Harmon Moore - Clueless
Mar 31, 2023 1:42:56 GMT
Post by jottavi on Mar 31, 2023 1:42:56 GMT
por Magnolia Rachel Rotenberg
Clueless de Harmon Moore é um dos álbuns mais fantásticos que já ouvi em toda minha vida. E começar a crítica com esta frase, não é nenhum tipo de exagero. O álbum Clueless parece ter sido meticulosamente calculado para ser uma pop masterpiece, da maneira mais natural possível, por mais auto-contraditório que esta frase soe.
Sem meter os pés pela cabeça, seguindo a estrutura do nosso formato de crítica, posso começar pela capa, que se eu fosse extremamente chato, seria a única coisa que me faria tirar pontos do álbum. De modo nenhuma é uma capa ruim, já que, se baseando na colorimetria e na psicologia das cores, a capa tem todas as cores para traduzir perfeitamente a energia do disco; essencialmente leve, mas que toca direto no coração (já que tons claros de cores quentes provocam diretamente as funções sensoriais do cérebro ligadas à afeto). Ainda sim, talvez um pouco simples, podendo ser mais etérea para evocar os sentimentos cantados nas faixas, incorporando sentimentos um pouquinho mais orgânicos (mas a capa da versão Deluxe se aproxima muito de algo ótimo, já que dá ainda mais o sentimento que Clueless foi tirado diretamente de um diário emocional), e provavelmente passará pelo Revenant Redesign apenas pelo prazer do desafio de complementar algo tão incrível.
Clueless é algo que simplesmente encaixa e engrandece, e expõe perfeitamente Harmon Moore, de uma forma que, se lançado em qualquer outro ponto da carreira da cantora, não teria o impacto que tem agora, sendo metaforicamente nascido no momento perfeito em que as estrelas se alinharam. É simplesmente o melhor passo imaginável para uma cantora como Harmon; vinda de um EP simples, com um cenário profissional e amoroso bem conturbado, especialmente em uma idade tão nova. É o projeto vindo de um coração que ainda preserva a ingenuidade de quem consegue enxergar as coisas bonitas e delicadas da vida, mesmo tendo seus sonhos colocados à prova na última gravadora que esteve.
Conseguir trazer tantos temas nas letras, mantendo o universo do álbum extremamente coeso não é algo tão fácil de se fazer, principalmente quando as faixas, mesmo que se mantenham todas numa atmosfera bedroom pop, conseguem cada um trazer uma particularidade muito especial para cada uma.
Abrindo com o single que dá nome ao álbum, a faixa “Clueless” já pode ser considerada entre as maiores músicas pop dos últimos anos, acerta o ouvinte direto com algo que será recorrente até o último segundo da última faixa: honestidade emocional. O pop da faixa-título é emocionante, trazendo sintetizadores até nostálgicos, que com os vocais em coro trazem uma sensação de liberdade, como se depois de passar por tanta coisa, finalmente fosse a hora de abrir o peito, e colocar tudo para fora, com o coração. Ao mesmo tempo que a letra trás acontecimentos tristes, que claramente vivem até hoje na mente da cantora, também mostra como nada de ruim precisa ser maior do que está a fazendo feliz agora, já que é isto que importa no presente, e é isto que vai acompanhar a vida da cantora. Harmon consegue em algumas linhas chegar a poucos metros de cenários bregas, mas que simplesmente acontecem de verdade, e são bem descritos nas faixas. “The Angels” consegue ser bem expansiva na sonoridade do disco, mostrando de cara que Harmon não ficará apenas nas batidas pop o disco todo, com a faixa tendo alguns sintetizadores pesados, e a letra expondo esse anseio ingênuo em decifrar a vida adulta, até com um certo desespero, antes que a realidade te machuque demais e te faça aprender do jeito difícil, sendo igualmente construída na faixa “Easy On Me”. A quarta faixa, “I❤?” traz uma das melhores melodias vocais do projeto, e trás o lado tão íntimo, frágil e apaixonado do início de seu romance com o cantor Caleb Roth, que foi tão publicamente mostrado (e conturbado), que novamente, faz uma dobradinha para expandir o conceito na próxima faixa, “Boy From The South”. Esta que por sí, chega a ser surpreendente em quão bem complementa a sonoridade do álbum, já que eu não conseguia imaginar um soft rock encaixando tão bem em meio a tantas músicas etéreas, mostrando ainda mais como não pouparam esforços para em nenhum momento fazer “escolhas seguras” para deixar o álbum coeso, e sim criando mais cenários incríveis que se conectam muito bem.
Estrategicamente posicionadas, as músicas mais “tranquilas” do projeto estão antes e depois da faixa mais animada. A primeira tranquila é “Southside”, que trouxe o pop emocional, usando as guitarras sintetizadas de “Boy From The South” de um jeito totalmente diferente, tendo sido o elemento principal da faixa anterior, e agora apenas o tempero emocional desta. O maior destaque do disco é sem dúvidas a faixa “Like I Would”, simplesmente tomando uma veia diferente do pop retrô que estava sendo usado até agora, e esfregando nos ouvidos do ouvinte sem medo de inventar o próprio holofote. A mistura de um sintetizador calmo que acompanha a maioria dos versos, com o vocal leve e aerado, simplesmente deixa ainda mais intenso o refrão com o vocal forte, e os acordes de guitarras. E como se não fosse o suficiente, a letra pinta perfeitamente a imagem de uma declaração de alguém que se mostra confiante, mas internamente tem suas inseguranças gritando pelo medo de não conseguir ser correspondida, sendo uma das faixas do disco que melhor consegue mostrar um cenário tão específico e visual, somente com o som. Depois de um destaque tão grande, a faixa a seguir tem um trabalho muito difícil a desempenhar, que é não soa parecida, mas dar ALGUM JEITO de superar o efeito da anterior… e “Never Grow Old” simplesmente acerta o prego na cabeça. Ao invés de algum gênero musical totalmente novo para criar grande contraste, Harmon entrega a balada pop que esteve presente na construção da maioria dos versos das outras faixas, mas no ponto mais emocional do disco. Machuca, e machuca muito o sentimento desolado e impotente de não ter nenhum controle sobre uma situação tão trágica, e chega a dar pena de ver a esperança em algo tão melancólico assim, principalmente na bridge, onde tudo soa tão desesperado, como se cantar tão tranquilamente nos versos calmos tivesse sido demais para aguentar a saudade sem desabar. Depois de tudo isso, “Canvas” sim que tem o trabalho mais difícil, mas sabendo o que vem depois no disco, é bom ter uma faixa mais na linha média, para justificar os destaques das demais, sendo a faixa com a produção mais simples, mas com a mensagem mais diferente, abordando sensualidade e sexualidade num álbum tão emocional, só mostra mais facetas do amor de Harmon. Outro destaque gigantesco vem logo em seguir com a faixa “Groupie Love”, que parece realmente trazer a maturidade que passou pelas faixas anteriores, num dos pops mais gostosos do disco. Tudo nessa música simplesmente grita sucesso; a melodia incrível, o instrumental com sintetizadores que beiram o amor sensual, e a letra misturando os segredos de algo que demorou para entender, com a vontade de se entregar de cabeça, mais uma vez entregando um cenário visual para uma música perfeita. “Sidelines”, a faixa de encerramento (que também completa o trio dos títulos com S) é um dueto com o único produtor do disco, Apollyon. Por ser uma junção de um nome grande, é surpreendente como a faixa não é um pop grandioso, e sim uma balada romântica, com o toque orquestral que Brendon coloca tanto nos próprios trabalhos. É o jeito da cantora encerrar o disco tão sentimental com amor, que se torna a pedra fundamental do disco Clueless. Soa absolutamente refrescante um projeto tão honesto e sentimental ao mesmo tempo, sendo algo que surpreendente, não tem sido tão visto na indústria.
Clueless de Harmon Moore é um dos álbuns mais fantásticos que já ouvi em toda minha vida, por simplesmente trazer o coração da cantora diretamente pros meus ouvidos, sem tentar me impressionar com uma complexidade estranha, ou esculpindo demais um conceito em algo básico. É um recorte desta faixa da vida de Harmon, sendo tão especial por cantar sobre isso enquanto vive o momento, e é justamente o motivo de ser um álbum lançado com um timing perfeito, por que nunca mais vai ser tão incrível quanto é agora, e no futuro olharemos para trás vendo como quão sensacional foi este momento.
Na noite de 19 de Março de 2027 a equipe da Ghosted IMG foi a escola de ensino fundamental St. Ann Elementary School em Nova York para realização desta crítica. O local, já interditado desde 1975, após o incêndio, estava bem depredado, então foi difícil achar uma sala para a instalação do equipamento, e a equipe precisou ficar no refeitório, projetando as informações sobre o anfiteatro. O leitor EMF ficou o tempo todo estável no nível 1, e simplesmente foi a leitura mais tranquila que a equipe realizou em toda a existência da Ghosted. Em poucos minutos após o começo da execução do álbum, a equipe notou surpreendentemente uma subida na temperatura do local, se estendendo até às salas de aulas mais longes (isto que estamos no inverno). Dois técnicos fizeram rondas com lanternas UV ao redor da área que estávamos, e aproximadamente a partir da oitava faixa, várias pequenas marcas de mão foram vistas tocando a projeção da capa do disco na parede, como se uma série de presenças estivesse encontrando conforto naquilo. Como o álbum é longo o suficiente, usamos a Caixa de música PMB para estabelecer uma maior conexão. A PMB detecta frequências sonoras paranormais, e traduz em acordes dependendo da intensidade. Inicialmente, a PMB acendia e tocava sons descoordenados por todo o ambiente, mas assim que a execução do Clueless começou, todas as frequências se concentravam na sala em que a equipe estava, emitindo uma mesma nota afinada. Como mencionado sobre as luzes UV, na música 8, as frequências se bagunçaram por um momento, até se concentrarem todas na frente do nosso datashow, que projetava a capa do disco numa parede lisa. Apesar de tantas presenças causarem um pouco de interferência no aparelho que projetava a imagem, dali para frente, tudo ficou mais fácil. Mantivemos registro de atividade constante até o fim do álbum, e o PMB frequentemente produzia acordes da música que estava sendo tocada, como se estivesse sido repetida algumas vezes por quem estava acompanhando a equipe. Mesmo abandonado há décadas, o ambiente pareceu completamente tranquilo enquanto a equipe retirava o equipamento após a análise, como se todos tivessem criado uma conexão segura e sentimental com o que quer que tenha acontecido ali. Clueless de Harmon Moore é oficialmente aclamado no mundo dos vivos e dos mortos, com o selo de aclamação fantasmagórica da Ghosted International Media Group.
100
por Kurumi Shiratori
O tão esperado debut de Harmon é maravilhoso, podemos sentir em cada faixa exatamente os sentimentos da cantora, o album chega a emocionar em certos momentos como em never grow old e nos serve a doçura de um romance adolescente de uma jovem sonhadora, exceto por uma musica que parece mal encaixada no meio de tantos sentimentos, Groupie Love é de longe a pior música do album e totalmente dispensavel, parece algo generico saindo totalmente desse turbilhão de sentimentos que sentimos desde o inicio e deixando um sentimento de confusão em relação as outras faixas, em resumo é um album sobre uma garota doce do interior com grandes sonhos e um coração enorme, e nós estamos prontos para amar você de volta, Harmon!
86
por Cathleen Prior
Após altos e baixos em sua carreira, a cantora americana Harmon Moore finalmente lançou o seu primeiro álbum de estúdio, o “Cluelesss”.
Abraçando totalmente o Synth-Pop, o projeto já se inicia com a faixa-título. Sendo a melhor faixa Pop já lançada em 2027 – até agora. –, “Clueless” é completamente imersiva, divertida e contagiante, sendo a melhor forma para iniciar esse álbum. “The Angels” é impactante, tendo uma energia diferente da faixa anterior, mas ainda não destoa do que estava sendo apresentado.
“Easy On Me” já tem uma perspectiva lírica diferente, mas a letra tem algumas mensagens legais e uns trechos que são bons para pontuar: “People have fun with falls from grace /
and girls end up at a star grave once they start getting older”. “I Heart Question” continua com a sequência que estava sendo apresentada instrumentalmente, mas retorna com a temática amorosa nas letras.
Botando as suas altas expectativas para o seu novo relacionamento, “Boy From The South” fala abertamente sobre o namorado atual da Harmon. Mesmo sendo sobre ele, a música não deve ser resumida apenas por ele, já que tem um instrumental forte e até trechos interessantes. E pegando essa energia sulista, temos o single “Southside”. Sendo um grande sucesso, a faixa é mais chill, sendo uma ótima quebra para o disco e também servindo como uma ótima ascendente para a próxima faixa. “Like I Would” é uma faixa com influências em um Retro Pop mais sofisticado e talvez até moderno. A composição sobre essa “comparação” sobre duas pessoas e as metáforas sobre o amado ser um “videogame” e ela ser a melhor nesse jogo.
Sendo a música mais profunda e pessoal do disco, “Never Grow Old” fala sobre a presença – ou, no caso, a falta de – da mãe na vida da cantora. É realmente uma canção profunda com uma letra impactante e triste. “Canvas” continua com suavidade, e começa a aumentar a energia do álbum. Infelizmente, é a faixa mais esquecível do projeto todo, mas não significa que ela seja uma péssima faixa.
Encaminhando para o encerramento do disco, a ousada “Groupie Love” é uma das melhores faixas do projeto. Mesmo com uma letra até fofa, ela exala uma energia de liberdade e rebeldia que foi ótimo ter sido apresentada no disco. Seria a minha favorita para virar o próximo single oficial. E sendo a faixa final, “Sidelines” tem o Apollyon como convidado especial e consegue ser uma ótima canção para dar a “linha de chegada” desse álbum todo.
As letras desse álbum não são grandes filosofias ou enormes trechos poéticos, porém “Clueless” é o álbum necessário nesse momento. O cenário Pop vem estando escasso a cada dia que passa, as obras sempre procurando conceitos complexos ou coisas super-produzidas e diferentes, que tudo o que parece ser mais “simples”, consegue se destacar só pelo fato de não ter nada que se pareça como ele. Mas esse álbum é assim, simples, básico, sem nenhuma complexidade, mas ótimo, divertido e tudo o que precisava estar em alta.
85
por Martina Graaf
Em um mundo como o ano de 2027 onde estamos em uma espiral de álbuns que sempre tentam ser conceituais a todo custo, nós temos alguém que vai contra essa proposta; Harmon Moore nos trouxe um álbum que nada mais é do que a música pop em seu estado puro. Mas isso não quer dizer algo ruim.
O que Harmon Moore trouxe com seu álbum de estreia foi pop com qualidade. Nesse álbum, Harmon não tem a ambição de criar todo um conceito extremamente bem estruturado e tudo mais, Harmon quer apenas contar sobre sua vida e suas experiências. E ela faz isso com louvor.
Talvez, seja por conta disso sucesso estrondoso da jovem artista; em um mundo onde estamos sempre tendo que lidar com ansiedades, e outras coisas ruins que o nosso dia a dia nos leva, o álbum de Moore nos traz um lugar onde podemos apenas botar nossos fones de ouvido e descansar do mundo à nossa volta.
83
por Troy Winter
Harmon nos entrega uma estreia que agracia nossos ouvidos com harmonias pop excelentes, a qualidade das faixas e sua coesão é inegável, toda a referência aos anos 80 e 90 também são destaque, trazendo sintetizadores que aos nossos ouvidos, se tornam uma marca da cantora, tornando também a sonoridade do trabalho em algo atemporal, deixando pouco datado, oque, por vezes, é um pecado cometido em álbuns pop. Aqui, Harmon nos apresenta ao seu mundo, cheio de cores pastéis, amores passionais, e um pouco de sua vida pré-fama. Sobre suas as letras, quando tocadas em assuntos como seu irmão, e sua vida antes dos holofotes, suas letras entregam algo 'relatable', sendo o ponto chave e que mais brilha em relação as letras, porém, ao chegar em suas letras sobre romance os versos nem sempre parecem ser tão bem trabalhados, claro, não existe nada de errado, mas não existe nada inovador, oque presumindo, não é um dos princípios que Harmon quer com sua música no momento, muito menos não com esse álbum, oque afeta o trabalho um pouco, tendo em vista que as canções de amor são parte da maioria, enquanto, se pouco aborda sobre seus outros lados, onde, reiterando novamente, é onde Harmon melhor entrega seu liricismo.
No fim, 'Clueless', é um trabalho sólido, que entrega oque nos promete, um ótimo álbum pop, e por vezes, ultrapassa suas expectativas, pois entrega oque a cantora e compositora pensa e sente de forma clara. É uma ótima introdução da cantora ao mundo musical e ao público, e nos enche de ansiedade para ouvir seus próximos caminhos a se desenrolar no futuro.
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