[USA] Klaus comenta críticas do BEYOND - Parte 1
Mar 29, 2023 2:30:01 GMT
Post by andrewschaefer on Mar 29, 2023 2:30:01 GMT
[DIVULGAÇÃO PARA SOFT DARKNESS E DEAD RAVE]
O produtor musical Klaus Henderson abriu nesta noite uma live no Twitch para comentar sobre as críticas que estão saindo ao seu novo álbum de estúdio: o BEYOND. Essa é a primeira parte da live em que o alemão lê a crítica de Nina Dobrev, do Glitch Primate, e comenta sobre, aproveitando para justificar alguns pontos citados pela mesma.
- Boa noite! Uhm, eu decidi abrir essa live pois recentemente saíram duas críticas ao meu mais recente álbum, o BEYOND e foram bastante abaixo do esperado, sendo sincero. Sou uma pessoa totalmente aberta a esse tipo de crítica e gosto de ouvi-las para aperfeiçoar meu trabalho. Como diria uma antiga artista da indústria: "Vivendo e aprendendo! Obrigado, Metacritic."
- Bem, a primeira crítica que saiu essa semana foi da Nina Dobrev, redatora do Glitch Primate. Ela começa dizendo:
"Klaus Henderson está de volta, com o seu primeiro disco que não é necessariamente conceitual."
- Esta é uma semi verdade, o BEYOND tem um conceito sólido e bastante explícito, só que é uma obra rasa como eu já havia previamente alertado, não tão profunda quanto meus trabalhos anteriores. Considero um disco fácil de compreender.
"O produtor entregou projetos muitos excelentes nesses sete anos de carreira que se passaram, como é de exemplo o álbum de estreia Hello World, que foi algo extremamente genial."
- Agradeço por acompanhar, Nina. O Hello World! foi o meu primeiro álbum e no mês de junho completa 7 anos de lançamento. Realmente considero cada um de meus trabalhos muito diferente um do outro para compará-los, apesar de todos seguirem a mesma linha de EDM experimental. Sendo mais franco, o BEYOND se aproxima ao Radioaktive Atomkraft em sonoridade, é algo mais comercial.
"Em Beyond, Klaus Henderson entra em uma zona de conforto que perdura durante todo o disco."
- Opa, vamos com calma. Não concordo que eu tenha me mantido na zona de conforto durante todo o disco. Concordo que as músicas iniciais, Passing, Skulls e até Soft Darkness são muito zona de conforto, mas então logo no começo há The Light que possui vários elementos experimentais justamente para quebrar essa ideia. Mais para frente, entramos em uma linha de músicas que fogem dessa tal zona de conforto como In-Between que possui elementos de rock industrial. Para vocês terem uma noção, eu só incorporei elementos de rock industrial uma única vez em toda a minha carreira e foi uma música para a Agatha Melina, Blasphemy. Em álbuns de minha autoria, nunca houve influência do rock e nem do industrial. Putrefy e кричать também possuem elementos experimentais. Eu realmente discordo dessa fala, a zona de conforto não perdurou até o fim do disco, apesar de existir, o que é extremamente comum em álbuns de músicas eletrônica. Algumas faixas precisam ser mais comerciais e mais simples para não afastar o público. Enfim, vamos prosseguir.
"O EDM agressivo, que parece ter sido retirado diretamente de um álbum industrial de 2005, e talvez essa fosse a real intenção, nós não sabemos."
- Em sua totalidade, não considero o BEYOND um álbum agressivo. Apesar de ter suas músicas agressivas, como o lead single da era, The Light, a maioria é dançante. Indo mais a fundo em The Light, é como se fosse o ponta pé inicial para o que se desenrola no álbum, que é justamente o momento da morte, então precisava ser agressiva pois foi uma morte agressiva. Uma outra faixa que consideraria EDM agressivo é In-Between, apesar de, como eu já ter pontuado, tem muito mais elementos de rock industrial que EDM em si. Sobre as músicas parecerem ter sido tiradas de um álbum de 2005, não foi intencional, haha. Adoraria que a Nina prolongasse a fala para eu entender exatamente o porquê isso não é uma coisa boa, mas infelizmente ela para por aqui. Vou assumir que ela apenas falou que as músicas são datadas. Agradeço a observação, irei atentar-me a isso futuramente.
"O que pega em Beyond, é o álbum se estabelecer em uma sonoridade e não ter tanta mudança entre as faixas. Teve vários momentos durante o álbum em que parecia ser literalmente a mesma música, só que com uma letra diferente."
- Essa também é uma observação muito importante e que irei levar em consideração. O maior cuidado que eu tenho ao produzir um álbum de música eletrônica é para não mantê-lo monótono, diria que é o maior desafio e é por isso que a maioria dos DJs não fazem álbuns, preferem lançar singles soltos. Eu confio em meu potencial de produzir um álbum completo, todos os meus álbuns até então têm exatamente doze faixas e pretendo seguir esse padrão. Para manter o ouvinte imerso, procuro trazer interludes no decorrer da tracklist, alterno entre músicas com letra e músicas sem letra, puramente instrumentais, essa é uma das minhas estratégias. E, claro, procuro trazer uma versatilidade sonora dentro do disco, isso é muito importante. Para o BEYOND, eu procurei fazer com que as produções expressassem os sentimentos das letras. Do mesmo modo que The Light é agressiva pois fala de uma morte agressiva, Soft Darkness é leve e dançante pois fala sobre ascender ao plano espiritual. Então temos кричать que é bastante experimental e já fala do momento da decomposição da carne. Enfim, eu entendo o ponto de vista da Nina e pode ser que eu esteja tão imerso na música eletrônica que consiga discernir todas as músicas com facilidade, mas para uma pessoa de fora não é a mesma coisa. Procurarei resolver essa questão em meu próximo álbum. Obrigado novamente, Nina.
"Da parte final do álbum é onde se encontram as letras com produção mais diferenciada, como é o caso da faixa com Dark Bae ou Dead Rave, que são ótimas para dar um ponto diferencial."
- Haha, adoro como ela chama кричать de "faixa com Dark Bae" porque o título da faixa é em russo. Pessoal, podem chamar a música de Scream, é a tradução para inglês. Agradeço por ter gostado de pelo menos algumas músicas, Nina. Essas também são as minhas preferidas ao lado de Soft Darkness. Como já disse, apenas discordo que são somente essas com produção diferenciada, pois no decorrer do álbum temos The Light, In-Between e putrefy também, todas com uma produção diferente da que costumo trazer.
"Sobre as composições, nós entendemos que ela tem que ser visceral, afinal é um álbum que fala sobre morte. Porém, em alguns momentos essa estética utilizada (ou pelo menos a forma como foi utilizada) nos dá a parecer que o álbum parece algo bem edgy apenas, apesar de ter momentos onde as composições nos remetem aos álbuns passados de Klaus."
- Olha, nem sempre é para ser visceral, apesar de que em grande parte dos momentos, sim. Eu acredito que o BEYOND é um álbum de duas facetas, parte é sobre a decomposição da carne e parte é sobre a ascensão do espírito e a faixa que mais deixa isso claro é Soft Darkness, que foi o segundo single. Lá tem o verso "You ascend to the next level while your body rests on soft darkness". É literalmente isso, seu espírito ascende enquanto seu corpo descansa em paz. A partir disso, temos composições viscerais, de fato, como The Light, Skulls, кричать, diria que até mesmo Dead Rave. Mas também temos as músicas com composição mais leve como In-Between e Hell Inside Me. Bem, não diria que é exatamente leve, mas não consegui pensar em um antônimo para visceral aqui. Sobre ser um álbum que parece edgy, me alertaram sobre isso antes do lançamento, mas como o meu foco nunca foi um conceito bem trabalhado e sim algo mais comercial, não imaginei que fosse um problema. Também irei atentar-me a isso, Nina.
"Definitivamente esse não é um dos melhores projetos de Klaus Henderson, e na verdade é o único álbum que nós não aclamamos em sua imaculada carreira."
- Imaculada carreira, olha só! A Nina termina a crítica dela dessa forma, com uma nota 57. Eu não tenho certeza se estou em local de justificar uma nota alheia, mas por essa conclusão me parece que foi um problema com expectativas. Senti que algo assim poderia ocorrer pois o Hello World! e o The Origin, principalmente, foram pesadamente conceituais. Repito que o BEYOND é muito parecido com o Radioaktive Atomkraft, mas suponho que o que tenha funcionado nesse segundo foi a quantidade de faixas, apenas 7. O BEYOND possui 12 e imagino que um dos problemas também foi de que tenha se alongado demais. De todo modo, gostaria de reiterar que desde o começo da era deixei claro que o álbum não seria tão profundo quanto os anteriores e reforcei várias vezes em entrevistas e lives.
- Pelo que pude perceber e entender na finalização dessa crítica, ela comparou o BEYOND a álbuns anteriores meus, na verdade há indícios disso em outras partes da crítica também, ela chega a mencionar que algumas letras remetem a álbuns passados. Apesar disso, como já mencionei eu sinceramente acredito que meus álbuns sejam muito diferentes uns dos outros. Nina, agradeço pelo seu tempo em ouvir meu álbum e redigir essa crítica. Espero te ver em meu próximo álbum. Abraços!