[EUR] BBC - desvendando Tales com Stefan Lancaster, Parte 2
Feb 22, 2023 18:49:38 GMT
Post by infinitesnow on Feb 22, 2023 18:49:38 GMT
(divulgação para 'file B + file N' e 'file V')
Como antecipado com a primeira parte do quadro na semana anterior e o quadro sobre sua carreira na semana anterior a esta, nessa semana, a rede de televisão britânica BBC exibiu, em seus canais e meios de divulgação online, a segunda parte de "Desvendendo Tales From Other Trails", quadro no qual Stefan Lancaster, ainda imerso no personagem do detetive Nathaniel F. Ceasars, conta sobre cada faixa do álbum, explicando suas histórias, vítimas, culpados e motivações, enquanto exibem fotos e informações de cada arquivo (físico e manuscrito) além de algumas prévias de cenas e bastidores do filme para o álbum, referentes à cada uma das 3 faixas comentadas nessa segunda e penúltima parte, e claro, também usando músicas do álbum como trilha sonora.
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“Intermission” foi mais um trabalho preparado por fora dos arquivos principais, e desde as primeiras ideias sobre ela, sabia que iria querer o envolvimento da artista Agatha Melina nela, a considerando a pessoa ideal para interpretar a mensagem que mais tarde lapidei com ela. Escrevemos tudo juntos e de uma só vez, durante uma longa conversa bem reflexiva, não muito tempo antes da revelação da primeira dupla de arquivos. Precisei fazer isso para manter a confidencialidade pois a quebra dela ainda não havia sido aprovada – apesar do que alguns imaginam, mesmo um detetive particular precisa ter certas regras para seguir, e esse é um dos motivos do outro projeto relacionado aos casos só estar sendo colocado em prática agora... mas voltando aos momentos que compartilhei com a senhorita Agatha, depois que consegui aprovação para mostrar e discutir os arquivos com ela, toda a inspiração entre nós fluiu de forma muito natural, enquanto conversamos e refletimos sobre as especificidades do que estávamos estudando e também sobre assuntos mais gerais, como a relação entre a natureza humana e os diversos tipos de normas que a limitam: “Through all the customs, I’m only a dancer / Steps away from high heart rate / ... / Urges trying to appear deep from bones / But cannot let the fire out of my locked gates”, tudo em meio a uma atmosfera bastante orquestral e clássica, indicando o quão antigo é esse tipo de questionamento. A repetição de “Controlled and guided by ropes in the darkness / The ventriloquist is my ego / Ripped and divided, the script and the writer / I still listen to the echo” veio desses repetidos pensamentos sobre o que e como somos controlados, além de como isso nos afeta em todos os níveis de nossa existência sem ter um ‘break’ (pausa) antes que haja uma ‘break’ (ruptura, quebra) em nossas mentes, corpos, almas... “My head aches / My body shakes / My spirit quakes / How long can I take before I break?... How much longer can one take before the break?” Também tentamos não deixar totalmente explícito o que seria bom e o que seria ruim nessa temática, pra que... bem, acredito que combine mais falar sobre esse ponto junto da próxima faixa.
“file V” mergulhou mais ainda na complexidade, tanto por quão difícil foi entender os crimes e motivações naquela época, e também pela profundidade do tema a ser tratado com esse arquivo. Confesso que escrevi 4 versões consideravelmente diferentes desse meu relato sobre ele, todas consideravelmente diferentes – talvez as compartilhe algum dia – mas por enquanto, sou profundamente grato aos meninos e meninas do quarteto Golden Castles, pelo auxílio na organização do que consideraram minhas melhores ideias junto às melhores sugestões deles, tudo em uma situação com ainda menos antecedência do que a com Agatha, fazendo desse o último arquivo que finalizei, por uma margem bem grande. Como estava dizendo antes, uma das intenções de “Tales From Other Trails” era que todos, em suas primeiras experiências com esse trabalho, tivessem a chance de ter suas próprias interpretações sobre o que estava sendo passado, e isso é verdade em todo com o projeto, revelado com poucas informações para que cada sujeito realizasse seu próprio processo de investigação e reflexão para desvendar cada mistério, mas principalmente nesse caso, pois o que mais me fez me sentir dessa forma, e o expressei através das falhas em usar os sentidos e outras habilidades para compreender: “What can’t with the eyes be seen / What the ears can’t properly listen ... What the mind can’t process / What the soul just cannot comprehend”. Tentando explicar sem revelar demais do que será mostrado na versão cinematográfica, esse é um caso que me fez pensar muito sobre... caminhos e o conceito de destino, o que podemos ou devemos fazer ou não para mudá-lo e como passar esse tipo de ideia a frente para outras pessoas. ““One true script” is far from right / Many more will form in time / ... / How research is far from perfect ... Causes cover the effects / ... / The audience has chosen / And at that point, there’s no return”... tudo o uso de ‘script’, ‘research’ ‘audience’ e outros elementos relacionados ao mundo da ficção e da teoria se deu pois a culpada de roubo de identidade e chantagem nesse caso foi uma grande escritora, senhorita Lynch, residente, procurada e presa em Cairo, no Egito. A citação perto do fim de meus relatos e reflexões vem diretamente dela, tendo sido dita em alguns momentos de sua vida e também durante as interrogações comigo: “But after all, there are so many for each / To reach matters much more than to preach / How “Practice makes perfect / But you can’t change what you can’t predict””.
“file F” foi... sobre o caso que mais me entristeceu entre os 8 que escolhi relatar, de longe. Tantas acusações colocadas em cima de um único jovem estoniano, acusado de tantos males que até eu mesmo havia inicialmente acreditado e procurado obter justiça, mas assim como outras pessoas, eu também estava sendo influenciado por minhas pré-concepções de casos e motivações anteriores antes de realmente fazer o que realmente gosto de fazer e prefiro fazer, que é me colocar no lugar do culpado e/ou da vítima da maneira mais verdadeira e intensa possível. Quando finalmente fiz isso com este caso de Yuri Rüütel, tudo se tornou muito mais claro e muito mais deprimente, apesar de minha culpa e arrependimento com certeza não poderem ser comparados nem de longe às que ele sentiu: “My embrace will stay even when dying / From now on is there much more than a lonely I?” O caso dele me lembra levemente do de Zoila (“file N”) mas com os papéis trocados, e muito menos culpa envolvida. Enquanto ela se afastou de sua família, os amigos e outros relacionamentos de Yuri se afastaram dele gradativamente, as vezes intencionalmente, mas geralmente por motivos fora do controle de ambos os lados. O acúmulo desses acontecimentos o tornou tão traumatizado e incapaz de olhar para o futuro e até mesmo para o presente, somente tendo olhos para o passado, mesmo que fosse um passado já quebrado dividido em diversos pedaços... é daí que vem o subtítulo “Shattered Sight” e: “Seeing myself in your eyes when we’re close / Each shard of memory / Sharpened with need, leaving every scar in me / Now forever my eyes will stay open wide / Now forever there’s so much more than just one sight”. Até mesmo quando menciono o futuro e outras possibilidades como se fossem do ponto de vista dele, é sempre algo conectado ao que já aconteceu, ao invés de experiências novas: “There were endless possibilities / About how things could have gone / ... / But now we’re nearing the end / Of the greatest fight of our lives / Don’t know yet how the next will start / Can’t bear to face that truth / To not always have all of you / No time to think of the fourth / When we should be ready to move forth”. E não tudo passo isso como uma forma do triste fim dele pelas próprias mãos naquele trem na Rapla-Turi Railway na Estonia poderia ter sido evitado, e sim, como falei em diversos momentos desse projeto, como formas de transmitir conselhos e aprendizados baseado em histórias de outras vidas para tentar alterar a própria enquanto ainda há tempo...
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