Hina Maeda - EDGY AF!
Mar 28, 2022 2:49:20 GMT
Post by obiwan on Mar 28, 2022 2:49:20 GMT
New Musical Express - 78
Não haveria título melhor para descrever o álbum além do próprio. Hina Maeda traz em seu álbum de estreia grandes doses de confusão adolecente, drama, dedo no ping pong e gritaria! A primeira coisa que se percebe ao escutar o álbum é que ele é deveras bagunçado, até podendo ser justificado com “caos adolescente” mas mesmo assim, é uma montanha-russa (meio nauseante) de ritmos musicais, uma hora estando em um pop mais psicodélico, depois mergulhando de cabeça em um rock pesado, depois para um pop punk leve… sem muita progressão ou organização, o que faz a obra, quando ouvida por inteira, soar meio “com pontas soltas”. Já no aspecto da composição, Hina dá canetadas muito interessantes, indiscutivelmente na perspectiva adolescente, com algumas letras doidinhas, como (You’re Like a) Bad Tattoo),Ping Pong (sendo esta a música mais batida e menos “interessante” do álbum), e Ghaslight, enquanto há outras mais palpáveis e profundas como 2011, Teen Angst e Legends Die Young, sendo estas duas últimas composições fenomenais, que marcaram Hina em toda sua carreira, podendo servir como grande inspiração a nova geração constantemente podada pelas gerações anteriores.
Hina canta sobre a pessoa que é (por vezes dramatizada) e sobre o mundo que quer viver. Mesmo não sendo a proposta (declaradamente, o oposto disso), pode ser considerado um álbum pessoal, pois retrata experiências que o público-alvo da cantora vive constantemente. Um debut incrível, por mais que bagunçado em sua produção e escolhas sonoras, que já lança Maeda como uma mente bem desperta por trás da imagem rebelde.
The Telegraph (UK) - 75
Em uma fase tão conturbada quanto ser jovem, Hina Maeda nos mostra a verdadeira revolta da adolescência. Com fortes influências na estrutura de álbum no "All My Lovers Are True Demons" da Reiko (que também está no álbum na ótima Ping Pong) tanto em temas como na diversidade sonora. Com temas movidos por raivas e angústias adolescentes - assim como dito no nome do álbum - EDGY AF é melhor avaliado quando se ver como um projeto não tão sério. Talvez pra adolescentes de 15 anos, esses temas sejam mais profundos que os números de Mozart e não é como se fosse um ponto negativo, afinal, não é como se música tivesse que ser sobre as dores de um adulto de seus 30 anos após um chifre de seu ex correto? (apesar de algumas músicas de Hina serem justamente uma "teenização edgy" disso). E algo que realmente é incrível e te põe em admiração é a diversão, pois EDGY AF é sem sombra de dúvida uns dos álbums mais divertidos e excêntricos dos últimos anos. Ele não é perfeito - sua estrutura lírica e sonora, como a tracklist, poderia ser bem melhor arrumada e algumas mudanças ritmas incomodam porém Hina brilha ao atingir seu público alvo e isso faz com que se torne tão cativante que seja impossível negar que ele é, da forma mais revoltada e rebelde, um debut promissor.
Pitchfork - 72
EDGY AF! é muito fiel a sua proposta... mas isso não quer dizer que seja uma proposta exatamente boa. Ou pelo menos, que é sempre abordada da melhor maneira possível. Em meio à superficialidade de muitas das letras, a mais reflexiva “Teen Angst” e a irônica, crítica e recontextualizadora do álbum "Gaslight" facilmente se tornam alguns dos destaque entre faixas que, em geral, falam de temas relacionados a essa angústia da adolescência. Em outras faixas, certas temáticas um tanto genéricas são apresentadas de forma desinteressante, como em "Home Tonight" com Lucca e "Dead and Gone" com Lola, sendo essa última praticamente desnecessária no álbum, já que a faixa seguinte "Driver's License" executa uma proposta semelhante de forma mais divertida e interessante. O lead single “Fucked Up” também se aproxima desse tipo de problema, mas realmente perde sua força graças à sua produção um tanto simples e repetitiva, assim como a já citada “Home Tonight”, principalmente se comparadas ao restante do disco. Por outro lado, a faixa título e "Ping Pong" com Reiko, facilmente o melhor single do álbum, fundem rock e eletronica de maneira genial, completando o quarteto de destaques do debut de Hina Maeda. A jovem artista ainda tem uma grande carreira pela frente, e apesar de alguns tropeços, já mostra ter muito potencial.