[EUA] SOFÍA X Z100
Nov 21, 2023 1:34:07 GMT
Post by adrian on Nov 21, 2023 1:34:07 GMT
[DIVULGAÇÃO PARA MUJER BRUJA]
Iniciando os trabalhos de divulgação da sua nova era, Sofía é a convidada do dia da rádio norte-americana Z100 A conversa foi postada no canal do YouTube da rádio, além da reprodução ao vivo para toda a América.
[SOFÍA] Olá, pessoal! É um prazer estar aqui pela primeira vez. A Z100 me convidou para falar um pouco a respeito do processo criativo de “Mujer Bruja” e, de quebra, falar também sobre meus últimos lançamentos anteriores a este. Estou honrada pelo convite e mal posso esperar para começar!
[VOZ DE FUNDO] A primeira pergunta é “Quem é a rainha do pop?”
[SOFÍA] Sou eu, claro! [risos] Brincadeiras à parte, acredito que esta não deva ser uma cultura a ser alimentada, haja visto que isso está sempre condicionado à supervalorização de alguém em detrimento de outras pessoas. Não me considero rainha de nada, mas algumas pessoas, fãs, na verdade, me impuseram essa alcunha e eu acho engraçada. É um movimento divertido.
[ENTREVISTADOR] Como surgiu a ideia de transformar uma brincadeira em música?
[SOFÍA] A decisão que tomei em relação à minha música é uma pergunta que muitos me fizeram. Optei por uma abordagem pop, reconhecendo que não trouxe nenhuma grande "revelação" em termos musicais, nem se destacou pela sua originalidade. Alguns até a considerariam genérica. No entanto, para mim, essa escolha é especial, pois representava o início de uma nova fase da minha carreira, com uma conexão direta entre meus fãs e eu. Ser rotulada como a "rainha do pop" é o resultado de um trabalho árduo e de uma base de fãs sólida que me apoiou ao longo dos anos. Concordando ou não com esse título, o importante é que eu queria transformar todo esse amor e apoio em música. Afinal, a música é uma forma poderosa de expressão, e era minha maneira de retribuir aos que estiveram ao meu lado.
Por outro lado, a fama vem com suas alegrias e dores. Os haters e críticos podem ser duros, e essa pressão e negatividade também influenciaram meu processo de composição. Na verdade, considero minha música como uma combinação explícita de amor e ódio que tenho recebido e continuo recebendo ao longo da minha carreira. É uma maneira de transformar a complexidade das emoções que a fama traz em algo material e que as pessoas possam se relacionar.
Por outro lado, a fama vem com suas alegrias e dores. Os haters e críticos podem ser duros, e essa pressão e negatividade também influenciaram meu processo de composição. Na verdade, considero minha música como uma combinação explícita de amor e ódio que tenho recebido e continuo recebendo ao longo da minha carreira. É uma maneira de transformar a complexidade das emoções que a fama traz em algo material e que as pessoas possam se relacionar.
Essa mistura de emoções, tanto positivas quanto negativas, é o que torna minha música única. Ela captura os altos e baixos da vida, e as experiências que compartilhei com meus fãs ao longo dos anos. É uma celebração do que é bom e uma reflexão sobre os desafios que enfrentei. Juntas, essas emoções complexas formam a essência da minha música e da minha jornada como artista.
[ENTREVISTADOR] Falamos dessa música, mas ela foi descartada e você está em um caminho novo agora. Qual o motivo de você ter descartado todo um álbum para produzir um novo?
[SOFÍA] Eu estava prestes a lançar uma canção que iniciaria uma leva de outras muito ancoradas no estilo eletrônico. Para dizer o motivo eu primeiro preciso explicar um pouco daquilo que pensei para estruturá-lo. Eu queria um álbum que fosse totalmente dançante. Se estiver triste, dance; com raiva, dance; com alegria, dance. La Reina Del Pop, por exemplo, celebra a alegria que se transforma em arte. Todo o conceito estava assentado na felicidade em uma boate, sabendo que a felicidade não necessariamente é absoluta, mas relativa e temporária. Dito isso, quando estávamos prestes de chegar ao lançamento, eu tive um insight e compartilhei com minha equipe. Essa ideia remeteu a homenagear as minhas raízes latino-americanas, homenagear as mulheres explorando tudo de bom que há no ser feminino. E esse feminino transpassa barreiras de gênero, etnia, classe, enfim, é inclusivo. Daí em diante foi uma grande correria. Eu já tinha me disposto a retornar brevemente e a cobrança era muita [risos]. Mas veio quase que imediatamente a ideia de Mujer Bruja.
[ENTREVISTADOR] A letra da música indica que estamos ouvindo uma resposta sua aos questionamento e ataques de outras pessoas, correto?
[SOFÍA] Sim. Essa é uma faixa dançante, abraçamos o reggaeton com louvor, mas, ao mesmo tempo, eu quis trazer algo de positivo: nunca mais ceder aos haters e seus xingamentos infundados. Não posso cair por simplesmente não acreditarem em mim; e não são todos que me descreditam, mas um número bastante medíocre. No início da carreira eu era bastante afetada por esses comentários maldosos, hoje não mais. Eu saio da internet e nada disso existe.
Eu adotei essa figura da mulher bruxa por entender que há ainda uma mística que associa a bruxaria, e o feminino por consequência, como algo ruim, obscuro. Apesar da cultura pop estar modificando essa representação com a inserção de bruxas boas, de imagens mais simpáticas, ainda há essa correlação entre bruxa e a maldade. Me inspirei em algumas lendas locais, principalmente a da Chorona, uma mulher que jogou seus filhos no rio e se arrependeu por tudo isso e é vista chorando por aí. Faz parte de uma mitologia de muitos povos, principalmente a do México. Desde criança fiquei abismada com essa história e tinha medo dessa mulher horrenda; contudo, quando eu cheguei aos estudos sobre representação de gênero, algo em mim mudou. Então passei a questionar histórias ditas e verdades pré-estabelecidas. A figura da mulher sempre esteve rodeada por mentiras, por falsidades. Então estou buscando, agora, rememorar histórias e criar novas narrativas que percebam a mulher como seres normais, cujos erros e acertos não a fazem uma santa ou a encarnação do diabo. Todos os seres humanos são complexos; as mulheres mais ainda.
[ENTREVISTADOR] Então, como foi o processo de criação da letra?
[SOFÍA] Eu sabia que queria uma canção urbana, mas que não houvesse um afastamento da minha própria essência pop. Para a letra em si eu resgatei memórias da infância e dos últimos anos da minha carreira para escrever. E aqui novamente se repete a ideia de trazer comentários ruins para construir algo bom: a minha arte. Então alcunhas como a de “cachorra”, “maldita” e tantas outras me fizeram pensar em aceitar o rótulo e cantar sobre o medo que têm de mim. Afinal, o que uma latina “sem talento” pode fazer com alguém “supertalentosa”? Depois disso, eu ri. E ri novamente. São tantos comentários inúteis e tanta gente medíocre. Me dá sono.
[ENTREVISTADOR] Emília sempre foi a primeira opção para a faixa?
[SOFÍA] Sim! Eu amo a Emília. Ela, com certeza, é a minha favorita do SHOWDOWN e desde o reality nos aproximamos muito uma da outra. Admiro a forma pela qual ela se expôs de ter sido enganada e continua a lutar por sua família. Eu enxergo nela aquela jovem sonhadora que entrou em um reality ávida por aprovação e dinheiro. Sou apaixonada por esta mulher e dividir uma canção com ela é, para mim, a representação maior de duas culturas diferentes, a argentina e a mexicana. O convite veio na hora e ela aceitou prontamente. Começamos a gravar ainda quando a letra estava sendo finalizada, então ela também participou do processo de composição. Nós duas também estivemos visualizando a produção, apesar de ativamente não estarmos sendo creditadas, demos pitacos e ajustamos de acordo com aquilo que acreditávamos.
[ENTREVISTADOR] Você foi muito criticada por não participar diretamente da composição das suas músicas. Agora, você reverte esse estado de coisas e vem com uma música autoral, se apresentando em um evento que privilegiará compositores.
[SOFÍA] Veja bem. Todas as canções que lancei até o momento tiveram minha participação em sua concepção, afinal, nada entra em trabalhos meus exceto caso eu sinta que de fato me representa. Então eu me reunia com a equipe de compositores e produtores e juntos trabalhávamos nas letras e nos instrumentos. Ser compositor de uma música está muito além de colocar letras, pontos ou vírgulas. Sempre fui creditada nas canções por que o meu entendimento e o da minha equipe era esse. O trabalho sempre foi coletivo.
[ENTREVISTADOR] Para o próximo domingo, dia 26, vamos ter uma premiação voltada a homenagear os melhores compositores deste longo ano e você será uma das artistas que farão um show. O que nós podemos esperar da sua atuação?
[SOFÍA] Muita dança, eu acho [risos]. Eu venho ensaiando bastante passos da coreografia da canção. É uma parte importante de Mujer Bruja porque é através do corpo que podemos mostrar um pouco do que somos e do que pensamos. Será um balé todo composto por mulher e celebraremos a força feminina. Em resumo, é isso. Vai ter muita dança, efeitos visuais e celebração às mulheres transgressoras, ou melhor, "mulher bruxas".
[ENTREVISTADOR] Estou ansioso para vê-la, Sofía! Agora temos aqui um compilado de questões de fãs, retirados do Twitter, para você. Podemos começar?
[SOFÍA] Claro! Vamos lá.
[ENTREVISTADOR] Aitana021345 pergunta quando o novo álbum sairá e se a sonoridade dele será semelhante à do single.
[SOFÍA] Não posso falar sobre o álbum agora, ele não está finalizado e o lançamento será, muito provavelmente, apenas no próximo ano. Agora, em relação à sonoridade, sim. O disco representa tudo de melhor que há na cultura latino-americana, então vamos ter cultura, tradição, dança e muito amor envolvido. É um retorno as minhas origens. Para tanto eu precisei retornar à minha infância, acredita? Me peguei ouvindo os discos de vinil da Selena Quintanilha e me inspirando na sala da casa dos meus pais. Hora ou outra estava dançando no meio da casa igual uma louca [risos]. Tem sido um processo divertido. É isso que posso - e consigo - adiantar para vocês.
[ENTREVISTADOR] CharmanderIsOver pergunta se poderemos esperar novas parcerias com outros artistas e, se sim, quais você gostaria de colaborar?
[SOFÍA] Neste álbum teremos algumas colaborações, sim, afinal, acredito que música é para compartilhar e se divertir junto daqueles que amamos. Foi por isso que decidi começar com um dueto. Sobre artista com os quais gostaria de colaborar? Eu prefiro, neste momento, parceria com mulheres; mas não descartaria colaborar novamente com o Awa, por exemplo. Eu amo esse cara e espero que possamos voltar a ouvi-lo o quanto antes. Sinto muita saudades de nossas saídas para as boates gays do Brasil. Era um divertimento à parte. Isso foi depois do Big Brother.
Então, além da Emília, eu gostaria de estar junto à Blanca em uma canção futura. Eu acredito que nós três juntas seríamos realmente imparáveis. Venho pensado nessa possibilidade desde que conheci essas duas grandes artistas: acho que podemos ter uma colaboração tripla aí. Não tem nada certo, nem falei com as duas ainda, mas penso que é uma possibilidade boa.
Acredito que Tieta e eu daríamos uma mistura bem boa, por que não? Tivemos nossas rusgas e intrigas, mas é impossível não admirar a forma pela qual ela sustentou a sua carreira depois de décadas de trabalho, dando duro, literalmente, para conseguir chegar aonde está. Podemos unir ritmos brasileiros com algo mais mexicano e fazer uma mistura animada. Talvez. Está tudo no campo da imaginação aqui. Outra artista feminina latina que admiro é a Bru. Tivemos nossas rusgas, é claro, eu errei bastante; mas acredito que a música tem esse potencial de estabelecer paz, de construir relações amigáveis. Adoraria tentar incorporar toda a potência dela no meu trabalho.
[ENTREVISTADOR] SofíaFuckMyAss perguntou se o clipe de Mujer Bruja foi inspirado no julgamento das bruxas de Salém.
[SOFÍA] Principalmente, mas não foi a única inspiração apra o roteiro. Eu pensei em uma história que possuía um início e um meio, o fim não aconteceu. Então o clipe finaliza sem uma conclusão precisa. E é isso que acho que permeia a história das mulheres que foram lidas como bruxas, em qualquer período da humanidade. A figura da bruxa é sempre lida como maldosa, fonte de caos, do castigo. E as mulheres que estavam longe de estereótipos, principalmente àqueles criados sobre uma ideologia religioso, eram condenadas ao inferno, literalmente em alguns casos, por serem quem são. Duas principais referências: o julgamento das bruxas de Salém no século XVII e a lenda mexicana da Llorona. Costumo ler e interpretar essas histórias de formas distintas das que são contadas pelo senso comum.
[ENTREVISTADOR] HopeFuture, para finalizar, perguntou se você têm planos para uma turnê mundial.
[SOFÍA] Siim! E será maior que a DESENCANTO Tour. Estamos planejando uma turnê que abarque lugares maiores e proporcionar uma esperiência musical e visual sem precedentes para todos os meus fãs. Estou ansiosa para que possamos nos encontrar novamente em todos os continentes do mundo. A experiência que tive na última turnê foi insana. Espero sentir tudo isso novamente e com um trabalho novo. Mal posso esperar para encontrar todos esses rostinhos novamentes na multidão.
A entrevista se encerra com agradecimentos por parte de Sofía que convida os telespectadores a ouvir a sua nova canção. Em seguida, a rádio reproduz a faixa Mujer Bruja.