Hina Maeda - Apocalypse in StraightVille
Sept 29, 2023 23:09:33 GMT
Post by jottavi on Sept 29, 2023 23:09:33 GMT
por Kurumi Shiratori
Em Apocalypse in Straightville, Hina Maeda nos presenteia com um album cheio de temas "tabus" e desafia diversas vezes o moralmente conservador e tradicional povo de straightville, desafia papeis de genero e tambem destaca a importancia de ser legitimo a si mesmo, a quebra de expectativas sociais que o album carrega consigo é um tema importante e poderosissimo na sociedade atual. Percebemos nesse album uma maturidade sobre quem Hina realmente é se comparado ao seu primeiro album, houve um crescimento, ela agora celebra sua individualidade, sua autencidade, e o empoderamento pelo qual passou, com feats ótimos durante o album e coesão de inicio ao fim, Hina Maeda mais uma vez mostra o que é ser uma superstar, a faixa que leva o nome do album mostra exatamente o que o resto do album quer passar e a quebra de paradigmas sociais e gender roles, alem da critica ao conservadorismo tornam esse album alem de maravilhosamente caotico e disruptor, uma otima analise da sociedade em que estamos inseridos!
94
por Troy Winters
"Rock n roll and gay is not a phase, mom!"
É a frase chave deste projeto, podendo ser descrito como o álbum rock mais LGBT dos últimos tempos. (Chupa, Attention Best Rock Video.)
Mas deixando de lado de como podemos denominar e sim do que realmente se entrega aqui, o "Apocalypse in StraightVille" é finalmente um bom concorrente ao posto do "Japanese Superstar", mixtape de Hina, que é considerada pela essa humilde revista de crítica musical como sua obra-prima.
Falando sobre os pontos fracos do álbum, sendo eles mínimos, encontramos a fórmula 'Babushkiana' de produção, que vêm agraciando os melhores projetos do ano, mas que aqui vemos um pouco de seu formato ficando um pouco desgastado, com até que certas faixas saindo disso mas em algumas a fórmula está ali e a identidade de Babushka acaba se sobressaindo, podendo por dificultar um pouco da experiência de quem já ouve os outros projetos com Babushka em seu comando. Talvez alguns cortes de faixas com produções muito remanescentes de suas produções anteriores dariam um bom resultado, ainda que, esse pequeno problema não esteja agravado de forma nenhuma aqui, mas pode chegar a ser em um futuro, caso haja próximos trabalhos onde sua semelhança afete a experiência tanto do trabalho quanto de anteriores, como o "Apocalypse in StraightVille".
E o ponto que mais brilha aqui são as letras de Hina, que de certa forma não se parecem tão maduras quanto antes, o que não é algo nada ruim, aliás, é o ponto chave que deixa o projeto mais interessante, ao trazer esse momento mais romântico para a Rockstar. E romance esse que vemos percorrer o álbum inteiro, interpolando com falas sobre sua auto descoberta e amar a si mesma da forma mais "Rock n Roll" que existe, ao não se importar nada com o que pensam sobre si.
É cômico pensar que a mesma pessoa que cantou sobre não querer crescer antes, agora estar vivenciando coisas novas, e que, de forma, a fazem parecer alguém mais ciente de si e sobre sua linguagem do amor, que mesmo que por vezes parecer bobo, é exatamente assim que quando nos sentimos apaixonados ficamos, e saber demonstrar esses sentimentos de forma crua é de longe a coisa mais madura que poderíamos pedir de Hina.
88
por Nora Lee Mills
Apocalypse in StaightVille, o mais novo álbum de Hina Maeda, é um trabalho um pouco diferente de seus anteriores no qual a cantora explora temas como a assunção de sua homossexualidade e sua relação com a heteronormatividade. O álbum não é apenas um simples disco de pop punk, mas sim uma explosão extravagante de gêneros e estilos, que exploram desde o Rock com uma pegada de rap até um metal mais kawaii.
A obra abre com F NAUGHTYYYYY!, uma faixa grandiosa que vai se construindo como uma marcha circense que acompanha um flow de rap muito natural, mas que infelizmente em parte parece se espremer para que toda as palavras caibam num folego e numa linha. Contudo, isso não estraga a majestade da faixa. Não posso deixar de mencionar como é divertido a maneira que a letra da música é autobiográfica, satírica e metalinguística.
Logo em seguida temos uma continuação da sonoridade circense trazida da faixa anterior, mas perdemos a essência cadente do rap, e tá tudo bem! Go Find a Therapist é uma diss track simples, direta e efetiva. Talvez simples até demais, talvez não tão direta, mas é efetiva. A canção segue um padrão melódico curto e repetitivo, quase como se pudéssemos andar em círculos, o que me faz pensar, "quem será que está mais obcecado nessa situação?"
Na faixa título do projeto, Apocalypse in StraightVille, as coisas ficam um pouco mais... toscas? Não sei vocês, mas eu quando leio to título da música só consigo pensar em doutrinação LGBTQIAP+, gays aterrorizando velhinhas, lésbicas criando planos de governo eficientes que seram aplicados por pessoas trans, mas no final das contas a gente ganhou uma briga de casal básico. Será que eu não entendi o conceito? De qualquer forma, o instrumental do refrão é ÓTIMO, deixar qualquer sem folego, uma aposta certa, com certeza.
Na sequência, My Teenage Punk Anthem abre com um tom ébrio e triste. A gente sabe que a música vai ser boa e isso se confirma só pela linha de baixo e percussão, mas onde ela brilha de fato é na letra. A faixa é bastante teen, mas tem algo que todos nós conseguimos nos identificar, o arrependimento, e ele grita forte e é combustível pra essa fogueira.
Em Stole Your Girlfriend, uma coisa da última é amplificada e duas retornam das primeiras faixas. Temos aqui a sonoridade punk levada ao seu máximo no álbum e o retorno da cadência mais rapster e a tosquice lírica. Isso era pra ser uma diss track? Era pra ser uma faixa egocêntrica de auto exortação? Eu sinceramente não sei, mas não fosse pelo instrumental, tava tudo perdido. Parabéns, Babushka, você é uma ótima engenheira de som.
Room 29 é a salvação do rock. Se a mistura dissonante de acordes acídos característicos da cena atual do punk experimental com o melodismo do yatch rock dos anos 70/80 não fossem suficientes, a faixa apresenta uma letra de dar tesão em qualquer um. O nervosismo e a adrenalida de ficar pela primeira vez com alguém do mesmo sexo não poderiam ser melhor descritos do que como foi feito nessa canção
Assim como o mel dos céus da faixa "A Sky Of Honey", essa música é melosa. A letra claramente foi escrita por alguém apaixonado, porque ninguém em plenas faculdades mentais escreveria algo tão dedicado. E não me entenda mal, isso de formal alguma é algo ruim, traz fidelidade ao contexto da canção. Agora esse instrumental é tão confortável, eu poderia morar nesse sonho rock adolescente de 2010. O maior destaque pra mim é o violão acústico. Não é a melhor do álbum e eu nem mesmo salvaria a música, mas por dois minutos e quinze segundos ela me envolveu num lugar muito acolhedor.
Voltamos pra temática rosa? Em Girls Like Pink, me tiraram o rock, me tiraram o conforto melódico, mas me entregaram moduladores de voz e um dark pop delicioso! A música mostra que Hina é gente como a gente e não consegue gostar de uma pessoa só. Bota aí a Hina tá obcecada por mais uma. Essa música está longe de ser ruim, mas também está longe de parecer fazer parte desse projeto. Não sei dizer se é onde a música foi posta ou se realmente destoa muito, mas parece que estou ouvindo outra pessoa.
Quando a faixa muda para Beauty and The Beast, a música anterior faz sentindo e eu só consigo pensar em uma coisa: Hina insvista num álbum de dark pop. Essa música é muito divertida e te entretem o tempo todo, de maneira nenhuma se faz repetitiva. Seria minha aposta de próximo single! E essa canção prova outra coisa, a palavra de ordem desse álbum é mesmo "obsessão". Amamos uma artista consistente!
Para Do You Still Like Me eu só tenho uma coisa a dizer: Sapatona emocionada. Essa faixa é bem simples, traz de volta do aconchego do pop rock do início dos anos 2000. A letra se alça a uma certa profundidade que a melodia não consegue alcançar. Aqui ficamos naquele limbo de Sky of Honey, mas é menos interessante.
Quando passamos para ***PLANETS COLLIDE o tom e estilo musical trocam mais uma vez. Ainda é melancólico, mas também é soturno. É uma música de quem já viu muita coisa, de quem já passou por muita coisa, mas talvez não queria tanto assim vasculhar seu passado. A música cabe no instrumental como uma luva, a guitarra parece ser uma terceira vocalista da canção e o conjunto todo da obra nos leva para um lugar de nostalgia. Me sinto feliz por Hina vencer a heteronormatividade.
Por fim, o álbum não poderia fechar de maneira diferente se não com I Don't Wanna Go Back. Lembra que eu disse que em algum lugar ia ter um metal kawaii, se você chegou até aqui, o momento é esse. A letra da música é simples, é realmente um fechamento, tanto para o ciclo do personagem construído na faixa 1 que vive tudo que viveu durante o álbum e se torna outra pessoa quanto para o álbum em sim. Acho que todos podemos concordar que essa canção parece ser cantada por uma versão esquiletes da Hina, mas isso só deixa tudo mais interessante. O tom completamente afeminado em contraste com o personagem punk e soturno construído faz parecer que quem canta é de fata a criança interior de Hina que está feliz por onde chegou.
Em conclusão, esse álbum é uma montanha russa de emoções tanto para Hina quando para o ouvinte. Há momentos super agitados e há momentos de escuridão, mas são essas nuances que constrói algo que será lembrado por algum tempo.
80