LA CASA DE SOFÍA [CAPÍTULO 1 - SHORT FILM]
Apr 7, 2023 12:20:30 GMT
Post by adrian on Apr 7, 2023 12:20:30 GMT
Data de Lançamento: 07 de abril de 2023
Gênero: Drama
Direção: Sofía, Greg Berlanti.
Roteiro: Sofía.
Produtor Executivo: Greg Berlanti.
Duração: 25 minutos
ELENCO:
Sofía como Sofía
Stefan Lancaster como Stefan Lancaster (o amigo)
Marina Menezes como Sarah (a baterista)
Alejandro Sanz como Gusti (o pianista)
Martina Stoessel como Briana (a guitrarrista)
Em projeto inédito, como parte da produção de sua parceria com a marca de roupas de esportes mundialmente conhecida, a PUMA, Sofía inaugura um novo projeto. Este, consiste na apresentação de suas músicas, recentes ou não, em um ambiente que remete a uma garagem. A temática escolhida é a de ser apresentações sem tantos efeitos, mais íntimas e simples. A artista conta com um a baterista, um guitarrista e um pianista. A série inicia com a performance de duas faixas presentes no álbum mais recente da cantora: Nochentera e If The World Was Ending.
O videoclipe se inicia com a imagem de Sofia no que parece ser um quarto infantil, decorado de rosa e repleto de pelúcias. Estava sentada em uma cômoda que possuía um espelho ovalado colado na parede, bem como uma infinidade de produtos cosméticos dispersos sobre a superfície do móvel, também da cor rosa. O seu olhar estava distante, quase como se estivesse em transe, até que algo pareceu despertar. Então, as dúvidas se confirmaram. A sua feição demonstrava confusão. Aos poucos foi tateando seu próprio rosto e corpo, até mesmo se autoflagelando para se certificar de que estaria acordada. A cantora estava de cabelo solto e vestia roupas com estampas diversas e remetiam ao estilo pop-punk do início dos anos 2000. A maquiagem, em contraste às últimas aparições públicas da artista, era mais pesada e sombria.
Um barulho foi ouvido em algum lugar daquela casa. Instintivamente, Sofia acompanhou o rastro do som e, ao passar da porta, magicamente "retornou" a sua figura enquanto criança. Os pequenos e cuidadosos passos a levaram ao exterior da residência, encontrando um longo quintal, coberto por um tapete de gramíneas muito verde. A câmera foca em seus pés, que calçam um dos tênis da marca patrocinadora do projeto. Neste mesmo ambiente, mais adiante, encontrava-se uma garagem, de acesso interno. O seu uso, com certeza, não era apenas o de guardar espaço para veículos. A sua mão de repente tocou na porta e, ao abrir, a tela ficou preta e a figura criança já não estava mais lá.
A Sofia adulta retornava à cena tão confusa quanto sua versão anterior. Dentro da garagem havia os instrumentos citados anteriormente, mas sem nenhum músico. Até que de repente vozes, masculinas e femininas, ecoaram e indicaram proximidade. Uma outra porta, agora no lado oposto, se abriu e dela saíram três indivíduos, a banda da cantora. O trio pareceu ignorar a presença de Sofia e se puseram à frente de seus respectivos instrumentos prontos para tocar. Então, segundos de silêncio foram quebrados pela voz da guitarrista.
- Ei, Sofia. Vai ficar parada aí até quando? Vamos, garota. Não temos a noite inteira.
Sem esboçar nenhuma relutância, a cantora apareceu novamente ao despertar de um transe. Ela se prostrou frente ao microfone, posicionado no centro do ambiente. A nova versão instrumental de Nochentera cedeu lugar à presença iminente da guitarra e da bateria. A diferença era perceptível, mas nada que abalasse o sentido da canção original. A artista mostra seu entusiasmo ao interagir com os seus colegas de "palco", levando a sua voz até o limite. Ao mesmo tempo, cenas dispersas iam sendo exibidas: uma delas tratava-se de uma foto do dia em que ela se consagrou campeã de um reality show; em uma das paredes estava disposto um cartaz da turnê atual da artista; em outra parede diversas imagens em polaroid formavam um quadro. Estas, por sua vez, ilustram momentos da artista sozinha, mas várias outras podemos vê-la acompanhada por amigos, a saber: Awa, Monet, Stefan Lancaster e Plastique Condessa. Um pequeno papel repousava em cima de um sofá velho endereçado à Blanca Flores.
Assim que a música terminou os músicos se reuniram em torno do sofá velho.
Brianna (a guitarrista): Sofía, você estava tão aérea antes de tocarmos. Aconteceu algo?
Sofía: Tive a impressão de... não, era só besteira.
Brianna (a guitarrista): Começou agora tem que terminar. – Falou já impaciente.
Gusti (o pianista): Isso aí, Sofía. Abre o bico, andáte! – Falou para, em seguida, jogar uma almofada em sua colega de banda.
Sofía: Tive a impressão de... não, era só besteira.
Brianna (a guitarrista): Começou agora tem que terminar. – Falou já impaciente.
Gusti (o pianista): Isso aí, Sofía. Abre o bico, andáte! – Falou para, em seguida, jogar uma almofada em sua colega de banda.
Sofía: É que eu achei que de alguma maneira estava revisitando a minha infância. Não como um flashback ou algo assim, mas me vi menina, mais nova, na minha própria casa. Estava no meu quarto, todo rosa e repleto de brinquedos, até que ouvi um barulho. Foi então que encontrei a garagem. E vocês. – A sua voz vacilava.
Sarah (a baterista): Amiga... temos que te mostrar uma coisa. – Ela falou já inclinando-se para puxar Sofía pela mão.
Sarah (a baterista): Essa é uma viagem complicada.
Sofía: Viagem? Mas que viagem? – Sua voz demonstrava temor.
Gusti (o pianista): O que ela quer dizer é que a sua história é real, Sofía. Talvez a única coisa real aqui. – Enquanto proferia as palavras estava de costas para a cantora – Você não se lembra de muita coisa, certo? Sabemos o porquê. Esse lugar não te pertence, minha querida. Te trouxeram aqui contra a vontade.
Sarah (a baterista): Tudo começou há dois anos...
Sofía: Viagem? Mas que viagem? – Sua voz demonstrava temor.
Gusti (o pianista): O que ela quer dizer é que a sua história é real, Sofía. Talvez a única coisa real aqui. – Enquanto proferia as palavras estava de costas para a cantora – Você não se lembra de muita coisa, certo? Sabemos o porquê. Esse lugar não te pertence, minha querida. Te trouxeram aqui contra a vontade.
Sarah (a baterista): Tudo começou há dois anos...
Sarah (a baterista): Esse mundo foi criado por você, sabia? No momento mais frágil de sua existência, quando o mundo real não parecia te querer, você ensaiou uma vida mais leve, com seus amigos e seus amores. Foi então que nascemos. Não passamos de meras produções de sua mente fértil. Criados para abastecer os seus desejos. No fim, você finalmente saiu do estado débil e retornou ao que era real. Ficamos felizes? Sim, mas ao mesmo tempo sabíamos que nossa existência estava condicionada ao seu desenvolvimento pessoal. Estávamos com medo. Então, depois de muitas tentativas, conseguimos te puxar para cá. Retornar para o estado em que você esteve mais vulnerável, apenas para satisfazer a nossa saudade.
Sarah (a baterista): Você não irá lembrar do que aconteceu anteriormente ao seu despertar, mas não é algo fora do normal: cantamos, rimos e vivemos. Nós, nem tanto. A noite anterior, a noche entera, foi permeada por sentimentos ruins. O cativeiro havia acabado. É hora de retornar, Sofía. A viagem será longa. Fomos longe demais. O seu lugar é lá no mundo real, brilhando como a grande estrela que você sempre foi. Embarque nesta aventura.
Sarah (a baterista): Você não irá lembrar do que aconteceu anteriormente ao seu despertar, mas não é algo fora do normal: cantamos, rimos e vivemos. Nós, nem tanto. A noite anterior, a noche entera, foi permeada por sentimentos ruins. O cativeiro havia acabado. É hora de retornar, Sofía. A viagem será longa. Fomos longe demais. O seu lugar é lá no mundo real, brilhando como a grande estrela que você sempre foi. Embarque nesta aventura.
Assim que a última palavra ecoou a câmera captou o momento em que, já de volta ao jardim, Gusti (o pianista) empurrou Sofía em direção à um buraco posicionado no lado esquerdo da árvore. O corpo da cantora não encontrou oposição e foi direto para o breu. Um grito se sucedeu. A imagem escureceu e nada mais se ouviu ou se viu durante cerca de quinze segundos. Uma luz fraca foi aos poucos aparecendo até que se revelou ser o nascer do sol. O corpo de Sofía se encontrava em uma clareira, numa floresta muito escura e densa. As árvores eram gigantes. Desnorteada, a cantora acordou. O seu visual já não era o mesmo de antes. Estava agora com um vestido da cor preta com detalhes em renda. Assim que olhou para o céu viu uma cor próxima do roxo, com pouquíssimas nuvens e uma espécie de “corte” (uma fenda brilhante). Voltou então seu olhar para o seu redor. Alguns passos foram dados até que um pequeno rato, da cor branca, apareceu em sua fronte. O animal trajava algo que remetia a uma roupa de circo. Sem notar a presença da artista seguiu floresta à dentro. Sofía o seguiu. Em certo momento da rota, o pequeno roedor encontrou uma porta de ferro prostrada em meio ao arvoredo. Assim que entrou a porta ia lentamente se fechando; mas antes que isso acontecesse, Sofía correu e se jogou rumo ao desconhecido.
A cena seguinte era a de um piano que tocava sozinho. Ele estava posicionado em um ambiente inóspito: composto apenas por pedras gastas e um solo pobre em nutrientes e completamente rachado, o céu era ainda mais arroxeado que o anterior, não havia sinal de vida. Ou ao menos era o que pensava Sofía. Uma pequena bola metálica estava posta aos pés do instrumento que emitia uma luz preta. A luz foi aos poucos ganhando intensidade e a bola deu lugar a uma projeção. O que foi projetado era o corpo de um homem. Era Stefan Lancaster. O cantor vestia apenas um terno da cor preta. O seu cabelo, escuro, tornava a sua figura ainda mais sombria. Mas assim que pôs os olhos em Sofía um pequeno sorriso surgiu na sua face pálida.
Stefan (o amigo): Quanto tempo, Sofi! – Falou enquanto mantinha o sorriso.
Sofía: Stefan?!?! – Exasperada falou – O que você está fazendo aqui? E o que tudo isso significa?
Stefan (o amigo): Ah, isso não é para agora, minha querida. Mas, venha, aproveito para te mostrar uma coisa. – Sem qualquer dificuldade, a projeção do cantor começou a andar.
Sofía: Stefan?!?! – Exasperada falou – O que você está fazendo aqui? E o que tudo isso significa?
Stefan (o amigo): Ah, isso não é para agora, minha querida. Mas, venha, aproveito para te mostrar uma coisa. – Sem qualquer dificuldade, a projeção do cantor começou a andar.
Sofía: O que aconteceu por aqui? – Perguntou.
Stefan (o amigo): Aconteceu que um casal de cometas atingiu este mundo. – Falou – Achávamos que poderíamos lidar com isso, mas não. Tudo desmoronou.
Sofía: Mas não é real, certo? Me disseram que eu inventei tudo isso.
Stefan (o amigo): Claro que é real, oras! A partir do momento em que você idealizou tudo, isso se tornou realidade. A nossa realidade.
Sofía: Nossa? – Questionou.
Stefan (o amigo): A sua não, é claro. Você pertence ao mundo do visível; aqui só existimos enquanto você acreditar.
Sofía: Eu não estou entendendo, Stefan! De repente acordo desnorteada, cantando com gente desconhecida e presa em um lugar destruído. – Falou e lágrimas brotaram de seus olhos.
Stefan (o amigo): Aconteceu que um casal de cometas atingiu este mundo. – Falou – Achávamos que poderíamos lidar com isso, mas não. Tudo desmoronou.
Sofía: Mas não é real, certo? Me disseram que eu inventei tudo isso.
Stefan (o amigo): Claro que é real, oras! A partir do momento em que você idealizou tudo, isso se tornou realidade. A nossa realidade.
Sofía: Nossa? – Questionou.
Stefan (o amigo): A sua não, é claro. Você pertence ao mundo do visível; aqui só existimos enquanto você acreditar.
Sofía: Eu não estou entendendo, Stefan! De repente acordo desnorteada, cantando com gente desconhecida e presa em um lugar destruído. – Falou e lágrimas brotaram de seus olhos.
O cantor se levantou do piano e foi enxugar as lágrimas de sua amiga, contudo, assim que seus dedos iam tocar o rosto de Sofía, era como se o seu corpo fosse apenas uma sombra.
Stefan (o amigo): Não custava tentar, né. Sofi, estamos aqui e não sei por quanto tempo irei existir, posso te pedir um favor? E sem perguntas, estamos com pouco tempo. – Falou enquanto olhava fixamente nos olhos da cantora.
Sofía: É claro, vamos. O que você quer? - Falou temerosa.
Stefan (o amigo): Cantar. Lembra quando éramos mais jovens? – Pausou, pensativo - Ah, não lembra, desculpa. Mas nós havíamos prometidos um ao outro que nos encontraríamos no fim do mundo. E parece que já estamos nele.
Sofía: É claro, vamos. O que você quer? - Falou temerosa.
Stefan (o amigo): Cantar. Lembra quando éramos mais jovens? – Pausou, pensativo - Ah, não lembra, desculpa. Mas nós havíamos prometidos um ao outro que nos encontraríamos no fim do mundo. E parece que já estamos nele.
Sofía: Eu ainda não consigo entender. Se um dia criei este lugar ou mundo, seja lá o que for, em um momento de fraqueza.... mas eu já saí dele, não? Eu não sofro mais disso! – A sua voz indicava desespero.
Stefan (o amigo): Sofía, você é luz, sabia? Esse lugar já não é mais para você. Acho que, aliás, nunca foi. Mas os humanos tem recaídas, sabe? E nem sempre são capazes de perceber. Você voltou, mas já está pronta para partir. Retornar ao real. – O seu rosto pálido olhava para o horizonte.
Sofía: Como eu volto? E isso significa que você, os outros, irão morrer? – Perguntou preocupada.
Stefan riu.
Stefan (o amigo): É fofo como se preocupa com os outros enquanto você tá na merda, Sofi. – Ele a abraçou e soltou em seguida. – Nós não iremos morrer, afinal, nunca existimos em seu mundo. Não dessa maneira. Somos outras pessoas. Vá em paz e não se preocupe. Nós meio que somos a materialidade imaginada de seus sentimentos. Você terá de conhece-los todos. E eu fiz questão de te acompanhar na entrada da jornada de volta à vida. Vamos? – Estendeu a mão.
Stefan (o amigo): Sofía, você é luz, sabia? Esse lugar já não é mais para você. Acho que, aliás, nunca foi. Mas os humanos tem recaídas, sabe? E nem sempre são capazes de perceber. Você voltou, mas já está pronta para partir. Retornar ao real. – O seu rosto pálido olhava para o horizonte.
Sofía: Como eu volto? E isso significa que você, os outros, irão morrer? – Perguntou preocupada.
Stefan riu.
Stefan (o amigo): É fofo como se preocupa com os outros enquanto você tá na merda, Sofi. – Ele a abraçou e soltou em seguida. – Nós não iremos morrer, afinal, nunca existimos em seu mundo. Não dessa maneira. Somos outras pessoas. Vá em paz e não se preocupe. Nós meio que somos a materialidade imaginada de seus sentimentos. Você terá de conhece-los todos. E eu fiz questão de te acompanhar na entrada da jornada de volta à vida. Vamos? – Estendeu a mão.
Sofía aceitou a mão de seu amigo e, juntos, pularam em direção ao nada. A tela escureceu e nada mais se ouviu. O som de pássaros inundou a tela e, na perspectiva, de Sofía estávamos deitados em uma rua deserta. O céu continuava arroxeado. A cantora acordou e não conseguiu se levantar; havia uma mancha amarelada em ambos os braços. Aos poucos a câmera ia se distanciando da cantora. E fim. Na tela são exibidos os seguintes dizeres: