Magenta - MAG-HOUSE
Mar 31, 2023 1:26:36 GMT
Post by jottavi on Mar 31, 2023 1:26:36 GMT
por Emmet Fox
Crocante! MAG-HOUSE exibe uma tensão bem provocante que te cativa do início ao fim, seja pelas próprias músicas ou pela interprete Magenta, que convenhamos, é a verdadeira estrela aqui. A artista traz uma presença bem marcante pra um álbum de estréia, que não é só repleto de hits prontos, como apresenta uma identidade talvez não tão nova (já vimos materiais parecidos em artistas como Genevive, por exemplo) mas ainda intrigante e no sentido mais literal possível, crocante.
Isso porque você é capaz de sentir esse álbum estalando no fundo da sua cabeça com as produções modernas e atraentes do acid house e do techno em várias das faixas assinadas por Elliot. É um pouco criminoso Forbidden Love e Close Your Eyes não serem hits nas paradas (bem, até agora).
Não é um começo tímido, e nem gritante. É um começo certo para uma artista certa, que escolheu entregar o esperado ao invés de fugir dele, o que no fim das contas, também é uma boa escolha. Magenta veio a ser aquilo que todos achávamos que ela realmente seria. E mesmo assim, continuamos longe de qualquer esboço de tédio.
Talvez essa nota não seja maior por duas razões: a sua linearidade (que embora explosiva, ainda é linear) e sua ingenuidade em achar que não pode mais com letras mais originas. É claro que pode, e deve. Se for pra ser uma artista arriscada, então que vá com tudo, dentro e fora do personagem. As vezes ir além da fórmula básica de como se faz um álbum te faz um pouco mais livre também. Pode dar muito errado, mas no caso da Magenta, eu aposto: a probabilidade de dar certo é muito, muito maior.
84
por Matt Gavin
Magenta acaba de lançar o que possivelmente será o album mais idolatrado por todas as pessoas nos clubes. Com produção quase impecável, ela nos entrega um álbum original, nada maçante e decentemente coeso. É claro, a segunda parte composta pelas 4 últimas faixas é infinitamente mais coesa que a primeira parte e confere muito mais valor ao álbum também, já que antes, temos Slave4U, uma faixa realmente ótima, mas que compromete a coesão do álbum por ser a única com inspirações do passado, o pop com influências de R&B dos anos 2000, enquanto as outras passam uma impressão de celebração do futuro por terem mais influências da música eletrônica. Também temos Forbidden Love, que apresenta uma produção impecável, melodias originais e muito agradáveis, no entanto, não tem uma composição lírica diga do resto, já que são quase quatro minutos e meio de música e mesmo assim, quase nada na faixa se salva de ser uma repetição do primeiro verso e a maioria da faixa é o próprio refrão, que nunca muda. É fato que esse álbum é provavelmente o mais "Magenta" que qualquer obra virá a ser, e isso é um ótimo elogio, é animador ver uma artista relativamente nova já ter uma identidade tão sólida e inovadora, e Magenta é extremamente promissora, mas de certa maneira, por mais que esse álbum seja ótimo, ele também é uma oportunidade que talvez não tenha sido aproveitada ao máximo. Temos um álbum self-titled (Imagino que o "MAG" de "MAG-HOUSE" tenha vindo de MAGenta) que apresenta só duas faixas sobre a Magenta por trás da figura, da persona, do glamour, Forbidden Love e a MARAVILHOSA Die-Down, que apresentam humildemente a criadora por trás da musa. Ainda sim, o álbum apresenta muito mais pontos positivos do que negativos, é diferente, inovador, de identidade forte e presença grandiosa, nos dá a sensação de que Magenta está quase lá, talvez seu próximo álbum já seja seu magnum opus e todos nós estamos ansiosos enquanto ainda sim, apreciamos o ótimo MAG-HOUSE.
81
por Nina Dobrev
O álbum novo da Magenta é algo que não conseguimos descrever. Juro que a viagem que esse álbum me levou eu não conseguiria embarcar nem se eu estivesse extremamente fora da realidade.
As letras parecem muito confusas. Apesar desse álbum falar de uma situação triste da qual Magenta passou, sejamos francos: se nós apenas lermos as letras, sem ler as explicações da letra em si, nós não faríamos ideia do que Magenta está falando e o álbum não ficaria tão coeso.
Este é um álbum que definitivamente foi feito para as pistas de dança, e irá fazer sucesso nos clubes ao redor do mundo. Porém, as narrativas que o álbum apresenta ocorrem de forma muito rápida, o que faz ser difícil nós processarmos o que está acontecendo.
60
por Magnolia Rachel Rotenberg
Se eu tô morta, o que que é isso aqui mexendo? É meu novo álbum, que mirei no conceito, mas não tá tendo.
Os cabelos dos críticos da Ghosted International Media Group simplesmente ficaram EM PÉ ao ouvir as notícias que Magenta não só estava viva, mas também de álbum novo, e este com um conceito todo baseado nas sinapses de seu cérebro durante os dois anos de coma que a cantora passou. E com um nome impactante como “MAG-HOUSE” literalmente tinha tudo pra ser um álbum perfeito aos moldes de deixar a nossa equipe assombrada… mas não foi bem isso que aconteceu.
Começando pela capa; após ler as descrições do material fornecido no próprio lançamento do álbum, o conceito parecia ser ainda mais grandioso. Eu poderia vir aqui e fazer uma análise semiótica, dizendo que entendi o conceito dessa capa, onde Magenta está presa nos tecidos pretos que mal deixam sua aparência distinguível, assim como estava presa nos tormentos do coma, e como seu corpo se retorcia para se libertar das memórias e da confusão quando acordou… mas não. A capa do MAG-HOUSE é simplesmente simplista. Não minimalista, realmente, é simplista, implicando que ignora elementos necessários para constituir uma identidade visual que amarrasse o conceito que o álbum (teoricamente) se propunha a ter. A fonte simulando arranhões até adicionam ao eerie-factor que a capa propõe, mas não vai nem um pouco além disso. É muito triste ver uma proposta de conceito visual com TANTO potencial ser representada de forma tão básica.
Indo agora a tracklist, a introdução do álbum “MAG-HOUSE” é uma das faixas que rende grande parte dos pontos da nossa nota. O órgão macabro tão ressonante, com a voz profunda narrando a abertura é incrível em criar a atmosfera perfeita, misturando eletrônico com bizarro, simplesmente parece que o álbum seria INCRÍVEL em entrar nos pensamentos sombrios de Magenta durante o coma…. mas isso tudo acaba em um minuto e trinta e quatro segundos de álbum. A segunda faixa "Beautiful-Dirty-Rich” já se desconecta completamente de qualquer elemento sombrio que a primeira faixa havia construído. Em si, é um bom garage-pop, com uma letra okay, mas é o primeiro indício de algo que veremos até o fim do álbum: Descrições que falam de um conceito COMPLETAMENTE ausente na própria letra. Tudo que é dito SIMPLESMENTE não se encaixa no conceito inicial do álbum, e ainda somado a bagunça de temas que tentam (sem nenhum sucesso) se encaixar um no outro só deixa tudo ainda pior. “Forbidden Love” traz então um pop com influências das discotecas dos anos oitenta… que sinceramente me faz perder esperança no resto do disco. Essa é teoricamente a única letra que realmente trata qualquer coisa como um dos efeitos alucinógenos do coma, só que ainda sim pouca coisa na letra ajuda a entender isso, ao ponto que se não tivesse sido explicitamente dito pela cantora sobre o tema do “amante imaginário”, eu passaria o álbum inteiro completamente oblívio a essa questão, achando que era só mais uma demo não terminada na gaveta do Elliot que foi enfiada no disco.
A quarta faixa “Die-Down” apresenta uma sonoridade que surpreendentemente consegue mesclar os elementos retrôs de “Forbidden Love” com a estranheza da intro “MAD-HOUSE”, dando uma esperança do disco poder se encontrar ou em letra ou em som (spoiler: não se encontra). A quinta faixa “Slave4U” já soa diretamente como uma piada. Completamente fora de tudo que o álbum se propõe. Magenta debutou com o impactante “Dark Ballet” trazendo uma sonoridade sombria e um discurso poderoso, literalmente não tinha UMA pessoa que enxergava a cantora como “quieta” e “tímida”, fazendo questionar se ela mesmo escreveu essas músicas, ou comprou qualquer coisa pronta de um site de pop datado. Num álbum de músicas confusas essa consegue levar a taça da mais desinteressante.
A partir daqui, temos a maior mudança do disco. Minha nota subiria para 70 se as faixas de 2 à 5 não estivessem ali, por que finalmente temos algum tipo de coesão. A interlude criativamente chamada “Interlude” traz de novo o tom macabro, mas SURPREENDENTEMENTE muito bem trabalhada, até me fazendo duvidar se foi a mesma pessoa que produziu as aleatoriedades anteriores. “Interlude” é a melhor faixa do MAG-HOUSE por quão bem construída é. A faixa usa a progressão de notas Dies Iræ, que é um hino gregoriano do século treze, que há centenas de anos, o cérebro humano associa a morte, visto que o cunho deste hino era apenas um específico: funerais. Isso por si só traz uma moral BOMBÁSTICA ao álbum, somado aos sons de lâminas sendo afiadas, e os vocais suaves e mórbidos de Magenta na faixa, e eu podia ficar por horas falando como essa faixa tinha de tudo para salvar o álbum. A faixa seguinte “CLOSE-YOUR-EYES” felizmente continua com a premissa, desenvolvendo os acordes da faixa anterior, quebrando em sequências menores e dispersas para criar algo que tocaria numa festa de Halloween, misturando o electropop um pouco aleatório, infelizmente a letra continua nada com nada. E para destroçar de vez a esperança que eu tinha no álbum, “Brand-New-Bitch” introduz um eletrônico distorcido (com a mínima quantidade de trap, só para poder dizer que há no álbum), completamente aleatório. Finalmente uma música que se encaixa no conceito do álbum, falando sobre o novo momento da vida de Magenta, se reinventando nessa “vadia fodona” para a nova era. E para fechar com chave de nada, a faixa “CTRL+ALT+DEL” mostra um eurodance com saxofones que pra surpresa de ninguém, não tem nada a ver com qualquer coisa no disco. Algumas músicas no disco eu até consigo achar alguma desculpa, mas “CTRL+ALT+DEL” simplesmente não entrega nada de bom para o álbum, não sendo boa nem para amarrar com o conceito da música anterior.
Tinha tudo para ser um grande álbum de retorno, mas assim como fiquei gradativamente mais e mais frustrada a medida que escrevia a crítica, consigo concluir que é um álbum plenamente genérico, colocando em questionamento o entendimento artístico tanto de Magenta como compositora quanto o de Elliot como produtor, já que o álbum não é bom nem no que ele se propõe a ser. Os pontos que compõem a nota são pelo esforço de que individualmente, as músicas são boas, mas em conjunto, criam a maior bagunça do ano de 2027.
Na noite de 25 de Março de 2027 a equipe da Ghosted IMG foi ao hospital psiquiátrico Willard Asylum for the Chronic Insane para realizar a análise deste álbum, dado ao tema especial do MAG-HOUSE. Uma rajada de vento forte empurrou a porta de volta na cara do nosso técnico que entrou primeiro no prédio, como se fosse um aviso do que estaria por vir. Com os equipamentos instalados, perdemos energia do datashow assim que projetamos a capa na parede. Todos se encheram de calafrios ao ouvir a introdução do álbum e os sensores de movimento espalhados pelas salas começaram a apitar em sinais fortes, mostrando que tínhamos sucesso em criar uma conexão com o local… mas que terminou sendo uma conexão extremamente perigosa. Já na quinta faixa, membros da equipe sentiam grandes enjoos pelos calafrios e o sentimento terrível de uma presença mal intencionada no local. Não demorou para nosso sensor EMF ir direto para o nível 4, quando objetos começaram a ser arremessados contra as caixas de som da Ghosted IMG, e o microfone direcional começou a captar gritos distorcidos exigindo silêncio. Perto do fim do disco, um dos técnicos foi arrastado pela ala psiquiátrica por um vulto, e arremessado contra nossa mesa de aparelhagem. A equipe foi obrigada a se recolher às pressas antes que alguém se machucasse severamente, ouvindo o final da última faixa enquanto deixavamos o asilo. Esse álbum é pavoroso, não no sentido que uma revista paranormal gostaria que fosse.
50