[América] Harmon Moore estampa capa da Vogue
Nov 17, 2023 2:28:15 GMT
Post by ggabxxi on Nov 17, 2023 2:28:15 GMT
Bem-vindos à entrevista exclusiva com a sensacional cantora pop Harmon Moore. Com uma carreira meteórica e uma presença marcante na cena musical internacional, Harmon tem encantado fãs ao redor do mundo com sua música autêntica e cativante. Neste bate-papo, exploraremos os bastidores de sua ascensão ao estrelato, suas experiências na indústria da música, e as histórias por trás de seus sucessos. Preparem-se para conhecer de perto a personalidade vibrante e talentosa por trás dos troféus e dos hits que dominam as paradas globais. Harmon Moore está pronta para compartilhar sua jornada, perspectivas e inspirações, oferecendo aos fãs uma visão única e íntima de sua vida e carreira no mundo da música pop.
1. Quais softwares ou programas você utiliza para produzir sua música?
Harmon: Hm… bom, eu e o Brendon usamos o Ableton geralmente, eu acho que ele é o mais completo e ele atende bem às nossas necessidades. Na verdade, eu uso o Ableton desde os tempos de Harmony, ele é fácil e prático.
2. Como descreveria o ambiente ideal para a produção de suas faixas?
Harmon: Ah… bom, desde a experiência da produção do Clueless, tudo o que eu faço musicalmente é com meu grupo de amigos, tipo, de um jeito bem caseiro e nada industrial, e eu acho que é isso que eu preciso pra conseguir produzir. Eu nunca conseguiria fazer algo bom se estivesse sendo pressionada a trabalhar com pessoas que eu não conheço e que não me conhecem bem o suficiente pra entender minhas visões. Quando eu entro no estúdio com o Brendon ou com o Kyle, enfim, com as pessoas mais próximas de mim, tudo é prático e flui bem porque eles sabem exatamente do que eu gosto, do que eu preciso e coisas que eu definitivamente nunca vou fazer com minha identidade artística.
3. Qual é o papel da tecnologia na sua abordagem de produção musical?
Harmon: Eu acho que a tecnologia realmente acaba na parte de produção final e mixagem. A maioria das minhas músicas são feitas acusticamente, muitos instrumentos, então não é nada que use muita tecnologia avançada e digital, acho que a música que mais foi pra esse lado foi Like I Would…
4. Quais elementos você considera essenciais em uma boa produção musical?
Harmon: Hm… eu acho que uma coisa muito importante é ter competência e noção na hora de fazer a disposição de camadas… é a chave pra fazer uma boa harmonia de vocais e criar, por exemplo, o gancho do refrão de Groupie Love. A maior diferença entre os refrões, que torna eles fresh e não repetitivos na medida do possível é exatamente a disposição das camadas vocais na música. Dá pra perceber que a cada refrão, uma camada é adicionada e a anterior é movida um pouco pra trás, assim, cada camada vocal começa alguns milésimos de segundos antes da outra, deixando os refrões cada vez mais carregados conforme a música corre. Podem escutar e reparar, isso parece uma coisa básica mas faz uma grande diferença na música.
5. Como você escolhe os colaboradores para a produção de seus álbuns?
Harmon: Bom… depende de que tipo de colaboração estamos falando. No caso de duetos ou features, como por exemplo, o Brendon em Sidelines, eu penso muito sobre que identidade combina com a música e que principalmente se o artista convidado vai se divertir com a letra. Isso é muito legal, tipo… quando eu e o Brendon gravamos Sidelines, a gente estava em sintonia porque as influências pra música são basicamente a intersecção dos nossos gostos musicais. Temos dance e disco mas também temos influências orquestrais e de corais, o que veio do lado do Brendon que é um fã muito leal de Queen. Já quando falamos de outros tipos de colaboradores, como por exemplo, os ótimos produtores que eu chamei pra trabalhar comigo em remixes, eu gosto de pensar em artistas que são completamente diferentes de mim, justamente porque eu acho que o melhor jeito de se aproveitar um remix é pensando em como realmente experimentar com a música, afinal, o meu estilo já é a música original, e o resultado sempre é impressionante. Quem poderia adivinhar que a BABUSHKA ia trabalhar comigo? Existem muitas coisas legais pra descobrir no diferente, na fuga do convencional.
6. Existe algum equipamento ou instrumento musical favorito que você usa regularmente?
Harmon: Bom, eu escrevo grande parte das minhas músicas no piano então com certeza, é ele. Eu acho que nenhum outro instrumento funciona melhor. Antes de ter um piano, eu usava o violão que meu pai me deu, escrevi tudo do Harmony no violão, mas aquele EP me ajudou a comprar um piano e foi aí que eu realmente me encontrei como compositora. Eu amo violão, amo ouvir músicas acústicas, eu amo um folk, mas o piano é o amor da minha vida, eu acho que ele é o instrumento mais útil no sentido de que ele é muito mais abrangente e além disso, acho que ele é o que mais se dá bem com nossa voz, eu uso o piano até pra fazer os aquecimentos vocais pré-shows e… enfim, com certeza, o piano é um instrumento que eu não posso de maneira nenhuma ficar sem.
7. Como equilibra a experimentação com a consistência na produção de suas músicas?
Harmon: Hm… eu acho um pouco difícil falar sobre isso porque eu imagino essa balança entre experimentação e consistência sendo vista de um jeito comercial, no sentido de pesquisa de público e… na verdade, eu nunca fiz nada disso. É claro, quando o assunto é música. Porque eu não acredito que existe algo a ceder quando o assunto é arte. É minha arte, é minha expressão e minha extensão de mim mesma. Quando o assunto é arte, você não negocia. Você faz, dá o seu melhor e… sofre as consequências, eu imagino. Mas eu também imagino que meus fãs já entenderam minha maneira de fazer música, eu sempre vou ser honesta comigo mesma e ser vendável é o último critério que eu considero quando estou sentada ao piano, com minhas anotações e partituras. Simples assim. Com isso, o que eu quero dizer é: eu não equilibro porque eu acho que eles não são dois pratos de uma balança, minha consistência identitária também engloba as minhas experimentações. É isso.
8. Qual foi o maior desafio que enfrentou durante a produção de um álbum?
Harmon: UGH! Com certeza foi estar, por um curto período, em uma gravadora que não respeitava e não considerava minhas visões artísticas. Eu sentia minha alma sendo esfaqueada naquela época, eles não queriam investir num álbum sincero e eu simplesmente não consigo escrever mentiras ou meias verdades ou, pior ainda, músicas que não significam nada, o que define grande parte dessa geração da música pop. Eu nunca conseguiria lançar e cantar e fingir que são minhas as músicas que eu não escrevi. Eu agradeço todo dia por meu advogado ter encontrado uma brecha naquele contrato e me ajudado a sair daquela gravadora antes de o American Girl sair. Eu juro, eu odeio aquele álbum. Odeio. É isso. Eu espero que nunca vaze. Eu não sou uma popstar, eu sou uma compositora que faz música pop, então é claro que minha maior dificuldade sempre vai ser pessoas que tentam podar minha habilidade de compor.
9. Qual é o seu processo criativo ao compor uma nova música?
Harmon: Geralmente tudo começa com um verso se formando na minha cabeça acidentalmente. E então, eu escrevo esse verso no meu aplicativo de notas do celular e aí, tento colocar ele num refrão e encaixar ele numa melodia… eu também mantenho vários voice memos gravados espontaneamente no celular então na maioria das vezes, eu só acabo encaixando um verso em alguma melodia que eu também já tinha feito sem pensar muito e a partir disso, tudo começa a acontecer, eu passo tudo pro piano e penso o que posso fazer no verso com aquelas notas, onde cabe cada elemento e como destacar o refrão…
10. Como seleciona os temas e letras para suas composições?
Harmon: Todas as minhas composições são sobre minha vida. Na maioria das vezes, não sou eu que seleciono, são os temas que me relacionam. Se um acontecimento me faz sentir alguma coisa, qualquer coisa além de indiferença, com certeza ele vai virar uma música cedo ou tarde. Eu não acho que conseguiria fazer uma seleção porque eu não considero que alguns sentimentos sejam mais dignos de virarem musicas do que outros e eu acho que mesmo que algumas coisas pareçam bobas pros outros, eu sei o impacto que cada uma delas tem em mim e esse é o único critério que eu tenho sobre temas de letras em geral.
11. Alguma música que tenha uma história especial por trás da composição?
Harmon: Com certeza. Todas elas têm historias que eu julgo muito importantes pra mim mas acho que a minha preferida é e sempre será Southside nesse sentido. Ela representa não só a minha história mas também a história do meu irmão. Eu e o Kyle temos algumas diferenças mas ele é realmente a pessoa que sempre vai estar comigo e eu também sou a pessoa que sempre vai estar com ele. Eu acho que nossa historia é realmente inspiradora, eu ainda fico pensando na minha vida antes de Clueless, antes de sequer comprar um carro, e antes de tudo isso já existia Harmon e Kyle… é a nossa historia de heróis americanos, tipo, Bonnie and Clyde, mas sem a parte dos roubos, assassinatos… mas aparentemente, ainda sim com a parte de “inimigos públicos” né… -*ela dá uma risadinha.*
12. Como aborda a melodia ao compor uma nova faixa?
Harmon: Geralmente, a letra vem antes, mas é muito mais fácil adequar um verso a uma métrica do que mudar toda uma métrica pra encaixar num verso, então a melodia é sempre a estrela-guia das minhas composições. Eu tenho um tipo de padrão. Por exemplo: Eu sempre escrevo minhas letras em estrofes de sextilhas. Aí, eu tento encaixar essas sextilhas numa melodia, mas muitas, a música pop é feita de quartetos e tercetos, como se fosse um soneto, um refrão, outro soneto, outro refrão… e até as pontes costumam ser quartetos. Então, frequentemente, eu tiro dois versos das minhas sextilhas, na maioria das vezes só inutilizo eles mas às vezes, eu coloco eles como gancho pro refrão, algo assim… também me lembro de já ter transformado os versos que sobram numa ponte… enfim! O que eu quero dizer é que a melodia manda na minha música, é ela que vai comandar a quantidade de versos, sílabas, o esquema de rimas… eu nunca adapto a melodia à letra, é sempre o contrário.
13. Qual é a importância da improvisação no seu processo de composição?
Harmon: Ah, com certeza a improvisação é muito importante, justamente porque eu constantemente tenho que trocar palavras pra obedecer a uma métrica, às vezes eu coloco versos demais em uma estrofe e tenho que escolher que versos vou manter… às vezes, eu preciso pensar rapidamente num sinônimo com menos sílabas ou outra entonação pra melhorar a cadência de um verso, e por aí vai. Eu acho que todo bom compositor precisa ser, antes de tudo, um bom improvisador.
14. Como equilibra a originalidade com elementos familiares em suas composições?
Harmon: Eu… eu acho que a maioria das minhas composições é original, eu não tenho muito interesse em samples e interpolações. Sempre que existe alguma coisa familiar nas minhas musicas, elas são referências a mim mesma que eu geralmente faço pra amarrar uma música em outra, como se eu quisesse mostrar que duas musicas diferentes falam sobre a mesma coisa. Eu até ensinei o Kyle a fazer isso e ele fez muito bem! Bom, é, eu diria que mesmo os elementos familiares são até certo ponto originais meus. A única referência a que isso não se aplica é Groupie Love, onde eu claramente fiz uma referência a uma música de outro artista…
15. O ambiente ao seu redor influencia suas composições de alguma forma?
Harmon: Com certeza. É bem possível perceber isso comparando a postura do eu lírico no Harmony com a postura dele em Clueless. Eu escrevi Harmony em dias de desanimo e desespero, dificuldades e… enfim, dá pra ver que as músicas do Harmony são mais modestas, tristes e bem menos confiantes em relação às do Clueless e eu ligo muito isso a me sentir mais segura quando escrevi as faixas do Clueless, já que eu já tinha algum dinheiro e estava contratada pela Arcade.
16. Como decide a estrutura das músicas em um álbum?
Harmon: Acho que é mais pela impressão e pela sensação que eu quero que ele tenha. Com o Clueless, eu queria que ele passasse uma sensação de maximalismo, novidade, como se fosse realmente o descobrimento de uma nova vida e uma nova percepção do que ela pode ser. Eu queria que fosse um album que fizessem as pessoas se sentirem como se tivessem oportunidades e entendimento, como se elas estivessem andando por Los Angeles e vendo toda a história que foi feita, pensando que eles também podem fazer. Mesmo tendo musicas tristes, no geral, eu quis que o Clueless fosse um album de ambição e contra conformidade, um album de movimento e cor e luzes e… a rapidez da vida.
17. Como descreveria seu estilo pessoal fora dos palcos?
Harmon: Bem menos brilhante e mais confortável, com certeza. Em casa ou no estúdio, eu costumo usar shorts e moletom, meu cabelo geralmente preso, mas com certeza é porque pra mim estar confortável faz parte do meu trabalho, versos bons não são criados na minha cabeça quando ela está desconfortável e estressada, eu acho.
18. Quais são suas marcas de moda favoritas no momento?
Harmon: Hm… Eu acho que estou gostando muito de usar Miu Miu… eu também amo um Schiaparelli… Chanel… Burberry… acho que no geral, marcas que têm seu estilo específico e uma identidade mas que não fazem grandes statement pieces, sabe? Porque… eu acho que parte do meu imaginário como Harmon Moore é ser acessível. Escrever sobre experiências acessíveis e identificáveis, ser uma garota do mundo real. E não faz sentido pra mim cantar sobre all stars sujos de lama se eu chegar usando roupas gregas montada num cavalo de diamante. Além disso, eu odeio opulência, então eu acho que faz mais o meu estilo se parecer com uma garota que você pode encontrar na rua, ao invés de uma pessoa que só entra nos ateliês mais luxuosos e só aparece nas sacadas mais altas pra acenar pro povo. Eu prefiro estar no povo, entende?
19. Como escolhe os looks para seus videoclipes e apresentações ao vivo?
Harmon: Eu acho que o que mais me inspira é pensar na cinematografia por trás das musicas. Groupie Love e Sidelines me remetem a uma vibe retrô, e então, eu realmente vou usar elementos retrô nos clipes, entende? Eu… realmente não sei muito sobre o que está na moda e na verdade, isso é intencional, eu… eu acho que prefiro continuar indo pelos meus instintos e sendo verdadeira comigo mesma.
20. A moda desempenha um papel importante na narrativa visual dos seus álbuns?
Harmon: Com certeza. Primeiro, todas as roupas delicadas em tons pasteis servem pra criar uma atmosfera mais jovial e, por que não, imatura? Nós estamos falando sobre uma garota que ainda está conhecendo o mundo, as malicias, o amor… tudo. E tons pasteis são muito relacionados a pessoas mais jovens, além disso, até a escolha do choker de rosa é proposital, pra simbolizar o início do processo de amadurecimento e de transição pra vida adulta.
21. Qual é a peça de roupa ou acessório que mais gosta de usar nos shows?
Harmon: Com certeza vestidos curtos e bodies. Mesmo que eu não seja uma artista de dança e performance, já que eu prefiro que minha contribuição seja lírica, eu gosto de me sentir plenamente confortável fazendo qualquer movimento que eu sinta que devo fazer. Eu odeio quando estou cantando e um pedaço de tecido me impede de fazer minhas dramatizações exageradas e etcetera… -*ela dá risada.*
22. Como seu estilo pessoal se reflete na sua música?
Harmon: Eu… eu acho muito legal que minha postura lírica muda muito dependendo do meu estilo pessoal no período em que eu estou compondo. Eu acho que a moda tem esse poder de nos fazer sentir coisas diferentes dependendo de como nos vemos no espelho, eu me sinto perfeitamente comum com o meu estilo e acho que isso me ajuda a me conectar com as partes da minha vida que são perfeitamente comuns e escrever sobre elas. Eu acho que esse é meu elemento e, pra falar a verdade, eu tento o meu máximo pra não me sentir como uma pessoa pública ou uma celebridade quando estou trabalhando em músicas porque… eu não acho que essa parte da minha vida é uma parte que vale a pena escrever sobre, simplesmente. Eu não quero dizer sobre meus fãs, afinal, eu não considero eles uma parte da minha “vida de celebridade” mas sim, da minha “vida de artista”. Fãs são apreciadores da minha arte, a mídia é apreciadora dos cliques que eu gero nos posts deles no Instagram. E eu vou morrer antes de escrever qualquer coisa sobre cliques em posts do Instagram.
23. Existe alguma década da moda que você se sente mais conectada?
Harmon: Provavelmente os anos 90. É… Tipo… eu acho que sim. O próprio nome Clueless é inspirado num filme dos anos 90 de mesmo nome e meu estilo é muito inspirado nessa estética atualmente… além de que eu amo The Cardigans, por exemplo…
24. Como a moda e o estilo contribuem para a expressão da sua identidade artística?
Harmon: Eu acho que minha expressão artística e meu estilo de moda formam um tipo de relação simbiótica, tipo… eu não diria que meu estilo influencia minha música 100% das vezes e nem vice-versa, eu acho que o que acontece é que essas duas coisas nutrem uma a outra e elas mudam conforme as coisas da vida vão acontecendo comigo. Eu uso a moda como uma extensão da minha própria arte e música, mas isso não significa que ela também não tenha um valor significativo para a música em si.
25. Qual é a relação entre suas músicas e as escolhas de moda em seus videoclipes?
Harmon: Geralmente, eu gosto de sempre pensar em coisas divertidas, tipo, eu adorei dançar jazz estranho usando um vestido de franjas no clipe de Clueless e depois me fantasiar de uma garçonete bastante estilosa. Eu acho que às vezes, existe um simbolismo por trás da moda, mas às vezes, é realmente só diversão.
26. Como utiliza a moda como meio de comunicação visual?
Harmon: Eu… eu acho que eu gosto de parecer o mais feminina que eu consigo ser ao mesmo tempo em que mostro poder e imponência. Porque eu acho que ainda existe um estereótipo de fraqueza em torno da feminilidade e com certeza essas duas coisas não têm relação nenhuma então eu considero que seja uma power move ser uma pessoa inspiradora e poderosa enquanto sou delicada e me visto em tons pastéis. Eu sou uma garota criada por Cher Horowitz e Elle Woods, pelo amor de deus!
27. Existe uma cor que você associaria à sua música ou estilo?
Harmon: Rosa. Eu amo rosa. Não sei se eu diria que ela é minha cor preferida, mas definitivamente é A COR de Clueless e ela até que cai bem em mim, né?
28. Como escolhe penteados que complementam sua imagem artística?
Harmon: Bom, eu tenho minha franjinha e essa é uma coisa que nunca vai mudar enquanto eu viver, esse é o meu penteado. E… eu acho que eu estou gostando de mesclar tons pastéis com uma estética pin up ou algo assim, eu tenho um penteado topete no clipe de Sidelines e um baby liss desconstruído no de Groupie Love… acho que eu só adaptei meu cabelo ao meu estilo mais vintage atual e… quando isso mudar, quem sabe ele não mude também?
29. Alguma peça de roupa ou acessório que se tornou sua assinatura visual?
Harmon: Ah, com certeza o meu batom vermelho e minha franja. Meu cabelo também… muitas pessoas me chamam de loirinha na internet, eu espero que o Blondie não se importe…
30. A evolução do seu estilo pessoal segue a mesma linha da sua evolução musical?
Harmon: Com certeza. Minhas roupas não eram tão vibrantes quando eu estava fazendo música acústica e majoritariamente triste. Acho que tudo isso na verdade segue a minha evolução pessoal e sentimental, as fases da minha vida, eu não sei…
31. De onde vem sua inspiração para criar looks únicos?
Harmon: Com certeza, da cultura pop que eu cresci vendo. Não necessariamente da minha época, mas por exemplo, meus pais gostavam muito do rock clássico dos anos 80 e 90, e eu via aqueles clipes com eles e adorava as garotas que apareciam neles, queria ser como elas… tipo a Alicia Silverstone no clipe do Aerosmith e depois ela acabou sendo a protagonista do filme Clueless… a Liv Tyler também… ah, eu amo aquelas garotas, elas são tipo minhas poster girls…
32. Como a moda influencia sua abordagem criativa na música?
Harmon: Bom, eu gosto de usar referências à moda em minhas músicas, como vocês devem perceber. Eu acho que ajuda a descrever que tipo de personagem meu eu lírico é, como ela se vê no mundo.
33. Alguma figura histórica ou artística que inspira seu estilo de moda?
Harmon: Eu adoro a Linda Evangelista mas não acho que meu estilo tem toda a extravagância dela, acho que ela me inspira mais na atitude e tal…
34. Qual é o papel das tendências na sua expressão de estilo?
Harmon: Eu acho que minha moda não gira em torno das tendências… provavelmente muito do meu estilo é chamado de obsoleto ou ultrapassado pelas pessoas que acompanham a moda afinco e eu não tenho problema nenhum com isso… na verdade eu adoro que a moda seja uma arte em movimento assim como a música, mas acontece que eu não consigo acompanhar ela tanto assim, eu acho que nem sei quais são as tendências atuais na verdade…
35. Como combina elementos de diferentes estilos em suas escolhas de moda?
Harmon: Eu gosto de estudar diferentes movimentos de épocas diferentes pra isso, e eu também sempre gosto de colocar algum elemento fantástico… eu gostaria muito de poder mostrar meu look pro Grammys esse ano, está muito élfico e lindo!
36. Como decide quando experimentar com novos estilos ou tendências?
Harmon: Bom, eu gosto de sempre manter uma estética coesa para cada era dos meus álbuns, então eu sempre aproveito o período entre eras pra experimentar e escolher que estética vou adotar quando estiver lançando um novo álbum.
37. Existe algum look ou peça de roupa que tenha surpreendido seus fãs?
Harmon: Eu não sei… quer dizer, eles sempre postam coisas no Twitter me enchendo de amor mas se eu surpreendi, isso você vai ter que perguntar pra eles amiga!
38. Como lida com a pressão de ser inovadora na sua abordagem de moda?
Harmon: Eu não lido. Eu não acho que minha moda é inovadora e eu não me importo com as pessoas dizendo que ela não é, eu não sinto essa pressão pra fazer tudo que eu faço ser um statement porque eu não diria que eu sou esse tipo de artista. Eu não quero ser uma artista sempre idealizada e nunca compreendida, eu quero ser uma artista acessível e com a qual as pessoas conseguem se identificar e abraçar.
39. Já sentiu que alguma escolha de moda teve um impacto significativo na sua música?
Harmon: Com certeza. Eu acho que a minha moda atual me ajudou a me entender mais como uma mulher adulta, mas também me mostrou que eu não preciso ser tudo o que se espera de uma mulher adulta. E isso me ajudou a confessar minhas imaturidades na minha música e inspirar pessoas que não se viam antes e achavam que havia alguma coisa de errado nelas.
40. Qual é o equilíbrio entre seguir tendências e manter sua autenticidade no estilo?
Harmon: Eu acho que o equilíbrio é sempre colocar seu conforto e sua felicidade consigo mesmo acima de qualquer tendência.
41. Como as suas escolhas de moda representam diferentes aspectos da sua personalidade?
Harmon: Eu sou completamente tipo… playful and easy going, e eu acho que meu estilo traduz muito essa coisa que eu tenho de não querer ser levada tão a sério, eu gosto de como minha música se tornou uma música para as garotas e não para os críticos e especialistas, acho que meu estilo contribuiu muito para isso.
42. Acredita que seu estilo de moda evoluiu junto com o seu crescimento pessoal e musical?
Harmon: Com certeza.
43. Como a produção musical, composição e moda se interconectam na sua expressão artística?
Harmon: Eu acho que uma expressa algo que a outra não consegue expressar. Como eu disse, por exemplo, a era Clueless é uma era em que eu sempre imaginei como sendo vibrante, colorida, volume alto, tipo, amor e drama do jeito mais exacerbado, e eu acho que só uma dessas coisas não criaria esse efeito. Toda essa identidade da era é uma colaboração entre os três tipos de arte. A produção não conseguiria criar as cores alegres, a moda não conseguiria criar os versos arrepiantes e a composição não conseguiria criar os synths, beats e harmonias que deixam o álbum tão farto e universal.
44. Já pensou em criar música inspirada diretamente por uma peça de roupa ou acessório?
Harmon: SIM! Na verdade, quando eu estava escrevendo Barbie Girl, eu estava constantemente conseguindo inspiração vendo os looks da Barbie em todas as épocas e acho que aquilo me inspirou a emanar a energia e o poder dela como símbolo, sabe? Mas eu ainda quero criar uma música inspirada em um look que eu adoro que é o look da Jessica Stam pra John Galliano. É lindo. Maravilhoso.
45. Como mantém a criatividade fluindo em todas as áreas da sua carreira?
Harmon: Eu acho que o que me ajuda muito nisso é que eu leio bastante. Eu adoro ler clássicos ingleses, por exemplo. Eu aprendo muito vocabulário e eu fico sempre tentada a usar palavras novas em músicas e aí eu faço músicas sobre coisas que eu vivo que se encaixam em sentidos de palavras que eu aprendi nos livros, às vezes até me identifico com personagens e presto atenção em como eles agem pra escrever sobre como eu agi diferente em comparação a eles… começar um livro novo sempre é uma bomba de criatividade pra mim.
46. Existe uma conexão específica entre suas experiências pessoais e suas expressões artísticas?
Harmon: Com certeza, toda a minha arte é um retrato das minhas experiências pessoais e também, eu estaria mentindo se não dissesse que algumas músicas também me inspiraram a agir de certa maneira na minha vida pessoal. A arte imita a vida e a vida imita a arte.
47. Como sua abordagem criativa se adapta a diferentes projetos, sejam musicais ou de moda?
Harmon: Eu acho que a diferença entre as abordagens pra cada tipo de arte é que na música, eu extravaso muito mais, enquanto na moda eu sou mais contida. Eu me sinto plenamente confortável em usar tudo que a música pode oferecer, mas acho que a moda também pode envolver status, ganância e opulência, e eu não me sinto confortável em promover tanto luxo assim pros meus fãs, que são de culturas e realidades diversas.
48. Alguma vez sentiu que a moda influenciou a sonoridade de uma música?
Harmon: Acho que… acho que a moda influenciou um pouco Sidelines. Eu e o Brendon mudamos um pouco a produção dela pra encaixar num conceito visual que pensamos juntos e isso incluía o nosso figurino.
49. Já colaborou com designers de moda para criar looks exclusivos para seus shows?
Harmon: Sim. Stella Mcartney foi responsável pelo merch da Clueless Lounge e provavelmente também vai estar envolvida no design do merch da tour. Eu também desejo e pretendo trabalhar com a Schiaparelli pros meus figurinos na tour mas… não é como se fosse fácil, né?
50. Como escolhe os artistas visuais ou estilistas com quem colabora em projetos artísticos?
Harmon: Eu gosto de analisar bem o histórico de cada um, em quais coleções trabalharam, pra quais marcas já fizeram coleções, por exemplo… ah, e com certeza, eu também faço uma pesquisa sociopolítica com a equipe, eu não quero correr o risco de estar promovendo marcas que não refletem minhas ideias e valores.
51. Qual é a importância da estética visual na apresentação do seu trabalho?
Harmon: É muito importante, é ela que dá a cara pra todas as minhas músicas.
52. Como o cenário e iluminação em shows contribuem para a experiência estética global?
Harmon: Eu acho que o palco é um lugar em que eu posso criar um universo só meu e eu estou aprendendo a usar isso cada vez melhor. No geral, eu gosto de fazer ambientes prazerosos esteticamente, tipo… quando eu fiz a chuva e o frio darem lugar a um grande sonho de verão no Cluechella ou quando coloquei cartas flutuando na minha primeira performance de Never Grow Old.
53. Alguma vez uma peça de roupa ou uma escolha de moda teve um impacto emocional significativo?
Harmon: Sim. Com certeza. A turtleneck verde que eu usei na performance de Never Grow Old é, na verdade, da minha mãe. Ela ficava linda de verde, eu espero que eu fique também porque aquela turtleneck é a minha peça de roupa preferida.
54. Como equilibra a expressão artística com a funcionalidade ao escolher looks para shows?
Harmon: Bem, eu só falo pros meus estilistas: “façam tudo o que vocês quiserem, mas não cortem os movimentos dos meus braços e pernas. Nunca”. Geralmente dá certo.
55. Qual é a importância do conforto nas suas escolhas de moda?
Harmon: Eu não me preocupo 100% com o conforto pra roupas de red carpet, já que não é uma coisa que exige tanto esforço físico, mas pra shows e performances, o conforto é a coisa mais importante.
56. Como aborda questões de sustentabilidade ao escolher roupas para eventos públicos?
Harmon: Ah, que bom que você fez essa pergunta! Esse é um tópico muito importante e na verdade, é por isso que a Stella McCartney foi a estilista escolhida pra todos os merchs da era Clueless. Ela é especialista em moda sustentável, todas as lojas pop-up da Clueless Lounge tinham nada além de merch sustentável feito de material reciclado.
57. Acredita que artistas têm uma responsabilidade social através de suas escolhas de moda?
Harmon: Com certeza os artistas têm uma responsabilidade social… se ela precisa ser feita através da moda, eu não sei… acho que discordo disso porque quando você fala de responsabilidade social e moda, você acaba falando sobre uma relação entre o estilo pessoal de alguém e as suas responsabilidades coletivas e eu não acho que essa relação existe porque a moda pode ser uma sensação muito difundida e todos passam por experiências relacionadas a ela, mas ela ainda é particular de cada um. Eu não posso dizer que uma pessoa deveria mudar o estilo dela, algo tão pessoal, em prol de alguma ação social. A aceitação social se dá por conservar e proteger diferentes identidades, não padronizar todos.
58. Como seu estilo de moda reflete sua identidade cultural e pessoal?
Harmon: Eu acho que através do que me inspira. Minha identidade cultural é formada pelas coisas que me fizeram ser a pessoa e a artista que eu sou hoje e nada existe sem inspiração. Eu me julgo uma pessoa talentosa mas grande parte da maneira como eu canalizo esse talento vem de coisas que eu aprendi com artistas que vieram antes de mim e ditaram muitas tradições, que hoje em dia eu também sigo e todos seguem…
59. Existe alguma mensagem específica que tenta transmitir através de suas escolhas de moda?
Harmon: Sim. Eu acho que eu tento ficar o mais próximo possível das pessoas que olham pra mim e me dão o imenso prazer de me deixar inspirá-las. Muitas das minhas escolhas de moda são inspiradas pelos meus fãs, eu gosto que eles vejam que eu não sou mais especial que eles. Todos podem chegar aqui, ou chegar em outros lugares diferentes do meu até!
60. Como lida com as reações dos fãs em relação aos seus visuais e estilos?
Harmon: Eu fico feliz quando eles gostam e eu fico mais feliz ainda quando eles reproduzem os meus looks, é tão fofo ver como eles se divertem fazendo isso! Foi um momento muito emocional pra mim ver todos aqueles rostinhos desenhando o coração da capa de Clueless no olho… muito fofo. Realmente.
61. Já fez alguma escolha de moda inspirada por feedback ou presente de fãs?
Harmon: Já! Vocês lembram da jaqueta de arco-íris que eu usei pro Cluechella? Com as franjinhas… aquela jaqueta foi um presente feito por um fã, ele me entregou na saída do primeiro Grammys que eu já fui na minha vida. Eu espero que ele tenha ficado feliz, foi muito especial pra mim usá-la no meu primeiro show de festival.
62. Como vê a evolução futura do seu estilo de moda e musical?
Harmon: Eu… acho que eu estou pouco a pouco indo em uma direção mais madura tanto com meu estilo quanto com a música, eu descobri muitas coisas e tive muitas experiências esse ano e eu com certeza já me sinto uma pessoa muito diferente da Harmon que escreveu o Clueless.
63. Já sentiu a necessidade de fazer uma mudança significativa em seu estilo ou imagem?
Harmon: Toda fase nova é um motivo pra uma mudança significativa!
64. Como escolhe a direção visual para videoclipes em relação à sonoridade das músicas?
Harmon: É mais pela vibe mesmo… é quase um tipo de sinestesia, eu mentalizo cores e conceitos quando escuto minhas melodias e minhas letras…
65. Existe uma relação específica entre a paleta de cores de um álbum e a atmosfera musical?
Harmon: Com certeza. É por isso que eu escolhi cores mais delicadas e vibrantes pra era Clueless, todo ele tem uma atmosfera lindamente caótica, como é a vida de uma adolescente em processo de se tornar uma adulta.
66. Qual foi o momento mais marcante em que sua escolha de moda se destacou para você?
Harmon: Eu… diria que foi o segundo look do Cluechella. Aquele vestido prateado cheio de brilhantes e o cabelo azul, que eu usei enquanto descia escadas iluminadas… eu me senti como um anjo descendendo dos céus, foi um momento muito etéreo.
67. Alguma vez sentiu que uma peça de roupa se tornou simbólica na sua carreira?
Harmon: Eu… eu acho que não necessariamente uma peça de roupa porque a parte do meu estilo de moda constantemente muda, mas com certeza minha franja e meus batons vermelhos se tornaram a minha marca visual.
68. Como enfrenta desafios relacionados à expressão artística em diferentes formas?
Harmon: Eu adoro desafios. Eu não tenho muito um padrão de atitude ou estratégia, mas eu com certeza tenho bastante esperteza. Eu já contornei muitas situações que teriam sido o fim de carreira de outras pessoas.
69. Já teve que superar obstáculos específicos ao integrar elementos visuais à sua música?
Harmon: Com certeza. Eu gostaria de ter feito muito mais visualmente pro Harmony, mas eu não tinha o orçamento necessário pra concretizar tudo o que aquele EP me fez imaginar.
70. Que conselho daria a artistas emergentes que desejam explorar a conexão entre música e moda em sua expressão artística?
Harmon: Eu acho que o conselho mais valioso que eu posso dar é: seja você mesmo. Use suas próprias palavras, vista o seu próprio estilo, não faça o que te causa estranheza ou tristeza, a sua arte também é prejudicada quando você vive uma mentira, mesmo que essa mentira seja ceder seu estilo por uma tendência. Tendências passam e eu tenho certeza que ninguém quer ser um artista passageiro.
[DIVULGAÇÃO PARA GROUPIE LOVE E SIDELINES]