Tonia Ferreira - GASLIGHT
Nov 6, 2023 22:06:26 GMT
Post by jottavi on Nov 6, 2023 22:06:26 GMT
por Troy Winters
“Gaslight” de Tônia Ferreira é um álbum profundamente pessoal e introspectivo que explora temas de trauma emocional e crescimento pessoal. O primeiro álbum de estúdio da cantora revelação assume uma abordagem sonora agressiva e visceral, enquanto gira em torno da ideia de gaslighting dentro de um relacionamento. A instrumentação e produção do álbum, realizadas por uma equipe de produtores talentosos, conferem-lhe um toque de rock experimental e barulhento, proporcionando um pano de fundo sonoro que complementa o intenso conteúdo lírico. As letras de Tônia mergulham em suas experiências pessoais e lutas emocionais, pintando um retrato vívido e cru de sua jornada para o ouvinte em cada uma de suas músicas, onde conta suas histórias e investiga profundamente seu interior.
O álbum é um exemplo de como a música pode ser um meio poderoso de auto expressão e catarse. É uma declaração artística corajosa que revela uma vulnerabilidade. As letras são comoventes e profundamente emocionais, oferecendo aos ouvintes a chance de se conectarem com as lutas e triunfos pessoais de Tônia. A produção reflete a intensidade crua de suas palavras, e o álbum como um todo cria uma narrativa convincente. Porém, é importante notar que a intensidade do álbum pode não ser para todos. Alguns ouvintes podem achar os temas e emoções explorados no álbum um desafio para se envolver ou se sentir até mesmo desconfortáveis por ouvir tais confissões tão cruas.
Ainda assim, “Gaslight” é um projeto da vontade da artista de ultrapassar os limites da sua música, de explorar tópicos difíceis e de fornecer uma visão não filtrada das suas experiências. No fim, é um álbum corajoso e instigante que convida os ouvintes a uma jornada profundamente pessoal das auto descobertas de Tônia, cura e exploração artística. Mostra o nascimento da cantora como artista a se ter em mente quando pensar nos mais promissores dos últimos tempos.
80
Gaslight começa extremamente forte com produções que nos levam direto aos anos 70, incluindo a bela e original Trip Fontaine, além de um ode a Quicksand, da eterna Banshee, na faixa-título. O conteúdo lírico descreve o mal do século, a depressão, com direito a drinks, drogas, clubes e tudo o que assola a juventude atual, e é impressionante que Tônia Ferreira faça isso ao passo em que traz um sentimento tão clássico e atemporal da era de ouro do rock, mas toda essa persona de garota má do rock é exponencialmente destruída por posturas que não condizem com ela em várias das letras do álbum. Sim, é compreensível que ela está falando sobre usar a faceta para esconder seu verdadeiro eu, que é vulnerável e triste, mas não é interessante quando ser vulnerável e ser triste são confundidos com ser uma vítima impotente, ainda que em The Maiden Fair, ela chame o sofrimento de auto-infligido, é como se ela se culpasse por ter se exposto às pessoas que machucaram ela, tomando uma postura passiva. Sendo assim, as letras ficam finalmente interessantes e não confundíveis na faixa On The Bound, belamente escrita, em que ela finalmente assume que ela pode ser a pessoa brincando com sentimentos, controlando e manipulando, ainda que ela continue com o discurso de nunca ser merecedora de amor, mas a essa altura, é compreensível que isso faz parte do imaginário de Tônia. Ainda sim, On The Bound tem uma virada de eventos onde no fim, ela uma vez mais troca de lugar com a pessoa para a qual ela canta, voltando a se colocar como a torturada, a presa em cordas, o que deixa a música um tanto quanto confusa. Como, numa mesma faixa, você assume que é a pessoa que manipula e brinca com sentimentos, mas depois lamenta sobre como foi manipulada e contida? Essa inconsistência se dá por todo o álbum até aqui, mas em On The Bound, ela é gritante demais para ser ignorada. Então, temos Moonlight Mile, cujo conteúdo lírico é morno demais e pouco explorado, talvez não digno de uma produção tão original e detalhista. "we are the kind of girls that you fear" é provavelmente o momento mais interessante da obra, onde ela finalmente toma para si a personagem femme fatale do rock que quer fazer uma aparição desde o começo, mas se perde em melancolia pouco explorada. Nessa faixa, ela se responsabiliza pelo que se deixou fazer, ao passo em que se liberta do passado através de uma vida hedonista e sem regras, o que é o imaginário clássico do rock n roll... e então, temos Down in Flames. O que dizer de Down in Flames? Bem... ela é uma boa canção, mas, definitivamente não boa o suficiente para estar em Gaslight, especialmente como uma faixa de encerramento. Ela era mais interessante como um single e perdeu muito do seu encanto ao ser colocada entre faixas tão superiores em todos os sentidos.
70
por Daniel Frahm
"Gaslight" é o aguardado álbum de estreia da talentosa cantora Tônia Ferreira, marcando um momento significativo em sua carreira. Este lançamento representa não apenas sua primeira incursão em um álbum completo, mas também uma audaciosa transformação artística. O álbum apresenta uma sonoridade notavelmente agressiva e desafiadora, afastando-se do estilo convencional e incorporando tons escuros e uma abordagem visceral.
Tônia Ferreira se destaca ao optar por uma estética visual mais natural e crua, diferindo da extravagância muitas vezes associada aos artistas da indústria musical. Essa escolha reflete a autenticidade de sua música e sua vontade de explorar novos territórios artísticos. As composições mergulham profundamente em temas pessoais e emocionais, explorando traumas de sua infância e adolescência com uma honestidade impressionante. O título do álbum, "Gaslight", é uma referência ao fenômeno de invalidar as queixas de alguém, criando uma narrativa envolvente e provocante que permeia todo o álbum.
A colaboração com uma equipe de talentosos produtores, incluindo Jorge Elbrecht, Ariel Rechtshaid e Justin Raisen, ressalta o comprometimento de Tônia com a excelência em seu primeiro álbum. Cada faixa é cuidadosamente construída, demonstrando sua paixão e dedicação à música. Em suma, "Gaslight" não é apenas um álbum de estreia, mas uma afirmação ousada do talento e da singularidade de Tônia Ferreira como artista, prometendo uma carreira musical emocionante e impactante no futuro.
70