Tieta - O Canto da Sereia (Ao Vivo)
Feb 18, 2023 13:20:53 GMT
Post by jottavi on Feb 18, 2023 13:20:53 GMT
por Amélia Rheinter
Em "O Canto Da Sereia" Tieta lança um dos pouquíssimos trabalhos que temos na indústria, embora característico do cenário fonográfico brasileiro. O disco é carregado da cara do Brasil, seu país de origem, mas ainda sim possuem as influencias e a mentalidade de um lançamento feito para o mercado internacional, isso sem dúvidas, afinal Tieta é uma superestrela de sucesso reconhecido mundialmente.
Abrindo as portas do seu novo CD, "Maimbê Dandá" possui uma energia tão grande em si que fica difícil ouvi-la sem se mexer nem ao menos um pouquinho, apenas a gravação e a energia que a Tieta entrega e recebe também pelo público ainda mais animado que a cantora, é arrepiante em todos os sentidos e te deixa com vontade de querer estar lá no momento da gravação. Tieta migra para "Swing Da Cor" e é outra música feita para arrastar multidões no carnaval, a maior festa do planeta, isso explica a faixa com muitas repetições de palavras e refrãos, é interessante que a música fique bem grudada na mente e ela possa ser canta aos gritos pelo público, o que acontece naturalmente nas apresentações de Tieta.
Chegando em "Apaixonada" é perceptível as influencias do Tecno-Brega, ritmo muito popular na região norte e nordeste do Brasil, um pouco de Banda Djavu, Calypso, Banda Takitá e etc e é aqui que começamos a ver uma faixa mais comercial do que as outras duas que a antecede, uma ótima trindade de músicas de abertura.
De "Carcará" até "Eu Te Amo", Tieta explora uma versão menos enérgica de seu próprio talento, aprofundando nas raízes do MPB, com uma pitada de Bossa Nova, letras mais melancólicas e românticas, e honestamente, serve um descanso para o ouvinte, permite uma entre pausa para beber água, pois o que vem a seguir é ainda mais grandioso.
A faixa "Índio" marca o ponto alto do disco para mim. Absolutamente completa e dinâmica. Essa música é como uma viagem de montanha russa, ou exploração de uma caverna, te leva a lugares que você não conhece e não sabe como chegou, e tudo nela é dinâmica, parece que é tão rápida mas beira quase os 5 minutos, é um outro universo que nos absorve totalmente.
Chegando no então Pout-Porri “Faraó Divindade do Egito / Ladeira do Pelô / Doce Obsessão" Tieta brilha mais uma vez e cai nas graças do público principalmente quando chega no gancho "Ê, Faraó / Ô, Que Mara Mara Maravilha ê! / Egito, Egito ê!" Trecho esse que é cantado aos berros pela multidão que enche o pelourinho. "Céu Da Boca" e "Me Abraça" são pérolas que ornam perfeitamente com a faixa anterior marcando ao todo quase 5 faixas seguidas de puro axé e carnaval que realmente mexe com o ouvinte.
Chegando no encerramento no maior estilo possível, a poderosíssima "Booty Don't Lie" com influencias de reggaeton, salsa, uma pitada de cúmbia, sem perder a cara de pop latino, é emocionante ouvir essa música no primeiro minuto da música onde toca esse instrumento tão icônico e é sinceramente arrepiante, quase não dá pra ouvir a voz de Tieta pois o publico está gritando tanto que poderia gravar um disco só com os fãs cantando, é realmente muito emocionante ver uma artista com um contato tão grande com seu povo e com um amor tão grande a sua música.
94
por Jonas Marcujo
Em seu mais novo projeto, Tieta abraça o axé - e até seus lados mais diversos, trazendo até um Pop animado - e lança o seu álbum ao vivo, O Canto da Sereia.
Gravado em Salvador, a cantora aposta no carnaval em O Canto da Sereia. “Maimbê Dandá” inicia tudo botando o astral pra cima, sendo uma música característica da festa de rua mesmo. Em um ponto alto, temos o tecnobrega “Apaixonada”, deixando tudo animado - mais do que já estava - e sendo uma das melhores faixas aqui.
Nem só de dança vive o baiano, e com um momento para músicas não-tão animadas e reflexivas, temos “Carcará”, uma música bem particular da região nordeste brasileira, e “You Don’t Know Me”, um MPB cantado em língua inglesa e em português. Outras músicas se destacam no projeto, como o caso do single mais recente da cantora, “Booty Don’t Lie” e o megamix “Faraó Divindade do Egito / Ladeira do Pelô / Doce Obsessão".
É interessante ver o envolvimento das suas raízes nesses projetos, já que a Tieta nunca larga ou tem vergonha de mostrar de onde vem. Também podemos ver o empenho dela trazendo algo muito bom, não temos muitos projetos ao vivo, então é até legal quando esse outro lado é explorado.
Não acho que seja tão justo cobrar uma coesão extrema de um álbum ao vivo, ainda mais dessa forma, mas mesmo com faixas diferentes, é possível perceber uma conexão entre as faixas, até “You Don’t Know Me” logo no início, não torna as coisas complicadas ou ruins, elas passam a conversar entre si e executar um ótimo trabalho.
O Canto da Sereia é ótimo e cumpre a sua proposta: um disco despretencioso, onde a Tieta canta os hinos carnavalescos e traz uma boa e diversificada obra.
80
por Cha Mi-Rae
Tieta nos traz um live com alguns titulos originais que parecem sempre mais do mesmo
a culturalidade bahiana, a enaltação do candomblé e ritmos animados do axé e mpb sempre presentes
mas isso não é um ponto negativo, pelo contrário é isso que fez a nossa brasileirinha chegar onde chegou
e servindo muito trio elétrico, carnaval de salvador, e ritmos beirando ao technobrega
nos entrega um album consistente e satisfatório, porém no aspecto negativo é que não vemos
inovação em seu trabalho, o mais perto disso foram algumas musicas em ingles, mas
a cantora sempre serve excelencia mas gostaria de ver mais inovação em um proximo album
no geral existem faixas que se destacam muito pouco comparada a outras.
60