SOFÍA & LUCCA LORDGAN - MÁNDAME UN AUDIO
Jul 21, 2023 23:43:11 GMT
Post by adrian on Jul 21, 2023 23:43:11 GMT
Duração: 05 minutos e 13 segundos.
Lançado em: 21 de julho de 2027.
O videoclipe tem início em um parque de diversões e a legenda, localizada no canto inferior da tela, indica que a gravação ocorreu na cidade de Monterrey, no México. O local era escuro, iluminado apenas por poucas luzes já muito gastas; o horário já estava avançado e por isso poucos visitantes restavam ali. A câmera captou todo o ambiente em uma visão aérea ampla até que, em um instante, um brilho da cor roxa se fez presente próximo a uma barraca. Esse brilho, foi revelado, veio de uma jaqueta repleta de lantejoulas da mesma cor. Era Sofía quem a estava vestindo. O visual completo, além da jaqueta, era composto por uma calça de couro preta, uma blusa também preta que estampava uma imagem da cantora Alexa Bloom. O rosto de Sofía estava contraído quando olhou para a placa que indicava a barraca como a casa de “Madame MonStefan”. Ao lado do nome da cartomante havia uma figura de sua face sobre a madeira já descascada e muito velha. Apesar de demonstrar receio, a cantora apertou o celular que estava em sua mão, inspirou fundo e entrou no local. Era ainda mais escuro que o lado de fora, com fumaça vindo de incensos de canela invadindo o ambiente com o cheiro doce e amadeirado. Uma mesa estava posta no exato centro do quarto. Era redonda, pequena, que comportava apenas dois indivíduos. Não haviam cadeiras, apenas duas almofadas cuja estampa já não era mais visível pelo acúmulo de poeira.
- Olá, minha querida! Não esperava mais nenhum cliente hoje, mas senti algo, ou melhor, alguém, entrar em minha casa. – Disse a mulher cartomante, saindo do breu de seu dormitório.
- Perdão! Eu achei que ainda estivesse aberto como alguns outros estabelecimentos do parque, peço desculpas. Eu já estou in... – Sofía foi interrompida antes mesmo de finalizar sua frase.
- Não se preocupe, estrella púrpura, a minha casa sempre estará aberta para você. Vamos, sente-se aqui. – Falava enquanto se sentava em uma das almofadas disponíveis.
Sofía sentou sem hesitar e ficou olhando atentamente os movimentos ágeis da mão da mulher. Também prestava atenção na sua aparência: não era uma velha, mas uma drag queen. A sua atenção logo foi perturbada pelo som de cartas de tarô que estavam sendo revolvidas pela cartomante. Era tão ágil que nem os olhos atentos de Sofía conseguiam acompanhar. No fim, três montinhos foram formados e, seguindo as orientações dadas, a cantora retirou as primeiras cartas de cada monte, totalizando uma trinca ao final. As cartas foram reveladas e um sorriso se formou no rosto de Madame MonStefan.
Uma voz masculina ecoou ao mesmo tempo que a tela ficava preta. Aqui temos... “O Louco”.
A próxima cena já era ambientada em outro lugar. O instrumental e os primeiros versos da faixa começaram a ser cantados por Sofía e Lucca. O cenário agora era uma sala de análise, na qual Sofía era a paciente. Todo o primeiro verso foi cantado por ela enquanto se encontrava deitada em um divã; quando a voz de Lucca tomou conta da música, a câmera indicou para um brilho no celular da artista. O brilho era decorrente de uma nova mensagem, do próprio Lucca. Ela vê a mensagem e atira o celular pela janela. Em giro contínuo e veloz, o aparelho viaja por diversos ambientes (florestas, oceano, nuvens, vulcões) até parar novamente nas mãos de Sofía em outro ambiente. O novo ambiente era a de uma casa vazia, grande e bem decorada. Ela estava sozinha em meio a um pequeno espaço que contava com um gramado artificial e pequenos assentos individuais. Era, na verdade, um estúdio. Diversas câmeras capturavam todo e qualquer movimento de Sofía. Em um instante foi puxada por uma força invisível e foi plantada em uma parede branca de ponta a cabeça. O cenário mudou novamente, desta vez para um deserto. O seu semblante mostrava, além da confusão, medo e, ao olhar, para o céu enxergava dois sóis iguais. O brilho foi tanto que a obrigou a levar um de seus braços fronte aos seus olhos. As imagens que compunham o clipe não eram estáveis, mas fluídas: a câmera não era fixa, constantemente se movia para dar ao clipe maior agilidade assim como a canção.
As vozes de Sofía e Lucca foram suprimidas e o instrumental seguiu em um menor volume para que a mesma voz de anteriormente retornasse: “Ora, ora... O Carro”
O clipe deu continuidade em um ambiente semelhante ao do espaço reproduzido por filmes de ficção científica. O céu era arroxeado e contendo diversas estrelas e planetas ao fundo. Uma passarela luminosa era caminho para um carro conversível, em que a motorista era Sofía e o passageiro era Lucca. Ambos demonstravam estar em uma espécie de “transe” até que o fim da estrada os empurrou a uma queda rumo ao desconhecido. Ambos foram apanhados por uma luz alaranjada. Na cena seguinte, o cantor italiano estava preso em uma capa da revista vestindo roupas curtas e de couro preta. Já Sofía encontrava-se presa em uma página de histórias em quadrinhos. Entreolhando-se, os artistas gritaram e o som de seus gritos interrompeu a faixa. A tela ficou preta. A música retorna e Sofía agora está sozinha em um palco gigantesco e, olhando para ela, diversas figuras que não podiam ser distinguidas por estarem imersos pelo véu intransponível da escuridão. No telão a imagem de Lucca era a de um modelo de cuecas e do seu rosto apenas a boca conseguia se movimentar. A cena cessou com um grito de “pare!”.
- Olha, não sei o que está acontecendo aqui, mas não me parece muito legal. Agradeço por sua disponibilidade, mas... – Foi novamente interrompida pela cartomante.
- Poxa, Sofía! Ainda nem chegamos na melhor parte. E nós duas sabemos que o seu destino te trouxe até aqui. Não é mesmo, encanto? – Falou enquanto segurava a última carta entre seus dedos.
A última carta... “A Roda da Fortuna”.
Na cena seguinte estávamos novamente no circo. A música ainda não havia voltado. No centro de um picadeiro havia um objeto que na aparência assemelhava-se a um relógio, mas era apenas uma roda. Essa roda estava coberta por uma camada brilhante de ouro que reluzia a luz da lua que invadia o espaço por meio de um pequeno rasgo na tenda do circo. Ademais, o objeto está decorado por outros objetos banhados em ouro e pedras preciosas de diversas cores. Chamava a atenção uma estátua no topo e na base da plataforma. Na base a figura de um demônio vermelho, no topo uma esfinge na cor branca. A roda começa a girar e ambos os personagens – o diabo e a esfinge – se transfiguram nas formas de Sofía e Lucca. Os dois são jogados pelo ar e a música recomeça. Ambos estavam agora correndo rumo ao pico de uma montanha. Simultaneamente, imagens dos últimos shows de Sofía mesclam-se aos enfoques dados ao rosto da cantora. Quando chegaram no ponto foi o exato momento que a música findou. Eles entrelaçam os braços e olham para o horizonte. Tudo fica preto novamente.
- Sabe, querida, a sua vida até aqui foi uma grande epopeia. Digna de um herói como Ulisses. – A cartomante falou.
Sofía se manteve calada e olhando para as suas mãos. Uma lágrima escorreu do seu rosto sem perceber. Um lenço lhe foi oferecido pela drag queen.
- Você sabe que isso não é um fim, muito pelo contrário, é o início de um novo caminho. Ah, um spoiler: desencanto nada mais é que o encanto encarnado na fragilidade do ser humano que, ao buscar os caminhos que o levam a si, encontram rotas infinitas. – De suas mãos uma nova carta foi entregue a Sofía. Essa carta possuía os seguintes dizeres: Cuidado con las RUTAS. S3.