipes que você já fez?
Harmon: Eu acho que nunca dancei tanto quanto em Groupie Love, e eu acho que ele também foi o primeiro clipe mais noturno, né?
17. Os fãs notaram alguma referência ou detalhe oculto no clipe que gostaria de destacar?
Harmon: Não! Bom, existem sim easter eggs mas ninguém percebeu ainda, ou pelo menos eu não vi, então, eu gostaria de continuar deixando eles em segredo por enquanto.
18. Agora, sobre "Sidelines", qual foi o conceito por trás desse videoclipe?
Harmon: Eu acho que esse clipe é o meu favorito. Bom, como é uma colaboração com o Brendon, eu achei que seria legal celebrar coisas características dos nossos imaginários diferentes, sabe? Tipo, coisas que me fazem quem eu sou e coisas que fazem dele quem ele é, nossas histórias e tal. Então temos flores e gatinhos e muito rosa, mas também temos a vibe glam rock e os emos que são de diferentes partes da vida e da carreira do Brendon, e tudo isso se unindo pra fazer uma bagunça que mistura quem nós somos agora.
19. Como a história da música se entrelaça com a narrativa visual de "Sidelines"?
Harmon: Bom, na verdade é mais simples do que parece. Eu acho que Canvas e Never Grow Old já tinham tanta carga emocional que eu achei melhor terminar o álbum de um jeito mais divertido e otimista, porque essa é a essência do Clueless, ter consciência do que te assombra e te entristece mas nunca deixar isso vencer, sempre lembrar da beleza e da alegria da vida, não importa o que ela seja e o que ela signifique pra você. Então, Sidelines é uma música realmente simples, ela existe pra ser refrescante e divertida, nem tudo precisa ser tão complexo, e a narrativa da música e do clipe se entrelaçam exatamente nessa simplicidade e ideia de superação, tudo pode dar errado, mas nós temos o poder de persistir até tudo ser arrumado.
20. Houve alguma experiência pessoal específica que inspirou a criação de "Sidelines"?
Harmon: Acho que não uma específica mas no geral, é sobre o momento em que duas pessoas que se amam brigam e como elas sempre vão, eventualmente, deixar o orgulho de lado pra se desculparem, se perdoarem e fazer tudo dar certo de novo. É claro que eu já passei por isso, seria mentira dizer que não existem brigas e desentendimentos no meu relacionamento, mas tudo fica bem no final.
21. Como foi trabalhar com a equipe de produção para trazer à vida a visão que tinha para o clipe?
Harmon: Bom, o que poderia dar errado? Eu estava junto com o Brendon, o Kyle e a Yves, tipo… isso é o que toda sexta à noite é pra mim, pro meu irmão e pros meus amigos. Foi divertido como todos os momentos ao lado deles são.
22. "Sidelines" possui uma coreografia marcante. Como foi o processo de ensaio e execução?
Harmon: Foi legal. Muito legal, na verdade. Tudo foi bem freestyle, sem coreógrafos profissionais e coreografias complexas. Eu e o Brendon assistimos vídeos de baladas de discoteca e baladas góticas e pensamos em como misturar passos que vimos nas duas. Um dos passos, aquele em que jogamos os braços pra cima um de cada vez, foi inspirado por pessoas no show de Siouxsie and the Banshees, e aquele outro em que jogamos os joelhos de um lado pro outro vem de pessoas dançando Donna Summer, foi muito legal pensar em maneiras de combinar esses dois estilos que são tão opostos, sabe?
23. Alguma situação engraçada ou curiosa aconteceu nos bastidores das filmagens de "Sidelines"?
Harmon: Sim! Bom, o gatinho que aparece no clipe, que eu já adotei e batizei de Tai, vem de uma parceria com realmente uma entidade que cuida de animais e protege eles até eles serem adotados. O nome do abrigo é Morris Animal Refuge, por favor, conheçam e adotem animais, nunca comprem! Não vamos apoiar esse comércio, ele é realmente cruel e exploratório. Enfim, e eu comentei com a Silvia, a incrível voluntária, que o Tai era muito fofo e carinhoso, que eu tinha inveja de quem fosse ficar com ele depois do clipe. Então, Silvia me disse: “Harmon, ninguém vai. Ele não tem nenhum dono ainda!”. E foi isso, eu parei, meus olhos, tipo, viraram dois coraçõezinhos cor de rosa. O Brendon disse “Você vai ficar com ele, não vai?” e, bem, sim, EU FIQUEI COM ELE.
24. A escolha dos locais para as filmagens teve algum significado especial para você?
Harmon: Bom, no caso específico de Sidelines não, eu acho que quase tudo foi feito com efeitos especiais, tipo, CGI ou alguma coisa assim, porque tudo era muito surreal e imaginário, nós não conseguiríamos fazer tudo aquilo sem recorrer a tanta tecnologia que eu não faço a mínima ideia de como é manuseada.
25. Como você equilibra a narrativa visual com a mensagem da música ao criar um videoclipe?
Harmon: Hm… será que isso é mesmo uma questão de equilibrar? Eu sinto que minhas músicas já são, basicamente, narrativas prontas e então, pra fazer os clipes, eu só preciso usar as letras como um tipo de roteiro e enriquecer tudo com detalhes visuais que sejam do meu estilo e coerentes com a estética geral do álbum e da era.
26. Quais são os principais desafios de representar suas músicas visualmente em um clipe?
Harmon: Eu acho que fazer a criatividade visual se equiparar à criatividade musical. No sentido de que eu acho mais fácil criar uma música que passe a energia que eu quero do que criar um clipe que faça isso e ainda tenha conexão com a música e ainda mais, que tenha conexão com o imaginário da era sem que comprometa a emoção da música.
27. Existe alguma colaboração futura que você adoraria explorar no mundo dos videoclipes?
Harmon: Eu adoraria fazer um clipe num museu. Eu não acho que algum dia eu vou conseguir uma parceria para isso. Museus são lugares muito delicados e por isso, cheios de medidas de segurança e com certeza, deixar uma artista com uma equipe gigante entrar lá não condiz com as normas de segurança deles.
28. Ao longo de sua carreira, como sua abordagem para a criação de videoclipes evoluiu?
Harmon: Eu acho que nós fomos tomando liberdade para ser mais imaginativos, criativos e gananciosos. Tipo, o clipe de Terabithia’s Rope é completamente familiar e gravado em lugares do cotidiano, e depois, cada clipe de Clueless foi ficando mais diferente e mais cheio de coisas malucas e, bom, artificiais.
29. Há algum diretor ou artista visual que admire e que tenha influenciado seu trabalho em videoclipes?
Harmon: Eu e o Kyle gostamos muito de David Lynch e Sofia Coppola, entre outros que usam mais do imaginário americano romantizado, sabe? Eu não acho que muitas dessas referências tenham ajudado na direção dos meus clipes, porque muito deles pertence a um cenário bem específico da minha e das nossas vidas. Eu consigo ver um pouco de David Lynch no final do clipe de Clueless e talvez um pouco de Coppola fotograficamente no de Groupie Love, mas não acho que essas podem ser chamadas de referências principais nos meus clipes.
30. Como o feedback dos fãs influencia suas decisões criativas ao criar clipes?
Harmon: Meus fãs são muito vocais sobre as coisas que eles gostam na estética dos meus clipes, então eu costumo repetir estilos que eles dizem que gostam como um agrado.
31. Mudando novamente o foco, como escolhe as músicas que farão parte de seus álbuns?
Harmon: Eu não costumo deixar nenhuma de fora, então, o que eu faço é criar uma espécie de equilíbrio de emoções.
32. Existe um critério específico que utiliza ao decidir a ordem das faixas em um álbum?
Harmon: Sim! É isso que eu quero dizer com equilíbrio de emoções, eu não deixo muitas músicas eufóricas juntas, mas também não deixo muitas músicas tristes juntas, porque pode ser maçante e também porque eu gosto que meus álbuns lembrem os ouvintes frequentemente que sempre existem lados diferentes, que sempre existem altos e baixos.
33. Como a narrativa de um álbum se desenvolve e se conecta entre as músicas?
Harmon: Eu e o Brendon gostamos de fazer o que nós chamamos de “constelação”. Tudo começa, obviamente, com uma música. E aí, outra música. Depois, eu escrevo uma música que conecte essas outras músicas e assim, mais uma música que se conecta com essa conectora se forma. É como se nós estivéssemos realmente criando constelações.
34. "Never Grow Old" é uma faixa particularmente pessoal. Como essa escolha afetou a dinâmica do álbum em que está incluída?
Harmon: Bem… primeiro, eu sabia que Never Grow Old seria a música mais emocional e profunda do álbum, então, eu já tinha certeza que ela deveria ser a última música triste do álbum, porque depois de todo aquele pico de tristeza, toda tristeza que viesse depois pareceria sem sentido ou não causaria o impacto que deveria causar. E depois, eu queria que ela estivesse próxima a Groupie Love e Sidelines, que são as mais otimistas, porque aí o humor do álbum seria revertido rapidamente. Basicamente, Never Grow Old foi a maior determinante de como as músicas seriam organizadas em ordem de tracklist, eu nunca poderia colocar músicas que parecem mais superficiais perto dela mas também nunca poderia colocar músicas tristes depois dela, porque aí essas também pareceriam superficiais.
35. Quais são os temas recorrentes ou mensagens que espera transmitir por meio de suas músicas?
Harmon: Eu espero que minhas músicas sejam um feixe de otimismo no meio de tanto pessimismo, mas também um pouco de profundidade no meio de tanta futilidade.
36. Como equilibra a autenticidade com as expectativas da indústria musical ao criar um álbum?
Harmon: Eu acho que uma coisa que o Clueless me ensinou é que eu não preciso pensar nisso e eu nem devo nada às expectativas da indústria musical. O Clueless não é nada muito complexo, mas ele tem a sinceridade e a verdade que muitas pessoas da indústria me disseram que era baboseira. Muitos acreditavam que minha música não era nada parecida com hits, mas eu acho que… eu devo ter quebrado a fórmula, então. De qualquer jeito, eu não vou parar pra contemplar expectativas de ninguém, ainda mais de pessoas que nunca realmente estiveram envolvidas num processo artístico real.
37. Ao olhar para trás em sua carreira, qual álbum você sente que representa melhor sua evolução artística?
Harmon: Eu não saberia dizer, eu acho que o que eu espero é sempre evoluir e nunca estagnar, então, sempre será o último álbum, que eu deveria dizer nessa entrevista que é o Clueless mas… acho que não. Eu já comecei a escrever músicas pro meu próximo álbum e ele com certeza mostra uma Harmon mais evoluída ainda. Esperem só!
38. Em termos de estilo musical, há alguma direção específica que planeja explorar no futuro?
Harmon: Com certeza. O Clueless é um álbum muito diurno e colorido, eu com certeza quero pensar numa coisa mais noturna e monocromática, mais Nova Iorque chuvosa de madrugada, algo assim.
39. Como lida com a pressão e as expectativas associadas ao sucesso contínuo na indústria da música?
Harmon: Eu não sei se eu vou durar muito tempo nesse universo mainstream e eu tenho muita sorte por estar sendo recompensada nesse trabalho atualmente, mas eu nunca vou parar de fazer música, ela é a minha paixão. Eu ainda vou ser uma musicista mesmo se algum dia eu não tiver hits e uma gravadora.
40. Qual é o papel mais desafiador, mas também mais recompensador, que desempenha como artista?
Harmon: O de compositora, com certeza. Eu me esforcei muito pra fazer rimas ricas e métricas bem melodiosas, eu amo fazer metáforas e simbolismos, todo tipo de figura de linguagem, é difícil ser autêntica nisso mas a alegria é indescritível e imensurável quando as pessoas entendem e apreciam.
41. Como você mantém a criatividade fluindo ao longo de sua carreira?
Harmon: Eu não acho que isso é voluntário, só acontece. Alguma coisa mexe com essa coisa dentro do meu peito e de repente, eu estou pensando em metáforas pra descrever e palavras pra rimar com ela, melodias que fariam ela soar romântica e bonita… é muito mais como um transe mental do que como um ser humano consciente.
42. Quais são seus rituais ou práticas antes de entrar em estúdio para gravar novas músicas?
Harmon: Eu sempre canto Make Pop Great Again da Shadows Of The Night. Me incentiva a dar tudo de mim no estúdio e eu também me identifico muito com ser uma boomer que gosta da música dos anos 80. Eu espero que a Electra concorde que eu estou fazendo a música pop ser boa de novo!
43. Como a tecnologia impactou sua abordagem à criação musical ao longo dos anos?
Harmon: Eu não sei, eu acho que talvez eu seja algum tipo de neoludista não-agressiva porque eu sou muito resistente a tecnologia nas minhas músicas que vá além de mixagem e synths simples, eu não me vejo fazendo uma música totalmente eletrônica EDM ou hyperpop sem nada acústico, eu gosto demais do meu piano e do meu violão pra isso. Mas nada contra quem faz, é claro!
44. Existem artistas ou colaborações dos quais gostaria de fazer parte no futuro?
Harmon: Eu quero muito fazer uma colaboração com a Claire ou com o KJ, eu gostaria muito de testemunhar de perto o processo criativo do rap e eu acho que os dois são os rappers que mais se aproximam da minha criação, a Claire até tem elementos dance e disco na música dela, seria muito legal. Eu os amo e admiro muito e eu acho que a arte do rap é algo muito importante, especialmente quando os artistas escrevem seus raps e usam eles pra discutir sobre a sociedade.
45. Como equilibra a vida pessoal com as demandas intensas da indústria da música?
Harmon: Eu consigo saber quando estou prestes a ter um burnout, então eu geralmente tomo um tempo fora do estúdio e dos palcos, na verdade esse foi o principal motivo do intervalo entre Southside e Groupie Love.
46. Quais são suas maiores fontes de inspiração fora da música?
Harmon: Eu… bem, eu amo dirigir, eu amo ir na roda gigante e ver Los Angeles lá de cima, todas as luzes… eu acho que só viver alguns dias como uma completa nômade já me dá muita inspiração, eu até comprei um trailer pra sair pelo país dirigindo e vendo o que eu nunca vi, pessoas que eu nunca tive o prazer de testemunhar a beleza.
47. Como se adaptou aos desafios e oportunidades apresentados pela era digital da música?
Harmon: Eu não acho que eu tenha me adaptado. O que eu quero dizer é… eu ainda faço as coisas como os artistas do passado faziam, eu ainda lanço músicas longas e crio álbuns que são mais do que coletâneas de singles, ainda escrevo letras que me fazem parecer uma louca apaixonada… ainda gravo clipes com muito esforço e dedicação… eu não acho que eu aja como um artista que acompanha todo detalhe do sistema da indústria na era digital pra se beneficiar disso, eu sou só uma artista fazendo musica, não me interessa saber quando e como as águas do mercado estão favoráveis.
48. Como percebe a responsabilidade social e política que os artistas têm na sociedade atual?
Harmon: Eu acho que como formadores de mentes independentes, os artistas têm o compromisso com a verdade e a defesa pela empatia e pela humanidade. Mas os artistas de hoje pensam em ser entretenimento mais do que qualquer outra coisa, e talvez por isso eu admire alguns artistas que as pessoas não diriam que eu posso admirar, como por exemplo a Plastique Condessa ou a Hina Maeda, ou até a banda do meu irmão, Headless Angel. Um bom exemplo de artista responsável sócio politicamente são os artistas que se pronunciaram sobre o que vem acontecendo na Palestina, e eu não vi muitas pessoas falarem sobre isso… decepcionante. Bem, não é como se eles estivessem mais preocupados com isso do que com escrever suas onomatopeias diárias e garantir cliques no Tik Tok pra ganhar dinheiro com seus singles virais.
49. Quais conselhos daria a artistas emergentes que buscam seguir seus passos na indústria da música?
Harmon: Não se importe com quem fala bem ou com quem fala mal de suas músicas, só faça o que seu coração manda. Podem te chamar de dramalhão, brega, o que for, a pior das ofensas é ser banal. E geralmente é isso que as pessoas que tentam te atingir são, sinceramente.
50. Olhando para o futuro, o que os fãs podem esperar de você em termos de novas músicas e projetos?
Harmon: Nem eu sei o que esperar de mim, sinceramente! Bom, o que eu sei é que, seja lá o que for, minha música sempre vai ser honesta, emocionante e significativa. Isso, vocês podem esperar sempre.
[DIVULGAÇÃO PARA SIDELINES E NEVER GROW OLD]