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Post by Ramprozz on Dec 11, 2023 2:07:45 GMT
Yves: Muito obrigada por todos que puderam participar e nos acompanhar hoje, foi uma noite incrível! Agradeço por mim e pelo Lucca que precisou sair mais cedo. O Billboard Music Awards é uma das maiores premiações do mundo da música, literalmente, premia os maiores entre os maiores; cada categoria só pode ter um vencedor, mas a todos que foram indicados, saibam que vocês são gigantescos destaques, que num céu cheio de estrelas brilhantes, o brilho de vocês consegue se sobressair! Vamos encerrar a noite com mais uma grande performance, uma boa noite a todos!
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Post by Ramprozz on Dec 11, 2023 2:08:32 GMT
Estavam posicionados no palco cerca vinte bailarinos dispostos pela plataforma. Uma escada no centro emitia luzes de neon em cada um de seus degraus. Os dançarinos vestiam roupas de couro preta. Os seus olhares voltavam-se para o piso. O som de passos fora ecoado através das caixas de sons instaladas no canto superior da plataforma. No início da escada a sombra de uma figura feminina se posicionava. Era Sofía. O seu cabelo curto, próximo da cor ruiva, estava sedoso e o seu corte foi renovado. Estava vestindo um vestido vermelho, com aberturas laterais, e a imagem de duas mãos se entrelaçando sobre o seu abdômen. Calçava uma bota que ia até a altura de seu joelho da cor preta. Do alto da escada olhava para o público com um olhar incisivo e intimidante. Ao seu lado apareceu Emília. A jovem argentina apareceu com seus cabelos alongados, trajando algo que parecia ser uma meia-calça da cor roxa; na parte superior, um body da cor preta decorado com diversas amarrações. Em seu pescoço uma gargantilha prateada finaliza a vestimenta. SOFÍA
EMÍLIA
O som que parecia ser de algo semelhante ao de uma marcha invadiu o palco e todos ali presentes se colocaram a imitar os movimentos em uma marcha coletiva. Emília e Sofía desceram alguns dos degraus e receberam dos bailarinos um microfone cada. O instrumental de Charco em Charco foi reproduzido em seguida. A guitarra levou imediatamente o clima do palco a outro nível. Enquanto Emília cantava os primeiros versos, Sofía descia mais alguns degraus e assumia os vocais a partir da segunda estrofe. As luzes do cenário piscavam sem, aparentemente, nenhuma ordenação. As vozes das cantoras mesclava-se o público se deleitou com uma harmonia perfeita de vozes. Um ritmo mais urbano foi adicionado ao instrumental do single de Emília, aproximando-se do reggaeton.
Ao final da faixa remixada, o som do silêncio e o breu foram dominantes. Uma luz avermelhada pulsava ao fundo do palco. Todo esse momento levou cerca de vinte e cinco segundos. Ao acender das luzes, as cantoras já estavam posicionadas em diferentes posições. Em algo que parecia ser uma jaula dourada, Emília estava presa com cerca de cinco mulheres, também bailarinas. Já Sofía não estava no chão. Por meio de um sistema móvel ela foi erguida ao ar por cerca de cinco metros. Em sua retaguarda um cano assegurava a sua estabilidade. Na plataforma circular que em que estava assentada, luzes neon foram acopladas e exibiam uma mistura entre vermelho, laranja e amarelo. Todo o palco seguia a mesma paleta de cores.
A câmera da premiação focalizou a face de Sofía enquanto ela exibia um sorriso tímido no canto esquerdo de sua boca. O seu olhar era penetrante, quase sombrio. Em sua mão esquerda segurava o microfone e logo o levou aos lábios para os primeiros versos de Mujer Bruja. A sua interpretação inicial dispensou o instrumental e chamou atenção do público pela potência e estabilidade vocal apresentada pela artista. Sofía cantou o refrão e, ao seu findar, novamente se calou para que o instrumental da canção fosse tocado pela banda que a acompanhava. Labaredas de fogo incendiaram o palco e o que veio depois foi a demonstração máxima de talento artístico. Os bailarinos também estavam equipados de bastões de fogo.
A plataforma que segurava Sofía parecia estar coberta de chamas. Enquanto cantava os primeiros versos, a sua face exibia um tom sombrio, mas, paradoxalmente, divertido. Um pequeno riso parecia escapar de seus lábios avermelhados. As suas mãos deslizavam-se lentamente sobre o seu corpo, simultaneamente ao canto, e atraíam a atenção para uma sensualidade ainda pouco explorada pela mexicana. Dentro da jaula dourada, Emília chamou atenção para os seus vocais firmes e a interação com as demais mulheres que as acompanhavam. Era uma simulação de orgia, mas que para além da sexualidade envolvida, não sobrepunha o corpo feminino à sexualização pura e simples. Era a arte que exalava do corpo de todas e que simbolicamente representavam a liberdade sexual feminina. O espaço destinado para a jovem argentina simbolizava o espectro reducionista através do qual, durante eras, mulheres foram impelidas a adotar padrões e normas patriarcais.
O refrão explodiu quando, sem esperar, a plataforma circular cedeu e Sofía pareceu que ia cair no chão, contudo, uma corda invisível a segurou no ar. Em uma clara alusão aos enforcamentos de bruxas no período moderno. Em suas mãos agora havia duas armações metálicas nas quais cinco pequenos bastões de fogos estavam acoplados. O fio invisível levou-a por todo o palco e as armações incendiadas davam a impressão de serem asas flamejantes. No solo, Emília se livrou livre da jaula quando, de repente, o dourado reluziu sobre o chão e as seis mulheres se encontraram livres. Todos os bailarinos juntaram-se para a apresentação da coreografia da faixa.
No decorrer da performance, Sofía se juntou à Emília no solo e, juntas, realizaram um número de dança inspirado no reggaeton. As chamas bruxuleavam e todo o palco estava coberto por luzes vermelhas. Uma visão da dinâmica do próprio inferno, diriam os mais radicais. As duas artistas se movimentavam com uma destreza impressionantes para quem não era profissional da dança. As suas interações com o balé era sincronizado e a harmonia era palpável. Ao final da apresentação as duas encerraram a faixa junto à plateia que, em plenos pulmões, cantara o último refrão junto às duas. Uma onda de aplausos invadiu o palco e labaredas de fogo encobriram o corpo de ambas.
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