[América] Harmon Moore estampa capa de Rolling Stones
Nov 9, 2023 4:01:37 GMT
Post by ggabxxi on Nov 9, 2023 4:01:37 GMT
Harmon Moore vem conquistando o mundo com seu pop honesto e imperfeito. Com troféus de quase todas as premiações da temporada, hits do top 3 global e um álbum que debutou em segundo lugar, sendo o primeiro álbum de estúdio da sua carreira, a artista estampa a capa de nossas edições da Rolling Stone estadunidense e japonesa, além de nos conceder uma entrevista de 50 perguntas, com respostas muito sinceras tratando da indústria, de sua dinâmica, contando sobre suas relações com seus amigos e colaboradores, falando sobre seus hobbies com seu namorado Caleb Roth e a admiração que tem por ele, falando muito bem de alguns de seus colegas de profissão (e não tão bem de outros) e muitas outras revelações mostram porque a garota de 23 anos está por trás de uma arte de tanto sucesso e originalidade na música pop:
Como você começou sua carreira na música pop?
R: Bom… Eu sempre tive um pé na música pop, mas eu acho que todos concordam que o pop é um gênero de altos recursos, tipo, produções milimetricamente desenvolvidas, versos em uma estrutura específica, porque ainda que minha música seja um pouco diferente da música pop geral no sentido lírico, já que eu sou uma compositora brutalmente honesta que não tem medo de ir fundo nas emoções, ainda que sejam as ruins, eu acho que toda música pop tem que ser aconchegante. E os sons fazem isso. Vocês não têm noção de quanto trabalho é investido em um álbum pop, tipo, sabia que existe um grupo de musicoterapeutas no time da arcade e que ele foi mobilizado por meses para a produção do Clueless? E isso contribuiu para a atmosfera confortável do álbum. Tipo assim: quando você escuta Groupie Love, você consegue sentir a euforia de estar apaixonada e poder celebrar isso, mas em Canvas, mesmo que a música seja sobre partes de um relacionamento que te deixam insegura, mesmo que a cinematografia da música seja uma garota chorando porque sente que está perdendo o amor da vida dela porque ela nunca se sente boa o suficiente, ainda sim, ela tá fazendo isso no quarto dela, na cama dela, vendo o teto dela com estrelinhas que brilham no escuro. O que eu quero dizer é que Canvas é, sim, uma música muito triste, mas ela não é desesperadora e torturante, ela é uma música que abraça o ouvinte. E ela é assim intencionalmente, porque eu não queria que Canvas se tornasse mais uma música que é usada como legenda por pessoas do tumblr que romantizam ansiedade. Bom, eu comecei a música pop só depois que Terabithia’s Rope fez barulho, eu acho que ela chegou ao top10 das paradas globais… e então, Brendon descobriu quem eu era e me ofereceu um contrato… o que veio bem a calhar porque muitos outros CEOs acharam que eu seria one hit wonder… antes disso, eu definitivamente não tinha os recursos necessários pra fazer música pop de qualidade, e é mais fácil fazer um EP pop/rock acústico quando você não tem dinheiro.
Quem são suas maiores influências musicais?
R: Uau… essa é uma pergunta muito difícil porque eu tenho MUITAS e eu não sei se já pensei nelas como uma hierarquia, acho que todas as minhas influências foram igualmente importantes, mas em diferentes momentos da minha vida. É óbvio dizer que eu tive muitas influências do Pretty. Odd. do Panic! At The Disco quando escrevi o Harmony sozinha no meu quarto, eu até fiz um cover de Northern Downpour uma semana antes do lançamento do EP e até hoje eu gosto de fingir que ela é uma música do Harmony porque eu tenho muita inveja dela, eu escuto e penso “que ódio, Brendon! Eu queria muito ter escrito essa…” [ela dá risada]. Bom, então, com certeza o Panic! É minha maior influência pro Harmony… eu acho que o Brendon também influenciou bastante algumas outras músicas minhas como Boy From The South e, claro, tem muito dele em Sidelines… mas eu tenho outras influências que eu adoraria citar também. Eu acho que meu amigo Lucca também causou um estrago na minha cabeça com o álbum Boy dele, eu amo muito tudo sobre esse álbum e até tentei replicar o que eu senti quando escutei Baby Blue em músicas como Canvas e Easy On Me… e eu acho que também tive algumas influências de artistas pop mais antigas… eu também gosto muito do estilo da Electra, eu acho que ela influenciou muito algumas decisões de produção do meu álbum, ainda que eu tenha me contido aos costumes mais ocidentais do pop. Eu consigo pensar nela quando escuto… tipo… Like I Would, Groupie Love… até I Heart Question Mark… ah, e, claro, eu me inspirei muito na Qrubim pra entender o que é ter um imaginário de pop, eu acho que é muito legal que o pop coreano esteja grande agora porque eles com certeza ampliaram os horizontes do que a música pop pode ser, eu gosto muito da paixão deles, eu também amo o BELLA, acho que elas viraram alguma chave em mim com o Lake Of The Mirrors… brilhante.
Pode nos contar sobre seus mais recentes singles, Groupie Love e Sidelines?
R: Claro! Bom, o que eu posso dizer de Groupie Love… eu acho que eu amo a pegada dance retrô que essa música tem porque eu acho que só o resultado da produção em que eu e o Brendon trabalhamos juntos já cria um imaginário muito específico pra ela por si só, e isso é mágico… tipo, quando uma música sozinha tem o poder de criar cenários inteiros na mente, sabe? Eu não sei se todos concordam mas eu consigo perfeitamente me imaginar patinando numa pista bem iluminada, muito feliz e curtindo o meu momento com meus cabelos ao vento e uma saia plissada, meias altas sport, essas coisas… bem, é melhor eu parar de falar porque eu já estou tendo ideias e… eu não vou poder usar se continuar contando elas. Bom… eu também me senti muito orgulhosa quando terminei de escrever Groupie Love, eu acho que ela é uma das músicas mais originais do álbum e eu acho que ela é a música que melhor representa o amor… eu amo o verso “Oh, you’re my groupie love / I really can’t love you enough / When the crowd becomes a bore / I’ll wait by the backstage door” porque eu acho que esse verso é tudo o que significa amar. É estar lá sempre, quando a pessoa se sentir bem e quando ela se sentir sozinha, é ser a pessoa que ainda está lá quando todo mundo vai embora ou quando todo o resto parece demais. Eu acho que Sidelines também pode ser uma extensão do que o amor também pode ser, e ele nem sempre é agradável, mas eu acredito que o amor sempre acha um jeito de contornar situações menores como uma discussão, que é o tema central da música. Eu acho que Sidelines é mais uma música sobre se despir do seu orgulho e se desculpar em prol de um bem maior e isso nem é específico de relacionamentos amorosos, sabe… eu acho que qualquer relação humana requer maturidade e humildade.
Como foi o processo de criação desse álbum?
R: Bom… eu não posso contar muito dessa parte porque eu e o Brendon fizemos uma coisa especial que vai sair em breve… mas eu acho que eu posso dizer é que foi muito importante esse álbum ter sido feito de um jeito, tipo… familiar, eu acho. Algumas coisas que eu escrevi só foram pro papel porque eu estava trabalhando com pessoas que são próximas de mim, tipo, o Kyle é meu irmão e o Brendon é uma amizade que se desenvolveu muito rápido, tipo… nós somos amigos há poucos anos mas parece que eu conheço ele desde sempre… e, claro, o Caleb esteve presente na maior parte do tempo e ele foi uma das pessoas a me dizer pra não ter medo de escrever sobre o que eu sinto… ele me disse que “as melhores músicas são as mais honestas e isso definitivamente mudou minha vida! Toda a equipe da Arcade também sempre está em sintonia e todos são pessoas muito agradáveis… basicamente, eu não me senti em uma mesa de uma corporação trabalhando em um produto, eu me senti numa roda de conversa, fazendo arte de verdade, arte honesta e transparente, sem jogadas e truques para venda… e no fim, isso fez toda a diferença, porque eu acho que a geração atual gosta mais de músicas cruas e honestas. E eu espero que essa onda entre na cabeça de todas as pessoas por aí que são responsáveis pela indústria musical, o pop pode ser mais do que ele é. Ele pode se tornar um gênero que não é ridicularizado pela indústria e pela mídia pela falta de tato e profundidade, e eu amo poder fazer parte disso com meu álbum Clueless.
Que mensagem ou emoção você quer transmitir com suas músicas?
R: Eu acho que eu não tenho uma mensagem específica. Eu amo muito músicas românticas, mas acho que eu não sou só uma artista do romance, eu sou uma artista de todas as formas de amor. Nem todas as músicas do Clueless são românticas mas todas elas vêm de um lugar de amor. The Angels e Easy On Me vêm do meu amor pelos meus sonhos e pela vida, Never Grow Old vem do meu amor pela minha mãe, Heart Cleft vem do meu amor pelo meu pai, Southside vem do meu amor pelo meu irmão e até Barbie Girl vem do meu amor pela esperança de um mundo melhor. David Bowie fez uma revolução de liberdade e liberação sexual… a minha ambição é fazer uma revolução de celebração ao amor, em todas as suas formas. Eu sou a maluca do amor. Eu saio por aí de rosa e amarelo, pinto um coração de glitter no meu olho e não importa pra mim se dizem que eu sou uma palhaça porque a vida só pode ser uma grande comédia ou uma grande tragédia e eu vou fazer o possível pra transformar a minha em uma comédia romântica clichê pra todo mundo ver.
Quais são as principais diferenças entre seu trabalho mais recente e seus projetos anteriores?
R: Bom… eu acho que, ironicamente, eu acabei amadurecendo bastante quando eu tentei parar de simular uma maturidade que eu não tinha. O que eu quero dizer é… eu tentava conter muito meus pensamentos e meus sentimentos na época em que eu escrevi o Harmony e por isso, eu não me identifico tanto com ele mais, apesar de ainda ficar muito mal com a situação que inspirou a faixa-título… eu acho que eu me deixei ser mais verdadeira no Clueless, assumir alguns erros e imaturidades que eu cometo e me deixei ser mais humana e falha, cheia de inseguranças e principalmente, me deixei ser quem eu sou: só uma garota de 23 anos.
Como você descreveria seu estilo musical em três palavras?
R: Eu… acho que descreveria meu estilo musical como juventude, amoroso e sonhador. É isso.
Qual foi o momento mais emocionante da sua carreira até agora?
R: Hm… É muito difícil descrever… eu acho que um dos momentos que mais mexeu comigo foi quando eu fiz uma performance de Clueless no red carpet do Grammy, foi minha primeira vez em uma premiação daquela dimensão e eu tinha só uma música de depois de o céu desabar em cima de mim com tudo o que aconteceu na minha antiga gravadora… era um momento muito crítico e quando um veículo midiático postou um artigo massacrando aquele momento, eu já tinha aceitado que estava acabada… e então, como um milagre, meus fãs me deram os maiores hits da minha carreira atualmente… eu juro que eu desmaiei no estúdio quando vi Clueless em primeiro lugar e Southside em segundo, sério, eu nunca pensei que depois de tantas adversidades, uma pessoa sequer fosse acreditar em mim… acabou que milhões de pessoas acreditaram. Até hoje, eu ainda fico eufórica com o momento em que eu, uma simples garota dos subúrbios de Nova Iorque, teve não uma, mas duas músicas colocadas no top3 global. Eu sou eternamente grata a todos, eu amo muito todos eles.
Você tem alguma rotina de aquecimento vocal ou ritual antes de subir ao palco?
R: Sim! Bom, antes de tudo, nos dias em que eu vou subir ao palco, a única coisa que eu como são maçãs. Eu não sei se é muito saudável e provavelmente, eu não vou fazer isso quando entrar em turnê pela primeira vez, já que então os shows seriam muito mais frequentes, mais longos e as viagens com certeza são muito cansativas… e eu também faço todos os aquecimentos de voz que eu conheço. Nunca é demais e nenhum aquecimento vocal real compromete a voz, então, eu não me importo de praticar excessivamente.
Quais são seus locais de apresentação favoritos?
R: Hm… eu acho que… bom… eu ainda não entrei em turnê, essa é uma das coisas que eu estou planejando fazer, provavelmente vou começar a organizar no fim do ano… mas eu faço alguns shows aqui e ali, em premiações e festivais, e eu acho que… o lugar que eu me senti melhor foi em Seoul, na Coreia do Sul, quando fiz o meu evento Clueless Lounge lá. Nós fizemos várias coisas juntos e eu cantei até algumas músicas inéditas do Clueless… foi muito bom. Eles foram muito carinhosos comigo. Eu também amei participar do Coachella, foi… muito bom me apresentar e poder fazer uma performance como aquela depois de um bom tempo tentando.
Como você lida com o nervosismo antes de um grande show?
R: Eu… bom, quando eu estou nervosa; eu gosto de cantar a música que minha mãe cantava pra mim quando eu era pequena, Three Little Birds do Bob Marley. Minha mãe amava essa música e bem, eu também a amo muito. Minha mãe era uma ótima apaziguadora, e eu acho que pensar nela já me deixa em paz. Se tudo desse errado, ela diria que minha tentativa já valeu a pena… isso foi o que mais me tranquilizou quando, por algum motivo, massacraram minha performance no Coachella. Mas eu também gosto de pensar sempre na vida pra qual eu vou voltar se o show não correr bem. Eu ainda vou ter minha família, meus amigos, o Caleb, meu pai… todos.
Qual é a sua música favorita para se apresentar ao vivo e por quê?
R: Bom, Sidelines, é claro,. Eu amo estar em palco com o Brendon, ele é eletrizante e dança comigo, mas pra quando estou sozinha, não sei se consigo escolher só uma. Com certeza ficaria entre Never Grow Old, Heart Cleft e Canvas. Mas acho que Heart Cleft. É a que mais exige de mim vocalmente então acertar todas as notas na hora certa sempre me dá adrenalina e uma sensação de realização muito grande.
O que mais te inspira quando você está no estúdio?
R: Eu não sei se muitas coisas me inspiram no estúdio… quer dizer, obviamente, já aconteceu várias vezes de eu me sentar ao piano, começar a tocar algumas notas aleatoriamente e então, acabar com uma música, mas geralmente a inspiração vem todo dia em diferentes coisas. Eu já escrevi depois de escutar outras músicas, por exemplo, acabei escrevendo Poor Alfie depois de escutar Pity Poor Alfie do The Jam… e Canvas nasceu literalmente depois de eu escutar a entonação com que uma pessoa falou, eu achei agradável e então, quando percebi, já tinha escrito um refrão… acho que o que mais me inspira é… hm… eu estou sendo muito inspirada por L.A. ultimamente.
Como é trabalhar com outros artistas e produtores em colaborações?
R: Eu acho que… bem, eu não tenho muitas colaborações originais, acho que só trabalhei com Brendon e com Rhys em músicas originais… bom, mas eu trabalhei com a grande BABUSHKA em um remix de Clueless também. O que eu posso dizer é que eu tive sorte de sempre trabalhar com artistas que respeitam a sua identidade e levam ela em conta, que querem ver sua contribuição na música. Eu sei que nem todos são assim, muitos te chamam para uma colaboração pra tentar de algum jeito se sobressair… mas isso nunca aconteceu comigo, então as minhas colaborações até agora não poderiam ser mais agradáveis, além de eu ter trabalho com, na minha opinião, os maiores gênios da produção musical atual: Apollyon, BABUSHKA e Rhys Roux.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou na indústria da música?
R: Eu acho que o meu maior desafio foi… bem… se vocês acham que os ataques que eu sofro diariamente são aleatórios, saibam que essa indústria é muito mais suja do que vocês pensam. Já me disseram que eu nunca chegaria a lugar nenhum com músicas pop honestas e poéticas, e vamos dizer que essas pessoas pagariam pra provar o ponto delas… bom, até que a discrepância entre as críticas infundadas e a aprovação popular ficou tão grande que elas foram perdendo credibilidade, mas ainda sim, não só por mim ou sobre mim, mas é bom treinar fazer análise de sentimentos nos textos que vocês lêem por aí na internet, não existe nada imparcial e muitas vezes, não é difícil entender qual a real intenção por trás de tudo. E foi um desafio pra mim entender isso e aprender a lidar com isso… mas o dinheiro não pode comprar o seu fracasso quando você sempre foi leal a si mesma e foi isso que fez o seu sucesso.
O que você acha que diferencia você de outros artistas pop?
R: Bem, eu acho que só o fato de eu escrever minhas próprias músicas já me diferencia de vários artistas pop e artistas no geral, mas acho que o que me torna única entre todos é que… eu posso dizer que eu tenho uma facilidade em ver a versatilidade da música pop. Tipo… como eu venho dizendo há um tempo, existe um estereótipo ao redor do artista pop e o que ele faz. As pessoas só esperam que os artistas pop sejam divertidos e que não tenha muitos pensamentos e emoções por trás deles, e eu acho que o que eu faço é exatamente o oposto, eu uso a música pop pra falar de coisas que importam pra mim e experiências que eu entendo que podem ser universais, eu não acho que artistas pop precisam se privar de falar inseguranças e tristeza… isso também é parte da vida.
Como você lida com a pressão da fama?
R: É estranho se eu disser que… eu só escolho não lidar? Eu… já fiquei traumatizada com qualquer tentativa de pesquisar meu nome no Google e qualquer rede social vai ter pessoas que me odeiam ou que… gostam de mim, teoricamente, mas de um jeito ruim e estranho… então, eu decidi que não vou mais procurar coisas que me deixam mal… na vida real, eu não me importo muito com paparazzis desde que não sejam muito invasivos, eles pegam alguns cliques bonitos meus e sinceramente, eu acho o trabalho deles inofensivo quando não é um daqueles que enfia a câmera na minha cara ou tenta me capturar de ângulos estranhos quando eu estou de saia.
Quais são suas lembranças favoritas de interação com os fãs?
R: Eu lembro… de quando uma fã veio ao meu show no Coachella e ela estava tão empolgada que eu fui contagiada e acabei indo falar com ela. Então, eu dei um beijo no rosto dela e ela começou a gritar e eu comecei a rir e ela deu risada também! Depois, eu descobri pelo Twitter que ela era a pessoa responsável pelo fã-clube Harmon Moore Brasil e agora, o Brasil me marcou de um jeito muito bom também… Eu amei esse momento. Mas não sei se conseguiria hierarquizar meus momentos com meus fãs. Sempre que eu estou com eles, é mágico e tudo fica bem.
Você tem algum ritual pós-show para relaxar?
R: Ah, sim. Sempre, depois de todo show, performance, qualquer tipo de apresentação, eu e minha equipe vamos direto para o Pizza Hut mais próximo e pedimos várias, a gente fecha o lugar e geralmente o Cal e os meus amigos mais próximos também estão no lugar onde os shows acontecem, então, eles vão com a gente. O Kyle sempre estava junto também, mas ele anda bastante ocupado. Ele lançou um álbum incrível recentemente chamado “the night also hugs the waves” e ele também faz parte de uma banda agora, a Headless Angel… bom, o ritual nasceu recentemente, na verdade, depois do Clueless… quando eu fazia shows na época do Harmony, o ritual era eu, meu pai e meu irmão em algum diner… batatas e milkshake. Nós mantemos a tradição de fast food, acho que isso é suficiente.
Como você escolhe os visuais e a estética para seus videoclipes?
R: Bom… eu acho que eu penso muito em histórias metafóricas que representam o sentimento de que a música fala. Por exemplo, Terabithia’s Rope fala sobre um amor puro e incondicional através de contos fantásticos, e é inspirada em meu livro preferido, Bridge To Terabithia. Bem, é um livro inocente, um pouco infantil, e na música eu estava falando sobre ter aventuras com a pessoa amada, então, o videoclipe retrata uma garota que está num trabalho com o qual não se identifica mas sonha acordada com os tempos mais simples da infância e do garoto que ela percebe que amava só depois de adulta. Já o clipe de Clueless é uma garota invisível tentando conseguir a atenção do cara que ela ama mas… ela nunca consegue porque, é… ela é invisível, certo? E de certa maneira, a música também fala sobre uma forma de invisibilidade: o amor platônico nunca revelado e, consequentemente, nunca correspondido. A pessoa amada não vê, realmente, como o eu lírico é, já que ela não sabe que ele é apaixonado por ela e não conhece os sentimentos dela, ou seja, o interior metafórico do eu lírico é invisível pra pessoa.
Qual foi o videoclipe mais desafiador de criar e por quê?
R: Com certeza, o de Clueless. Ele contava com referências físicas muito únicas pro elenco, além de simbolismos que eu não queria que ficasse óbvios mas ainda sim fossem cogitados, além de todo o set feito sobre as minhas ideias malucas… além de que foi difícil achar um contato com o nosso querido Hide The Pain Harold.
Você está envolvida na direção artística de seus projetos?
R: Com certeza. Não poderia ser de outra maneira porque eu acho que não faz parte de mim deixar que outras pessoas escrevam as histórias que eu vou contar, e de qualquer maneira, por mais que eu queira que essas histórias sejam de todos, elas ainda sim são minhas em primeiro lugar, e eu não vou correr o risco de que elas sejam contadas por outra pessoa que provavelmente não tem o mesmo tato, conhecimento ou o amor por elas que eu tenho.
Qual é o seu processo de escrita de letras?
R: Ah, eu amo essa pergunta! Hm… bom, primeiro, eu gosto de escrever qualquer coisa ruim pra encontrar uma métrica e uma cadência que eu queira seguir, meio que tipo… quando o Paul McCartney escreveu Scrambled Eggs. Depois que eu tenho a melodia, aí sim eu penso nas rimas e em versos de efeito. Mas essa é a parte mais técnica, eu acho que… o que eu mais gosto nisso tudo é que eu estou o tempo todo escrevendo, de um jeito ou de outro… eu tenho uma pasta no meu aplicativo de notas que é só de rimas que surgem na minha cabeça e eu acho lindas…
O que você gosta de fazer quando não está trabalhando na música?
R: Essa pergunta é muito difícil pra mim porque tipo… sim, eu faço muitas coisas quando não estou no estúdio gravando, eu gosto muito de tirar fotos… eu e o Caleb vamos frequentemente pro sul, então eu também gosto de ver mais ou menos como é… mas nada disso me faz parar de trabalhar com música, mesmo que eu não esteja gravando. Eu sempre estou pensando em versos ou gravando vocais no meu celular pra lembrar de algum refrão que eu cantei acidentalmente em algum lugar aleatório… mas, sim, eu adoro ir pro sul com o Cal e também adoro sair com meus amigos.
Como você lida com críticas e opiniões dos fãs?
R: Eu… bom, é bem fácil diferenciar as opiniões e críticas de um fã e as opiniões e críticas de um hater, então, eu considero isso quando estou analisando as críticas, porque existe muito a ser aproveitado do que fãs comentam ou o que eles pedem. Por exemplo: Groupie Love não seria single, os singles da segunda parte da era seriam Sidelines e Canvas, mas meus fãs me convenceram a fazer essa troca e eu não poderia estar mais satisfeita por ter dado uma chance à opinião deles porque existem muito mais possibilidades com Groupie Love, inclusive visualmente! Eu acho que essa é uma boa maneira de agir: não deixar as críticas infundadas te derrubarem, mas sempre contemplar as opiniões de quem te ama e quer te ajudar a fazer o seu melhor. Eu só tenho a agradecer aos meus fãs. Eles são os melhores.
Que papel a moda desempenha em sua identidade artística?
R: Hm… eu vejo a moda como uma arte impressionante mas eu não diria que sou uma artista dela. Eu gosto de moda mas eu acho que uso ela mais para criar uma vibe, uma aura que crie o sentimento que eu quero expressar. O que eu quero dizer é que eu não acho que meu estilo tem o objetivo de passar uma mensagem, mas sim de fazer as pessoas se sentirem de certa maneira. Agora, durante a era Clueless, eu constantemente uso roupas mais coloridas em tons vibrantes, assim eu crio uma estética que transmite alegria e magia.
Você tem algum ícone de estilo?
R: Com certeza. Eu amo a moda da Electra Kohler. Ela é uma diva tão clássica e completa, ela é tão vibrante e tem uma identidade tão definida, eu sinceramente não acho que ninguém um dia vai chegar no status de ícone pop que ela chegou. Sinceramente. Ela é única e eu a amo muito. O que foi self destruction? Tipo… alguém algum dia vai fazer algo mais impressionante musicalmente e esteticamente do que aquilo? Eu não sei se alguém tem esse poder… mas eu sei que eu não tenho, ela sempre vai ser esse ícone para mim. Na verdade, eu diria que ela é a rainha do pop pra mim, com todas as letras. Essa coroa é dela.
Como você equilibra sua vida pessoal e profissional na indústria da música?
R: Sinceramente? Eu não equilibro elas. [Ela dá risada]. Eu não sei se isso é possível, eu não acho que algum dos meus amigos da indústria conseguiu fazer isso perfeitamente… eu diria que meu amigo com a vida pessoal mais resolvida no momento é o Brendon mas… não sei se diria que é o equilíbrio perfeito, afinal, eu acho que ele cedeu um pouco de sua vida como Apollyon, o cantor e intérprete, pra dar mais espaço pra Apollyon, o produtor e Brendon, o amigo, CEO, enfim… não acho que seja possível conciliar as duas coisas de modo que uma não passe por cima da outra algumas vezes. O que deu certo pra mim é que grande parte das pessoas com quem eu me relaciono também fazem parte da indústria, então, eles são compreensivos. Por exemplo, o Cal entende que eu tenho muito trabalho a fazer às vezes e eu também entendo que ele está na mesma situação. E o que faz nosso relacionamento dar certo é justamente essa compreensão.
Qual é o seu estúdio de gravação favorito?
Urielectric, da Arcade, em Nova Iorque. Eu amo minha cidade e eu particularmente amo aquele estúdio porque foi onde nós gravamos o Clueless e também onde gravamos com a Yves, com o Kyle, com o Brendon… muitos momentos bons e fofocas inesquecíveis lá. E sim, não contem que eu disse pra vocês mas a Yves grava algumas coisas…
O que você espera conquistar na próxima fase de sua carreira?
R: Um Grammy! Eu ainda não tenho nenhum desses e sinceramente, é um dos meus maiores sonhos. Algum dia, eu quero conseguir o Grammy de álbum do ano, mas não sei se esse ano é o ano, nós tivemos muitos álbuns ótimos esse ano, muitos compositores incríveis. Ainda sim, algum dia, eu quero fazer um álbum digno de ganhar o gramofone de álbum do ano, porque eu acho que o Grammy é muito importante, ele representa a valorização artística da música num mundo que transformou muito dela em produtos. Ah, eu mal posso esperar pra ter um daqueles momentos em que eu sou rodeada pelas pessoas que me ajudaram no meu trabalho e agradeço por um daqueles troféus. É realmente meu sonho.
Como você encontra inspiração para novas músicas?
R: Bom… às vezes, eu entro em bloqueio criativo, o que é normal, mas eu sinto muita abstinência de compor quando isso acontece, então, o que eu gosto de fazer quando eu quero tentar me forçar a encontrar inspiração é ir em algum lugar que eu amo ou algum lugar onde aconteceram as coisas que inspiraram músicas que eu já escrevi, às vezes eu até acabo escrevendo músicas com perspectivas e opiniões novas sobre situações antigas, o que é muito legal pra mim. Então eu geralmente vou na Sunset Strip, que inspirou Easy On Me e The Angels, e acho que este é o lugar mais prazeroso de visitar agora porque quando eu andava por aquelas ruas, eu tinha muitas dúvidas sobre mim mesma, eu não sabia se algum dia conseguiria chegar onde cheguei e todos esses pensamentos foram… temperados por essa cidade gigante que é Los Angeles, muitas pessoas talentosas e incríveis tentando conquistar os sonhos delas e eu era só mais uma… agora, quando eu vou lá, eu penso em como eu diria pra Harmon antiga não se martirizar tanto porque tudo ia dar certo…
Qual foi o seu primeiro show ao vivo?
R: Hm… se eu não me engano, foi quando eu cantei Modern Times, a primeira música a ser finalizada do EP Harmony, no Whisky A Go-Go. Eu amo aquele lugar, muitas lendas já pisaram naquele palco e por incrível que pareça, o público de lá me apoiou muito, mesmo eu não sendo uma lenda do rock em ascensão. Eu espero que eles tenham gostado do que eu me tornei, eu amo eles de coração.
Que conselho você daria a aspirantes a artistas pop?
R: Eu diria pra sempre escrever suas músicas e ser dono de sua própria história. Primeiro, por realização pessoal. Algumas pessoas podem não se importar mas eu não me sentiria bem em vender álbuns e ganhar prêmios por músicas que eu não fiz, nunca ia parecer uma vitória pra mim. E também pelo aspecto legal, é claro. Se eu pude criar versões do Clueless com regravações das músicas do Harmony, foi porque eu escrevi as músicas do Harmony sozinha antes de tudo. Hm… e outro conselho que eu daria é: a música pop é, sim, padronizada, mas isso não significa que você não pode fazer o que quiser com essas tradições. Muitas pessoas vão te dizer o que dá certo e o que dá errado, mas isso não é nenhum tipo de lei. Muitas pessoas me disseram que um álbum pop pessoal e sentimental demais como o Clueless nunca agradaria ninguém… e todos nós sabemos como essa história acabou.
Qual é a maior realização da sua carreira até agora?
R: Eu acho que… cantar Never Grow Old no AMAs. Eu sempre quis fazer uma homenagem digna da minha mãe pra ela e… eu acho que eu cheguei bem perto de dar a ela a homenagem que ela merece. Foi um momento muito sentimental pra mim, eu ainda me pergunto como consegui chegar ao final da música porque ela mexe muito comigo.
Você tem planos de turnê para acompanhar seu novo álbum?
R: Com certeza. Na verdade, os detalhes da turnê já estão sendo decididos, não deve demorar muito para um anúncio oficial e eu preciso dizer que estou muito animada pra fazer uma turnê, eu tenho muitas ideias visuais que quero integrar nessa turnê e é claro, mal posso esperar pra ver os rostos dos meus fãs ao redor do mundo. Os Harmonies são todos lindos, é incrível!
O que você ama em relação ao seu público?
R: Eu gosto muito do fato de que nós conseguimos criar uma relação verdadeira de entendimento e amizade, ao invés de uma relação parassocial de fã e ídolo porque nunca foi meu objetivo fazer parte desse tipo de dinâmica. Eu não gostaria de me sentir em um pedestal sendo idolatrada, eu prefiro infinitamente o tipo de relação que eu tenho com meus fãs, eles se sentem seguros pra compartilhar histórias pessoais comigo da mesma maneira que eu faço isso com eles através das minhas músicas. Eu acho que amizade é uma relação mais nobre e leal do que idolatria. E de qualquer maneira, eu não sou uma diva pop ou nada assim, eu sou só uma artista que faz música pop. Eu não tenho essa coisa de querer ser famosa e seguida, nada do tipo, na verdade eu só acho que isso tudo é consequência da minha musica e eu faço o meu melhor pra manter as coisas saudáveis e boas, eu quero que meus fãs usem meu trabalho como uma inspiração e um incentivo para que eles realizem os próprios sonhos. Eu não tenho interesse nenhum em ser o objetivo e a finalidade da vida de ninguém, é por isso que eu sempre falo pra eles estudarem e ficarem na escola, é esse tipo de exemplo que eu quero ser. E eu acho que meus fãs entendem isso. Eu me sinto realizada quando vejo fotos deles com seus chapéus de formatura e becas, quando eles me contam suas notas em seus SATs… Eu amo ver todos eles com essa ambição ardente nos olhos que me lembra muito da minha quando decidi me mudar pra Los Angeles com Kyle e, tipo, 50 dólares? Bom… o que quero dizer com tudo isso é que eu fico feliz e honrada de poder ser só amiga dos meus fãs e conquistar um respeito mútuo, pessoas conversando comigo e me abraçando e trocando amor comigo sem invadir minha casa nem nada.
Como você escolheu as músicas para o seu álbum mais recente?
R: Eu não acho que realmente escolhi elas… elas só foram aparecendo pra mim por sonhos ou ideias aleatórias e eu sinceramente não gostaria de descartar algumas composições mas acabei deixando algumas na gaveta porque achei que eram muito tristes pra estarem nessa era, mas esse foi meu único critério de eliminação, tipo, eu não faço músicas aleatoriamente e depois escolho, eu tento ao máximo fazer músicas que se relacionam e combinam. Eu e o Brendon gostamos de fazer uma coisa que chamamos de constelação. Quando eu escrevo uma música, nós fazemos um esquema na parede com o tema dela e então, temas possíveis de serem ligados ao tema dessa música existente… quando chegamos a um tema que eu me identifique, nós fazemos uma melodia única, mas ainda sim parecida o suficiente com a outra música pra criar uma coesão e principalmente uma aura.
Qual é a importância das redes sociais em sua carreira?
R: Acho que a função mais óbvia das redes sociais é o marketing e por mais que eu ache toda essa história um pouco superficial, eu sou muito grata a poder fazer música e é claro que o marketing é uma das partes mais importantes disso tudo, mas acho que existe uma importância mais profunda que é a chance de poder me conectar facilmente com meus fãs… eu falei mais cedo sobre como nós conversamos e estabelecemos uma relação de amizade, nada disso seria possível sem as redes sociais, então eu fico feliz de poder ter uma plataforma através da qual eu consigo inspirar meus fãs e ser inspirada por eles para além da música, tudo parece mais orgânico, ironicamente, quando eu vejo os comentários deles sobre… realmente qualquer coisa nesse mundo.
Como você se mantém atualizada com as tendências musicais?
R: Ah, isso é fácil pra mim, eu amo a música pop e eu também amo música no geral, eu sempre estou escutando muitos artistas e gosto de acompanhar os cenários de diferentes gêneros musicais. Eu também amo escutar rock e hip hop. Eu fiquei com muita inveja de algumas coisas que meu irmão escreveu no album rock dele, alias… ah, como eu queria ter escrito lantern…
Quais são os seus hobbies ou interesses fora da música?
R: Você quer saber a verdade? Eu amo ler, eu sou obcecada por romances bem clichês, mas ultimamente meus maiores vícios são o Tumblr e o Pinterest. Eu sigo vários fãs em uma burner account e eu realmente amo algumas ideias e edições deles. Na verdade, uma das edições deles inspirou o clipe de Groupie Love! E eu também amo a poesia moderna nunca reconhecida pela literatura acadêmica que eu encontro no Tumblr. Muitos artistas talentosos esperando para serem descobertos.
Qual é a sua memória favorita de um show?
R: Definitivamente o beijo na bochecha da minha fã brasileira lá no Coachella.
Quais são os artistas pop que você mais admira?
R: Hm… eu não poderia deixar mais claro que eu amo a Electra mas eu também amo o Lucca, eu amo o Apollyon… eu gosto muito da Qrubim, eu gosto bastante do BELLA… apesar de ainda não ter tido tempo de escutar o último album delas… eu amo a BABUSHKA, eu acho o trabalho dela muito único e… impecável. Eu acho que a Tieta vai além do pop mas eu gosto muito dela, ela me fez ver a beleza da cultura brasileira e eu sempre vou ser grata a ela por isso. É, eu acho que… é isso.
Como você lida com a responsabilidade de ser um modelo para seus fãs?
R: Isso me causa um pouco de ansiedade mas… eu realmente sempre tento ser um exemplo de atitude, mais do que um modelo a ser seguido. Eu não quero que me vejam como alguém livre de erros, eu quero que me vejam como alguém que sempre impõe a si mesma. Eu não sou grosseira e agressiva nunca, mas eu sempre vou ser quem eu sou e nunca vou deixar opiniões alheias terem uma voz sobre isso. Podem me chamar de brega, de patética, palhaça e cringe, eu não ligo, eu sei que ser como eu sou irrita algumas pessoas, provavelmente amarguradas, provavelmente frustradas e descontentes com as próprias vidas, mas eu entendo que a opinião deles é totalmente parcial e principalmente irrelevante pra mim. Eu quero inspirar meus fãs a terem essa mesma mentalidade porque eu acho que ela foi uma grande parte de mim responsável por me fazer chegar até aqui.
Quais são seus planos para o futuro? Algum projeto empolgante à vista?
Além da minha turnê e os próximos clipes, eu estou planejando realmente tornar as secret sessions uma tradição. Ontem, nós tivemos nossa primeira secret session e foi muito divertida! Eu achei muito engraçado que meus fãs não entenderam que eu estava sendo literal quando disse que estava esperando eles com cookies no forno… eu realmente fiz cookies pra nós todos e nós cantamos juntos, tocamos piano… foi mágico. Eu amei.
Como você vê o estado atual da música pop e seu lugar nele?
R: Eu… vejo a música pop atualmente sendo muito… consumista e esnobe, sinceramente. Muitas pessoas dizendo que são as melhores, muitas pessoas se gabando de coisas que não são realmente importantes ou aspectos em si mesmos que não são realmente louváveis, e eu fico feliz de ser o pilar emocional do gênero nesse momento. Eu fico feliz de ser a artista que representa uma pessoa comum, uma pessoa que tem inseguranças e que não é orgulhosa demais pra pedir desculpas ou assumir os próprios erros. Eu faço isso desde o Harmony e sempre vou ser assim, porque eu não quero ser vista como parte desse mundo banhado a ouro que, na verdade, é recheado de falsidades. Acho que é isso o que me faz admirar tanto artistas como o Brendon e a Electra, eles são vocais sobre suas frustrações e inseguranças e eu fico feliz de estar acompanhada deles nessa frente honesta e realista da música pop. Eu poderia dizer o mesmo do Caleb, eu amo ele, além de como meu namorado, ele é um artista muito importante e sincero, mas ele não é da música pop, então… eu acho que a música pop tem algumas coisas a aprender com o country, o hip hop, e outros… e eu não incluo nisso o K-Pop, ele incrivelmente se tornou profundo e emocionante, eu acho as composições de artistas como a Qrubim e o X(5) admiráveis, sinceramente! Mas eu realmente não gosto dessa postura impecável e implacável dos artistas do pop americano, principalmente, porque ninguém é impecável, ninguém é implacável, e esse é um exemplo muito ruim que causa a falsa sensação nas pessoas de que elas podem simplesmente guardar seus sentimentos e ignorar suas falhas com as outras pessoas, isso ensina um comportamento anti-empático que não poderia me irritar mais. Você não é melhor por passar por cima das pessoas e não ter empatia com elas. Porque isso é tipo o conjunto de instituições fundadoras do bullying e do preconceito? e nada disso vai parecer cool e elegante quando pessoas cometerem suicidio por quão cruelmente a sociedade normalizou mandar as pessoas se matarem. Isso não vai ser legal quando sua performance de invulnerabilidade de deixar sozinho, sem nenhum laço sentimental, porque você afastou todos com sua postura de boa demais pra qualquer amizade, qualquer amor. É patético, na minha opinião, e me irrita profundamente.
Como você escolhe as músicas para o seu setlist da turnê?
R: Bom, é claro que eu vou cantar todos os maiores hits sempre, mas eu ainda não tive a experiência de ter que deixar músicas de lado, afinal eu só tenho um álbum e um EP, eu posso cantar todas as minhas músicas e é isso que eu pretendo fazer na turnê solo. A partir do segundo álbum… eu sei que vou precisar mudar tudo isso drasticamente, eu só não quero pensar nisso ainda porque não sei se vou ser capaz de deixar alguma música de lado quando todas têm um valor sentimental pra mim.
Como você gostaria que as pessoas se sentissem após ouvir suas músicas?
R: Esperançosas, eu acho. Eu não acho… bom, na verdade, eu tenho certeza que nem todas as minhas músicas deixam as pessoas felizes, necessariamente, mas eu quero que elas vejam que adversidades acontecem e que isso não muda a beleza do mundo e da vida. Eu quero que o otimismo seja a lei entre as pessoas que escutam minha música porque existem muitos incentivos negativos no mundo, muitas coisas que nos fazem querer desistir de tudo, então eu quero ser, tipo, uma força contrária a tudo isso que os faça querer continuar vivendo até eles descobrirem que a vida é legal, sabe… o mar é magnífico, o pôr do sol é lindo! Eu acredito que todos nós percebemos isso algum dia, você só precisa acreditar na existência da beleza da vida até chegar a contemplar tudo que ela é.
Como você define sucesso na música?
R: Mais do que números e vendas, eu acho que o que me fez considerar a mim mesma como uma pessoa bem sucedida foi ver vários fãs cantando minhas músicas com paixão. Aquilo me fez perceber que minha música era mais do que só um efeito das rádios, me fez perceber que as pessoas realmente escutavam as letras e sentiam elas, se identificavam, se emocionavam… essa é minha ambição desde sempre.
Qual é a sua mensagem final para seus fãs e para aqueles que estão acompanhando sua carreira?
R: Bom, vocês já sabem. Seja o que for que vocês quiserem fazer, sejam esforçados e ambiciosos. Estudem, terminem a escolha e depois vão atrás dos seus sonhos. Vá pra faculdade, vá criar o seu negócio, ou ser artista, mas mostre ao mundo do que você é capaz. Você muda o mundo no seu elemento da mesma maneira e na mesma intensidade com que eu mudo o mundo com a minha música. Eu amo vocês. Muito obrigado.
[DIVULGAÇÃO PARA GROUPIE LOVE E SIDELINES]
Como você começou sua carreira na música pop?
R: Bom… Eu sempre tive um pé na música pop, mas eu acho que todos concordam que o pop é um gênero de altos recursos, tipo, produções milimetricamente desenvolvidas, versos em uma estrutura específica, porque ainda que minha música seja um pouco diferente da música pop geral no sentido lírico, já que eu sou uma compositora brutalmente honesta que não tem medo de ir fundo nas emoções, ainda que sejam as ruins, eu acho que toda música pop tem que ser aconchegante. E os sons fazem isso. Vocês não têm noção de quanto trabalho é investido em um álbum pop, tipo, sabia que existe um grupo de musicoterapeutas no time da arcade e que ele foi mobilizado por meses para a produção do Clueless? E isso contribuiu para a atmosfera confortável do álbum. Tipo assim: quando você escuta Groupie Love, você consegue sentir a euforia de estar apaixonada e poder celebrar isso, mas em Canvas, mesmo que a música seja sobre partes de um relacionamento que te deixam insegura, mesmo que a cinematografia da música seja uma garota chorando porque sente que está perdendo o amor da vida dela porque ela nunca se sente boa o suficiente, ainda sim, ela tá fazendo isso no quarto dela, na cama dela, vendo o teto dela com estrelinhas que brilham no escuro. O que eu quero dizer é que Canvas é, sim, uma música muito triste, mas ela não é desesperadora e torturante, ela é uma música que abraça o ouvinte. E ela é assim intencionalmente, porque eu não queria que Canvas se tornasse mais uma música que é usada como legenda por pessoas do tumblr que romantizam ansiedade. Bom, eu comecei a música pop só depois que Terabithia’s Rope fez barulho, eu acho que ela chegou ao top10 das paradas globais… e então, Brendon descobriu quem eu era e me ofereceu um contrato… o que veio bem a calhar porque muitos outros CEOs acharam que eu seria one hit wonder… antes disso, eu definitivamente não tinha os recursos necessários pra fazer música pop de qualidade, e é mais fácil fazer um EP pop/rock acústico quando você não tem dinheiro.
Quem são suas maiores influências musicais?
R: Uau… essa é uma pergunta muito difícil porque eu tenho MUITAS e eu não sei se já pensei nelas como uma hierarquia, acho que todas as minhas influências foram igualmente importantes, mas em diferentes momentos da minha vida. É óbvio dizer que eu tive muitas influências do Pretty. Odd. do Panic! At The Disco quando escrevi o Harmony sozinha no meu quarto, eu até fiz um cover de Northern Downpour uma semana antes do lançamento do EP e até hoje eu gosto de fingir que ela é uma música do Harmony porque eu tenho muita inveja dela, eu escuto e penso “que ódio, Brendon! Eu queria muito ter escrito essa…” [ela dá risada]. Bom, então, com certeza o Panic! É minha maior influência pro Harmony… eu acho que o Brendon também influenciou bastante algumas outras músicas minhas como Boy From The South e, claro, tem muito dele em Sidelines… mas eu tenho outras influências que eu adoraria citar também. Eu acho que meu amigo Lucca também causou um estrago na minha cabeça com o álbum Boy dele, eu amo muito tudo sobre esse álbum e até tentei replicar o que eu senti quando escutei Baby Blue em músicas como Canvas e Easy On Me… e eu acho que também tive algumas influências de artistas pop mais antigas… eu também gosto muito do estilo da Electra, eu acho que ela influenciou muito algumas decisões de produção do meu álbum, ainda que eu tenha me contido aos costumes mais ocidentais do pop. Eu consigo pensar nela quando escuto… tipo… Like I Would, Groupie Love… até I Heart Question Mark… ah, e, claro, eu me inspirei muito na Qrubim pra entender o que é ter um imaginário de pop, eu acho que é muito legal que o pop coreano esteja grande agora porque eles com certeza ampliaram os horizontes do que a música pop pode ser, eu gosto muito da paixão deles, eu também amo o BELLA, acho que elas viraram alguma chave em mim com o Lake Of The Mirrors… brilhante.
Pode nos contar sobre seus mais recentes singles, Groupie Love e Sidelines?
R: Claro! Bom, o que eu posso dizer de Groupie Love… eu acho que eu amo a pegada dance retrô que essa música tem porque eu acho que só o resultado da produção em que eu e o Brendon trabalhamos juntos já cria um imaginário muito específico pra ela por si só, e isso é mágico… tipo, quando uma música sozinha tem o poder de criar cenários inteiros na mente, sabe? Eu não sei se todos concordam mas eu consigo perfeitamente me imaginar patinando numa pista bem iluminada, muito feliz e curtindo o meu momento com meus cabelos ao vento e uma saia plissada, meias altas sport, essas coisas… bem, é melhor eu parar de falar porque eu já estou tendo ideias e… eu não vou poder usar se continuar contando elas. Bom… eu também me senti muito orgulhosa quando terminei de escrever Groupie Love, eu acho que ela é uma das músicas mais originais do álbum e eu acho que ela é a música que melhor representa o amor… eu amo o verso “Oh, you’re my groupie love / I really can’t love you enough / When the crowd becomes a bore / I’ll wait by the backstage door” porque eu acho que esse verso é tudo o que significa amar. É estar lá sempre, quando a pessoa se sentir bem e quando ela se sentir sozinha, é ser a pessoa que ainda está lá quando todo mundo vai embora ou quando todo o resto parece demais. Eu acho que Sidelines também pode ser uma extensão do que o amor também pode ser, e ele nem sempre é agradável, mas eu acredito que o amor sempre acha um jeito de contornar situações menores como uma discussão, que é o tema central da música. Eu acho que Sidelines é mais uma música sobre se despir do seu orgulho e se desculpar em prol de um bem maior e isso nem é específico de relacionamentos amorosos, sabe… eu acho que qualquer relação humana requer maturidade e humildade.
Como foi o processo de criação desse álbum?
R: Bom… eu não posso contar muito dessa parte porque eu e o Brendon fizemos uma coisa especial que vai sair em breve… mas eu acho que eu posso dizer é que foi muito importante esse álbum ter sido feito de um jeito, tipo… familiar, eu acho. Algumas coisas que eu escrevi só foram pro papel porque eu estava trabalhando com pessoas que são próximas de mim, tipo, o Kyle é meu irmão e o Brendon é uma amizade que se desenvolveu muito rápido, tipo… nós somos amigos há poucos anos mas parece que eu conheço ele desde sempre… e, claro, o Caleb esteve presente na maior parte do tempo e ele foi uma das pessoas a me dizer pra não ter medo de escrever sobre o que eu sinto… ele me disse que “as melhores músicas são as mais honestas e isso definitivamente mudou minha vida! Toda a equipe da Arcade também sempre está em sintonia e todos são pessoas muito agradáveis… basicamente, eu não me senti em uma mesa de uma corporação trabalhando em um produto, eu me senti numa roda de conversa, fazendo arte de verdade, arte honesta e transparente, sem jogadas e truques para venda… e no fim, isso fez toda a diferença, porque eu acho que a geração atual gosta mais de músicas cruas e honestas. E eu espero que essa onda entre na cabeça de todas as pessoas por aí que são responsáveis pela indústria musical, o pop pode ser mais do que ele é. Ele pode se tornar um gênero que não é ridicularizado pela indústria e pela mídia pela falta de tato e profundidade, e eu amo poder fazer parte disso com meu álbum Clueless.
Que mensagem ou emoção você quer transmitir com suas músicas?
R: Eu acho que eu não tenho uma mensagem específica. Eu amo muito músicas românticas, mas acho que eu não sou só uma artista do romance, eu sou uma artista de todas as formas de amor. Nem todas as músicas do Clueless são românticas mas todas elas vêm de um lugar de amor. The Angels e Easy On Me vêm do meu amor pelos meus sonhos e pela vida, Never Grow Old vem do meu amor pela minha mãe, Heart Cleft vem do meu amor pelo meu pai, Southside vem do meu amor pelo meu irmão e até Barbie Girl vem do meu amor pela esperança de um mundo melhor. David Bowie fez uma revolução de liberdade e liberação sexual… a minha ambição é fazer uma revolução de celebração ao amor, em todas as suas formas. Eu sou a maluca do amor. Eu saio por aí de rosa e amarelo, pinto um coração de glitter no meu olho e não importa pra mim se dizem que eu sou uma palhaça porque a vida só pode ser uma grande comédia ou uma grande tragédia e eu vou fazer o possível pra transformar a minha em uma comédia romântica clichê pra todo mundo ver.
Quais são as principais diferenças entre seu trabalho mais recente e seus projetos anteriores?
R: Bom… eu acho que, ironicamente, eu acabei amadurecendo bastante quando eu tentei parar de simular uma maturidade que eu não tinha. O que eu quero dizer é… eu tentava conter muito meus pensamentos e meus sentimentos na época em que eu escrevi o Harmony e por isso, eu não me identifico tanto com ele mais, apesar de ainda ficar muito mal com a situação que inspirou a faixa-título… eu acho que eu me deixei ser mais verdadeira no Clueless, assumir alguns erros e imaturidades que eu cometo e me deixei ser mais humana e falha, cheia de inseguranças e principalmente, me deixei ser quem eu sou: só uma garota de 23 anos.
Como você descreveria seu estilo musical em três palavras?
R: Eu… acho que descreveria meu estilo musical como juventude, amoroso e sonhador. É isso.
Qual foi o momento mais emocionante da sua carreira até agora?
R: Hm… É muito difícil descrever… eu acho que um dos momentos que mais mexeu comigo foi quando eu fiz uma performance de Clueless no red carpet do Grammy, foi minha primeira vez em uma premiação daquela dimensão e eu tinha só uma música de depois de o céu desabar em cima de mim com tudo o que aconteceu na minha antiga gravadora… era um momento muito crítico e quando um veículo midiático postou um artigo massacrando aquele momento, eu já tinha aceitado que estava acabada… e então, como um milagre, meus fãs me deram os maiores hits da minha carreira atualmente… eu juro que eu desmaiei no estúdio quando vi Clueless em primeiro lugar e Southside em segundo, sério, eu nunca pensei que depois de tantas adversidades, uma pessoa sequer fosse acreditar em mim… acabou que milhões de pessoas acreditaram. Até hoje, eu ainda fico eufórica com o momento em que eu, uma simples garota dos subúrbios de Nova Iorque, teve não uma, mas duas músicas colocadas no top3 global. Eu sou eternamente grata a todos, eu amo muito todos eles.
Você tem alguma rotina de aquecimento vocal ou ritual antes de subir ao palco?
R: Sim! Bom, antes de tudo, nos dias em que eu vou subir ao palco, a única coisa que eu como são maçãs. Eu não sei se é muito saudável e provavelmente, eu não vou fazer isso quando entrar em turnê pela primeira vez, já que então os shows seriam muito mais frequentes, mais longos e as viagens com certeza são muito cansativas… e eu também faço todos os aquecimentos de voz que eu conheço. Nunca é demais e nenhum aquecimento vocal real compromete a voz, então, eu não me importo de praticar excessivamente.
Quais são seus locais de apresentação favoritos?
R: Hm… eu acho que… bom… eu ainda não entrei em turnê, essa é uma das coisas que eu estou planejando fazer, provavelmente vou começar a organizar no fim do ano… mas eu faço alguns shows aqui e ali, em premiações e festivais, e eu acho que… o lugar que eu me senti melhor foi em Seoul, na Coreia do Sul, quando fiz o meu evento Clueless Lounge lá. Nós fizemos várias coisas juntos e eu cantei até algumas músicas inéditas do Clueless… foi muito bom. Eles foram muito carinhosos comigo. Eu também amei participar do Coachella, foi… muito bom me apresentar e poder fazer uma performance como aquela depois de um bom tempo tentando.
Como você lida com o nervosismo antes de um grande show?
R: Eu… bom, quando eu estou nervosa; eu gosto de cantar a música que minha mãe cantava pra mim quando eu era pequena, Three Little Birds do Bob Marley. Minha mãe amava essa música e bem, eu também a amo muito. Minha mãe era uma ótima apaziguadora, e eu acho que pensar nela já me deixa em paz. Se tudo desse errado, ela diria que minha tentativa já valeu a pena… isso foi o que mais me tranquilizou quando, por algum motivo, massacraram minha performance no Coachella. Mas eu também gosto de pensar sempre na vida pra qual eu vou voltar se o show não correr bem. Eu ainda vou ter minha família, meus amigos, o Caleb, meu pai… todos.
Qual é a sua música favorita para se apresentar ao vivo e por quê?
R: Bom, Sidelines, é claro,. Eu amo estar em palco com o Brendon, ele é eletrizante e dança comigo, mas pra quando estou sozinha, não sei se consigo escolher só uma. Com certeza ficaria entre Never Grow Old, Heart Cleft e Canvas. Mas acho que Heart Cleft. É a que mais exige de mim vocalmente então acertar todas as notas na hora certa sempre me dá adrenalina e uma sensação de realização muito grande.
O que mais te inspira quando você está no estúdio?
R: Eu não sei se muitas coisas me inspiram no estúdio… quer dizer, obviamente, já aconteceu várias vezes de eu me sentar ao piano, começar a tocar algumas notas aleatoriamente e então, acabar com uma música, mas geralmente a inspiração vem todo dia em diferentes coisas. Eu já escrevi depois de escutar outras músicas, por exemplo, acabei escrevendo Poor Alfie depois de escutar Pity Poor Alfie do The Jam… e Canvas nasceu literalmente depois de eu escutar a entonação com que uma pessoa falou, eu achei agradável e então, quando percebi, já tinha escrito um refrão… acho que o que mais me inspira é… hm… eu estou sendo muito inspirada por L.A. ultimamente.
Como é trabalhar com outros artistas e produtores em colaborações?
R: Eu acho que… bem, eu não tenho muitas colaborações originais, acho que só trabalhei com Brendon e com Rhys em músicas originais… bom, mas eu trabalhei com a grande BABUSHKA em um remix de Clueless também. O que eu posso dizer é que eu tive sorte de sempre trabalhar com artistas que respeitam a sua identidade e levam ela em conta, que querem ver sua contribuição na música. Eu sei que nem todos são assim, muitos te chamam para uma colaboração pra tentar de algum jeito se sobressair… mas isso nunca aconteceu comigo, então as minhas colaborações até agora não poderiam ser mais agradáveis, além de eu ter trabalho com, na minha opinião, os maiores gênios da produção musical atual: Apollyon, BABUSHKA e Rhys Roux.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou na indústria da música?
R: Eu acho que o meu maior desafio foi… bem… se vocês acham que os ataques que eu sofro diariamente são aleatórios, saibam que essa indústria é muito mais suja do que vocês pensam. Já me disseram que eu nunca chegaria a lugar nenhum com músicas pop honestas e poéticas, e vamos dizer que essas pessoas pagariam pra provar o ponto delas… bom, até que a discrepância entre as críticas infundadas e a aprovação popular ficou tão grande que elas foram perdendo credibilidade, mas ainda sim, não só por mim ou sobre mim, mas é bom treinar fazer análise de sentimentos nos textos que vocês lêem por aí na internet, não existe nada imparcial e muitas vezes, não é difícil entender qual a real intenção por trás de tudo. E foi um desafio pra mim entender isso e aprender a lidar com isso… mas o dinheiro não pode comprar o seu fracasso quando você sempre foi leal a si mesma e foi isso que fez o seu sucesso.
O que você acha que diferencia você de outros artistas pop?
R: Bem, eu acho que só o fato de eu escrever minhas próprias músicas já me diferencia de vários artistas pop e artistas no geral, mas acho que o que me torna única entre todos é que… eu posso dizer que eu tenho uma facilidade em ver a versatilidade da música pop. Tipo… como eu venho dizendo há um tempo, existe um estereótipo ao redor do artista pop e o que ele faz. As pessoas só esperam que os artistas pop sejam divertidos e que não tenha muitos pensamentos e emoções por trás deles, e eu acho que o que eu faço é exatamente o oposto, eu uso a música pop pra falar de coisas que importam pra mim e experiências que eu entendo que podem ser universais, eu não acho que artistas pop precisam se privar de falar inseguranças e tristeza… isso também é parte da vida.
Como você lida com a pressão da fama?
R: É estranho se eu disser que… eu só escolho não lidar? Eu… já fiquei traumatizada com qualquer tentativa de pesquisar meu nome no Google e qualquer rede social vai ter pessoas que me odeiam ou que… gostam de mim, teoricamente, mas de um jeito ruim e estranho… então, eu decidi que não vou mais procurar coisas que me deixam mal… na vida real, eu não me importo muito com paparazzis desde que não sejam muito invasivos, eles pegam alguns cliques bonitos meus e sinceramente, eu acho o trabalho deles inofensivo quando não é um daqueles que enfia a câmera na minha cara ou tenta me capturar de ângulos estranhos quando eu estou de saia.
Quais são suas lembranças favoritas de interação com os fãs?
R: Eu lembro… de quando uma fã veio ao meu show no Coachella e ela estava tão empolgada que eu fui contagiada e acabei indo falar com ela. Então, eu dei um beijo no rosto dela e ela começou a gritar e eu comecei a rir e ela deu risada também! Depois, eu descobri pelo Twitter que ela era a pessoa responsável pelo fã-clube Harmon Moore Brasil e agora, o Brasil me marcou de um jeito muito bom também… Eu amei esse momento. Mas não sei se conseguiria hierarquizar meus momentos com meus fãs. Sempre que eu estou com eles, é mágico e tudo fica bem.
Você tem algum ritual pós-show para relaxar?
R: Ah, sim. Sempre, depois de todo show, performance, qualquer tipo de apresentação, eu e minha equipe vamos direto para o Pizza Hut mais próximo e pedimos várias, a gente fecha o lugar e geralmente o Cal e os meus amigos mais próximos também estão no lugar onde os shows acontecem, então, eles vão com a gente. O Kyle sempre estava junto também, mas ele anda bastante ocupado. Ele lançou um álbum incrível recentemente chamado “the night also hugs the waves” e ele também faz parte de uma banda agora, a Headless Angel… bom, o ritual nasceu recentemente, na verdade, depois do Clueless… quando eu fazia shows na época do Harmony, o ritual era eu, meu pai e meu irmão em algum diner… batatas e milkshake. Nós mantemos a tradição de fast food, acho que isso é suficiente.
Como você escolhe os visuais e a estética para seus videoclipes?
R: Bom… eu acho que eu penso muito em histórias metafóricas que representam o sentimento de que a música fala. Por exemplo, Terabithia’s Rope fala sobre um amor puro e incondicional através de contos fantásticos, e é inspirada em meu livro preferido, Bridge To Terabithia. Bem, é um livro inocente, um pouco infantil, e na música eu estava falando sobre ter aventuras com a pessoa amada, então, o videoclipe retrata uma garota que está num trabalho com o qual não se identifica mas sonha acordada com os tempos mais simples da infância e do garoto que ela percebe que amava só depois de adulta. Já o clipe de Clueless é uma garota invisível tentando conseguir a atenção do cara que ela ama mas… ela nunca consegue porque, é… ela é invisível, certo? E de certa maneira, a música também fala sobre uma forma de invisibilidade: o amor platônico nunca revelado e, consequentemente, nunca correspondido. A pessoa amada não vê, realmente, como o eu lírico é, já que ela não sabe que ele é apaixonado por ela e não conhece os sentimentos dela, ou seja, o interior metafórico do eu lírico é invisível pra pessoa.
Qual foi o videoclipe mais desafiador de criar e por quê?
R: Com certeza, o de Clueless. Ele contava com referências físicas muito únicas pro elenco, além de simbolismos que eu não queria que ficasse óbvios mas ainda sim fossem cogitados, além de todo o set feito sobre as minhas ideias malucas… além de que foi difícil achar um contato com o nosso querido Hide The Pain Harold.
Você está envolvida na direção artística de seus projetos?
R: Com certeza. Não poderia ser de outra maneira porque eu acho que não faz parte de mim deixar que outras pessoas escrevam as histórias que eu vou contar, e de qualquer maneira, por mais que eu queira que essas histórias sejam de todos, elas ainda sim são minhas em primeiro lugar, e eu não vou correr o risco de que elas sejam contadas por outra pessoa que provavelmente não tem o mesmo tato, conhecimento ou o amor por elas que eu tenho.
Qual é o seu processo de escrita de letras?
R: Ah, eu amo essa pergunta! Hm… bom, primeiro, eu gosto de escrever qualquer coisa ruim pra encontrar uma métrica e uma cadência que eu queira seguir, meio que tipo… quando o Paul McCartney escreveu Scrambled Eggs. Depois que eu tenho a melodia, aí sim eu penso nas rimas e em versos de efeito. Mas essa é a parte mais técnica, eu acho que… o que eu mais gosto nisso tudo é que eu estou o tempo todo escrevendo, de um jeito ou de outro… eu tenho uma pasta no meu aplicativo de notas que é só de rimas que surgem na minha cabeça e eu acho lindas…
O que você gosta de fazer quando não está trabalhando na música?
R: Essa pergunta é muito difícil pra mim porque tipo… sim, eu faço muitas coisas quando não estou no estúdio gravando, eu gosto muito de tirar fotos… eu e o Caleb vamos frequentemente pro sul, então eu também gosto de ver mais ou menos como é… mas nada disso me faz parar de trabalhar com música, mesmo que eu não esteja gravando. Eu sempre estou pensando em versos ou gravando vocais no meu celular pra lembrar de algum refrão que eu cantei acidentalmente em algum lugar aleatório… mas, sim, eu adoro ir pro sul com o Cal e também adoro sair com meus amigos.
Como você lida com críticas e opiniões dos fãs?
R: Eu… bom, é bem fácil diferenciar as opiniões e críticas de um fã e as opiniões e críticas de um hater, então, eu considero isso quando estou analisando as críticas, porque existe muito a ser aproveitado do que fãs comentam ou o que eles pedem. Por exemplo: Groupie Love não seria single, os singles da segunda parte da era seriam Sidelines e Canvas, mas meus fãs me convenceram a fazer essa troca e eu não poderia estar mais satisfeita por ter dado uma chance à opinião deles porque existem muito mais possibilidades com Groupie Love, inclusive visualmente! Eu acho que essa é uma boa maneira de agir: não deixar as críticas infundadas te derrubarem, mas sempre contemplar as opiniões de quem te ama e quer te ajudar a fazer o seu melhor. Eu só tenho a agradecer aos meus fãs. Eles são os melhores.
Que papel a moda desempenha em sua identidade artística?
R: Hm… eu vejo a moda como uma arte impressionante mas eu não diria que sou uma artista dela. Eu gosto de moda mas eu acho que uso ela mais para criar uma vibe, uma aura que crie o sentimento que eu quero expressar. O que eu quero dizer é que eu não acho que meu estilo tem o objetivo de passar uma mensagem, mas sim de fazer as pessoas se sentirem de certa maneira. Agora, durante a era Clueless, eu constantemente uso roupas mais coloridas em tons vibrantes, assim eu crio uma estética que transmite alegria e magia.
Você tem algum ícone de estilo?
R: Com certeza. Eu amo a moda da Electra Kohler. Ela é uma diva tão clássica e completa, ela é tão vibrante e tem uma identidade tão definida, eu sinceramente não acho que ninguém um dia vai chegar no status de ícone pop que ela chegou. Sinceramente. Ela é única e eu a amo muito. O que foi self destruction? Tipo… alguém algum dia vai fazer algo mais impressionante musicalmente e esteticamente do que aquilo? Eu não sei se alguém tem esse poder… mas eu sei que eu não tenho, ela sempre vai ser esse ícone para mim. Na verdade, eu diria que ela é a rainha do pop pra mim, com todas as letras. Essa coroa é dela.
Como você equilibra sua vida pessoal e profissional na indústria da música?
R: Sinceramente? Eu não equilibro elas. [Ela dá risada]. Eu não sei se isso é possível, eu não acho que algum dos meus amigos da indústria conseguiu fazer isso perfeitamente… eu diria que meu amigo com a vida pessoal mais resolvida no momento é o Brendon mas… não sei se diria que é o equilíbrio perfeito, afinal, eu acho que ele cedeu um pouco de sua vida como Apollyon, o cantor e intérprete, pra dar mais espaço pra Apollyon, o produtor e Brendon, o amigo, CEO, enfim… não acho que seja possível conciliar as duas coisas de modo que uma não passe por cima da outra algumas vezes. O que deu certo pra mim é que grande parte das pessoas com quem eu me relaciono também fazem parte da indústria, então, eles são compreensivos. Por exemplo, o Cal entende que eu tenho muito trabalho a fazer às vezes e eu também entendo que ele está na mesma situação. E o que faz nosso relacionamento dar certo é justamente essa compreensão.
Qual é o seu estúdio de gravação favorito?
Urielectric, da Arcade, em Nova Iorque. Eu amo minha cidade e eu particularmente amo aquele estúdio porque foi onde nós gravamos o Clueless e também onde gravamos com a Yves, com o Kyle, com o Brendon… muitos momentos bons e fofocas inesquecíveis lá. E sim, não contem que eu disse pra vocês mas a Yves grava algumas coisas…
O que você espera conquistar na próxima fase de sua carreira?
R: Um Grammy! Eu ainda não tenho nenhum desses e sinceramente, é um dos meus maiores sonhos. Algum dia, eu quero conseguir o Grammy de álbum do ano, mas não sei se esse ano é o ano, nós tivemos muitos álbuns ótimos esse ano, muitos compositores incríveis. Ainda sim, algum dia, eu quero fazer um álbum digno de ganhar o gramofone de álbum do ano, porque eu acho que o Grammy é muito importante, ele representa a valorização artística da música num mundo que transformou muito dela em produtos. Ah, eu mal posso esperar pra ter um daqueles momentos em que eu sou rodeada pelas pessoas que me ajudaram no meu trabalho e agradeço por um daqueles troféus. É realmente meu sonho.
Como você encontra inspiração para novas músicas?
R: Bom… às vezes, eu entro em bloqueio criativo, o que é normal, mas eu sinto muita abstinência de compor quando isso acontece, então, o que eu gosto de fazer quando eu quero tentar me forçar a encontrar inspiração é ir em algum lugar que eu amo ou algum lugar onde aconteceram as coisas que inspiraram músicas que eu já escrevi, às vezes eu até acabo escrevendo músicas com perspectivas e opiniões novas sobre situações antigas, o que é muito legal pra mim. Então eu geralmente vou na Sunset Strip, que inspirou Easy On Me e The Angels, e acho que este é o lugar mais prazeroso de visitar agora porque quando eu andava por aquelas ruas, eu tinha muitas dúvidas sobre mim mesma, eu não sabia se algum dia conseguiria chegar onde cheguei e todos esses pensamentos foram… temperados por essa cidade gigante que é Los Angeles, muitas pessoas talentosas e incríveis tentando conquistar os sonhos delas e eu era só mais uma… agora, quando eu vou lá, eu penso em como eu diria pra Harmon antiga não se martirizar tanto porque tudo ia dar certo…
Qual foi o seu primeiro show ao vivo?
R: Hm… se eu não me engano, foi quando eu cantei Modern Times, a primeira música a ser finalizada do EP Harmony, no Whisky A Go-Go. Eu amo aquele lugar, muitas lendas já pisaram naquele palco e por incrível que pareça, o público de lá me apoiou muito, mesmo eu não sendo uma lenda do rock em ascensão. Eu espero que eles tenham gostado do que eu me tornei, eu amo eles de coração.
Que conselho você daria a aspirantes a artistas pop?
R: Eu diria pra sempre escrever suas músicas e ser dono de sua própria história. Primeiro, por realização pessoal. Algumas pessoas podem não se importar mas eu não me sentiria bem em vender álbuns e ganhar prêmios por músicas que eu não fiz, nunca ia parecer uma vitória pra mim. E também pelo aspecto legal, é claro. Se eu pude criar versões do Clueless com regravações das músicas do Harmony, foi porque eu escrevi as músicas do Harmony sozinha antes de tudo. Hm… e outro conselho que eu daria é: a música pop é, sim, padronizada, mas isso não significa que você não pode fazer o que quiser com essas tradições. Muitas pessoas vão te dizer o que dá certo e o que dá errado, mas isso não é nenhum tipo de lei. Muitas pessoas me disseram que um álbum pop pessoal e sentimental demais como o Clueless nunca agradaria ninguém… e todos nós sabemos como essa história acabou.
Qual é a maior realização da sua carreira até agora?
R: Eu acho que… cantar Never Grow Old no AMAs. Eu sempre quis fazer uma homenagem digna da minha mãe pra ela e… eu acho que eu cheguei bem perto de dar a ela a homenagem que ela merece. Foi um momento muito sentimental pra mim, eu ainda me pergunto como consegui chegar ao final da música porque ela mexe muito comigo.
Você tem planos de turnê para acompanhar seu novo álbum?
R: Com certeza. Na verdade, os detalhes da turnê já estão sendo decididos, não deve demorar muito para um anúncio oficial e eu preciso dizer que estou muito animada pra fazer uma turnê, eu tenho muitas ideias visuais que quero integrar nessa turnê e é claro, mal posso esperar pra ver os rostos dos meus fãs ao redor do mundo. Os Harmonies são todos lindos, é incrível!
O que você ama em relação ao seu público?
R: Eu gosto muito do fato de que nós conseguimos criar uma relação verdadeira de entendimento e amizade, ao invés de uma relação parassocial de fã e ídolo porque nunca foi meu objetivo fazer parte desse tipo de dinâmica. Eu não gostaria de me sentir em um pedestal sendo idolatrada, eu prefiro infinitamente o tipo de relação que eu tenho com meus fãs, eles se sentem seguros pra compartilhar histórias pessoais comigo da mesma maneira que eu faço isso com eles através das minhas músicas. Eu acho que amizade é uma relação mais nobre e leal do que idolatria. E de qualquer maneira, eu não sou uma diva pop ou nada assim, eu sou só uma artista que faz música pop. Eu não tenho essa coisa de querer ser famosa e seguida, nada do tipo, na verdade eu só acho que isso tudo é consequência da minha musica e eu faço o meu melhor pra manter as coisas saudáveis e boas, eu quero que meus fãs usem meu trabalho como uma inspiração e um incentivo para que eles realizem os próprios sonhos. Eu não tenho interesse nenhum em ser o objetivo e a finalidade da vida de ninguém, é por isso que eu sempre falo pra eles estudarem e ficarem na escola, é esse tipo de exemplo que eu quero ser. E eu acho que meus fãs entendem isso. Eu me sinto realizada quando vejo fotos deles com seus chapéus de formatura e becas, quando eles me contam suas notas em seus SATs… Eu amo ver todos eles com essa ambição ardente nos olhos que me lembra muito da minha quando decidi me mudar pra Los Angeles com Kyle e, tipo, 50 dólares? Bom… o que quero dizer com tudo isso é que eu fico feliz e honrada de poder ser só amiga dos meus fãs e conquistar um respeito mútuo, pessoas conversando comigo e me abraçando e trocando amor comigo sem invadir minha casa nem nada.
Como você escolheu as músicas para o seu álbum mais recente?
R: Eu não acho que realmente escolhi elas… elas só foram aparecendo pra mim por sonhos ou ideias aleatórias e eu sinceramente não gostaria de descartar algumas composições mas acabei deixando algumas na gaveta porque achei que eram muito tristes pra estarem nessa era, mas esse foi meu único critério de eliminação, tipo, eu não faço músicas aleatoriamente e depois escolho, eu tento ao máximo fazer músicas que se relacionam e combinam. Eu e o Brendon gostamos de fazer uma coisa que chamamos de constelação. Quando eu escrevo uma música, nós fazemos um esquema na parede com o tema dela e então, temas possíveis de serem ligados ao tema dessa música existente… quando chegamos a um tema que eu me identifique, nós fazemos uma melodia única, mas ainda sim parecida o suficiente com a outra música pra criar uma coesão e principalmente uma aura.
Qual é a importância das redes sociais em sua carreira?
R: Acho que a função mais óbvia das redes sociais é o marketing e por mais que eu ache toda essa história um pouco superficial, eu sou muito grata a poder fazer música e é claro que o marketing é uma das partes mais importantes disso tudo, mas acho que existe uma importância mais profunda que é a chance de poder me conectar facilmente com meus fãs… eu falei mais cedo sobre como nós conversamos e estabelecemos uma relação de amizade, nada disso seria possível sem as redes sociais, então eu fico feliz de poder ter uma plataforma através da qual eu consigo inspirar meus fãs e ser inspirada por eles para além da música, tudo parece mais orgânico, ironicamente, quando eu vejo os comentários deles sobre… realmente qualquer coisa nesse mundo.
Como você se mantém atualizada com as tendências musicais?
R: Ah, isso é fácil pra mim, eu amo a música pop e eu também amo música no geral, eu sempre estou escutando muitos artistas e gosto de acompanhar os cenários de diferentes gêneros musicais. Eu também amo escutar rock e hip hop. Eu fiquei com muita inveja de algumas coisas que meu irmão escreveu no album rock dele, alias… ah, como eu queria ter escrito lantern…
Quais são os seus hobbies ou interesses fora da música?
R: Você quer saber a verdade? Eu amo ler, eu sou obcecada por romances bem clichês, mas ultimamente meus maiores vícios são o Tumblr e o Pinterest. Eu sigo vários fãs em uma burner account e eu realmente amo algumas ideias e edições deles. Na verdade, uma das edições deles inspirou o clipe de Groupie Love! E eu também amo a poesia moderna nunca reconhecida pela literatura acadêmica que eu encontro no Tumblr. Muitos artistas talentosos esperando para serem descobertos.
Qual é a sua memória favorita de um show?
R: Definitivamente o beijo na bochecha da minha fã brasileira lá no Coachella.
Quais são os artistas pop que você mais admira?
R: Hm… eu não poderia deixar mais claro que eu amo a Electra mas eu também amo o Lucca, eu amo o Apollyon… eu gosto muito da Qrubim, eu gosto bastante do BELLA… apesar de ainda não ter tido tempo de escutar o último album delas… eu amo a BABUSHKA, eu acho o trabalho dela muito único e… impecável. Eu acho que a Tieta vai além do pop mas eu gosto muito dela, ela me fez ver a beleza da cultura brasileira e eu sempre vou ser grata a ela por isso. É, eu acho que… é isso.
Como você lida com a responsabilidade de ser um modelo para seus fãs?
R: Isso me causa um pouco de ansiedade mas… eu realmente sempre tento ser um exemplo de atitude, mais do que um modelo a ser seguido. Eu não quero que me vejam como alguém livre de erros, eu quero que me vejam como alguém que sempre impõe a si mesma. Eu não sou grosseira e agressiva nunca, mas eu sempre vou ser quem eu sou e nunca vou deixar opiniões alheias terem uma voz sobre isso. Podem me chamar de brega, de patética, palhaça e cringe, eu não ligo, eu sei que ser como eu sou irrita algumas pessoas, provavelmente amarguradas, provavelmente frustradas e descontentes com as próprias vidas, mas eu entendo que a opinião deles é totalmente parcial e principalmente irrelevante pra mim. Eu quero inspirar meus fãs a terem essa mesma mentalidade porque eu acho que ela foi uma grande parte de mim responsável por me fazer chegar até aqui.
Quais são seus planos para o futuro? Algum projeto empolgante à vista?
Além da minha turnê e os próximos clipes, eu estou planejando realmente tornar as secret sessions uma tradição. Ontem, nós tivemos nossa primeira secret session e foi muito divertida! Eu achei muito engraçado que meus fãs não entenderam que eu estava sendo literal quando disse que estava esperando eles com cookies no forno… eu realmente fiz cookies pra nós todos e nós cantamos juntos, tocamos piano… foi mágico. Eu amei.
Como você vê o estado atual da música pop e seu lugar nele?
R: Eu… vejo a música pop atualmente sendo muito… consumista e esnobe, sinceramente. Muitas pessoas dizendo que são as melhores, muitas pessoas se gabando de coisas que não são realmente importantes ou aspectos em si mesmos que não são realmente louváveis, e eu fico feliz de ser o pilar emocional do gênero nesse momento. Eu fico feliz de ser a artista que representa uma pessoa comum, uma pessoa que tem inseguranças e que não é orgulhosa demais pra pedir desculpas ou assumir os próprios erros. Eu faço isso desde o Harmony e sempre vou ser assim, porque eu não quero ser vista como parte desse mundo banhado a ouro que, na verdade, é recheado de falsidades. Acho que é isso o que me faz admirar tanto artistas como o Brendon e a Electra, eles são vocais sobre suas frustrações e inseguranças e eu fico feliz de estar acompanhada deles nessa frente honesta e realista da música pop. Eu poderia dizer o mesmo do Caleb, eu amo ele, além de como meu namorado, ele é um artista muito importante e sincero, mas ele não é da música pop, então… eu acho que a música pop tem algumas coisas a aprender com o country, o hip hop, e outros… e eu não incluo nisso o K-Pop, ele incrivelmente se tornou profundo e emocionante, eu acho as composições de artistas como a Qrubim e o X(5) admiráveis, sinceramente! Mas eu realmente não gosto dessa postura impecável e implacável dos artistas do pop americano, principalmente, porque ninguém é impecável, ninguém é implacável, e esse é um exemplo muito ruim que causa a falsa sensação nas pessoas de que elas podem simplesmente guardar seus sentimentos e ignorar suas falhas com as outras pessoas, isso ensina um comportamento anti-empático que não poderia me irritar mais. Você não é melhor por passar por cima das pessoas e não ter empatia com elas. Porque isso é tipo o conjunto de instituições fundadoras do bullying e do preconceito? e nada disso vai parecer cool e elegante quando pessoas cometerem suicidio por quão cruelmente a sociedade normalizou mandar as pessoas se matarem. Isso não vai ser legal quando sua performance de invulnerabilidade de deixar sozinho, sem nenhum laço sentimental, porque você afastou todos com sua postura de boa demais pra qualquer amizade, qualquer amor. É patético, na minha opinião, e me irrita profundamente.
Como você escolhe as músicas para o seu setlist da turnê?
R: Bom, é claro que eu vou cantar todos os maiores hits sempre, mas eu ainda não tive a experiência de ter que deixar músicas de lado, afinal eu só tenho um álbum e um EP, eu posso cantar todas as minhas músicas e é isso que eu pretendo fazer na turnê solo. A partir do segundo álbum… eu sei que vou precisar mudar tudo isso drasticamente, eu só não quero pensar nisso ainda porque não sei se vou ser capaz de deixar alguma música de lado quando todas têm um valor sentimental pra mim.
Como você gostaria que as pessoas se sentissem após ouvir suas músicas?
R: Esperançosas, eu acho. Eu não acho… bom, na verdade, eu tenho certeza que nem todas as minhas músicas deixam as pessoas felizes, necessariamente, mas eu quero que elas vejam que adversidades acontecem e que isso não muda a beleza do mundo e da vida. Eu quero que o otimismo seja a lei entre as pessoas que escutam minha música porque existem muitos incentivos negativos no mundo, muitas coisas que nos fazem querer desistir de tudo, então eu quero ser, tipo, uma força contrária a tudo isso que os faça querer continuar vivendo até eles descobrirem que a vida é legal, sabe… o mar é magnífico, o pôr do sol é lindo! Eu acredito que todos nós percebemos isso algum dia, você só precisa acreditar na existência da beleza da vida até chegar a contemplar tudo que ela é.
Como você define sucesso na música?
R: Mais do que números e vendas, eu acho que o que me fez considerar a mim mesma como uma pessoa bem sucedida foi ver vários fãs cantando minhas músicas com paixão. Aquilo me fez perceber que minha música era mais do que só um efeito das rádios, me fez perceber que as pessoas realmente escutavam as letras e sentiam elas, se identificavam, se emocionavam… essa é minha ambição desde sempre.
Qual é a sua mensagem final para seus fãs e para aqueles que estão acompanhando sua carreira?
R: Bom, vocês já sabem. Seja o que for que vocês quiserem fazer, sejam esforçados e ambiciosos. Estudem, terminem a escolha e depois vão atrás dos seus sonhos. Vá pra faculdade, vá criar o seu negócio, ou ser artista, mas mostre ao mundo do que você é capaz. Você muda o mundo no seu elemento da mesma maneira e na mesma intensidade com que eu mudo o mundo com a minha música. Eu amo vocês. Muito obrigado.
[DIVULGAÇÃO PARA GROUPIE LOVE E SIDELINES]