BABUSHKA - BABSHKORE
Sept 24, 2023 20:11:36 GMT
Post by jottavi on Sept 24, 2023 20:11:36 GMT
por Roberto Fernandes
Há, mundialmente, movimentos de luta antimanicomiais angariando forças para desestabilizar um sistema que pune com o expurgo sociais àqueles diferentes, com necessidades diversas ou visões de mundo “distorcidas”. O que Babushka nos apresenta em BABSHKORE aparenta ter saído de um diário cuja portadora está há muitos anos preso em tornos de muros de concreto e anestesiada por antidepressivos tarja preta. É um álbum profundo e instigante, propenso a ser amado por tantos e incompreendido por muitos outros. E aí reside a mágica da arte musical: não há consenso, afinal, os gostos são compreendidos em uma complexidade indecifrável.
Este não é um álbum ao qual eu colocaria como um dos meus favoritos por sua sonoridade não estar de fato em consonância com àquilo da qual considero agradável, mas a sua qualidade lírica e instrumental não está passível de dúvidas: Babushka inspira os novos artistas a serem sinceros sobre o que sentem, sobre o que experenciam através de letras profundas, melancólicas e até mesmo angustiantes.
O ponto alto de seu álbum é a incrível “Glass” que aborda a multiplicidade de um ser fragmentado. Alías, o quarteto final do disco é um grande trunfo. A quadra composta por “Fly”, uma faixa que é, ao mesmo tempo, divertida e assombrosa; “Blue Umbrella”, uma canção difícil de decifrar; a já elogiada “Glass”; e com o fechamento da maravilhosa “My Purse”, que encerra o álbum com a certeza de que Babushka sabe quem é, um ser de múltiplas faces e personalidades.
Destacamos ainda outros pontos positivos, como o remix de “Clueless” com a norte-americana Harmon Moore e “Crazy Eyes”. As demais, em especial as faixas instrumentais, são facilmente puláveis. No mais, recomendamos o álbum e, em seguida, acreditamos que uma consulta psiquiátrica seja marcada com urgência.
85
por Haruka Sasaki
Babshkore é um album diferente, ele é único de sua maneira e diversificado, contendo instrumentais excelentes em todas as faixas, com letras expressivas e ousadas que abordam temas controversos e provocativos. Musicalmente, o álbum é uma mistura interessantissima de estilos e gêneros caminhando com facilidade entre o new wave, o rock e o pop, a transição de generos, temas e estilos de algumas faixas podem deixar o ouvinte positivamente desorientado, como numa longa viagem de LSD, um album com um apelo artistico e criativo, letras francas e ousadas, e uma diversidade musical, o Babshkore é mais que um album é uma experiencia unica
77
por Troy Winters
Em 'Babshkore' temos o desdobramento de uma Babushka mais divertida ainda que cheia de dificuldades, mais leve ainda que com letras densas, é aqui que encontramos uma versão da cantora que mesmo não sabendo como lidar com os desafios da vida, ela passa por cima sem perceber com seu novo e maduro jeito de ser. Vemos aqui que as letras da cantora se tornarem uma dos pontos chaves para seu som, trazer uma grande peso no lado lírico para esse álbum, o que acaba pesando na balança e a deixando a sonoridade e produção um pouco mais para trás, ainda que pareça não ser a intenção, é assim que as letras, muitas vezes, geniais, fazem algumas faixas se tornarem, apenas panos de fundo para os versos escritos de forma inteligente. Ainda, a sonoridade se torna um pouco mais datada para um trabalho de Babushka, não com um prazo de validade, mas sim com uma data em específico que é abordada em seus ritmos, deixando tudo um pouco distante do ouvinte que ouve o som atual, e ainda assim, o som de 'Babshkore' não se torna transgressor por fugir da curva do que toca hoje, sendo apenas um reflexo das referências de Babushka e criando um mundo seu, parando por aí.
74