[EUA] SOFÍA X GOOD MORNING AMERICA
Nov 24, 2023 13:33:04 GMT
Post by adrian on Nov 24, 2023 13:33:04 GMT
[DIVULGAÇÃO PARA MUJER BRUJA]
Dominando o território norte-americano com muita latinidade, Sofía é a convidada da vez do programa matinal Good Morning America. No programa a cantora mostrou toda a sua irreverência como artista, além de participar de um quadro de culinária dentro do programa. Ao final, realizou uma apresentação do seu mais novo single, Mujer Bruja.
ENTREVISTA
[Amy Robach] Hoje teremos o prazer de receber em nossa bancada uma das artistas de maior renome mundial: a estrela latina, Sofía!
Os demais apresentadores acompanhavam Amy em um sofá da cor amarela. Sofía estava sentada em uma poltrona individual. No lado da cantora e dos apresentadores havia uma mesa com copos de vidro e jarra com água.
[Sofía] É um prazer estar aqui com todos vocês nesta manhã. É a minha primeira vez aqui e não poderia estar mais feliz. Obrigada pelo convite!
[Michael Strahan] Nós que agradecemos por sua vinda, querida. Não é sempre que temos em nosso estúdio uma artista de grande porte como é você. É impressionante as barreiras que você vem quebrando com a sua música nestes últimos anos. Sabemos o quanto ser uma mulher latina é uma dificuldade a ser transpassada em uma indústria que privilegia um tipo de música.
[Sofía] De fato, tem sido uma jornada dura, mas muito incrível. Há dificuldades, óbvio, elas são muitas. Desde o início sempre fui colocada a prova, então eu tinha que fazer o melhor de mim para provar a minha capacidade. É como se os olhares voltassem para mim e questionassem todo o meu trabalho. Então eu sentia necessidade de ser excelente. E isso não acontecia, porque excelência é tão relativa. O que para uns foi fantástico, para outros foi horrível. Estava sempre nessa corda bamba. Para sair disso foi um processo bem difícil. Deixei uma parte de mim que me acompanhava desde a infância: a do medo. Mas esse medo não foi embora, mas sim se transformou em força. Reelaborar e transformar um sentimento aterrador, aquele criva os pés no chão e te impede de seguir em frente, é um terror. Mas, no fim, consegui. E hoje estou aqui inspirando diversas garotas e garotos em todo o mundo.
[Amy Robach] Ser mulher é algo que você vem falando muito ultimamente, inclusive na sua música. E você já teve várias polêmicas, então quanto a questão de gênero marca a sua vivência na indústria e no coleguismo com outras mulheres?
[Sofía] É tão difícil ser mulher nessa indústria. São inúmeros os motivos, já falei de quase todos em entrevistas passadas, mas trazer alguns destes à tona novamente é crucial. Um deles é a ideia de que todas as mulheres devem ser amigas. Uma balela. Somos pessoas e pessoas são diferentes. Sempre me cobram o porquê de ter brigado tanto com outras artistas femininas, mas isso acontece por tantos motivos. Não sou obrigada, assim como todas as outras artistas femininas com quem tive algum tipo de desentendimento, de ser amiga ou ser simpática uma com a outra. Desde que não interfira no trabalho da outra, tá tudo ok!
[Amy Robach] Outra questão que surge a seu respeito é acerca da sua agressividade nas redes sociais. Ultimamente você vem ficando bem quieta. O que mudou?
[Sofía] Bem, eu estava de férias [risos]. Brincadeiras à parte, eu era bastante afetada sobre aquilo que falavam de mim, E essa insatisfação me levava a criar causos e polêmicas na internet. Não que eu hoje eu não faria, mas iria escolher melhor as batalhas. Não consigo segurar tudo aquilo que quero falar. Se eu me controlar tanto, vou estar perdendo rios de dinheiro de terapia. Lutei muito, e ainda luto, para ser livre. E não vai ser agora que irei jogar tudo isso pelo ralo. Então quando eu sentir necessidade de ir brigar por aquilo que acredito, por que não?!
[Michael Strahan] Além de você, seus fãs são fervorosos em te defender de todo e qualquer tipo de ataque nas redes. Como é essa relação com os fãs e como você enxerga que ser atacada afeta eles?
[Sofía] A minha relação com o Sofiers é maravilhosa. Eu tento ser o mais próxima possível de todos eles, mesmo em momentos aos quais não me sinto tão bem. Aliás, são nesses momentos que percebo todo o amor que eles têm por mim e sinto na obrigação de retribuir todo esse carinho que nutrem por minha pessoa e por minha arte. Agora, quanto a eles serem afetados com o que falam de mim, só posso supor alguns aspectos. Por exemplo, já me contaram que quando dizem que eu não tenho talento é como se atacassem a fé deles. É exagerado? Com certeza. Mas considero que este seja um tipo de fanatismo que representa pouco daqueles que gostam do que eu faço do meu trabalho.
[Michael Strahan] Neste momento há cerca de duzentos fãs esperando por você no lado de fora do estúdio, lá no palco onde você apresentará seu novo single em instantes. Depois de tantos anos em cima do palco, ainda tem medo de cantar ao vivo e para um público gigante?
[Sofía] Sim. A cada apresentação sinto como se fosse a minha primeira. É incrível o quão assustada fico anteriormente ao show, apresentações e até mesmo entrevistas como essas. A Sofía artista está escondida na maior parte do tempo: ela que é a irreverência, a simpatia. Eu, Sofía-pessoa, sou mais na minha e, muito, mas muito, medrosa. Mas, no fim, tudo se desenvolve e eu consigo expressar tudo aquilo que pensei.
[Michael Strahan] E como você lida com a superfama? Porque não podemos considerá-la apenas uma artista famosa, mas como um fenômeno global.
[Sofía] Se você diz, Michael [risos]. Eu não penso em níveis de fama, para ser sincera. Tudo o que acontece é fruto do meu trabalho e de tantas outras pessoas que me acompanham. Finalmente posso dizer que estou ajudando famílias inteiras a se sustentarem. Todos os meus colaboradores recebem o justo pelo seu trabalho. A fama me permitiu isso. Sou muito grata aos meus fãs por permitirem realizar um sonho: a de buscar dirimir a desigual social em nosso mundo.
[Amy Robach] Você se tornou vegana há alguns anos e, desde então, você fala em algumas entrevista o quão política foi essa sua escolha.
[Sofía] Sim. E eu adoro falar sobre isso. Sou contra o veganismo de mercado, ou seja, aquele que se vende para grandes e médias empresas que lançam semanalmente produtos "cruelty-free" ou com o selo "vegan". Isso nada mais é que uma dinâmica do próprio sistema capitalista para esvaziar pautas importantes e de cunho revolucionário. Estou assumindo uma posição de transgressora. Não deixo apenas de comer ou vestir animais, mas me oponho a uma estrutura social, econômica e cultural a qual oprime pessoas e animais-não humanos a partir de uma régua "civilizadora" que é esdrúxula.
[Michael Strahan] Quando você começou a demonstrar interesse por uma alimentação natural, ou melhor, livre de origem animal?
[Sofía] Desde pequena eu sempre pensei no porque comemos animais. Fui criada próxima à uma fazenda de criação de gado para abate e cheguei até mesmo a ver a situação pela qual as vacas e os seus filhos eram submetidos. Todo ano eram forçadas a engravidar, pois é apenas nesse período que produzem leite, já que precisariam alimentar seus filhotes. E estes, por sua vez, nascem e são retirados da presença materna e vendidos por um preço altíssimo por ter alto valor agregado. É a famosa carne de vitelo. Em que mundo isso deveria ser aceito como normal?
Quando atingi um nível de consciência a respeito disso, decidi abdicar dessa alimentação cruenta e sanguinolenta e advogar por todos àqueles que são oprimidos neste mundo. Então, o veganismo ao qual defendo não se interessa apenas por vacas, bois, cachorro, mas também por seres humanos que estão lidando diariamente com o racismo, a homofobia, a transfobia. Eu entendo que todos esses tipos de opressão estão intimamente ligados e que a sua existência é condicionada ao estágio do sistema econômico em que estamos inseridos. Por isso, convida a todes para experimentar uma vida nova, políticamente ativa e conscientes.
[Michael Strahan] E como você lida com a superfama? Porque não podemos considerá-la apenas uma artista famosa, mas como um fenômeno global.
[Sofía] Se você diz, Michael [risos]. Eu não penso em níveis de fama, para ser sincera. Tudo o que acontece é fruto do meu trabalho e de tantas outras pessoas que me acompanham. Finalmente posso dizer que estou ajudando famílias inteiras a se sustentarem. Todos os meus colaboradores recebem o justo pelo seu trabalho. A fama me permitiu isso. Sou muito grata aos meus fãs por permitirem realizar um sonho: a de buscar dirimir a desigual social em nosso mundo.
[Amy Robach] Você se tornou vegana há alguns anos e, desde então, você fala em algumas entrevista o quão política foi essa sua escolha.
[Sofía] Sim. E eu adoro falar sobre isso. Sou contra o veganismo de mercado, ou seja, aquele que se vende para grandes e médias empresas que lançam semanalmente produtos "cruelty-free" ou com o selo "vegan". Isso nada mais é que uma dinâmica do próprio sistema capitalista para esvaziar pautas importantes e de cunho revolucionário. Estou assumindo uma posição de transgressora. Não deixo apenas de comer ou vestir animais, mas me oponho a uma estrutura social, econômica e cultural a qual oprime pessoas e animais-não humanos a partir de uma régua "civilizadora" que é esdrúxula.
[Michael Strahan] Quando você começou a demonstrar interesse por uma alimentação natural, ou melhor, livre de origem animal?
[Sofía] Desde pequena eu sempre pensei no porque comemos animais. Fui criada próxima à uma fazenda de criação de gado para abate e cheguei até mesmo a ver a situação pela qual as vacas e os seus filhos eram submetidos. Todo ano eram forçadas a engravidar, pois é apenas nesse período que produzem leite, já que precisariam alimentar seus filhotes. E estes, por sua vez, nascem e são retirados da presença materna e vendidos por um preço altíssimo por ter alto valor agregado. É a famosa carne de vitelo. Em que mundo isso deveria ser aceito como normal?
Quando atingi um nível de consciência a respeito disso, decidi abdicar dessa alimentação cruenta e sanguinolenta e advogar por todos àqueles que são oprimidos neste mundo. Então, o veganismo ao qual defendo não se interessa apenas por vacas, bois, cachorro, mas também por seres humanos que estão lidando diariamente com o racismo, a homofobia, a transfobia. Eu entendo que todos esses tipos de opressão estão intimamente ligados e que a sua existência é condicionada ao estágio do sistema econômico em que estamos inseridos. Por isso, convida a todes para experimentar uma vida nova, políticamente ativa e conscientes.
[Amy Robach] Agora, em comemoração à visita de Sofía ao nosso programa, preparamos um segmento especial. Que tal aprendermos a preparar um bolo de cacau totalmente vegano com a nossa querida cantora? Você está pronta, Sofía?
[Sofía] É claro. Vamos lá!
COOKING SHOW - VEGAN COCOA CAKE
COOKING SHOW - VEGAN COCOA CAKE
O programa entra nos comerciais e, em seguida, Sofía está sozinha em um cenário de cozinha. À sua frente estava uma bancada de mármore enorme na qual se encontravam utensílios de cozinha, além dos ingredientes para a receita. A cantora também vestia um avental original do programa.
[Sofía] Então, pessoal, fui convidada para ensinar uma receita para vocês que é o meu xodó. Pensei em algumas mais regionais, familiares, mas decidi por uma que entrou na minha vida nos últimos anos. Eu sou vegana há quatro anos e, desde então, a minha alimentação privilegia unicamente a complexidade do reino vegetal. Mas, ao mesmo tempo, quero desmitificar a ideia de que veganos só comem gororoba ou alface. Comemos de um tudo e hoje eu prometo demonstrar isso, na prática.
Expostos na mesa havia os ingredientes para o bolo. Eram eles: farinha de trigo, amido de milho, açúcar, fermento em pó, óleo vegetal, aveia hidratada, cacau em pó, chocolate amargo derretido, leite de coco e sal.
[Sofía] Então, a receita que separei para vocês é a de um bolo de cacau delicioso e muito docinho. Para iniciarmos a receita vamos pegar aqui quatro xícaras de farinha trigo, lembrando que você pode substituir por outro tipo de farinha, mas aí já não garanto que o resultado será positivo.
Ao mesmo tempo que falava e olhava para a câmera, Sofía pegava uma tigela repleta de farinha de trigo e a despejava em um bowl da batedeira da marca KitchenAid.
[Sofía] Inclusive, adoro essa batedeira. Recebi uma de presente no ano passado e uso ela para tudo. É incrível o quanto você perde de trabalho sovando um pão nesse equipamento. E vocês sabem que eu contra o consumismo, mas de fato, ter uma batedeira é essencial para quem quiser bater um bom bolo ou um pãozinho.
A cantora havia despejado óleo, leite de coco, aveia hidratada em água, chocolate amargo derretido e batido na batedeira até ficar homogêneo.
[Sofía] Muitos por aí vão dizer que é impossível um bolo que não leva ovos ficar fofinho, mas isso é uma mentira. Tão mentira quanto o caráter de umas e outras por aí. O segredo está em todos os outros elementos. Veja a aveia aqui: é um elemento adicionado para servir como liga aos demais componentes da receita. Assim como em uma das minhas bandas favoritas, Golden Castles, o segredo é a união entre todes. Esse é um bolo para comemorar vitórias, conquistas, mas também para acalentar o coração daqueles que precisarem de um conforto.
Neste momento são acrescentados todos os ingredientes secos na batedeira e Sofía liga até estarem todos homogêneos.
[Sofía] Bem, nossa massa está praticamente pronta. Não coloquei o fermento agora para não iniciar o processo de fermentação tão cedo. Primeiro vamos untar a nossa forma; nesse momento o seu forno já deve estar aquecido em 180Cº.
Havia uma forma redonda da cor cobre ao lado da cantora na qual untou com óleo e cacau em pó. Na batedeira, adicionou o fermento e bateu até que estivesse incorporado a mistura. Retirou a tigela do suporte e despejou toda a massa na forma. Levou ao forno em seguida.
[Sofía] Nosso bolo está pronto em cerca de cinquenta minutos. É uma receita grande por isso a demora. Mas, para esperarmos o resultado, preparei uma surpresa para todos aquelas que vem me acompanhando nesses últimos anos: um pouco dos bastidores do meu mais novo videoclipe.
MAKING-OFF - MUJER BRUJA
Sofía estava em uma sala de reunião, sentada à mesa, com outros três indivíduos: Emília, a parceira de videoclipe, o diretor e o co-roteirista. Os três discutiam algo inaudível já que o som da música preenchia todo o espaço. A câmera estava dispersa e mostrava quadros aos quais serviram como referência ao videoclipe: em um canto havia um livro de história chamado O Martelo das Feiticeiras, datado de 1484, escrito por dois inquisidores da Igreja Católica e é considerado o primeiro tratado anti-bruxaria da história ocidental. Ao lado, uma representação feita por um ilustrador do julgamento das bruxas de Salém e croquis dos visuais da artistas para o clipe.
Segue-se, então, para a gravação das primeiras imagens. Sofía e Emília conversam sozinhas em um canto.
[Sofía] Você está bem? Preparada para fazer história?
[Emília] Claro que sim! Não poderia estar mais feliz de poder compartilhar esse momento contigo.
As duas saíram de mãos dadas e se posicionaram no cenário para dar início às gravações. A música novamente invadiu as gravações e o telespectador se viu acompanhando as artistas e a sua equipe em todos os cenários utilizados no clipe original. Em um momento estavam todos se preparando para gravar a cena final do julgamento, na qual Emília e Sofía expõem as hipocrisias daqueles que se diziam santos.
[Emília] Acho que esse é o momento mais crítico da história que queremos contar. Eu e Sofí estamos sendo acusadas de bruxaria e perversão, mas é agora que vamos revelar que todos aqui presentes também são transgressores de regras morais, normalmente àquelas estipuladas por um credo religioso.
[Sofía] Isso. Então, ao mesmo tempo que julgavam mulheres, e homens também em menor medida, a prática anti-bruxaria era, no fim, uma grande piada. Então sacrificavam-se mulheres, homens e crianças a partir de uma ideia absurda de purificação e condenação. Isso se dava pela negação ou fuga parcial dos preceitos que um dia já foram tidos como essenciais para um bom viver religioso.
Em seguida, mais imagens de Sofía e Emília acompanhadas de bailarinos e atores se divertindo em cena. Erros cometidos pelos componentes também foram mostrados. O diretor do clipe surgiu explicando a cena do casulo .
[Diretor] Essa é um cena simbólica e foi uma ideia da própria Sofía. Pensemos nesta blonde girl como um tributo, alguém que morre ou é sacrificada, em nome de um bem-maior. Vale salientar que toda essa cena na mansão é a visão que os religiosos tinham das protagonistas. Então o significado do casulo é o de evolução a partir do sacríficio. Achamos poético pendurar essa figura em uma corda, utilizadas muitas vezes no início da idade moderna para enforcar mulheres "bruxas", deixar o corpo enrolado em lençóis, para que não pudesse ser reconhecida por quem era; então sua identidade foi escondida e o que sobrou foi a figura de uma vítima.
Ao fim das filmagens, toda a equipe se reuniu para um lanche coletivo. Sofía e Emília espalhavam-se pelo cenário para agradecer toda a equipe pelo esforço e trabalho duro nas filmagens. Encerrando o vídeo, as duas olharam para a câmera e piscaram um de seus olhos. O mesmo olho ao qual haviam piscado fora adicionado um efeito de fogo.
COOKING SHOW - THE CAKE
Sofía e os apresentadores do programa estavam reunidos em torno de uma mesa branca, delicada e de aparência rústica. No meio da mesa havia o belíssimo bolo feito pela cantora e copos, pratos e talheres dispersos pela bancada.
[Amy Rubach] Sofía, antes de encerrarmos o programa queríamos agradecer a sua presença conosco e com toda a nossa equipe. Nunca ninguém foi tão simpático ao ponto de recebermos elogios até dos camareiros.
[Michael Strahan] Verdade. Todos aqui adoraram você, inclusive nós, é claro. Obrigado pela participação e, também, por este bolo que com certeza deve estar fenomenal.
[Sofía] Eu que agradeço o convite e pela maravilhosa recepção que proporcionaram a mim. Me sinto muito feliz de ter espaço para contar da minha arte, da minha vivência política. Todos que aqui trabalham são pessoas incríveis e espero poder reencontrar mais vezes.
Encerrando o programa, o trio partiu o bolo e cada pedaço foi ao prato. Todo o resto que sobrou foi dedicado à produção do programa que, em fila, vieram à mesa provar o doce.
Neste momento são acrescentados todos os ingredientes secos na batedeira e Sofía liga até estarem todos homogêneos.
[Sofía] Bem, nossa massa está praticamente pronta. Não coloquei o fermento agora para não iniciar o processo de fermentação tão cedo. Primeiro vamos untar a nossa forma; nesse momento o seu forno já deve estar aquecido em 180Cº.
Havia uma forma redonda da cor cobre ao lado da cantora na qual untou com óleo e cacau em pó. Na batedeira, adicionou o fermento e bateu até que estivesse incorporado a mistura. Retirou a tigela do suporte e despejou toda a massa na forma. Levou ao forno em seguida.
[Sofía] Nosso bolo está pronto em cerca de cinquenta minutos. É uma receita grande por isso a demora. Mas, para esperarmos o resultado, preparei uma surpresa para todos aquelas que vem me acompanhando nesses últimos anos: um pouco dos bastidores do meu mais novo videoclipe.
MAKING-OFF - MUJER BRUJA
Sofía estava em uma sala de reunião, sentada à mesa, com outros três indivíduos: Emília, a parceira de videoclipe, o diretor e o co-roteirista. Os três discutiam algo inaudível já que o som da música preenchia todo o espaço. A câmera estava dispersa e mostrava quadros aos quais serviram como referência ao videoclipe: em um canto havia um livro de história chamado O Martelo das Feiticeiras, datado de 1484, escrito por dois inquisidores da Igreja Católica e é considerado o primeiro tratado anti-bruxaria da história ocidental. Ao lado, uma representação feita por um ilustrador do julgamento das bruxas de Salém e croquis dos visuais da artistas para o clipe.
Segue-se, então, para a gravação das primeiras imagens. Sofía e Emília conversam sozinhas em um canto.
[Sofía] Você está bem? Preparada para fazer história?
[Emília] Claro que sim! Não poderia estar mais feliz de poder compartilhar esse momento contigo.
As duas saíram de mãos dadas e se posicionaram no cenário para dar início às gravações. A música novamente invadiu as gravações e o telespectador se viu acompanhando as artistas e a sua equipe em todos os cenários utilizados no clipe original. Em um momento estavam todos se preparando para gravar a cena final do julgamento, na qual Emília e Sofía expõem as hipocrisias daqueles que se diziam santos.
[Emília] Acho que esse é o momento mais crítico da história que queremos contar. Eu e Sofí estamos sendo acusadas de bruxaria e perversão, mas é agora que vamos revelar que todos aqui presentes também são transgressores de regras morais, normalmente àquelas estipuladas por um credo religioso.
[Sofía] Isso. Então, ao mesmo tempo que julgavam mulheres, e homens também em menor medida, a prática anti-bruxaria era, no fim, uma grande piada. Então sacrificavam-se mulheres, homens e crianças a partir de uma ideia absurda de purificação e condenação. Isso se dava pela negação ou fuga parcial dos preceitos que um dia já foram tidos como essenciais para um bom viver religioso.
Em seguida, mais imagens de Sofía e Emília acompanhadas de bailarinos e atores se divertindo em cena. Erros cometidos pelos componentes também foram mostrados. O diretor do clipe surgiu explicando a cena do casulo .
[Diretor] Essa é um cena simbólica e foi uma ideia da própria Sofía. Pensemos nesta blonde girl como um tributo, alguém que morre ou é sacrificada, em nome de um bem-maior. Vale salientar que toda essa cena na mansão é a visão que os religiosos tinham das protagonistas. Então o significado do casulo é o de evolução a partir do sacríficio. Achamos poético pendurar essa figura em uma corda, utilizadas muitas vezes no início da idade moderna para enforcar mulheres "bruxas", deixar o corpo enrolado em lençóis, para que não pudesse ser reconhecida por quem era; então sua identidade foi escondida e o que sobrou foi a figura de uma vítima.
Ao fim das filmagens, toda a equipe se reuniu para um lanche coletivo. Sofía e Emília espalhavam-se pelo cenário para agradecer toda a equipe pelo esforço e trabalho duro nas filmagens. Encerrando o vídeo, as duas olharam para a câmera e piscaram um de seus olhos. O mesmo olho ao qual haviam piscado fora adicionado um efeito de fogo.
COOKING SHOW - THE CAKE
Sofía e os apresentadores do programa estavam reunidos em torno de uma mesa branca, delicada e de aparência rústica. No meio da mesa havia o belíssimo bolo feito pela cantora e copos, pratos e talheres dispersos pela bancada.
[Amy Rubach] Sofía, antes de encerrarmos o programa queríamos agradecer a sua presença conosco e com toda a nossa equipe. Nunca ninguém foi tão simpático ao ponto de recebermos elogios até dos camareiros.
[Michael Strahan] Verdade. Todos aqui adoraram você, inclusive nós, é claro. Obrigado pela participação e, também, por este bolo que com certeza deve estar fenomenal.
[Sofía] Eu que agradeço o convite e pela maravilhosa recepção que proporcionaram a mim. Me sinto muito feliz de ter espaço para contar da minha arte, da minha vivência política. Todos que aqui trabalham são pessoas incríveis e espero poder reencontrar mais vezes.
Encerrando o programa, o trio partiu o bolo e cada pedaço foi ao prato. Todo o resto que sobrou foi dedicado à produção do programa que, em fila, vieram à mesa provar o doce.