Lazuli
Apr 21, 2023 18:28:10 GMT
Post by luis on Apr 21, 2023 18:28:10 GMT
Quem é Lazuli?
Lazuli é uma cantora, compositora e modelo brasileira. Sucesso mundial, foi considerada a artista da década de 2000 e um dos nomes 10 nomes mais influentes da indústria musical. No auge dos seus 46 anos, Lazuli é a artista que mais vendeu discos na América Latina. Mas como foi sua trajetória até ser considerada uma lenda na música, sem nunca cantar sequer uma música em inglês?
Alice Ferraz da Silva nasceu em 15 de Agosto de 1981, em Sacaruna, bairro de Duque de Caxias. Criada em uma casa só de mulheres, com três irmãs e uma mãe solteira, Alice teve uma infância muito humilde. Solange, mãe das quatro meninas, foi professora de ensino fundamental em um colégio público do bairro. Com seu salário e mais alguns bicos, criou as filhas com muito esforço.
Pouco sabem, mas sua carreira de modelo começou primeiro que a de cantora. O sucesso de Alice chegou cedo, devido a sua notória beleza desde pequena. Ainda aos 2 anos, foi vista por um olheiro, no colo da mãe, na fila de uma lanchonete. Sua beleza encantou Luan Palheiros, na época fotógrafo da revista Veja. Você provavelmente já viu seu rosto estampado em alguma revista ou algum comercial infantil.
(Alice aos 2 anos, para a revista Veja)
O dinheiro que rendeu para sua família ainda criança foi suficiente para uma mudança significativa de vida. Elas se mudaram para a Vila Valqueire, no Rio de Janeiro, e passaram a ter uma qualidade de vida melhor. Aos 6 anos, Alice foi convidada para ser parte da Turma do Balão Mágico, mas sua mãe negou, priorizando a educação da filha.
Seu contato com a música só começou na adolescência, junto com as irmãs, quando elas decidiram formar uma girlband, uma febre em meado dos anos 90. Conseguir os contatos para isso não foi difícil: bastaram algumas ligações e elas tinham um estúdio pronto.
(Em ordem, Pauline (16 anos), Alice (14 anos), Amanda (15 anos) e Luara (18 anos))
Infelizmente, esse sonho foi interrompido cedo, com a morte precoce de Amanda, morta em um tiroteio fatal em 1996. As três desistiram da banda naquele ano e sofreram a morte da irmã. Lazuli ainda diz em entrevistas recentes que essa foi a "perda mais dolorosa de sua vida".
Alice seguiu uma vida normal por mais quatro anos, até completar 18 anos em 2000 e tomar a decisão de recomeçar sua carreira, dessa vez sozinha. Sem gravadora ou qualquer apoio, Alice gravou o que seria seu primeiro e grande hit "Eu Serei Resistência", um protesto com a morte de sua irmã. Ela enviou a demo para várias gravadoras, até ser aceita pela Caju Lab, que concordou em trabalhar a música e seu primeiro disco.
A música veio a ser lançada ainda em 2000, já com o nome artístico de "Lazuli". De cara foi um sucesso e ocupou o topo de todas as rádios brasileiras, repercurtindo na mídia pelo seu clipe impactante e expondo a realidade nacional. O sucesso ainda se estendeu para seu segundo single "Outra Vez", que dominou o Brasil naquele ano. Lazuli já estava encaminhada para se tornar uma grande estrela pop.
Então em março de 2001, seu primeiro disco "Teoria do Caos" foi lançado. O álbum conta com dois hits #1 e hoje soma mais de 10 milhões de cópias, sendo o primeiro disco nacional a conseguir certificado de diamante. É um clássico na música.
Essa era fez de Lazuli uma nova it-girl no Brasil e uma ascenção na América Latina. Pouco a pouco, as meninas latinas já imitavam seu penteado, sua maquiagem e usavam lilás — cor predominante na paleta da Lazuli. A era foi amplamente promovida por dois anos, contando com duas turnês e diversas participações em programas de TV.
Com um ano de pausa, em 2004 Lazuli lança seu segundo disco "Antes Que Eu Vá", que seria o pontapé para uma sequência de acontecimentos em sua vida pessoal. O álbum trouxe uma vertente mais pop e também teve dois hits #1. a colaboração "Tipo Crazy" com o cantor Leandro Fab, e o grande hit "Posso Ser", que dominou as paradas por meses. Hoje o disco já vendeu 7 milhões de cópias, próximo ao certificado de diamante.
O álbum consagrou Lazuli como uma estrela nacional e trouxe seus fãs de vez: bandanas, figurinhas e cartazes de Lazuli começaram a ser frequentes a partir daqui. Outros países na América Latina tentavam criar suas Lazulis (uma febre parecida com a da Xuxa). Aos 23 anos, ela estava no centro de um furacão midiático.
Três meses depois do lançamento do disco, Lazuli teve um conflito decisivo com sua mãe, Solange, que estava tentando tomar o controle de sua carreira desde o início.
"Ela sempre esteve comigo, e quando eu fiz o primeiro álbum, aquilo era apenas eu. Mas depois do sucesso e da turnê, ela quis se intrometer no segundo. Ela tentava proibir letras, falava com produtores pelas minhas costas, marcava entrevistas de surpresa. A minha rotina era doentia. Eu acordava as 2h, todo dia. Malhava, e ensaiava, e gravava, e fazia dieta. Ela estava fazendo aquilo comigo e não era assim no começo. Infelizmente eu fiz o que era necessário, mesmo custando muito pro avanço da minha carreira na época." — Lazuli para Vogue Brasil em 2019.
Lazuli viria a romper laços com sua mãe e consequentemente, com a Caju Lab em 2005. A promoção do disco naquele ano veio toda do seu próprio bolso, gastando muito mais do que lucrava. Lazuli também descobriu seu princípio de "doença de pick", afetando danificando sua capacidade de raciocínio, expressão de linguagem e auto-controle. Começou o tratamento em 2006 e precisou interromper a era, ficando de fora dos holofotes.
Os tablóides falavam sobre o sumiço de Lazuli o tempo inteiro. O que teria acontecido com uma das maiores estrelas do país? Seu sumiço foi tema de discussão durante 3 anos, quando no fim de 2009, Lazuli reapareceu curada no programa Altas Horas, anunciando que finalmente estava trabalhando em um novo álbum. A notícia dessa vez teve uma repercussão global e Lazuli de repente tinha um dos atos mais esperados no mundo.
Em 2010, Lazuli lançava o que seria o maior hit de sua carreira, "Fuzuê", já sob um selo internacional, a Aquaphor Records (antiga Rocket). A música passou 9 semanas em #1 e contém certificado de diamante, sendo conhecida até hoje como um dos maiores hits latinos de todos os tempos. Lazuli quebrou de vez as barreiras da América Latina e se tornou uma dominação global. O hit continuaria em "Mulheres de Areia", parceria com Plastique Condessa, que viria a ser uma de suas melhores amigas. Outro #1, por mais de 5 semanas nas paradas globais.
Em 2011, chegava ao mundo "Ultraviolet".
O álbum é considerado um marco no pop e na década de 2010. Detentor de três grammys e 20 milhões de cópias globalmente, é até hoje o maior ato de Lazuli e de um artista latino. É acompanhado também da Ultraviolet Tour, uma das turnês mais lucrativas da década. Embora massacrado pela mídia, seu impacto é inegável: músicas em língua portuguesa e espanhol só passaram a ser vistas com mais frequências nas paradas depois desse disco. Lazuli foi o grande produto da época: até personagem de quadrinho virou.
Ela também viria a conhecer o rapper Kevin Whack em 2011, que daqui a alguns anos, se tornaria seu marido e produtor.
(Lazuli e Kevin no clipe de Mulheres de Areia)
Infelizmente, esse sonho foi interrompido cedo, com a morte precoce de Amanda, morta em um tiroteio fatal em 1996. As três desistiram da banda naquele ano e sofreram a morte da irmã. Lazuli ainda diz em entrevistas recentes que essa foi a "perda mais dolorosa de sua vida".
Alice seguiu uma vida normal por mais quatro anos, até completar 18 anos em 2000 e tomar a decisão de recomeçar sua carreira, dessa vez sozinha. Sem gravadora ou qualquer apoio, Alice gravou o que seria seu primeiro e grande hit "Eu Serei Resistência", um protesto com a morte de sua irmã. Ela enviou a demo para várias gravadoras, até ser aceita pela Caju Lab, que concordou em trabalhar a música e seu primeiro disco.
A música veio a ser lançada ainda em 2000, já com o nome artístico de "Lazuli". De cara foi um sucesso e ocupou o topo de todas as rádios brasileiras, repercurtindo na mídia pelo seu clipe impactante e expondo a realidade nacional. O sucesso ainda se estendeu para seu segundo single "Outra Vez", que dominou o Brasil naquele ano. Lazuli já estava encaminhada para se tornar uma grande estrela pop.
Então em março de 2001, seu primeiro disco "Teoria do Caos" foi lançado. O álbum conta com dois hits #1 e hoje soma mais de 10 milhões de cópias, sendo o primeiro disco nacional a conseguir certificado de diamante. É um clássico na música.
Essa era fez de Lazuli uma nova it-girl no Brasil e uma ascenção na América Latina. Pouco a pouco, as meninas latinas já imitavam seu penteado, sua maquiagem e usavam lilás — cor predominante na paleta da Lazuli. A era foi amplamente promovida por dois anos, contando com duas turnês e diversas participações em programas de TV.
Com um ano de pausa, em 2004 Lazuli lança seu segundo disco "Antes Que Eu Vá", que seria o pontapé para uma sequência de acontecimentos em sua vida pessoal. O álbum trouxe uma vertente mais pop e também teve dois hits #1. a colaboração "Tipo Crazy" com o cantor Leandro Fab, e o grande hit "Posso Ser", que dominou as paradas por meses. Hoje o disco já vendeu 7 milhões de cópias, próximo ao certificado de diamante.
O álbum consagrou Lazuli como uma estrela nacional e trouxe seus fãs de vez: bandanas, figurinhas e cartazes de Lazuli começaram a ser frequentes a partir daqui. Outros países na América Latina tentavam criar suas Lazulis (uma febre parecida com a da Xuxa). Aos 23 anos, ela estava no centro de um furacão midiático.
Três meses depois do lançamento do disco, Lazuli teve um conflito decisivo com sua mãe, Solange, que estava tentando tomar o controle de sua carreira desde o início.
"Ela sempre esteve comigo, e quando eu fiz o primeiro álbum, aquilo era apenas eu. Mas depois do sucesso e da turnê, ela quis se intrometer no segundo. Ela tentava proibir letras, falava com produtores pelas minhas costas, marcava entrevistas de surpresa. A minha rotina era doentia. Eu acordava as 2h, todo dia. Malhava, e ensaiava, e gravava, e fazia dieta. Ela estava fazendo aquilo comigo e não era assim no começo. Infelizmente eu fiz o que era necessário, mesmo custando muito pro avanço da minha carreira na época." — Lazuli para Vogue Brasil em 2019.
Lazuli viria a romper laços com sua mãe e consequentemente, com a Caju Lab em 2005. A promoção do disco naquele ano veio toda do seu próprio bolso, gastando muito mais do que lucrava. Lazuli também descobriu seu princípio de "doença de pick", afetando danificando sua capacidade de raciocínio, expressão de linguagem e auto-controle. Começou o tratamento em 2006 e precisou interromper a era, ficando de fora dos holofotes.
Os tablóides falavam sobre o sumiço de Lazuli o tempo inteiro. O que teria acontecido com uma das maiores estrelas do país? Seu sumiço foi tema de discussão durante 3 anos, quando no fim de 2009, Lazuli reapareceu curada no programa Altas Horas, anunciando que finalmente estava trabalhando em um novo álbum. A notícia dessa vez teve uma repercussão global e Lazuli de repente tinha um dos atos mais esperados no mundo.
Em 2010, Lazuli lançava o que seria o maior hit de sua carreira, "Fuzuê", já sob um selo internacional, a Aquaphor Records (antiga Rocket). A música passou 9 semanas em #1 e contém certificado de diamante, sendo conhecida até hoje como um dos maiores hits latinos de todos os tempos. Lazuli quebrou de vez as barreiras da América Latina e se tornou uma dominação global. O hit continuaria em "Mulheres de Areia", parceria com Plastique Condessa, que viria a ser uma de suas melhores amigas. Outro #1, por mais de 5 semanas nas paradas globais.
Em 2011, chegava ao mundo "Ultraviolet".
O álbum é considerado um marco no pop e na década de 2010. Detentor de três grammys e 20 milhões de cópias globalmente, é até hoje o maior ato de Lazuli e de um artista latino. É acompanhado também da Ultraviolet Tour, uma das turnês mais lucrativas da década. Embora massacrado pela mídia, seu impacto é inegável: músicas em língua portuguesa e espanhol só passaram a ser vistas com mais frequências nas paradas depois desse disco. Lazuli foi o grande produto da época: até personagem de quadrinho virou.
Ela também viria a conhecer o rapper Kevin Whack em 2011, que daqui a alguns anos, se tornaria seu marido e produtor.
(Lazuli e Kevin no clipe de Mulheres de Areia)
Lazuli só viria a lançar um disco novamente em 2016. Nesse meio termo, ela lançou singles soltos e um pequeno EP para comemorar seu noivado com Kevin. Mas antes disso, outro acontecimento fatídico marcou sua carreira. Em 2013, Lazuli tinha sua mansão invadida por um fã e era feita de refém.
Tudo foi televisionado ao vivo na época. Todos os tablóides acompanharam o crime, que acabou com a morte do sequestrador e um tiro no peito de Lazuli, aterrorizando o país na época. Por sorte, a cantora ficou internada e se recuperou, mas sua segunda longa ausentação estava chegando. Ela desapareceu completamente da mídia junto de seu marido, focada em superar esse terrível trauma.
(Sequestro de Lazuli foi um escândalo midiático)
Três anos depois do ocorrido, Lazuli voltou melhor que nunca com seu disco "Ainda sou Eu". O álbum não teve nenhum grande hit, mas ainda tem mais de 5 milhões de cópias globalmente. Foi vencedor do grammy e é um dos seus mais aclamados. Pra muito dos fãs, é o álbum mais injustiçado da carreira.
A campanha para esse disco foi muito mais tímida do que os anteriores, preservando a saúde de Lazuli. Ela promoveu em menos lugares e priorizou muito mais os programas nacionais, onde sempre teve mais força. Essa foi uma época muito boa para a vida pessoal de Lazuli, depois dos agitados anos anteriores. Nesse período a cantora estava no auge da sua saúde e beleza, gerando diversos virais nas redes sociais. Em 2017, voltou pro top 5 na lista de artistas que mais lucravam.
Lazuli também começou a investir em outras áreas. Foi quando se interessou por política e adquiriu o movimento Médico Sem Fronteiras, o qual é dona até hoje. Ela também virou acionista em algumas empresas e financiou vários artistas brasileiros, sempre apoiando novatos. Nessa época, ela já dizia em entrevistas que pensava em se aposentar de vez do mundo da música.
Em 2021, Lazuli lançava seu último disco, em comemoração aos seus 20 anos de carreira. "Relicário" foi o grande encerramento de Lazuli.
O álbum foi muito bem recebido comercialmente e contou com dois hits nas paradas. "Tudo Tudo" foi top 5, mas o que realmente marcou foi o smash "Sinais de Fogo", que assumiu o topo por semanas. A repercussão foi muito surpreendente para uma artista já tão antiga, mas provou que Lazuli é para sempre uma luz potente. Na crítica, o álbum virou favorito. É de longe o seu mais maduro e fechou sua discografia com chave de ouro.
Hoje, Alice vive uma vida comum e confortável em Miami, ao lado de Kevin e seu filho Michael, de dois anos. Ela ainda volta ao Brasil todos os anos e ainda é presente na mídia: seu programa de culinária na HBO Max é um sucesso. Agora, está prestes a lançar sua primeira biografia. Sua vida nunca para.
A campanha para esse disco foi muito mais tímida do que os anteriores, preservando a saúde de Lazuli. Ela promoveu em menos lugares e priorizou muito mais os programas nacionais, onde sempre teve mais força. Essa foi uma época muito boa para a vida pessoal de Lazuli, depois dos agitados anos anteriores. Nesse período a cantora estava no auge da sua saúde e beleza, gerando diversos virais nas redes sociais. Em 2017, voltou pro top 5 na lista de artistas que mais lucravam.
Lazuli também começou a investir em outras áreas. Foi quando se interessou por política e adquiriu o movimento Médico Sem Fronteiras, o qual é dona até hoje. Ela também virou acionista em algumas empresas e financiou vários artistas brasileiros, sempre apoiando novatos. Nessa época, ela já dizia em entrevistas que pensava em se aposentar de vez do mundo da música.
Em 2021, Lazuli lançava seu último disco, em comemoração aos seus 20 anos de carreira. "Relicário" foi o grande encerramento de Lazuli.
O álbum foi muito bem recebido comercialmente e contou com dois hits nas paradas. "Tudo Tudo" foi top 5, mas o que realmente marcou foi o smash "Sinais de Fogo", que assumiu o topo por semanas. A repercussão foi muito surpreendente para uma artista já tão antiga, mas provou que Lazuli é para sempre uma luz potente. Na crítica, o álbum virou favorito. É de longe o seu mais maduro e fechou sua discografia com chave de ouro.
Hoje, Alice vive uma vida comum e confortável em Miami, ao lado de Kevin e seu filho Michael, de dois anos. Ela ainda volta ao Brasil todos os anos e ainda é presente na mídia: seu programa de culinária na HBO Max é um sucesso. Agora, está prestes a lançar sua primeira biografia. Sua vida nunca para.